Silver: Hum... testando, um dois, três... testando... Olá... Tem alguém aí?
Belle: eu to aqui /agita os braços freneticamente
Lisa: Hum? /abre os olhos calmamente/ Ah, sim... presente! /coça os olhos
Silver: Hehe... Bem... Parece que estamos todas aqui... Então vamos começar... Muito bem, essa é uma noite muito especial para nós. Uma noite para ficar na história. Aqui no Kodak Theater...Ops... Script errado... Ok. Aqui no Ff, estamos essa noite anunciando mais um brilhante - modéstia à parte - empreendimento das PERVERSA'S CORPORATION.
Belle: Kodak Theater me lembra American Idol... Oops, pensei alto (-.-)... Sim, senhores, um empreendimento único... Não irão se arrepender de depositar seu dinheiro, digo, tempo, lendo essa fic.
Lisa: Depois de muitas reuniões, trocas de idéias, tentativas de arrancar os cabelos uma das outras... Ela finalmente está no ar.
Silver: Antes de começarmos com o espetáculo, permitam-nos contar como nasceu o projeto que nos trouxe até aqui em conjunto... Era uma tarde chuvosa - pelo menos aqui no Recife - e tediosa...
Belle: Aqui não tava chovendo, eu acho...
Lisa: Eu não sei bem como estava aqui - afinal, não havia sido convocada ainda - mas, contando que os últimos meses anda fazendo um sol de derreter o cérebro... devia ser uma tarde ensolarada... e eu, provavelmente, deveria estar com uma bela de uma renite. ¬¬ '
Belle: /rindo descontroladamente/ bem, eu sei, pq aqui ficou meses sem chover... Mas enfim, a Lu me disse que queria escrever uma short S/M e pediu minha ajuda...
Silver: Pois é... Bem, eu estava pensando na Mylla e numa conversa que tínhamos tido certa vez sobre a Susan e a Marlene. A Mylla disse que nunca competiria em pé de igualdade com a Susan porque nunca tinha escrito uma saga em que Marlene figurasse. Eu não achava isso justo. Então, naquele dia, eu estava com a tela piscando em branco na minha frente... Quando a BB entrou.
Belle: eu suponho que ela tenha decidido falar comigo nesse ponto...
Silver: Mais ou menos... Eu estava pensando em escrever uma one-shot... Tinha um título: "Feito Cães e Gatos"; mas nenhuma idéia. Pedi então à BB para formular uma challenge, um desafio para mim. Entre os itens que ela colocou tinha um que me chamou a atenção... Uma perseguição em cima de vassouras. Foi então que realmente começou...
Belle: O que era para ser uma one-shot virou uma short-fic... E à medida que escrevíamos, a short fic virou uma long fic... Foi ganhando vida própria, mútiplos sub-enredos, e percebemos, q só nós duas não conseguiríamos.
Silver: Aí entrou a Lisa...
Lisa: A Lu me falou sobre o projeto e eu simplesmente amei a idéia, principalmente, por causa da existência de um shipper com o qual eu nunca tinha escrito antes.
Silver: E assim formou-se a trupe. E a confusão. Reuniões diárias, trocas de música, formulações e reformulações de cenas... Vocês têm ideia do que é escrever a seis mãos?
Belle: Duvido que tenham... Eu tinha as mensagens da Lu no meu cel até pouco tempo... mensagens combinando horário pra entrar, etc, etc...
Lisa: Eu não cheguei a ter muitas. Geralmente, sempre quando as reuniões eram marcadas, eu estava na net.
Silver: Pobres dos meus créditos de celular... Em todo caso, em certo ponto dos trabalhos, me elegeram líder da patota... e eu liberei meu lado mais sádico e tirânico... Distribuindo ordens a torto e a direito... reformulando esquemas... mandando que escrevessem essa ou aquela cena... adoro isso...
Lisa: o.O. Sim, ela realmente é uma chefe má... HUAHAHAHAHAHAHAHA. Aliás, você não vai me cobrar nada agora, vai? /se esconde/ Também temos que contar que o esquema da fic foi alterado várias e várias vezes e agora ele chegou a um tamanho - digamos que - razoável. /pigarreia/ 40 caps.
