Naruto não me pertence e a expressão Ossos do Ofício também não. Mas a idéia da fic é minha, criada na minha cabecinha descabelada...
Ossos do Ofício
Capítulo I: Operação Dama Negra
- Naruto! – Chamou Sai, num sussurro baixo.
- Quié? - Questionou u loiro irritado, num sussurro alto.
- Tá vendo aquelas coisas lá em cima? – Perguntou Sai.
- 'Tô.
- A nossa querida 'Dama Negra' deve estar entre eles. – Disse Kiba enquanto dava tapinhas nas costas de Naruto. – Os outros devem ser os comparsas dela.
Uzumaki Naruto, Watanabe Sai e Inuzuka Kiba estavam espremidos atrás de algumas latas de lixo de um beco sujíssimo e mal iluminado na área norte do bairro de Shinjuku, Tókio. Era uma madrugada fria e enevoada na capital japonesa.
Naruto usava um terno preto por cima de uma blusa de gola alta branca no lugar da camisa social e gravata que deveria estar usando, e tinha os cabelos arrumados, divididos de lado e controlados com um pouco de gel, coisa muito rara se vindo dele.
Sai e Kiba usavam ternos pretos e não tinham os cabelos arrumados como os do amigo loiro, e muito menos uma blusa de gola alta por baixo do terno. A única coisa que chamava a atenção era o fato de eles terem fones de ouvidos em uma das orelhas; Sai da direita e Kiba na orelha esquerda.
- Ok – Disse Naruto. – A gente está quase chegando lá, só temos que esperar o Gaara 'ttebayo!
- Fala baixo, idiota! – Rosnou Kiba.
- Tá, tá! – Respondeu o loiro baixando o tom de voz.
– São duas e cinqüenta e três. Marcamos às três em ponto. Quanto mais pontualidade melhor...Anko-san parece ser uma pessoa bem rigorosa...- Dizia Sai enquanto olhava seu relógio de pulso.
- Ela é uma maluca isso sim! – Disse o policial loiro se levantando com cuidado, e indo para umas sombras junto à fachada de um prédio abandonado.
- Ela é uma maluquinha mesmo. – Disse Kiba concordando enquanto se levantava e seguia o caminho que Naruto havia feito até as sombras do beco, sendo seguido por Sai. – Ela mata adoidado, é por isso que chamam ela de dama negra.
- Ela é viciada em craque…Nenhuma pessoa realmente sã fuma craque. – Disse Sai que ia seguindo discretamente Naruto e Kiba pelas sombras da rua. – Não pode ser uma princesa encantada, não acham?
- É, é verdade. – Disse o Inuzuka concordando.
Alguma coisa começou a tocar bem como um telefone.
Naruto enfiou a mão direita no terno e tirou de lá um walkie-talkie (N/A: Ou seja lá como se escreva).
- Gaara? – Começou o loiro.
- Use os códigos, Naruto… - Disse Sai.
- Oh, digo, Kazekage, 'cê tá aí? Câmbio.
- Hai, Kyuubi, câmbio. – Respondeu Gaara do outro lado da linha.
- Onde estão a Konuichi e o Shinobi? Câmbio.
- Estão aqui comigo, câmbio. – Disse enquanto Temari e Kankurou falavam alguma coisa aos fundos.
- Onde é que 'cês tão? Câmbio.
- Num beco cheio de lixo...Perto de um prédio em ruínas, câmbio.
- Oh, sei, agente tava aí. Andem mais um pouco, sempre em frente, câmbio. A gente espera por vocês-
Sem o menor aviso, Sai simplesmente arrancou o walkie-talkie das mãos de Naruto.
- Aqui é o ANBU. São duas e cinqüenta e seis. Se vocês não chegarem aqui em dois minutos, a operação vai ser avacalhada, entendeu? Câmbio, desligo. – Afirmou simplesmente desligando o aparelho em seguida.
