Disclaimer: Bleach não me pertence.

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Linguagem Visual

"Byakuya-sama, todas as pessoas relacionadas ao senhor devem saber o modo como seus olhos falam."

Nunca fora o seu feitio falar. Para ele, murmúrios e sua poderosa linguagem visual bastavam, diante da sua família, atendendo a tudo que precisava. Ele não necessitava de conversas, diálogos demasiadamente completos. Por que precisaria, se tudo que pedia, estava a seus pés?

Mas, diante dela, a linguagem do olhar não funcionava. Não havia como mandar olhares cortantes, ou serenos demais. Ele próprio não deixava. O olhar que Byakuya guardava para Hisana, não era comumente usado.

Era exclusivamente dela.

Algo como carinho, ou amor? Ou talvez, amizade, companheirismo? Ele não sabia responder. Poderia ser uma mistura de tudo, no final das contas.

Ele aprendera com a garota que não se podia usar a linguagem do olhar todas às vezes; além de não funcionar, o olhar deixava inúmeras dúvidas. E, bem, Kuchiki Byakuya não queria deixar dúvidas para Hisana; ele queria que ela soubesse exatamente o que estava expressando.

Ela era diferente de todas as outras pessoas que havia visto; ela era simples, de gestos tímidos, resolutos, calmos. Ela era humilde, meiga, sem exageros que pudessem interferir em seu modo de vida. Ela era apenas ela.

E, isso era o que destacava Hisana em sua vida. Admirável.

Especial.

"O que faz aqui, Kuchiki-san?"

"Hisana, quero falar com você."

Ela era a única pessoa com quem ele conversava. Ainda que, timidamente, ele conversava com ela sobre tudo que acontecia em sua casa, em sua família, mostrando outra realidade de vida, que Hisana não conhecia. E ela lhe contava sobre os fatos corriqueiros do Rukongai e tantas outras coisas.

Ela conseguia entendê-lo mais do que qualquer outra pessoa. O afeto de Byakuya por ela crescia a seus olhos, mesmo perguntando-se inúmeras vezes porque alguém como ele perdia seu tempo, indo quase todos os dias falar com ela.

Para ele, poder ver Hisana era o seu barco salvador, diante de um naufrágio. Ela lhe proporcionava momentos de alegria, paz, tranqüilidade. E, porque não dizer, carinho?

Porque não dizer amor?

"Você quer se casar comigo?"

Os olhos de Hisana arregalaram-se de surpresa.

"E-eu, Kuchiki-san?"

"Claro."

"E-eu... mas..." Hisana baixou os olhos.

"Byakuya-sama, todas as pessoas relacionadas ao senhor devem saber o modo como seus olhos falam."

Com Hisana, a linguagem do olhar da família falhava miseravelmente. Não havia como olhar para ela com arrogância, ou qualquer tipo de sentimento depravador.

Os olhos dele ficavam suaves, cheios de afeto.

Brilhantes.

E, mesmo que Hisana não entendesse o que aquele olhar significava, não fazia diferença alguma para Byakuya. Ela era diferente de todos, afinal.

"Qual é o problema, Hisana?"

"Quando duas pessoas se casam, elas tem que gostar uma da outra..."

"Você não gosta de mim, Hisana?"

Ela sorriu, com doçura.

"Claro que gosto, Kuchiki-san... mas o senhor..."

Ela encarou-o, com os olhos trêmulos. Então, ela viu.

Os olhos deles estavam brilhantes. E ela entendeu.

"Aceito, Kuchiki-san."

Byakuya enlaçou delicadamente a cintura de Hisana, que sorriu.

Afinal, ela também entendia sua linguagem visual.

OWARI

N/a: Na minha imaginação doentia e extremamente fluffy, o pedido do Byakuya e da Hisana seria glicosado, diante da Hisana ser tão delicada, mesmo aparecendo tão pouco no anime/mangá. Tentativa frustrada, mas tudo bem. Reviews, onegai.

Hm, e para os leitores de Subete wa housou da momo e Nonsense stories (Death Note fanfics) eu não sumi. Tenho capítulos prontos, destino de personagens prontos, mas falta tempo para postar. Gomeeeen!