take it, love me

Ginny estava encostada à parede de pedra do Três Vassouras, o coração palpitando, preso na garganta. Nem as duas garrafas de cerveja amanteigada dissiparam o nervosismo, que a consumia avidamente.

Primeiro, ela não deveria estar ali. Tinha dado uma desculpa para Michael Corner, dizendo que se sentia mal, e por isso não iria a Hogsmeade naquele fim de semana. Mas lá estava ela.

Segundo, ela não deveria se encontrar com ele. Justo ele, o idiota do Malfoy. Desprezava cada palavra de arrogância e petulância que saía de sua boca, mas estava cada vez mais viciada nos beijos que ela também produzia.

E lá vinha Draco, a roupa preta ressaltando a alvura de seus cabelos. O sorriso malicioso que ele não podia conter, o andar malicioso de quem sabia que ela estaria entregue, a espera dele, suas mãos fortes loucas para agarrar o quadril da garota, e a cabeça de Ginny girando, ansiosamente aguardando o momento.

"Weasley", ele sussurrou, "Vejo que estava à minha espera".

"Venha aqui", Ginny o puxou pelas vestes para o fundo do bar.

Draco a prensou na parede áspera, puxando uma perna da garota para a sua cintura, levantando a saia, fazendo Ginny suspirar em voz alta.

Os beijos, nunca delicados, se concentravam no pescoço da garota, enquanto uma mão apertava sua coxa e a outra se embrenhava por dentro da calcinha. Talvez para Draco aquilo fosse comum, fosse só mais um amasso, mas para Ginny aquilo era um divisor de águas.

Ela já não era mais uma garotinha a ser protegida – era uma mulher, no auge de sua feminilidade, querendo se entregar, de uma vez por todas, para Malfoy. E ele sempre recusando ir até o fim, sempre torturando, sempre a provocando até o máximo.

"Para com isso, Draco, vai logo", pediu Ginny, ou melhor, ordenou.

Draco, surpreso e agraciado pela audácia e disposição da Weasley, resolveu obedecê-la, pela primeira vez. Livraram-se do mínimo de roupas possíveis, a garota segura entre os braços de Draco, presa contra a parede, as coxas abraçando a cintura dele.

Ginny se sentia tão excitada que mal sentiu alguma dor, aquela tão temida dor da primeira vez. Também não sentiu todos os arranhões e roxos que a parede e a posição em que estavam a faziam… não havia dor. Havia Ginny, Draco, sendo um só.

O medo de serem descobertos era só um catalisador. Enquanto os olhos se enchiam d'água e a boca secava, Draco se perguntou o porquê aquilo era tão importante para ele, mais do que ele gostaria que fosse. Ginny era apenas uma Weasley, uma garota gostosa que ele estava curtindo, só isso… mas então por que aquele prazer com ela ele nunca tinha conhecido?

Aquela não era a hora de pensar, era a hora de aproveitar. Foco, foco.

E com um longo arranhão nas costas do rapaz, um grito sufocado no ombro dele, Ginny experimentou pela primeira vez a melhor sensação de sua vida. Draco agora era muito mais viciante, e ela não saberia viver sem aquilo.

E Draco, olhando para o rosto afogueado de Ginny, tão cheia de prazer, sentiu que estava se apaixonando. Sentiu-se perdido, pela primeira vez, e sentiu, pela primeira vez, o que era morrer nas mãos de uma garota.