Oiii pessoal!! Eu recebi bem mais reviews do que esperava então para vocês decidi continuar e fazer dessa oneshot uma fic de capítulos XDD

Vocês são minha inspiração então não deixem de comentar por favor n.n

Agora revisada (eu mudei várias coisinhas) e repostada!! (Aliás eu acho que ficou bem melhor)

Mesmo quem já leu, algumas passagens estão diferentes. Aviso que essa fic estou fazendo pelo puro prazer de escrever e por que nasceu uma inspiração então talvez demore quero caprichar bastante dessa vez n.n

Boa leitura e espero que gostem!!!


&&&&&&& Flor de cerejeira &&&&&&

Todos tem que fazer escolhas na vida

Algumas delas nem sempre são aquilo que gostaríamos

Mas as consequências são sempre nossas

E não há como evitar

nem se arrepender


Aquele lugar... Sempre o mesmo... Frio, úmido, escuro com aquele constante e infinito som de água pingando, o único que conseguia lembrar... O que fazia em um lugar assim?? Desde quando estava naquela prisão?? Será que havia algo além daquilo?? Eram perguntas que ela não sabia responder e a muito já havia desistido de procurar as respostas.

Mas aquele era o mais próximo que já teve de um lar, mãos enluvadas eram as únicas que a tocavam, vozes distantes e frias eram as únicas que lhe dirigiam a palavra... Seu consolo?? Às vezes quando conseguia se concentrar podia ouvir sua mãe cantando, mas segundos depois se lembrava do grito de pavor dela pouco antes de morrer.

A porta possuía várias marcas de arranhão, marcas que ela fez ainda pequena, ou melhor mais nova por que pequena ainda é, foram feitas na luta por sair daquele lugar, mas nunca estavam perto para ouví-la e com o tempo aprendeu que nem seus gritos e nem suas lágrimas eram o bastante para causar comoção em seus captores.

Seus olhos que a muito tempo eram belos como esmeraldas miravam sem vida ou emoção uma das paredes de pedra, seus cabelos apesar de um pouco sujos continuavam com aquela intrigante cor rósea, chegavam até seu ombro e caíam levemente sobre seus olhos enquanto abraçava as pernas. Ela ficava muito tempo naquela posição, se sentia estranhamente segura, ou algo muito próximo a isso.

Um leve tremor na terra fez um brilho passar pelos olhos da garotinha, era mera curiosidade natural da idade, mas como não foi alimentada por qualquer vontade ou sentimento sumiu em segundos. Depois vieram explosões distantes, passos, gritos, gemidos e silêncio, nada que fosse capaz de causar qualquer manifestação por parte dela.

Tudo aconteceu muito rápido, mas ela nem se deu o trabalho de se preocupar, apenas quando ouviu a porta se abrir fez um mínimo movimento com a cabeça para fitar o recém chegado. Era um Anbu com a máscara do lobo, ele olhou ao redor e quando a viu se aproximou.

Anbu: - Vamos sair daqui. -- Nem a chegada dele foi capaz de fazer algo se refletir naqueles olhos.

Sem qualquer explicação pegou a garotinha no colo e saiu, em breve o lugar viria abaixo.


Em Konoha dias depois o Sandaime, Sarutobi estava em sua cadeira, fumando seu tradicional cigarro enquanto lia pela terceira vez os documentos que tinha em mãos... Depois de pensar muito levantou os olhos para fitar o jovem Anbu a sua frente, ele se mantinha em silêncio enquanto esperava novas instruções.

Sar: - Quem mais sabe sobre isso??

Anb: - Apenas quem participou da missão, meu time.

Sar: - Preciso que a memória deles seja apagada, Ibiki cuidará disso. -- Ele suspirou e deu uma profunda tragada. -- Por mais que sejam Anbus esse segredo é perigoso demais. A memória da nossa nova moradora também precisa ser apagada para o próprio bem dela.

Anb: - Ela não sobreviveria, as feridas em sua mente por causa de experiências recentes são muito profundas.

O Hokage pareceu pesar as palavras dele, fechou os olhos e apoiou a cabeça nas mãos enquanto refletia, depois abriu uma das gavetas e tirou de lá um molho de chaves que colocou na mesa e empurrou na direção do Anbu.

