Sexta-Feira. 8:58 P.M; dia extremamente calmo na Corporação Capsula. Nenhum ruído, nenhum choro, nenhum grito, nenhuma explosão e nenhum... Vegeta.
Bulma ainda trabalhava duro para conseguir resolver o que a pequena Bra havia aprontado. Ainda de olho na tela no computador com seus vários cálculos, Bulma não fazia ideia se conseguiria trazer o marido de volta.
- Ai meu Kami-Sama! – Lamentava a cientista – Como vou fazer para recarregar a energia da máquina se ela não está aqui!? O que é pior! Vegeta não fará a mínima ideia de como recarrega-la!
- Acalme-se filha – O Sr. Briefs tentava inutilmente acalmar a filha que estava praticamente ficando sem cabelo – Tenho certeza que ele dará um jeito. Onde quer que ele tenha parado, ele é esperto e irá atrás de você.
Um silêncio repentino dominou o laboratório depois da fala do Fundador da Corporação Capsula. Até que:
- NÃO! – Bulma gritou logo depois desmaiando. A cientista tinha finalmente conseguido descobrir onde estava Vegeta.
3 dias antes da tragédia
"Mamãae!" – Bra chorava descontroladamente correndo até Bulma que estava na cozinha beliscando uns biscoitos. Depois de assumir toda a chefia da Corporação, Bulma não tinha muito tempo para comer. Quando possuía a oportunidade, apenas beliscava o máximo que podia. Naquele dia, a cientista estava em um dos seus piores dias. TPM, reuniões, projetos para serem acabados ainda no final do dia e para terminar; Bra solta uma bomba.
"O que foi filha?" – Bulma logo largou o biscoito que tinha em mãos para pegar sua princesinha de apenas 3 anos que parecia que teria uma aneurisma de tanto que chorava – "Eu estou preocupada meu amor. O que houve?"
Bra ainda tentava parar de chorar sem sucesso. Bulma limpava as lágrimas da filha mas era inútil, outras vinham com mais intensidade. A menina estava tentando se controlar e tomar coragem para dizer o que tinha para ser dito.
"Discu-pa!" – Dizia a menina entre soluços – "Num foi de popósito"
"O que seu pai fez, Bra?" – Bulma soltou olhando para os lados procurando sinais de Vegeta. Ela sabia que o príncipe conseguia ser um arrogante até mesmo com Bra. E quando a garotinha corria até ela chorando, era 99% de chance do culpado ser o Saiyajin rabugento.
Aquilo só fez a garota chorar ainda mais.
"Bra!" – Bulma já estava perdendo a paciência com a pequena, aquele dia estava muito estressante para conseguir lidar com uma criança mimada e um Saiyajin sem educação.
"Eu..." – Dizia Bra entre soluços – "Que-ro papai divolta!"
20 minutos antes da tragédia
"Papai! Não mi pega" – Bra dizia com alegria correndo para um lado e para outro com uma das botas de treino de Vegeta nas mãos; deixando-o cada vez mais irritado.
"BRA! PARA COM ESSA BOBAGEM E ME DÁ MINHA BOTA!" - Vegeta dizia tentando pegar a menina que se escondia debaixo do sofá da grande sala principal da casa.
"Nem veeeeeeeeeeem" – Dizia entre gargalhadas a menina. Ela sabia que essa fala era do seu irmão quando reclamava de alguma coisa, e ela adorava usá-las como se soubesse o que significava.
Quando Vegeta levantou o sofá a pequena disparou para o lado esquerdo da sala, onde dava caminho até o laboratório com intuição de esconder a bota. Aquela era a manhã que o Saiyajin sempre vivia quando Bra acordava cedo. A menina sempre pegava alguma coisa de seus vestes de treino para brincar de 'esconde-esconde' com o pai.
A verdade era que Vegeta poderia muito bem pegar a pequena, e tomar a bota de suas mãos até mesmo sem tocá-la. Aquela brincadeira o irritava, mas se ele cooperasse e interagisse com a pequena de manhã, ele sabia que ficaria em paz pelo resto da tarde treinando sem ser incomodado e a noite não teria Bulma gritando com ele por fazer Bra chorar.
Ao chegar no laboratório, procurou por Bra que obviamente estava de baixo de qualquer coisa que ela conseguisse se enfiar. Acendeu as luzes e caminhou lentamente apenas seguindo até onde o Ki da garota estava.