- Isso é que é TPM hein, Sai! – Caçoou Kiba.
- Vai à merda, Kiba. – Xingou Sai.
- Bom passeio. – Retrucou o de olhos castanhos, ofendido.
- Parem com isso...E não precisa ficar nervoso assim 'ttebayo. – Falou Naruto enrugando a testa para o que a pouco pegara no tal walkie-talkie.
- Nós estamos vigiando essa mulher há três anos, e planejando essa operação há um ano. – Falou ele irritadiço – Vão querer que dê merda depois de tudo isso?
- É claro que não. – Respondeu o loiro, curto e grosso.
- Então pronto, façam as coisas direito.
- Não se preocupe, Sai. Se atrasar um ou dois minutos não vai fazer tudo ir por água a baixo assim. – Disse uma voz de mulher vindo detrás deles. – Está tudo sob controle.
Gaara, Temari e Kankurou estavam atrás dos rapazes, perto de um poste.
- AH! – Berrou Naruto se agarrando ao terno. – Temari-san! Quer me matar de susto, é?
- Cala a boca, Naruto. – Mandou Kankurou tapando a boca do loiro. – Você quer o quê? Que sejamos descobertos? – Mandou ele em meio a sussurros.
- Gomen...- Disse Naruto quando conseguiu tirar a mão de Kankurou de sua boca.
- Essa foi rápida... – Disse Kiba impressionado. – Faz só um minuto que a gente se falou...Tempo recorde!
- Você falou se um jeito tão neurótico que a Temari quase teve um ataque, Sai. –Resmungou Kankurou. – Não faça mais isso.
- Sim, mamãe. – Disse Sai em tom obediente.
- Ora, seu-
- Liga não, o Sai tá de TPM, Kankurou. - Justificou Naruto.
- Há, há, há, – Riu-se Sai, com um sorriso tipicamente falso.
- Esses seus sorrisos me dão agonia, Sai. – Disse Temari baixinho andando silenciosamente pelo escuro, como os outros.
"Você não é a única." Pensou o Uzumaki com seus botões.
Gaara, Temari e Kankurou se vestiam de jeito muito diferente de Naruto Sai e Kiba.
Gaara com uma jaqueta de couro preta, com uma camisa branca por baixo, calça jeans preta, tênis preto, um par de luvas de couro e os cabelos charmosamente bagunçados.
Temari com um belíssimo sobretudo de botões acima do joelho, meia-calça preta e botas de salto baixo e cano curto. Estava com os cabelos soltos e cobertos por uma boina preta, combinando com suas luvas de lã.
Já Kankurou usava uma calça marrom de riscas de giz brancas, um sapato marrom, e uma camisa pólo verde musgo por cima de uma blusa de mangas compridas marrom e um casaco de couro que ele tinha pendurado no ombro, já que não estava usando-o.
O grupo parou numa rua vazia e deserta, sem nada, apenas um carro velho e um beco sem saída.
- A gente espera por vocês aqui. Qualquer coisa, atirem para cima. – Disse Gaara com sua voz rouca.
- Agora a Operação- – Anunciou Naruto sorridente.
- Não fala mais merda, Naruto… - Falou Kiba cortando o loiro.
- Se alguma coisa der errado atirem pra cima e esperem por nós. Descer escadas em meio a um tiroteio é meio complicado. – Disse Kankurou. – Digo por experiência própria.
- Certo, mamãe. – Repetiu Sai indo em direção ao beco com Naruto e Kiba, enquanto escutava Kankurou o xingar baixinho.
Os três entraram num beco sem saída sujo, para onde davam as escadas de incêndio de um prédio velho e de faixada descascada.
A escada já tinha sido descida por alguém. Provavelmente pela mesma pessoa com quem os três iam se encontrar.
Eles começaram a subir as escadas.
Quando Naruto encostou o pé no chão do telhado do prédio uma voz de mulher lhe perguntou de imediato:
- 'Cê é o cara que quer negociar comigo, né? Tá atrasado, mano.