Sar: - Pegue essas chaves, é uma casa pequena na parte Sul da Vila escondida, mas boa o suficiente, quero que cuide da garotinha e mais importante a proteja até que esteja forte o bastante para suportar o jutsu.

Anb: - Isso pode levar meses.

Sar: - Não importa, o bem-estar dela deve ser uma prioridade, a Anbu raiz já mostrou interesse nessa missão, mas não sabem e nem podem saber sobre essa menina, fui claro?? Aliás ninguém pode.

Anb: - Hai.

Sar: - Está dispensado.

O Anbu saiu da sala um pouco frustado, servir de babá para uma garota de 7 anos não era o tipo de missão que ele esperava agora que tinha acabado de se tornar o líder da Anbu, mas não tinha escolha, sabia da importância de sua missão principalmente por que o líder das experiências não foi capturado. Assim que saiu encontrou sua protegida sentada abraçando as pernas na mesma posição em que a encontrou, quase hipnotizada pela parede a sua frente.

Depois de a ter resgatado seu time trocou aqueles trapos que ela usava pela camiseta de um deles, mas o que nenhum deles deixou de notar foi a falta de vida naquela garotinha, sua situação era de dar pena até em uma pessoa como ele.

Anb: - Vamos. -- A garotinha levantou os olhos levemente, mas não se moveu mais do que isso, por isso depois de um suspiro o jovem a pegou no colo


Os dois entraram na pequena casa, bem arrumada e simples, boa o bastante para abrigá-los até que a garotinha se recuperasse, se é que se recuperaria algum dia. Seu salvador pela primeira vez tirou sua máscara permitindo que ela visse seu rosto.

Apesar de ter apenas 13 anos sua aparência era de um garoto de pelo menos 15, sua expressão fria e austera não deixava dúvida que não hesitaria em matar um inimigo e a máscara da Anbu provava que era mais do que capaz disso. Tinha longos cabelos castanhos bem escuros presos em um rabo de cavalo baixo, olhos negros e muito inexpressivos, corpo bem moldado pelos longos treinos e traços bem fortes e definidos.

Mas apesar de toda frieza do grande prodígio dos Uchihas, Uchiha Itachi, a garota o encarava com uma frieza até maior, algo perturbador com certeza. O Uchiha apenas a deixou na sala e foi para os quartos para ver como eles estavam e tomar um merecido banho depois de quase 4 exaustivos dias de missão.

Gar: - Qual o seu nome?? -- Ele ouviu a voz dela pela primeira vez, inexpressiva e cortante.

Ita: - Itachi, Uchiha Itachi., o seu?? -- A voz dele também não foi nada calorosa o que tornava o diálogo algo parecido com a troca de palavras entre dois inimigos antes da luta.

Gar: - Não lembro.

Itachi se virou e a fitou por alguns segundos, depois ele subiu as escadas e ela ficou na sala.

Depois do banho o Uchiha começou a preparar a comida enquanto lia os documentos que foram encontrados quando salvaram a menina, eles descreviam os mais variados tipos de experimentos e tratamentos pelos quais ela passou. Não era à toa que enquanto dormia ela tinha pesadelos, na primeira noite depois de a terem resgatado ele se assustou ao ver como o sono dela era leve e perturbado, sussurrava constantemente palavras como "pare", "chega", "por favor", e desde então ele se perguntava desde quando ela estava presa naquele lugar.

E pelo que estava escrito naqueles papéis ela foi capturada quando tinha apenas 3 anos, sua mãe foi morta na sua frente e isso foi a causa dos estudos. Em um dos documentos vinha a observação: " Provavelmente foi esse acontecimento que a impede de usar sua linhagem avançada, os métodos convencionais não funcionaram. A missão falhou no seu início, quando o coração dela entrou em profunda tristeza. Mas quem sabe ainda possamos encontrar a resposta através das experiências. "

Que tipo de doente mental faria isso com uma garotinha de 3 anos?? Uma estranha revolta cresceu dentro dele, estranho para alguém que nunca sentia nada, mas talvez tenha sido a referência a uma linhagem avançada, sabia o quanto aquilo despertava uma perigosa inveja nos outros e uma arrogância idiota em seu dono. Ultimamente esse era o tema de seus conflitos e pensamentos.