Belle: Ela é uma tirana! E ainda diz que tá com sono em off.
Lisa: Exploradora!
Belle: Vamos fazer um motim!
Lisa: Sim! Sem escrever até o próximo Natal! /mostra a língua/
Silver: Onde eu guardei os chicotes/coçando a cabeça/ Claro que vou cobrar! Ainda faltam um monte de cenas! Onde está o absurdo? Aliás, onde está a falta de absurdo! Eu vou lhes dizer onde está! O absurdo se perdeu nas linhas temporais extraplanares de uma dimensão à esquerda da placa que diz "lugar nenhum"!
Lisa/ainda tentando entender a frase final/ Er...
Belle: Vc conseguiu em 5 linhas xD
Silver: Em resumo, vocês não seriam nada sem mim. Eu é quem sempre coloco ordem nessa bodega. Digam aí sem consultarem os esquemas... até que capítulos temos cenas nossas prontas e completas?
Silêncio
Silver: Eu sabia que vocês não sabiam!
Belle: Bem, vamos continuar ou essa N/A, fica maior que o capítulo u.u
Lisa: Devo concordar /mas, se eu não me engano, falta uma cena minha no cap 12. Pelo menos eu sei onde eu parei...huahahahahahaha/
Silver: BB, você me deve uma cena no capítulo 10. Hogsmeade, Três Vassouras, tomada não sei mais que número. É isso.
Lisa: Aposto que ela pescou... huahahahahaha
Belle: Cena que a Lene encontra as garotas no Pub?
Lisa: Acho que é essa, não, chefinha?
Belle/esperando/ Ela tá dormindo!
Lisa: Ih, BB, ela está demorando de escrever... Lá vem bomba. /se esconde atrás de uma placa de chumbo/
Belle/acompanha Lisa/
Silver: Exato. Mas não vamos discutir aqui. Ao final das contas, somos uma família. Famílias têm que dar bom exemplo. Eu falo com a mãe de vocês depois (que, por sinal, também não dá bom exemplo...). Em resumo, vocês já sabem como essa loucura começou. Como ela termina? Nem nós sabemos mais... Entre por sua conta e risco, não nos responsabilizamos por eventuais danos advindos da leitura dessa fic. Aliás, se querem culpar alguém, culpem a tia Jo... Até onde eu saiba, nenhuma de nós tem os direitos sobre os personagens, não é?
Belle: Bem que eu queria ter u.ú
Lisa: Eu bem que queria, mas... bom, podemos rouba-los temporariamente, não/olhosbrilhantes/
Silver: Somos perversas, não? Podemos bolar um plano... E, além disso, eu faço direito. HUAHUAHUAHUA... Quem sabe não há uma brecha na legislação de direitos autorais? Se bem que, se fizermos alguma coisa contra tia Jo, milhões de pessoas ficarão sem o sétimo livro... Alguém aí quer correr o risco de ser linchada?
Belle: Hm... Eu queria roubar um baixista pra mim, mas é mais difícil, já q nenhum dos personagens da Jo é baixista e eu tenho dois em mente que não personagens da Jo, mas são ingleses... E isso não interessa vocês... Desculpa...
Lisa: Eu não. Até ter uma outra idéia melhor, não... /olhar pensativo/
Silver: Eu acho que deveríamos todoas entrar num convento e esquecer o mundo mundano. Homens são antas. Por isso acabamos nos apegando a personagens. Ou ídolos distantes /arrumando os óculos e preparando o divã/ acho que não seria convento... precisamos é de um psiquiatra mesmo... Mas o que isso tem a ver com a fic? Não acham que a gente já enrolou demais?
Belle: Deixa eu sonhar com meu baixista pervertido, baixinho, e com sotaque britânico, por favor?
Silver: Eu mereço...
Lisa: Até que eu queria um Remus da vida. Mas, não se preocupe, titia. Se ele for junto, eu vou para o convento sem fazer objeções. /Lisa se lembra que já está em um/ Ahhh, traz ele para cá? Aqui também tem Ala Psiquiátrica!