- Perdão, Anko-san. – Disse o Uzumaki tomando certa compostura, falando educadamente.
Uma mulher de blusa preta colada, calçada camuflada do exército e coturnos estava ao lado de dois homens musculosos de roupas escuras.
- Sei, sei. Jin, né? – Questionou ela sorrindo.
- Hai.
- Sabe, eu achei que você 'tava tirando uma da minha cara com essa estória de ser empresário bem-sucedido – Disse ela sorrindo. – Conheço perucas, cabelo pintado e lentes de contato assim como gente que mente. E você não me parece nenhum desses.
- Sim, é verdade…- Confirmou Naruto de maneira tímida, interpretando muito bem.
- Você me parece gente boa. – Disse Anko com um sorriso estranho. – Acho que vamos nos dar bem.
- Sim, é claro. – Disse ele, se aproximando da mulher cuidadosamente. – Ele tá aí, não tá?
- Claro. – Afirmou ela, olhando para um de seus homens, que segurava uma caixinha preta.
- É dos bons? – Questionou olhando para a traficante com ar de desconfiança.
- Ópio afegão é o melhor. – Disse ela trazendo a caixa para Naruto. – Pode olhar se quiser.
Nos instantes seguintes, Naruto examinou a droga ou pelo o menos fingiu fazê-lo.
- É, é verdade. Quan-
- Mil e quinhentos dólares.
- Mil... ?
- A polícia só vive no meu pé agora. Eu tenho que ralar pra conseguir que essa coisinha linda entrar aqui no Japão.
- Sei...Com licença. – Disse para os dois seguranças.
Naruto ouviu o barulho de armas sendo destravadas.
Anko olhou para ele desconfiada enquanto seus seguranças apontavam pistolas para Kiba e Sai.
- Jin-sama não gosta que fiquemos perto na hora do pagamento. – Disse Sai se justificando.
Anko olhou para Naruto como se exigisse uma justificativa.
- Não gosto que eles olhem...Sinto como se eles fossem acabar me denunciando. – Disse em tom de medo.
A jovem ficou quieta em silêncio por instantes enquanto processava no que o outro havia dito.
- Abaixem as armas. – Disse ela por fim. – E vocês dois, fiquem lá atrás. – Disse encarando Sai e Kiba de cara feia. Os dois foram para um ponto do telhado que ficava exatamente para onde Anko e seus seguranças davam as costas. – Fique de olho neles, Genma, não saia, fique olhando daqui mesmo.
O rapaz deu as costas à Naruto e ficou observando os policiais disfarçados.
- Passa a grana. – Mandou ela irritada.
Ele tratou logo de pegar no bolso um montinho de dólares e começar a contar.
- Por que você é loiro e tem esses olhos? – Perguntou ela acendendo um cigarro, ainda com ar de desconfiança.
- Meu pai era americano. Veio pra cá por uma transferência do trabalho. Morreu quando eu era pequeno. – Falou um Naruto tristonho.
- Meu pêsames. – Disse Anko em tom sem sentimentos.
Nesse instante, Sai olhou para ele, que ainda estva com o bolinho de dinheiro em mãos, enquanto coçava a ponta do nariz.
"Código sete...É agora!." – Pensou Naruto, enquanto soltava um berro muito alto.
Genma, que estava virado para os dois "seguranças" olhou para o "empresário" e Sai atirou, enquanto Anko e o outro segurança sacavam suas armas.
Em questão de instantes, tudo o que o rapaz disfarçado de executivo ouvia eram tiros e mais tiros.
Depois de gritar, Naruto havia largado o dinheiro no chão e corrido para trás de uma caixa d'água velha, enquanto mirava a perna de da traficante morena com um revólver.
Foi muito rápido. Viu que havia conseguido acertar a perna dela, e de imediato atirou outra vez mirando a outra perna da morena.