Passos tiraram sua atenção das folhas e ele olhou para o fim da escada para ver a pequena ali, com a mão no corrimão enquanto virava o corpo para ir para sala que era integrada a cozinha, seus cabelos rosados estavam levemente molhados, usava uma camiseta um pouco larga preta com o símbolo do clã Uchiha nas costas e um shorts igualmente preto que parecia algo entre uma calça e um shorts nela.

Aquilo era o melhor que ele poderia fazer levando em conta que aquelas eram as roupas de seu irmão caçula, mas se fosse uma pessoa menos séria e ignorando a falta de expressão da garotinha, teria achado aquela cena kawaii. Quase que automaticamente, ela se sentou na mesa da cozinha e passou a observá-lo, enquanto preparava a comida.

Ita: - Você sabe alguma coisa sobre seu clã?? -- Ela não mudou de expressão nem com a pergunta repentina, mas precisou de alguns segundos para formular a resposta.

Gar: - Não é mais um clã, eu sou a última. -- Silêncio. -- A habilidade deles era de fazer uma pessoa chegar ao seu limite apenas desejando com todo seu coração, mas eu não sou capaz disso.

Ita: ''Ela não pode desejar algo com um coração que nem existe mais."

Gar: - Não é uma boa idéia me manter aqui, só irei trazer problemas. -- Nisso ela desviou os olhos dos dele.

Ita: - Eu vou te proteger.

Itachi não soube dizer o por quê de ter dito aquilo, mas não foi mentira de forma alguma. Ele sentia uma obrigação de protegê-la, mais do que pela missão em si e quanto mais descobria sobre o passado dela, mais forte ela se tornava. Aquela garota parecia capaz de arrancar a verdade de sua alma, mesmo em um curtíssimo tempo criaram um laço estranho, inusitado, mas forte.

Gar: - Não vai ser fácil. -- Os dois se fitaram por mais alguns instantes até que o Uchiha teve que voltar sua atenção para comida.


Mas nunca é fácil mesmo...


Com o tempo dias se tornaram meses, Itachi criou uma rotina, voltava para sua casa no bairro Uchiha pela manhã, pegava roupas, trazia as usadas, cumprimentava sua mãe, ouvia um dos intermináveis sermões de seu pai sobre suas responsabilidades sobre o clã, às vezes via seu irmãozinho treinar e depois voltava. Mas em um desses dias quando se preparava para sair Sasuke o chamou.

Sas: - Nii-san posso treinar com você??

Ita: - Hoje não Sasuke, quem sabe depois.

Sas: - Você sempre diz isso. -- O pequeno Uchiha fez uma cara emburrada.

Sasuke de traços mais delicados que os do irmão, mas ainda assim fortes possuía um cabelo bem negro como o da mãe deles, curto e repicado, olhos de um negro profundo como o de todo bom Uchiha e mesmo sendo bem novo era possível notar que um dia seria um arrasador de corações.

Itachi carinhosamente bateu o dedo na testa do caçula e saiu sem dizer mais nada, mas viu a expressão do pequeno Sasuke mudar da contrariada para a alegre usual. Assim era melhor.

Enquanto isso Sasuke via seu irmão se afastar, seu grande objetivo era alcançá-lo, ser como ele, fazer juz ao nome Uchiha como só Itachi foi capaz e quem sabe, com sorte, poder superá-lo um dia. Sob os olhos infantis daquele garoto Itachi era muito mais do que um irmão era um ídolo, um exemplo a ser seguido.


Itachi podia sentir que sua pequena protegida estava melhorando, mas não podia dizer que de forma rápida, no começo ela mal comia, não falava e ficava sentada no sofá fitando o nada boa parte do tempo. Agora estava conversando um pouco mais, comia melhor e seus pesadelos diminuíram consideravelmente, mas o Uchiha ainda estava surpreso com a falta de vida daqueles olhos que estavam apenas levemente mais vivos. Ele sabia que enquanto ela não esquecesse seu passado não poderia seguir em frente, mas ainda temia que o jutsu para apagar a memória fosse forte demais e causasse danos talvez fatais.