Belle: Merece /cantando/ Ela merece! Ela merece!
Lisa/acompanha BB na cantoria/
Siver: Ok, vou ir me jogar da janela. Antes, desejo que aproveitem o passeio. A vista. A paisagem. E etc. Passar bem.
Belle: /escondendo a garrafa de vodka/ A Lu é uma boa companheira, a lu é uma boa companheiraaaaaa... Ninguém pode negar... sai do palco
Lisa/olha para os lados e se vê sozinha/ Cadê o Remie/sai correndo/
Silver: /suspira/ E, como sempre, sobra pra mim... Digam tchau, Lilica!
"coro" Tchau Lilica \o
Capítulo 01: A capitã
- E o jogo continua empatado! 50 a 50! Parece que tão cedo não vamos deixar o campo, pessoal!
Sirius levantou os olhos por alguns breves instantes para o céu escuro. O vento sibilava furiosamente ao redor deles, enquanto a chuva caía violenta, fazendo do campo de quadribol um verdadeiro mar de lama. Não eram as condições mais propícias para um bom jogo, mas eles não podiam mandar no tempo.
Ele rapidamente flexionou os braços ao ouvir uma vassoura zunir à sua direita. James passou a toda, segurando firmemente a goles, tendo os artilheiros da Corvinal logo atrás dele. Era tarefa de Sirius impedir os azuis de roubar a goles do artilheiro da Grifinória. Mesmo que isso envolvesse ter que lançar balaços em garotas.
Os olhos dele se estreitaram em desaprovação quando ele rebateu dois balaços seguidos em cima de Marlene McKinnon. Não era culpa dele se a moça era doida o suficiente para pertencer a um time de quadribol. Ela devia saber que aquele campo não era um lugar para garotas.
Marlene, entretanto, não teve dificuldades em se desviar dos dois balaços. Ela era pequena e leve o suficiente para fazer a vassoura girar para a esquerda sem grandes problemas. Aquele era o principal trunfo da setimanista: Marlene era ágil como um gato e era realmente difícil conseguir pegá-la. Entretanto, num dia de chuva como aquele, esse trunfo acabava por se tornar uma faca de dois gumes.
Por alguns breves momentos, ela perdeu o controle da vassoura. O vento estava muito forte e, se suas vestes não estivessem encharcadas de água, ela provavelmente já teria sido levada há muito tempo por ele. Arqueando o corpo de leve para a direita, ela conseguiu contrabalançar novamente seu peso ao longo da vassoura, equilibrando-se.
- E James Potter marca mais um gol para a Grifinória, abrindo uma vantagem de dez pontos para o time dos leões!
Ela cerrou os dentes, abaixando-se na vassoura, de modo a imprimir mais velocidade a ela. Os cabelos soltos açoitaram suas costas, e ela rapidamente aproximou-se de Keitch, o goleiro do seu time.
- Keitch, pelo amor de Merlin, você tem que voar ao redor dos aros, está indo demais para frente! - ela gritou, forçando ao máximo a voz para se fazer ouvir.
O rapaz passou as mãos pelos cabelos claros e jogou a goles para ela, com um sorriso torto.
- Sim, capitã!
Marlene bufou, mas logo deu a volta com a vassoura, consciente dos olhos dos batedores grifinórios nela.
- Galvin, o que você está esperando para achar esse pomo... - ela resmungou consigo mesma, começando a desviar dos balaços, os olhos fixos nos aros defendidos por MacFarlan.
Enquanto ditava as ordens, a garota estava plenamente consciente dos olhos de Black seguindo-a pelo campo. O rapaz parecia decidido a derrubá-la da vassoura a qualquer custo, mas claro, ela jamais se deixaria derrubar por um dos reis da Grifinória. Nunca.
Desviou-se de mais um balaço mandado por ele, que, por sua vez se divertia bastante com as manobras executadas por ela. Com um passe rápido ela jogou a bola para Mathew Fairchild que estava logo abaixo dela e acelerou a vassoura, chegando mais rapidamente à área dos aros da grifinória. A goles agora estava com Phillipe Edwards e ele se aproximava rapidamente dela.