Havia conseguido acertar também com sucesso, pois Anko caiu no chão que já estava salpicado de gotinhas vermelhas de sangue, soltando um gemido alto de dor.
Minutos depois os tiros cessaram e ainda com o revolver em mãos, Naruto deu uma espiadinha para o lugar em que sabia que Sai e Kiba estavam, pelo canto da caixa d'água.
Os corpos sem vida dos seguranças da jovem traficante estavam estirados no chão em meio a poças de sangue, perto de onde o corpo de Anko jazia ou morto ou desacordado.
A dupla estava perfeitamente bem, sem nenhum tiro ou gota de sangue nas vestes, assim como o outro.
- Foi mais fácil do que imaginei. – Disse Sai, guardando o revólver no por dentro das vestes.
- Também acho 'ttebaiyo. – Disse Naruto abrindo um sorrisão colgate.
- Vou ligar para ambulância que-
BANG!
Ouviu-se último disparo.
- Empresário, né, seu tira filho-da-puta? – A voz baixa da mulhyer de preto soou uma última vez, antes que sua mão que segurava a pistola despencasse no chão e seu sorriso cheio de escárnio se desfisesse.
- NARUTO! – Berraram Sai e Kiba ao mesmo tempo.
Algum dos dois atirou para o céu onde o sol já nascia no horizonte.
Naruto caiu no chão.
Ouviu Sai tentando acordá-lo, uma sirene de ambulância, vozes, um marca-passo, a voz de Gaara, a voz de Kiba, a de Temari... E por fim apagou de vez, mesmo com aquela dor enlouquecedora que o atingia perto daquela veia que ele se lembrava que era de onde o cara do laboratório sempre tirava sangue...
E então ele pôde ouvir ao longe duas vozes distantes falarem:
"Doutor Uchiha, ele vai ficar bem?".
"Vai sim. Mais alguns dias e ele terá alta.".
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Naruto acordou aos poucos.
No começo tudo o que via eram alguns borrões brancos cinzas e vermelhos.
Mas logo descobriu que o branco era das paredes, cinzas do marca-passo e vermelhos...uma bolsa de ...sangue? O policial se assustou e olhou para as quatro paredes do quarto em que estava e observou tudo que havia nele. Era branco, com uma janela que dava para uma rua de pouco movimento. Não tinha muitos móveis, apenas um sofá branco que ocupava toda a parede da janela, uma televisão cinza na parede de frente à sua cama, um pequeno frigobar cinza que ficava num pequeno vão deixado entre os armários embutidos brancos localizados perto do sofá, a porta que dava para a saída e uma para o banheiro, nada mais que isso.
Ele ficou meio desanimado...Era tudo tão... branco e cinza...
Foi aí que o jovem notou uma pequena abundância de cores localizada em cima de uma pequena cômoda que estava atrás de seu marca-passo e das bolsas de soro e de sangue.
Eram flores. Flores muito bonitas e de várias cores e variedades, colocadas num vasinho branco e sem graça.
Crisântemos, rosas, rosas amarelas, rosas vermelhas, margaridas, narcisas, glicínias, jasmins e um enorme e amarelo girassol se destacando no meio de todas as outras flores.
E em cima da cômoda, Naruto não pôde deixar de reconhecer cartões coloridos e mensagens de boa-saúde que estavam pousadas perto da haste de metal que suspendia o soro. A haste era o que prendia os cordões de três bonitos balões; um laranja-berrante, um preto e um azul-piscina, as cores das quais mais gostava.
Ele sorriu com gosto. Ter tantos presentes assim era um motivo de alegria para Naruto, que nunca tivera muitos amigos antes de entrar na polícia de Tókio poucos anos antes.
Mas a alegria de Naruto acabou quando ele reparou que tinha uma sonda ligada à sua traquéia, quando tentou dar um suspiro. No lugar da alegria vieram as lembranças da noite em que ele havia sido baleado. E ele tentou associar o que havia acontecido...