Quando estava ao lado do Uchiha ela podia sentir algo que a muito havia esquecido como era se sentir protegida, apesar dele ser sempre frio e muitas vezes distante ela se sentia incrivelmente segura perto dele, como se nada pudesse ferí-la.

Ita: - Eu vou sair para uma missão aqui perto, não saia e não abra a porta para ninguém. -- Abrindo a porta.

Gar: - Hai... Tome cuidado. -- Ela estava sentada no sofá e lia um livro.

Ita: - ...

Aquela seria uma simples missão de patrulha, só a faria por que a maioria dos Anbus estavam em missão fora da Vila e as chances de algo acontecer agora eram mínimas já que ninguém tentou seqüestrar a pequena.

Ita: --Falando com seus companheiros. -- Podem voltar, já está tarde e nada vai aparecer.

Anb 1: - Nunca se sabe.

Ita: - Podem ir, descansem que vocês vão viajar para Suna amanhã para a missão do Chuunin Shiken.

Anb 2: - Se você tem certeza, mas chame se precisar.

Os dois sumiram deixando o Uchiha sozinho com seus próprios pensamentos sentado em uma árvore, o dia estava chegando, a garotinha estava cada vez melhor e ele se perguntava como poderia executar o jutsu para apagar a memória sem causar muitos danos. Mas foi tirado de seus pensamentos quando sentiu uma presença se aproximando em alta velocidade, esperou e parou na frente do desconhecido bloqueando seu caminho.

Mas nem mesmo ele que raramente expressava sentimentos foi capaz de conter uma exclamação de surpresa ao ver aquela cena. Parado na sua frente estava Uchiha Shisui seu melhor amigo, mais baixo que ele, olhos negros e cabelo curto negro e repicado como a maioria do clã, mas sinceramente não seria capaz de reconhecê-lo. Shisui normalmente um garoto alegre, um pouco ingênuo, determinado e muito bondoso estava com um brilho no olhar que dava medo.

E embaixo do braço direito levava a protegida de Itachi inconsciente.

Ita: - Deixe-a no chão Shisui e volte.

Shi: - Itachi?? Que bom que é você e não outro Anbu. -- Shisui pareceu incrivelmente aliviado quando reconheceu a voz do amigo. -- Finalmente encontrei a garotinha que estávamos procurando!!

Ita: - Como assim?? -- Sua pergunta fez Shisui fazer uma expressão estranha como se achasse um absurdo Itachi não saber.

Shi: - É que você estava nessa missão especial, mas a um bom tempo um homem veio até Konoha e deu informações sobre uma linhagem avançada que todos acreditavam estar extinta e que pode fazer uma pessoa chegar ao seu limite.

Ita: - E daí??

Shi: - Ele disse que uma garotinha tinha esse poder e poderíamos encontrá-la em Konoha, foi difícil, mas alguém conseguiu e eu fiquei encarregado apenas de pegá-la.

Ita: - E o que vão fazer agora??

Shi: - Esse homem disse que é capaz de despertar esse poder nela só precisamos levá-la até ele. -- Ele parecia estar realmente empolgado com a idéia e provavelmente nunca passou por sua ingênua mente pelo que a garotinha teria que passar no processo.

Ita: - Para que querem isso??

Shi: - Você já deve ter ouvido falar do Mangekyou no Sharingan não é?? Ele é a última fase do Sharingan, mas até agora apenas duas pessoas o conseguiram, com a linhagem avançada dessa menina talvez sejamos capazes de dominar essa nova fase e provar que o clã Uchiha é definitivamente o melhor.

Itachi não poderia encontrar outra palavra além de nojo para descrever o que estava sentindo. Como podia fazer parte de algo como aquilo?? Iriam usar uma garotinha para conseguir um poder que eles não eram capazes de ter com suas próprias mãos. Patético e nojento. Esse era o nível ao qual o famoso clã Uchiha estva se rebaixando?? Se recusava a fazer parte disso e não permitiria que aquilo continuasse, nesse momento uma estranha raiva cresceu dentro dele.

