Capítulo 01- O Acidente
Era uma manhã quente e bastante ensolarada de sexta-feira, e Harry estava dividido entre levantar de sua cama ou continuar deitado, mas como o calor estava quase insuportável e ele teria que levantar, de qualquer jeito, para ir para as suas aulas ele teve que se levantar e foi tomar banho. Quando voltou ao dormitório a maioria dos meninos já havia levantado, mas Ron continuava a dormir tranquilamente e Harry se perguntou como ele conseguia dormir com todo aquele calor, e foi ate sua cama para acordá-lo.
-Anda Ron, acorda se não vamos nos atrasar para a aula do Snape!- Falou Harry, sacudindo o amigo que se recusava a levantar.
-Não mãe, hoje não tem aula. - Respondeu Ron sonolento se virando para o outro lado. -Me deixa dormir mais um pouco.
-Ron, se você não se levantar agora eu te jogo um balde de água fria! -Falou Harry zangado.
-Ta bom, ta bom eu já levantei- Disse Ron se levantando e indo tomar banho.
Meia hora depois eles desceram as escadas indo para a sala comunal e encontrando Hermione já esperando por eles.
-Por que vocês demoraram tanto? -Disse ela irritada. -Se não nos apresarmos vamos perder o café.
-Pergunta pro Rony aqui. -Disse Harry em defesa.
Hermione rolou os olhos e eles partiram. Passaram pelo buraco do retrato e rumaram apressados para o Salão Principal, para tomar café. Se sentaram à mesa da Grifinória, e começaram a comer rápido para não se atrasarem para a aula. Quando se preparavam para sair Dumbledore chamou a atenção de todos, para dar um aviso.
-Em virtude da forte onda de calor desses últimos dias, eu dispenso, temporariamente, todos os alunos de usarem a capa e o moletom que faz parte do uniforme da escola. -Disse ele calmamente. –Ficando assim só com a calça, a camisa branca e a gravata de suas respectivas casas. Obrigado, podem ir para suas aulas.
Todos saíram do Salão Principal felizes com a noticia da dispensa de parte do uniforme, pois o calor estava insuportável.
-Me lembrem de agradecer o Dumbledore por tirar parte do uniforme. –Disse Rony sorrindo enquanto rumavam para as masmorras, para a dupla aula de poções.
-Pois é eu não sei se agüentaria ficar trancado a manhã inteira nas masmorras com esse calor todo, vestido com o uniforme completo. –Falou Harry animado, quando chegaram à porta da sala de aula.
-Nem me fale! –Completou Rony.
Eles entraram, e sentaram-se à mesa de sempre. Harry e Rony estavam discutindo sobre quadribol e Hermione lendo um pesado livro sobre magias curativas, quando Snape chegou com seu típico humor matinal.
-Calados! –E os murmúrios cessaram imediatamente. –E abram o livro na pagina 394.
Snape começou a explicar a poção que eles deviam fazer, quando Harry escutou uma voz arrastada que ele conhecia muito bem.
-Boa sorte no próximo jogo, Potter! –Cuspiu Draco Malfoy, quando Snape não estava olhando. –Tenho certeza de que vai precisa.
-Não enche Malfoy. –Disse Harry se olhá-lo.
Draco riu com Blaise e Pansy, quando Harry se levantou para pegar um ingrediente na mesa de Snape. Quando Harry voltou com o frasco na mão, Blaise colocou o seu pé na frente de Harry, que não viu e tropeçou, deixando cair acidentalmente o frasco no caldeirão de Malfoy, que começou a borbulhar e se derramou nos dois garotos.
-Argh! –Falou Malfoy com cara de nojo vendo seu uniforme todo lambuzado-Olha o que você fez Potter!
-Não foi minha culpa, eu tropecei. –Defendeu-se Harry, notando que estava com o braço um pouco queimado.
-POTTER! –Gritou Snape com ódio nos olhos. –Será que você é incapaz de passar um minuto sequer sem arranjar confusão?
-Mas professor...
-Calado! –Interrompeu Snape. –Menos setenta e cinco pontos da Grifinória por esse desastre. – Hermione fez um muxoxo. – E ainda por cima se queima, vá agora à enfermaria para cuidar dessa queimadura.