Mas antes que ele pudesse pensar mais sobre aquela noite, alguém abriu a porta sem mais nem menos, e sem nem se dando ao pouco bater.
À primeira vista ele achou que fosse Sai, mas depois de analisar melhor reparou que definitivamente não era o seu amigo, embora o lembrasse vastamente.
Era um homem mais alto que ele, cabelos preto-azulados com um corte bem exótico, olhos pretos como o ônix e a pele branca como a neve.
Naruto e o misterioso homem se encararam por alguns segundos e o loiro não pôde deixar de notar que ele era mais ou menos de sua idade.
- Vejo que acordou. Sou Uchiha Sasuke. – Se apresentou o médico formalmente. – o médico resposável por você... Uzumaki-san. – Completou olhando na prancheta que tinha em mãos. – Sou neurologista e neurocirurgião.
- Ah...Bem então você já sabe meu nome, né…bem só pra registrar, sou policial do responsável pelo crime organizado da polícia de Tókio, mais conhecido como CCO. Uzumaki Naruto.
- Sei...Ser policial é bem arriscado não acha? – Perguntou Sasuke com ar de desdém, olhando o braço direito enfaixado de Naruto.
- É…Ossos do ofício. – Disse o loiro sorrindo.
- Certo. - Disseo doutor pondo um par de luvas de borracha e segurando um palitinho de picolé e uma lanterninha que tirara do bolso do jaleco branco. – Agora olhe para a luz...Agora abra a boca…Deixe-me ver esses ouvidos…Muito bem. – Disse ele recolocando os aparelhos no bolso.
- Eu 'tô aqui há muito tempo? – Perguntou Naruto, curioso.
- Você deu entrada na madrugada do dia três. Estamos no dia seis de setembro.
Naruto arregalou os olhos.
- Eu 'tô aqui há três dias? – Perguntou o policial, de queixo caído.
- Hai. Quando você deu entrada, seu estado era grave, você estava a beira do coma, pois havia perdido muito sangue, já que a bala entrou muito perto da sua veia e não conseguia respirar. – Disse tirando o estetoscópio do pescoço. – O que você já deve ter reparado por conta da sonda que está induzida em sua traquéia. – Disse secamente.
- Ah ...eu nem tinha pensado nisso…
- Bem, sei que é estranho respirar por via nasal ou oral quando se está com uma sonda – Disse Sasuke com ar profissional – mas por favor tente respirar por via nasal. – Disse encostando o estetoscópio no peito de Naruto.
Naruto tentou respirar e conseguiu, embora sentisse o ar entrando pela sua traquéia enquanto usava o nariz. Era uma sensação no mínimo desconfortável.
- Bom…Tudo normal.
- Por que enfiaram essa coisa no meu pescoço? – Perguntou enquanto puxava a sonda.
- Não toque nisso! – Gritou Sasuke assustando Naruto. – Porque seu cérebro não estava se lembrando de respirar, provavelmente porque estava sobrecarregado e sobre tensão ou por que você já estava entrando em coma. – Disse ele retomando a imparcialidade na voz.
- Ahhhh...E quando é que eu vou ficar bom? – Perguntou o paciente com certa inocência.
- Acho que em uma semana você já poderá ir para casa. Sabe, vamos fazer uma cirurgia amanhã à tarde para juntar o seu osso que foi perfurado pela bala. E depois você terá que passar algum tempo em observação.
- Ah...Uma semana? – Perguntou Naruto com desânimo. Mas de repente ele pareceu se lembrar de algo importante. – Eu vou poder voltar ao trabalho? – Perguntou com certo desespero.
- Claro. Depois que você sair do hospital já pode voltar. É que na verdade, o seu tio-avô nos deu ordens bem claras de liberá-lo apenas depois que tivéssemos certeza de que você já estava em condições. – Justificou o Uchiha.