Os olhos negros de Itachi deram lugar ao vermelho sangue do Sharingan, Shisui também ativou seu sharingan, mas isso apenas deixou claro a diferença entre o poder dos dois. Itachi tinha o Sharingan na terceira fase a muito tempo enquanto seu amigo estava preso à segunda.

Ita: - Deixe-a no chão e volte Shisui, minha missão é proteger essa menina e não vou falhar.

Shisui empalideceu levemente, mas sua expressão era de puro espanto e de certa forma indignação.

Shi: - Mas Itachi!! Essa é a chance de melhorarmos a linhagem avançada do clã!!

Ita: - A maioria dos Uchihas não é nem capaz de ativar o Sharingan então qual vai ser a vantagem nisso?? Antes de querer melhorar o Sharingan deveriam estar empenhados em melhorar suas habilidades.

Isso foi um golpe forte, Shisui sempre invejou o amigo pela genialidade dele, mas de forma alguma o que Itachi disse foi uma mentira.

Shi: - Você se esquece Itachi que nem todos são gênios como você. -- Itachi não disse mais nada, aquela raiva se mexendo em seu interior... Genialidade. Então o fato de ter quase se matado de treinar não foi nada?? As horas de treinos, os estudos, noites em claro, o cansaço, a dor... Simplesmente eram fruto de sua genialidade.

Era revoltante ter que ouvir aquilo, qualquer um se tornaria um gênio se se esforçasse, claro que alguns teriam que fazer mais do que outros, mas isso jamais poderia ser um argumento para justificar a procura de um poder assim, fácil e às custas do sofrimento de uma criança.

Ita: - Vou dizer pela última vez deixe-a no chão e volte.

Shi: - E o que vai fazer Itachi??

Boa pergunta. Não iria machucar um amigo e por instantes hesitou. Mas para ajudá-lo a se decidir a garotinha acordou, piscou algumas vezes confusa e levantou seus olhos para que eles se encontrassem com os dele. E depois de meses de convivência pela primeira vez o Uchiha conseguiu ver algum sentimento se refletindo naqueles olhos esmeralda, mas não foi algo muito agradável.

Gar: - Itachi-kun!!

Medo... Medo de voltar para aquela prisão, medo de voltar a sofrer experiências, medo de nunca mais ver a luz do Sol, medo de nunca se sentir segura novamente... Medo de nunca mais vê-lo. Aquela visão mexeu com o Uchiha de uma forma estranha e suas dúvidas acabaram, Itachi sacou a espada e viu medo dessa vez se refletir nos olhos de Shisui.

Shi: - É o último aviso. -- Mas depois do espanto, determinação voltou a brilhar nos olhos de Shisui o que selou o destino dos dois.

Lágrimas começaram a riscar a pele clara da garotinha de cabelos rosados ela preferia a morte a ter que voltar para aquele lugar e isso Itachi sabia...

Pessoas que não sofrem não dão o devido valor à vida, mas com certeza apenas pessoas fracas procurariam poder de uma forma tão suja, pessoas que são incapazes de evoluírem sozinhas e isso o irritava.


Minutos depois Itachi voltou para a Vila com suas roupas manchadas de sangue, a garotinha nos braços e seus olhos brilhando com o símbolo do Mangekyou no Sharingan. Entrou na casa em silêncio, deixou a pequena no sofá, mas quando ia se afastar sentiu sua camiseta ser puxada.

Gar: - O que vai acontecer agora?? -- A voz dela foi fraca e chorosa.

Ita: - Eu não sei.

Gar: - Me entregue, se não mais pessoas virão.

Ita: - Não fale bobagens.

Os dois ficaram em silêncio por alguns instantes, mas depois o Uchiha simplesmente se afastou, tomou um banho e depois foi dormir. Deitou cansado na cama e passou a fitar o teto preso em seus pensamentos, ainda podia sentir o cheiro de sangue em sua pele, até já tinha se acostumado com isso, mas o problema era saber que ele pertencia a seu melhor amigo. Shisui estava morto.