Como se fosse em câmera lenta, Marlene assistiu a seu artilheiro ser atingido em cheio por um balaço e deixar a goles cair. Deu um impulso e antes que pudesse perceber, estava de cabeça para baixo, presa à vassoura apenas pelos pés, a goles segura nas duas mãos.
- Impressionante! A artilheira e capitã da Corvinal, Marlene McKinnon acaba de pegar a goles de uma maneira incomum. Agora vamos ver se ela consegue virar este jogo.
Com um impulso ágil, Marlene se virou, acabando por desviar de mais um balaço de Sirius. Aquela passara perigosamente perto. O que ele pensava que estava fazendo? Levantou o cabo da vassoura e sentiu os grossos pingos de chuva caindo diretamente sobre ela. O campo agora estava bem embaixo e ela empreendeu uma descida totalmente vertical, fintando o goleiro e...
- Gooool! Da Corvinal! Tudo empatado novamente!
Marlene ergueu a vassoura mais uma vez, exibindo um sorriso triunfante e voou na direção de Black, que a encarava com os olhos apertados.
- Isso foi baixo, Black. Você poderia ter me matado. - ela murmurou para ele, que, mesmo com todo o barulho de aplausos e chuva pôde entender perfeitamente o que ela dissera.
Sirius não disse nada em resposta, apenas assistiu a artilheira adversária afastar-se e deu um sorriso de lado, tirando os cabelos molhados do rosto e voltando a se concentrar no jogo, ou pelo menos tentando.
Nesse momento, James deu mais uma rasante junto a ele, fazendo um sinal com as mãos. Sirius assentiu, sorrindo. Sabia o que aquilo significava. Wright provavelmente encontrara o pomo. Era uma questão de tempo agora. Quando ganhassem aquele jogo, estariam à frente no campeonato, e só teriam mais um jogo contra a Sonserina antes de receberem a taça.
Ele acelerou a vassoura, passando por Edwards e logo chegando em Marlene. Ela estava tentando se aproximar da goles quando ele jogou um novo balaço contra ela. Irritada, Marlene virou-se para ele, os olhos claros brilhando com fúria.
- Esse não é o lugar mais indicado para jovens damas, McKinnon. Por que insiste nisso?
Antes que ela pudesse responder, uma hurra partiu das arquibancadas dos leões e os dois se viraram a tempo de ver Wright levantar a mão vitoriosamente, onde o pomo ainda se debatia.
- E a Grifinória vence mais uma vez! 210 a 60! Os leões tomam a liderança do campeonato com uma diferença de quase cem pontos em cima da Sonserina!
Sirius abriu ainda mais o sorriso, sentindo o gosto de chuva nos lábios. Marlene fez uma careta de raiva, dando as costas a ele.
- Ainda há tempo de reconsiderar minha proposta, McKinnon. Tenho certeza que a festa de comemoração vai ser perfeita. Não gostaria que você a perdesse por um orgulho tolo.
Ela virou-se para ele, um meio sorriso irônico nos lábios vermelhos.
- Sinto muito, Black. Mas há coisas mais importantes que assistir a você se vangloriando por sua total e completa insensibilidade e machismo. Mas, mesmo assim, obrigada.
Em seguida, ela inclinou a vassoura para baixo, pousando graciosamente no chão ao lado dos outros integrantes do seu time. Madame Hook aproximou-se, juntamente com James, e os dois apertaram-se as mãos. Sirius observou, ainda no ar, a garota retirar-se para os vestiários em seguida, enquanto os outros grifinórios enchiam o campo agora para comemorar antecipadamente o título. James estava, certamente, rindo à toa nesse exato instante.
Ele revirou os olhos sem perder o sorriso e a imitou, juntando-se ao seu time. James se aproximou dele, mas, diferente do que ele imaginara, não havia um sorriso na face do amigo. O capitão da Grifinória estava estranhamente sério.