Harry logo assentiu por que a queimadura começava a doer. Pegou sua bolsa, jogou os livros de qualquer jeito dentro dela e rumou para a saída. Mas logo que chegou a porta ele sentiu uma tontura e suas pernas quase cederam, ele parou e apertou os olhos com força respirou fundo e decidiu continuar a caminhar, mas a última coisa que viu foi Snape correndo ate ele e tudo ficou escuro.
oOo
Harry acordou uma hora depois e se sentiu um pouco fraco, abriu os olhos e reconheceu o teto da Ala Hospitalar. Olhou em volta e viu Madame Pomfrey discutindo com Snape, a certa distancia da sua cama, e Dumbledore fitando-o serenamente por cima de seus oclinhos de meia-lua.
-Que bom que acordou Harry. –Disse ele calmamente. –Deve estar se perguntando por que desmaiou na aula de poções?
-Bom eu derrubei o caldeirão do Malfoy, mas nada que me levasse a desmaiar.
Madame Pomfrey e Snape voltaram suas atenções para eles e chegaram mais perto da sua cama.
-Bem Harry você esta certo e errado ao mesmo tempo. –Começou Dumbledore. –Certo por que o simples fato de você derrubar o caldeirão do Sr. Malfoy não faria você desmaiar e errado por que o que fez você desmaiar estava dentro do caldeirão.
-Eu não estou entendendo senhor...
-Suponho que quando você deixou cair acidentalmente o frasco que estava em sua mão no caldeirão do Sr. Malfoy, alterou o conteúdo que estava dentro dele. –Explicou Dumbledore.
-Mas ainda não entendo por que desmaiei.
-Quando o frasco caiu dentro do caldeirão criou algum tipo de poção de dependência. –Continuou Dumbledore. –Quando esta poção entrou em contato com você e o Sr. Malfoy criou uma ligação entre vocês.
-Que tipo de ligação? –Perguntou Harry com medo da resposta do diretor.
-E simples Sr. Potter. –Interrompeu Madame Pomfrey. –Você e o Sr. Malfoy estão ligados por algum tipo de poção e não podem ficar a menos de cinco metros de distância um do outro.
O queixo de Harry caiu. "Como assim ligados?" pensou ele, por que havia esquecido onde estava sua voz. Harry só saiu de seus devaneios quando escutou um grito de uma voz arrastada que ele tanto conhecia.
-O QUÊ? –Gritou Malfoy- Eu na posso esta ligado a ele. Aquela era uma simples poção para dormi e não uma poção de ligação.
Malfoy estava deitado em uma cama ao lado da de Harry, com uma expressão de espanto tanto quanto Harry estava.
-Acalme se Sr. Malfoy- Disse o diretor –E sim, o que o Senhor acabou de escutar é a mais pura verdade.
-Mais não... não pode ser verdade... eu não posso estar ligado ao Potter. –Malfoy falou esta ultima palavra com todo desprezo que conseguiu reunir.
-E você acha que me agrada a idéia de estar ligado a você? –disse Harry secamente.
-Vá pro inferno Potter, já não esta satisfeito o suficiente com o que você fez?
-Eu? Satisfeito por esta ligado com um idiota? Conta outra.
-Silêncio! –disse o diretor sem demonstrar irritação –Creio que nenhum dos dois tem culpa no que aconteceu, por que como o nome já diz foi um acidente.
Os garotos se calaram, mas seus olhos continuaram a travar uma batalha silenciosa.
-Agora, eu, Madame Pomfrey e o Professor Snape vamos responder as suas possíveis perguntas. – continuou o diretor –E devo deixar de aviso a vocês dois: Este convívio forçado não será desculpa para brigas nem desentendimentos por parte dos dois. Fui claro?
-Sim senhor. –responderam os dois juntos.
-Bom, alguma pergunta?
-Quanto à cura para isso? Vai demorar muito?
-Estamos trabalhando para achar logo o antídioto Harry, fique calmo se o encontrarmos você será o primeiro a saber. –respondeu o diretor.
-E os dormitórios? Eu não vou dormir na Grifinória! –disse Malfoy com os olhos faiscando.
-Eu já ia chegar nesse ponto Sr. Malfoy. –respondeu o diretor-É obvio que depois do que aconteceu eu não iria obrigar vocês a dormirem nas suas casas, por isso um quarto foi preparado para acomodar vocês enquanto não achamos o antídioto.
-Isso é realmente necessário?
-A não ser que o senhor queira ter uma morte lenta e dolorosa, sim isso é necessário. –respondeu o diretor que parecia estar se divertindo com a situação.
Malfoy soltou um muxoxo de desaprovação, quando de repente arregalou os olhos e olhou para Snape.