- AH! EU SABIA! Tinha que ter dedo do ero-sennin nisso! – Ralhou o loiro com a voz fraca, fazendo bico.
Sasuke olhou para Naruto. Ele mais parecia uma criança super-crescida. Como é que a polícia deixava uma criatura assim ser responsável pela segurança de cidadãos como ele próprio?
– Bem ele está pagando por nossos serviços e exigiu isso embora soubesse que era desnecessário, Uzumaki-san.
- Naruto. – Disse o loiro.
- Hn?
- Chame de Naruto, doutor. – Disse com um de seus sorrisos mais infantis. – Posso te chamar de Sasuke?
O homem seriamente em negar o pedido de seu paciente. Mas como ia se livrar dele em uma semana curta como todas as outras, pensou melhor e disse:
- Pode sim, Naruto.
- Yosh! Ahn...Sasuke, só mais uma pergunta: onde é que o ero-sennin estava?
Supondo que ero-sennin fosse Uzumaki Jiraiya o tio-avô de Naruto, Sasuke respondeu:
- Grécia.
- Certo...Grécia...Bem, obrigado, Sasuke. Obrigado mesmo, se não fosse você, não estaria aqui agora. – Disse abrindo um sorrisão.
- Não há de quê. É o meu trabalho. – Disse indo na direção da porta. - Qualquer coisa chame uma enfermeira, apertando aquela campainha. Se for realmente necessário, ela, a enfermeira irá me chamar.
Sasuke saiu da sala sem ao menos esperar Naruto dizer algo. A expressão de profissionalismo sumiu de seu rosto e no lugar dela, apareceu uma do tipo eu-não-ligo-pra-ninguém-além-de-mim.
- Como é o novo paciente, Sasuke-chan? – Perguntou uma voz vinda de trás dele.
- Você é mesmo um desocupado, Suigetsu. Você não deveria estar examinando o pulmão de alguém, não?
- Eu tava no plantão, mas graças a Kami-sama, meu turno acabou. – Disse ele em tom aliviado. – Soube que aquele cara do coma acordou.
O homem tinha a pele branca e pálida, cabelos claros e um sorriso sacana impresso no rosto. Usava o jaleco branco por cima de uma calça social preta e camisa pólo branca.
- É um policial baleado. Nada de interessante. – Disse com ar de superioridade. – Mais parece uma criança presa num corpo de adulto.
Suigetsu tirou a prancheta das mãos de um Sasuke desgostoso e começou a ler.
- UH! Ele é sobrinho-neto daquele escritor de livros pornôs! – Disse Suigetsu impressionado. – E ele é filho de americano, nossa…
- É um imbecil que só deve ter merda na cabeça que nem o tio-avô. – Disse o neurologista com um meio sorriso.
- Você sempre xinga seus pacientes, já reparou? – Perguntou o pneumologista enquanto devolvia a prancheta.
- Não se deve envolver emocionalmente com pacientes. Você sabe muito bem disso. – Disse o Uchiha enquanto abria uma porta de vidro onde havia uma plaquinha que dizia: RESTRITO A FUNCIONÁRIOS.
- Mas não precisa xingar, né...- Disse Suigetsu.
- Desde que eu não me envolva com pacientes, tudo está bem. Até mesmo xingá-los.
- Você aprendeu com seu pai, mesmo...O clã Uchiha tem a fama que merece. - Resmungou o de cabelos claros, com um sorrisinho cheio de escárnio.
Sasuke girou os olhos e soltou um típico 'hmpf' de irritação.
- Sasuke-kun! – Chamou uma voz feminina irritante que fez Sasuke gelar.
Karin estava parada perto de um rapaz de cabelos e olhos castanhos, alto e moreno, que assim como todos, usava um jaleco branco por cima de roupas convencionais.
- Ohaiyo, Karin, ohaiyo, Juugo. – Cumprimentou Suigetsu.
