A Flor e O Shinobi.

Capítulo 1: Traição

Itachi estava chocado, olhando para Danzo. Após matar seu próprio primo e melhor amigo, pensava que nada o abalaria mais. Não acreditara no que acabara de ouvir. Essa era a missão secreta que ele faria? Não acreditava em como fora destinado a isso. Sempre se orgulhara de ser um Uchiha, e agora teria de eliminá-los? Talvez isso o faria o mais forte de todos os Uchiha, fora o fato de que era o único. "Que pensamento ridículo", pensou. "Eu ainda serei somente conhecido por ser um traidor." Mas seu amor por Konoha e sua cega devoção ao bem da vila moveram-no a acatar as ordens do Conselho. Acreditava que essa missão salvaria Konoha de um perigo iminente. "Madara..." Pensou, um lampejo de ódio brilhou em seus olhos. Resolveu então falhar em parte da missão, queria deixar seu irmão vivo. Seu irmão seria a esperança da vila, o salvador, o mártir e o exemplo. Sentia orgulho dele. Só não aceitava a morte de seu clã, mas os argumentos do Conselho eram incontestáveis, e Itachi parecia lutar contra si mesmo.

Dias mais tarde, encontrou-se com Madara, que aceitara o plano de destruir os Uchiha de Konoha, aliás por vingança, por eles terem virado as costas por tanto tempo para a vingança e a tomada de poder digna da glória do Clã Uchiha. Itachi tinha motivos, argumentos e álibis. Tinha tomado sua decisão de vez; Ia realmente exterminar o Clã Uchiha de Konoha.

Antes de tudo, lembrou-se de sua amada, e decidiu que ela não poderia sobreviver, pois havia contado tudo sobre as espionagens que havia feito para o Conselho de Konoha. Foi até a casa dela e bateu à sua porta. Pediu para falar-lhe em particular, e logo foram para o quarto dela. Chegando lá, beijou-lhe carinhosamente, lembrando de acariciar suas costas, como ela gostava que ele fizesse. Ela perguntou o que havia acontecido, pois notava as lágrimas escorrendo-lhe do rosto. Ele contou-lhe tudo sobre o plano do Conselho, e ela ouvia, perplexa. Ela questionava se ele realmente faria aquilo, mas ele sempre se desviava do assunto, deixando-a intrigada.

- Itachi, querido... Eu te amo, nunca trairia Konoha. Olha, eu prometo, que da próxima vez que nos encontrarmos, eu...

- Me desculpe, Hiyami... Não haverá uma próxima vez.

E a última coisa que sua amada viu foram seus olhos vermelhos brilharem com as lágrimas que vertiam deles.

Mesmo que fosse um plano do conselho de Konoha, Itachi se sentia mal por fazer aquilo. Não deixara seu irmão vê-lo chorar, mas a repulsa que sentia de si mesmo forçava lágrimas para fora de seus olhos. Entrava em casa como fazia todos os dias. Seu pai devia estar dormindo, pois a noite caía, e ele era um homem cansado. Não teve opção. Os Uchiha deviam ser eliminados e tratados como traidores para sempre por todos em Konoha. Inclusive ele mesmo. Desembainhou lentamente sua katana e trespassou o abdômen de seu pai. Sua mãe acordou com o som da lâmina. Não foi um grande desafio, pois ela ainda estava em estado de choque. Assim, fora eliminando um por um todos, e conforme sua família ia caindo, seus sentimentos também se desmoronavam.

A cada gota de sangue, Itachi derramava uma lágrima por dentro. Após eliminar quase completamente seu próprio clã, Itachi se deparou com a visão de seu irmão parado, fitando-o com os olhos rubros. Itachi não acreditava no poder precoce do irmão. Nesse momento, quase sorriu de alegria e desejou que seu irmão fosse mais forte para poder matá-lo, apesar de somente ter ativado o mais fraco nível do Kekkei Genkai de seu clã. Torturou-o com as ilusões aprendidas com Madara, se torturando para encorajar seu irmão a ter raiva o suficiente da pessoa que ele mais amava. Deixando seu irmão vivo, Itachi fugiu furtivamente em um piscar de olhos de seu irmão e ouviu um brado de desespero e ódio. Não poderia continuar a viver naquela vila... E nem o queria, mas ainda tinha negócios a tratar. Foi ao escritório do Terceiro e implorou-o para não deixar que seu irmão morresse, como recompensa por seus atos de amor a Konoha, alegando que seu irmão era mais importante que o resto da Vila para ele.

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