-Oh Merlin, quando meu pai ficar sabendo ele vai me matar. –disse aterrorizado com a hipótese.
-Acalme se Sr. Malfoy –disse Snape com segurança- Lúcios já esta informado do que aconteceu e disse que vai nos ajudar no que for necessário para que você possa se ver livre dessa ligação.
"Graças a Merlin", pensou Draco.
-Bom, então se é só isso acho melhor vocês irem buscar suas coisas para se acomodarem no seu novo dormitório. –falou Dumbledore com um sorrisinho no rosto. –Pensando melhor mandarei os elfos fazerem isso, o dormitório fica no corredor do quarto andar segunda porta a esquerda. –disse quando os garotos se aproximavam da porta da enfermaria. –Se vocês se apressarem ainda podem pegar o almoço. -Harry podia jurar que Dumbledore estava se divertindo com a situação. –Vocês estão dispensados das aulas no período da tarde, para poderem arrumar suas coisas, e se acostumarem com a situação.
Harry olhou de canto de olho para Draco, que fez a sua melhor pose de Aristocrático, empinou o nariz e abriu as portas da Ala Hospitalar.
Eles caminharam em silêncio rumo ao Salão Principal.
Harry tentava com todas as suas forças se lembrar do ingrediente que ele havia deixado cair no caldeirão de Malfoy, pois ele sabia que seria mais fácil descobrir uma cura se os professores soubessem qual era o ingrediente. Ele só saiu de seus devaneios quando esbarrou em alguém a sua frente.
Draco caminhava silenciosamente um pouco a frente de Harry, pensando no que Dumbledore havia dito para seu pai para ele ter compreendido facilmente a situação e se prontificado a ajudar. "Talvez ele tenha algo em mente", pensou enquanto se aproximava das portas do Salão Principal. Foi quando veio algo de repente em sua mente e ele parou de chofre na frente das portas, e Harry esbarrou na suas costas.
-Vê se presta atenção por onde anda Potter.
-Você que parou de repente o que eu podia fazer?
-Não importa, a questão é a seguinte: vamos entrar nesse salão, vamos direto para a mesa da Sonserina e não comente com ninguém a respeito disso.
Harry esperou pacientemente Malfoy terminar e falar para então despejar:
-O que faz você pensar que eu vou me sentar na mesa da Sonserina?
-O que você está pensando? Que eu vou me sentar alegremente na mesa da Grifinória e contar como foi o meu dia para seus amiginhos sangues-ruins e traidores do sangue?
-Não chame meus amigos assim, e eu não vou me sentar na mesa da Sonserina e ponto final.
Draco rolou. Sabia que era tempo perdido tentar argumentar com um grifinório. Principalmente se esse grifinório fosse Harry Potter.
-Façamos o seguinte então- Começou Harry inseguro se Draco aceitaria sua proposta- Já que teremos que conviver pacificamente juntos, faremos um revesamento. Um dia faremos as refeições na mesa da Grifinória e em outro faremos na mesa da Sonserina.
Draco já se preparava para argumentar, quando pensou melhor e achou razoável a idéia do moreno.
-Que seja, Potter. –Disse ele finalmente. – Mais hoje será na mesa da Sonserina.
-Nem pensar –Contrapôs Harry –Como eu dei a idéia, as refeições começaram na mesa da Grifinória.
-Meu Merlin, como é que aquela sangue-ruim e o Weasel te agüentam? –Falou Draco irritado. –Vamos logo antes que eu me arrependa.
Harry deu um sorriso vitorioso, e abriu as portas do Salão Principal.
Quando elas atravessaram as portas todas as conversas, murmúrios e risadinhas ceçaram e imediatamente e todas as cabeças se voltaram para eles. Harry caminhou ate a mesa da Grfinória sendo seguido por Draco. Quando Harry se aproximou da mesa Ron se levantou e com uma incrível rapidez sacou a varinha e apontou bem no meio do rosto de Draco.
-O que você quer doninha? –Disse Rony já visivelmente irritado. –Estava pensado em azarar o Harry pelas costas?
-Calma Ron o... –Começou Harry mais Ron não o deixou terminar.
-Fica tranqüilo Harry. –Disse Ron com um sorriso no rosto e olhando para um visível Draco Malfoy espantado à sua frente. –Dessa vez ele não te pegou.
-Mais do que você... –Disse Draco sem tirar os olhos da varinha empunhada na frente de seus olhos.