Gar: - Eu... -- Ele se sentou na cama -- Eu posso dormir aqui??

A menina estava na porta do quarto dele, abraçada com seu travesseiro, seus cabelos estavam levemente molhados, mas o mais notável era que seus olhos estavam mais vivos, apesar de marejados e mostrarem um certo medo.

Ita: - Durma na cama, eu vou buscar o colchão. -- Itachi passou por ela para sair do quarto assim que disse isso, mas logo em seguida sentiu sua blusa ser puxada pelas costas.

Gar: - Posso dormir com você??

Foi inegavelmente estranho, mas com aquele tom de voz choroso e quase suplicante ele não seria capaz de dizer um não.

Ita: - Vem.

Pelo menos um deles foi capaz de dormir, a garotinha adormeceu pesadamente recostada no peito dele, enquanto Itachi se perdia em suas dúvidas sobre o futuro. Estava dominado por um sentimento estranho: era decepção, a pessoa mais próxima a ele alguém que poderia chamar de irmão o tinha decepcionado, Shisui foi corrompido pela vontade de ter poder, não era mais o mesmo. O Uchiha começou a se questionar sobre tudo que até aquele momento achava que era certo


No dia seguinte pela manhã Itachi arrumou as coisas na casa em que estavam e à tarde foi para sua casa, pegou o que precisava, mas na saída já quase ao anoitecer um grupo do clã o interceptou na porta.

Uch 1: - Itachi?? Você sabe o que aconteceu com Shisui??

Ita: - Do que está falando??

Uch 2: - O corpo dele foi encontrado hoje de manhã com uma estranha nota de suicídio, mas desconfiamos que tenha sido assassinato.

Ita: - Eu estou em uma missão da Anbu, mas vou pedir um time para investigação.

Ele saiu, mas um deles barrou seu caminho.

Uch 3: - Desconfiamos que tenha sido você.

Ita: - O que te faz pensar isso??

Aquele Uchiha mantinha um sorriso maldoso no rosto, é claro que Itachi era o principal suspeito, Shisui foi morto na noite em que deveria trazer a menina que eles procuravam, a mesma que por coincidência era protegida pelo Itachi. Tudo fazia um sentido nefasto. Provavelmente foi por isso que Shisui foi escolhido, todos sabiam de sua frieza, mas ninguém poderia imaginar que ele pudesse matar seu melhor amigo.

Itachi deixou que seus olhos se cruzassem com os do garoto a sua frente, ele devia ser bem mais velho, mas ninguém em sã consciência ficaria no caminho do prodígio Uchiha depois de ver o olhar quase assassino que brilhava em seus olhos. Mas provavelmente a vantagem numérica tenha aumentado a confiança daquele pobre idiota, eram cinco contra um, o que ele tinha a temer??

Atrás do mais velho estava o pequeno Sasuke, aterrorizado pela idéia de perder seu irmão, mas incapaz de fazer qualquer coisa.

Uch 1: - Você vem conosco Itachi.

Ita: - Não.

Itachi tirou o braço que lhe barrava o caminho e passou pelos cinco sem nem sequer olhar para eles, mas eles tinham um segundo plano.

Uch 3: - Maldito!!

Os cinco o atacaram por trás, mas Itachi desapareceu antes que qualquer um deles o tocasse, nem Sasuke que apenas estava assistindo conseguiu ver o que aconteceu exatamente, mas em menos de um minutos apenas seu irmão estava em pé.

Fracos... Nojentos... Sentia nojo de compartilhar o mesmo sangue que aqueles idiotas.


Voltou para sua "segunda" casa quase ao anoitecer, demorou por que queria ter certeza que ninguém o estava seguindo, se bem que nenhum Uchiha iria se aproximar dali agora que sabiam que Itachi era capaz de matar qualquer um. Encontrou a pequena na sala lendo aquele mesmo livro ainda, haviam outros, mas ela lia sempre o mesmo. Aquele que contava a lenda de Tanabata, dos dois jovens amantes que podiam se encontrar apenas uma vez por ano, no dia 7 de julho.