Bra estava dentro de uma máquina sentada e com a bota entre seus joelhos. Olhava Vegeta com um olhar desafiador.
"Bra, acabou a palhaçada" – Vegeta disse seco – "Chega! Me dê logo a bota e saia daqui! Sabe muito bem que sua mãe não gosta que pirralhos entrem no laboratório!" – O Saiyajin sabia também que se Bulma soubesse daquilo, ele também iria ouvir.
Vendo que a menina não se mexia e ainda o olhava desafiando-o, caminhou batendo o pé e entrando na máquina quando percebeu que Bra correu por debaixo de suas pernas.
"Hunf" – Resmungou quando pegou sua bota no chão. Era difícil Bra de desfazer de algo com tanta facilidade a não ser que outra coisa chamasse sua atenção. O que nesse caso era verdade.
Foi quando ele percebeu onde estava. Dentro de uma máquina que ele não fazia a mínima ideia para que servia; que por acaso estava sendo carregada por um gerador ao lado, e nesse gerador estava Bra, que olhava com muita curiosidade para um grande botão vermelho.
Não teve tempo para absolutamente nada. Quando ele pensou que não seria uma boa ideia estar ali dentro ou então gritar "Nem pense em apertar isso garota insolente!", já era tarde demais. Bra apertou o botão.
Tudo começou a tremer. O grande cabo que carregava a grande máquina estourou e quando a máquina desapareceu tudo no laboratório começou a desmoronar por causa da força do impacto que a grande máquina havia feito. Depois de alguns segundos, Bra ainda olhava para o lugar onde estava vazio; onde até segundos atrás tinha uma máquina com seu pai dentro. Suja da grande poeira que estava tudo aquilo, saiu chorando num impulso sem ter certeza de contava ou não a verdade para a mãe. Chegou até a pensar em mentir, ela poderia contar a mãe que o pai saiu, destruiu o laboratório antes e não disse quando voltaria. Mas nem ela mesma conseguiria conviver com isso. Não pela mentira, mas pelo fato de que ela não conseguiria ficar longe do pai nem por 2 horas.
Bom, se tudo estava desmoronando e continuaria dali para frente dentro da Corporação Capsula, imagina só para aquele Saiyajin rabugento... que não fazia a mínima ideia de onde estava.
- GRRRRRRRRRRRRRRRRRR! Aquela garota está perdendo totalmente a noção do perigo!
Vegeta se encontrava no meio de uma floresta. Aquele local era totalmente estranho para ele, mas ao mesmo tempo familiar. Ele já esteve ali antes, mas algo havia mudado. "O que?" pensou o príncipe de imediato quando sentiu o Ki de Goku "O que o verme do Kakarotto faz aqui? Só deve ter vindo para encher minha paciência!". Seguiu em frente esquecendo-se totalmente no momento que saia de dentro da então grande máquina que entrara depois de Bra.
O príncipe dos Saiyajins seguia em passos longos pelos arbustos até o Ki de Goku, quando parou num súbito. Olhou para uma pequena figura que carregava um grande peixe e perguntou:
- Goten!? O que faz aqui?
- Hm!? – O garoto parou ainda de costas olhando de canto – Quem é o senhor?
- Não seja retardado Goten! – Vegeta respondeu grosseiro – Alias, pouco me importa o que faz, onde está seu pai?
- Meu nome não é Goten – Respondeu o garoto, dessa vez virando-se totalmente para Vegeta – Meu nome é Goku.
Quando finalmente percebeu, Vegeta sentiu que o Ki de Goku que ele procurava, estava ali. Junto com ele. Ele não sentia a presença de Goten. Ou de outros da família dos Son. Sentiu um calafrio involuntário, finalmente percebendo do que se tratava aquela grande máquina. A máquina que Bulma tanto falava durante meses. A máquina que ela dizia ter aperfeiçoado. A máquina do Tempo.
- Ei – O garoto chegou mais perto – Está perdido? – O garoto então colocou o pé no meio das pernas de Vegeta o fazendo corar e gritar.
- O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO VERME!?
- Ahhh! Você é um menino, não é?! – Perguntou inocente.
Antes mesmo de estrangular o pescoço do garoto que até aquele momento só falou coisas irritantes e gestos obscenos, o Saiyajin sentiu outro Ki; mais próximo que ele imaginava.
Era o Ki de Bulma.