-Cala a boca doninha. –Sibilou Ron –Desta vez não é o Harry aqui que vai parar na Ala Hospitalar por causa das suas gracinhas.
Ron se preparava para azarar Malfoy quando Harry se pôs entre eles.
-Nem pense em fazer isso Ron. –Aquelas palavras lhe escaparam tão naturalmente que Harry ate se espantou.
Naquele instante todo o Salão Principal mergulhou em um silêncio sepulcral. Todos observavam aquela cena sem entenderem absolutamente nada. Draco estava atônito. Pela primeira vez desde que se lembrava ele estava sem palavras.
-Harry... O que você... O que você esta fazendo? –Perguntou Rony boquiaberto.
-Ron –Começou Harry –Malfoy não estava tentando me azarar, por que ele esta comigo.
Aquela última frase causou um efeito bastante curioso.
Duas quintanistas da Lufa-Lufa desmaiaram, Pansy Parkinson se engasgou com seu suco de abóbora, Blaise Zabini fez sua melhor cara de paisagem, Craby e Goyle continuaram a comer sem perceber absolutamente nada.
Ron, sem falar nada, se virou para Hermione, que observava em silêncio, e disse com calma:
-Mione, o caso é mais grave do que eu pensava. Malfoy enfeitiçou o Harry com um Impérius.
Draco rolou os olhos. "Que pobretão idiota". Já estava se arrependendo muito de não ter convencido Potter de ter ido almoçar na mesa da Sonserina.
-Ron não seja bobo. –Disse Hermione finalmente. –É claro que Malfoy não lançou um Impérius no Harry. Se ele está aqui é por que tem um bom motivo.
Ron olhava incrédulo de Hermione para Harry e de novo para Hermione como se não acredita-se no que seus olhos viam.
-Será que todos vocês estão loucos. – Falou Ron visivelmente alterado. – É do Malfoy que estamos falando. Do Malfoy.
-Ron, por favor, acalme-se. –Falou Harry tentando acalmar o amigo que ainda estava apontando a varinha diretamente no rosto de Draco. –Eu posso explicar tudo o que aconteceu.
-É verdade Harry, você não nos contou o que aconteceu na Ala Hospitalar. –Falou Simas que estava sentado do lado de Neville e Gina.
-É mesmo Harry. –Falou Neville. –Madame Pomfrey não deixo a gente entra na Ala Hospitalar.
-Nos ficamos bastante preocupados com você. –Falou Gina olhando atravessado para Draco. Principalmente depois que esse ai desmaiou também. –Ela indicou Draco displicentemente com a mão.
-Bom eu posse explicar tudo para vocês se o Rony aqui se acalmar um pouco mais. –Disse Harry para Ron que havia abaixado a varinha e já estava se sentando, lançando um olhar mortal para Draco.
Harry acenou para Draco, indicando que ele já podia se sentar também. Os ocupantes do Salão Principal ainda olhavam incrédulos aquela cena. Draco estava prestes a se sentar, quando escutou um comentário vindo de trás dele.
-Confraternizando com o inimigo Malfoy? –Disse Nott que vinha acompanhado de Pansy.
-O que eu faço ou deixo de fazer não é da sua conta Nott. –Devolveu Draco.
-Mais por que você esta na mesa da Grifinória? E com eles? –Desta vez era Pansy que falava com uma voz confusa.
-Falamos sobre isso mais tarde Parkinson. Aqui não é hora nem local para discutirmos isso. –Falou Draco, já arrependido de ter se levantado de sua cama esta manhã.
-Mais Draco...
-Eu já falei Pansy. Mais tarde eu explico.
Pansy fez um muxoxo e se deu por vencida e caminhou para fora do Salão.
-Ate logo Draquinho. –Nott lançou um último olhar de repugnância antes de se virar e sair apressado para acompanhar Pansy.
Draco retribuiu o olhar de Nott e voltou-se para a mesa onde todos observando com atenção aquela cena. Logo se sentou ao lado de Harry, ainda sob os olhares atentos dos ocupantes do Salão, e começou a se servir com se nada estivesse acontecendo. Harry, que também observava a cena, entendeu aquilo como uma deixa para ele poder explicar o porquê da presença de Draco entre eles.
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Oi gente!
Esse é o primeiro capítulo de "Quando o inesperado acontece". Espero que vocês peguem leve comigo por que é a minha primeira fic. Espero que vocês gostem, logo estarei postando o segundo capítulo. E please deixem reviews, pra mim saber se vocês estão gostando.
Allex Malfoy...