- Sirius, cara, o que você tinha hoje? Deixou quase todo o trabalho pra o Quigley, perseguindo a McKinnon daquele jeito! - James observou Sirius cruzar os braços, começando a caminhar na direção dos vestiários. Por alguns instantes, ele perguntou-se se deveria ficar e esperar o resto do time, mas logo começou a seguir o amigo de perto - E então, Pads, vai falar?
- Eu convidei a McKinnon para a nossa festa de comemoração antes do jogo. - o rapaz respondeu dando de ombros, ainda sem perder o sorriso que o acompanhava desde que falara com a Corvinal pela última vez.
- Você o quê! - James se jogou no banco piscando em descrença para o amigo. - Eu sempre achei que você não confraternizava com o inimigo!
- Se o inimigo for uma bela morena trinta centímetros menor que eu, eu não ligo de "confraternizar" com ela. - Sirius respondeu, começando a se secar.
- Oh, meu caro... A Marlene McKinnon é do tipo pimentinha. Nós, marotos, e o tipo pimentinha, não costumamos nos dar muito bem. - o outro começou a imitar o amigo.
- Fale por você, Potter. Eu nunca tive problemas com a Lily.
- Você nunca se interessou pela Lily, Pads. - James jogou uma toalha molhada no amigo. - Acredite em mim, antes que você perceba, estará fazendo de tudo para sair com ela. - e com essas palavras proféticas, James desapareceu nos chuveiros.
- Calma aí... - Sirius entrou no boxe ao lado do amigo. - Eu achei que você e a Lily eram apenas amigos.
- Bem, depois de três anos de perseguições, é um avanço, você não acha? - se Sirius pudesse ver James, perceberia um certo ar sonhador no rosto do amigo.
- E você prevê que EU vou ter a mesma sina obsessiva que você?
- Bem, os corvinais costumam ser mais racionais, então você talvez pule o estágio da amizade, depois que os dois perceberem que se amam, porém não querem admitir. - James suspirou. - Eu devo admitir, é frustrante. - o som do chuveiro do lado parou e Sirius ouviu James sair.
- Se é assim, por que você não fala isso com a ruiva? - o garoto disse depois de terminar o próprio banho.
- Não é simples, Sirius. Como eu disse, grifinórios são menos racionais e muito mais orgulhosos. Eu não vou engolir meu orgulho de ter desistido dela e aceitado apenas a amizade, e ela não vai engolir o orgulho e admitir que esteve errada por três anos.
Sirius colocou a toalha ao redor da cintura, deixando seu box para encarar o amigo, que já estava quase pronto.
- James, você está parecendo um astrólogo barato. Corvinais isso, grifinórios aquilo... Blá blá blá... Isso é assustador. Francamente. E não é como se eu fosse ficar obcecado pela McKinnon. - ele deu de ombros, terminando de se vestir.
- Bem, se você diz. - James respondeu já na saída do vestiário - Mas eu ainda tenho minhas convicções e acho que você deveria ouvir a voz da experiência.
- James... Cala a boca. - Sirius deu um soco no ombro do amigo e os dois saíram do vestiário, ao mesmo tempo em que o restante do time entrava. - Bem próxima parada, comemoração na sala comunal.
Marlene entrou no dormitório ainda irritada e frustrada com o jogo, apesar de ter ficado algum tempo voando no campo para ver se espairecia. Aparentemente, no entanto, tirar Sirius Black da cabeça era realmente tão difícil quanto se dizia por aí. Suspirando ela se aproximou das amigas, Hestia e Emmeline, que se encontravam sentadas em uma das mesas de xadrez que havia espalhadas pela sala comunal.
- Boa noite, garotas. - ela suspirou, conjurando uma cadeira e se sentando para assistir ao jogo das amigas.
- Bom jogo, Lene. - Emmeline comentou. - Vai entrar para a história o modo como você pegou aquela goles.
- Não que tenha adiantado muito. Eles ganharam. - ela resmungou.
- Ora, Marlene. Você precisa parar de levar o quadribol tão a sério. - Hestia respondeu, avançando um bispo ameaçadoramente na direção de um peão de Emmeline.