- Ah, oi, Suigetsu. – Cumprimentou Karin com desdém. – Mas e aí, Sasuke-kun, como vão os seus pacientes? – Perguntou ela enquanto jogava seus cabelos negros e de corte estranho para o lado em tom animado.
- Vivos. – Respondeu Sasuke tipicamente. – Tirando aquele que chegou mês passado...O câncer já estava muito avançado.
- Ohhhh! Que pena...
- Pára com isso, Karin. Você fica igual a uma galinha desse jeito. – Disse Suigetsu com uma risadinha maldosa.
- Ninguém pediu a sua opinião. – Retrucou ela lançando-lhe um olhar mais gelado que um iceberg.
- Mas eu dei e aí? – Respondeu Suigetsu.
- Parem com isso, vocês dois. – Disse Juugo com uma voz calma. – Você é o melhor pneumologista deste hospital, Suigetsu. E você Karin, a melhor proctologista. Vocês bem que podiam agir como adultos responsáveis que são, não é mesmo?
- Você é o melhor ortopedista e cirurgião de ossos dessas bandas, e nem por isso a gente fica te enchendo pra ser 'responsável', Juugo. – Respondeu Karin irritada.
- É! – Concordou Suigetsu.
- Por que ele é responsável e tem juízo, ao contrário de vocês dois. – Disse Sasuke enquanto se sentava numa cadeira que ficava junto à uma grande bancada.
Suigetsu e Karin olhavam Sasuke com desprezo; mas não que o moreno de importasse.
- Você quer que eu opere aquele rapaz amanhã Sasuke – Falou Juugo tranqüilamente – mas eu ainda não sei absolutamente nada dele.
- Uzumaki Naruto, vinte e sete anos, solteiro, trabalha na parte da polícia que cuida do crime organizado em Tókio. Tomou todas as vacinas quando criança, nunca teve nada mais grave que uma virose, nunca foi operado antes e é a primeira vez que é baleado. Foi pego por uma calibre cinco numa operação contra uma traficante em Shinjuku na madrugada do dia três. – Contou lendo a prancheta.
- Alguma coisa no psicológico? – Perguntou Karin curiosa.
- Pais mortos aos sete anos. – Disse o médico responsável pelo loiro surpreso enquanto lia a prancheta. – O tio-avô ficou com a guarda. Tanto o pai quanto a mãe eram policiais. Mas não tem traumas.
- Esse aí gosta de ação. – Disse Suigetsu. – Sabe os riscos e ainda faz questão de corrê-los.
- Tem doido pra tudo. – Falou a moça que por sinal vestia lilás.
- É, tem gente até pra examinar o fiofó do povo, né Karin? – Perguntou o pneumologista com um tom zombeteiro.
- O ânus é uma parte muito importante do corpo humano, se você quer saber! – Disse ela constrangida. – Já pensou se seu organismo deixasse de expelir bolos fecais?
- Bem, ia ser um problemão mesmo. – Disse Suigetsu pensativo.
Karin exibiu um sorrisinho vitorioso.
- Quando é a cirurgia do cara? – Perguntou o médico de cabelos mais claros.
- Amanhã às três da tarde. – Respondeu o ortopedista. – Vou indo, minha assistente me bipou há pouco, tem uma menina com o braço quebrado esperando na minha sala.
- Tchau, benzinho...- Disse Suigetsu com um sorriso maldoso.
Juugo saiu da sala.
- Tenho que ir também. – Disse Karin se levantando da cadeira em que estava.
- Tem muitos fiofós pra examinar, né? – Questionou Suigetsu.
- Vá se danar, imbecil. – Disse ela com ódio. – Até mais Sasuke-kun! – Disse a morena em tom doce antes de sair da sala.
- O que é que você vai fazer agora? – Perguntou Suigetsu a Sasuke.
- Descansar. Não durmo há quase um dia inteiro.
- Certo. Tenho que ir, tem um paciente meu com tuberculose e com consulta pra agora. Bom descanso, meu docinho de coco!