Uma história bonita, mas o que a garota fitava era a capa que possuía uma linda árvore rosa que ela achava realmente intrigante. Quando ouviu o Uchiha se aproximar olhou para ele por cima do sofá.

Gar: - Por que essa árvore é rosa?? -- Ela mostrou a capa por cima do sofá também.

Ita: - É uma cerejeira, fica rosa por causa das flores, as sakuras.

Gar: - Sakuras... Gostaria de ver isso. -- Por uns instantes ele esqueceu que ela nunca viu uma árvore de cerejeira.

Ita: - Eu sei de uma árvore que está com as flores abertas, se arrume que vamos sair.

Itachi depois subiu e se trocou, colocou o uniforme da Anbu enquanto a pequena vestiu um vestido azul que ele havia dado para ela a um tempo atrás.

Gar: - Por que está com uniforme??

Ita: - Eu vou para uma missão depois.

Os dois saíram noite a fora, ela não gostava muito dessa hora do dia, mas não se importava desde que seu protetor estivesse por perto. O estranho era que sabia que algo estava errado com Itachi, mas não poderia culpá-lo depois de ter matado uma pessoa, o que ela não sabia era o quanto aquela morte tinha mudado o Uchiha. Itachi ia um pouco a frente e a guiou até a floresta onde em uma clareira estava uma grande cerejeira florida.

A pequena ficou encantada, correu até a árvore para ver as pequenas pétalas caírem ao seu redor e girava divertida entre a chuva rosa. Itachi apenas assistiu aquela cena de longe e um raríssimo meio sorriso se formou em seu rosto sério.

Ita: - Você precisa de um nome.

Gar: - Nome?? -- Ela o fitou confusa.

Ita: - Sakura.

Gar: - Sakura?? -- Ela abriu um sorriso sincero, talvez o primeiro. -- Gostei.

Ita: - Eu preciso ir agora.

Sak: - Ir?? O que vai fazer?? -- Ela estava com um mal pressentimento quanto aquilo.

Ita: - Algo que deveria ter feito a muito tempo.

Itachi se aproximou, se abaixou para olhá-la nos olhos, aquele par esmeralda já mostrava um brilho diferente, mostravam um pouco mais de vida e sentimentos, em pouco tempo com sorte sua verdadeira personalidade surgiria e ela poderia levar uma infância normal, pena que não estaria por perto para ver isso. Sakura viu aquela imensidão negra mudar e se tornar vermelho sangue com o símbolo do Manguekyou no Sharingan, depois uma forte carga de energia, sua mente ficou vazia e tudo ficou escuro.

Sak: - Itachi... kun. -- Era a última vez que diria com tanto carinho seu nome não é??

É difícil lembrar de algo que aconteceu antes dos 7 anos, por isso ela ficaria bem e com o poder recém-adquirido Itachi conseguiu apagar a memória dela sem danos. A pequena desmaiou nos braços do Uchiha, Itachi a levou dali e a deixou na frente de uma casa, sabia que dariam abrigo a ela.

Ita: - Adeus Sakura. -- Engraçado ele ter dito aquilo, mesmo sabendo que ela não se lembraria nem do nome quando acordasse. Tocou a campainha e subiu em uma árvore, viu uma mulher levar a pequena para dentro e depois de um suspiro partiu noite a fora. Derramaria o mesmo sangue que corria em suas veias e mancharia o nome de seu clã, mas antes por sangue do que por vergonha.


Esse foi o fim do clã Uchiha e o começo para aquela pequena garota de cabelos rosados...


A garotinha abriu os olhos confusa, onde estava?? Parecia um quarto. A luz do Sol que entrava pela janela irritou seus olhos, ela estava com dor de cabeça e não se lembarava de absolutamente nada. Uma mulher entrou e sorriu ao vê-la acordada.

Mul: - Olá, finalmente acordou. Qual o seu nome??

Ela hesitou, nome??

Gar: - É... Sakura.


O problema é que não se pode apagar as marcas que alguém deixa em nosso coração..


Espero que gostem, deixem a opinioão de vocês por favor sim?? Terá continuação dessa vez XD

Deixem reviews onegai!!

Sary-chann