- Vai pra porra. – Murmurou Sasuke.
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- Que téééééédio. Não tem nada pra fazer aqui, dattebaiyo! – Reclamou ele para si mesmo. – Nem o Sai nem o Kiba vão vir me ver...Eles devem estar ocupados almoçando à essas horas…Comendo rámen...Ahhh! Eu queria rámen de porco…
Naruto suspirou pesado, lembrando-se da bendita sonda. Já havia lido todos os cartões de melhoras e também já havia vasculhado todos os canais de TV, mas constatou que não havia nenhum programa que prestasse em canal algum.
Também já havia chamado a sua enfermeira para conversar, mas a mulher não sabia falar de nada que não fossem remédios, injeções, e do fato de Naruto ter sido baleado em um lugar muito perigoso e ter ficado durante 24h na UTI o que estava deixando-o perturbado.
Ficou pensando...Não tinha absolutamente nada para fazer. Não queria que a enfermeira viesse novamente conversar com ele, pois ele ficaria traumatizado de vez. A TV não exibia nada que prestasse e ele não pretendia ler os cartões novamente.
Poderia ficar refletindo sobre alguma coisa como a sua vida pessoal ou a paixão de sua vida que era o seu emprego na polícia. Mas ficar fisicamente parado era algo simplesmente impossível para Naruto, mesmo estando doente, enfraquecido e sem quase nenhuma voz como ele estava.
Poderia tentar dormir, pensou. Mas estava sem sono.
Até que então, teve uma idéia na sua opinião mais que genial.
Tudo bem que ele tinha achado-o uma pessoa fria, mas não custava nada, só tempo que era o que ele justamente queria gastar. Embora soubesse muito bem que seria uma conversa meio desequilibrada, mas talvez desse certo.
Então ele apertou um botão vermelho que ficava perto do telefone de seu quarto.
Minutos depois, uma moça de trajes brancos de hospital apareceu no quarto.
- O que foi agora, Naruto-kun? – Perguntou ela de modo gentil.
- Pode chamar o Sasuke, por favor? – Perguntou Naruto.
A mulher pareceu apavorada.
- O-O d-doutor Uchiha?
- É que ele disse que eu ia fazer uma cirurgia no meu braço amanhã. Aí eu queria conversar com ele sobre isso… - Mentiu Naruto.
- C-Certo…Eu vou dar um bipe pra ele, então. – Disse a mulher saindo do quarto, meio assutada.
"Que doida, tem medo até do chefe". - Pensou o loiro dando risadinhas.
Bem, e aqui está a minha 1ª fic: Ossos do Ofício. Que foi inspirada no episódio de Cold Case em que o rapazinho que é um psicopata serial prende um bocado de moçinhas em várias cidades diferentes para examinar seu comportamento.
Bem, se alguma criatura por aqui já viu , vai pensar "Mas não tem nada a ver"...Bem, não tem mesmo, mas a idéia rolou graças ao epi.
Obrigado aos leitores que leram, e eu espero que gostem desta fic que eu acho que terá cerca de dez capítulos.
E desculpe se alguém aí que tem fic de mesmo nome e se sentiu incomodado, mas eu só descobri que existiam outras Ossos do Ofício há meia-hora atrás quando eu resolvi que iria pulblicar e a minha nee-san me avisou...Ah, sim! Tanks to Eda Suzuki que não é yaoísta mas mesmo assim me betou...
Please, não deixe de comentar se isso aconteceu e você ficou irritado(a), entenda que a Meizinha aqui é nova no negócio e sofre de perda de criatividade habitual.
Se você gostou ou não, odiou ou não, por favor, mande um recado, nem que seja pra mandar um alô! Meizinha vai ficar feliz se isso acontecer...
Obrigado por ler a minha primeira obra publicada, caro leitor e espero que você tenha gostado.
Beijo grande,
Mei.