- Ela tem razão. - o rosto de Emmeline se contorceu ao ver seu peão massacrado. - Não entendo por que você considera tanto uma vitória em cima da Grifinória.
- Faz oito anos. Oito anos desde que alguém conseguiu derrotá-los na copa. Perdem um jogo raramente. Seria interessante se alguém os vencesse pra variar. - Marlene respondeu, emburrada.
- Bem, por que você não pára de pensar nisso, pra variar? O jogo já acabou e nós ainda temos mais um outro pela frente, podemos muito bem virar. É estatisticamente possível. - Emmeline respondeu.
- Mas fisicamente improvável. Nós teríamos que vencer a Lufa-Lufa de maneira particularmente espetacular, somando no mínimo duzentos pontos de diferença, para termos alguma tranqüilidade. Ganhar é fácil, o problema é conseguirmos estes pontos. A Lufa-Lufa tem a melhor defesa... - a capitã disse, olhando para o tabuleiro. As peças pareceram se encolher, indignadas. - Para completar, a Sonserina teria que ganhar com uma pouca margem de pontos sobre a Grifinória.
- Espera... Se nós temos o melhor ataque, o segundo melhor é da Sonserina, e a melhor defesa é da Lufa-Lufa, como é que os grifinórios sempre ganham? - Hestia finalmente tirou os olhos do tabuleiro, no que foi imitada por Emmeline.
- Eles têm os melhores batedores e o melhor apanhador. Os batedores deles,principalmente, têm sido um grande problema na nossa vida. - os olhos de Marlene faiscaram ao se lembrar de Sirius.
- O Black hoje, em especial, parecia cismado com a sua cara... - Hestia comentou. - Foi impressão minha ou ele realmente mandou aquele balaço na sua direção quando você estava de cabeça para baixo?
- Se foi sua, foi minha também. - Marlene tentou parecer indiferente, dando de ombros. - Mas eu ainda vou reclamar com o capitão deles, ah, se vou. O Potter não pode deixar seus jogadores usarem golpes desses. O Black deveria ser suspenso do time.
- Acho que quem decide isso são os professores, não? - Emmeline comentou.
- Ah, não interessa... Ele simplesmente não poderia ter feito aquilo, e eu vou conversar com o Potter sobre isso. - Marlene suspirou. - Acho que vou subir para o quarto... Ah... Vocês sabem. Treinar um pouco.
- Certo... - as duas amigas trocaram olhares significativos, enquanto Marlene se retirava do recinto.
A jovem McKinnon sentou-se na cama e começou a se concentrar. Não eram muitos os que sabiam, mas Marlene, desde o ano anterior, estava tomando aulas de Transfiguração Avançada com a Professora McGonagall com o intuito de se tornar uma animaga. Claro que havia o pequeno desconforto de visitas mensais de fiscais do ministério, mas se ela queria ser um animago legal, teria que ser assim.
"Deixe seus instintos tomarem conta de você. Sinta o animal que tem dentro de si e que quer sair".As palavras de McGonagall ecoavam na mente quase vazia da garota.
Marlene seguia atentamente às instruções e já conseguia transfigurar as mãos em patas felinas, o que indicava que ela seria algum representante da espécie. Desta vez ela treinava para conseguir transformar mais alguma coisa. Porém era realmente difícil concentrar com Sirius Black toda hora pulando em seus pensamentos. Antes que percebesse a mente de Marlene a levava de volta aos minutos anteriores ao jogo daquela tarde.
- Entenderam? Galvin, você precisa achar esse pomo antes de Wright. Ou então, pode ter certeza, já era. - ela terminava de passar as instruções ao time, já do lado de fora do campo, quando o time da Grifinória saiu dos vestiários.
O jogo ainda seria em meia hora, porém ambos os times tinham o costume de aproveitar o campo enquanto ainda estava vazio. Potter se aproximou do time da Corvinal com um sorriso cordial, mas que Marlene considerou desafiador.
- Parece que vai chover. - o garoto disse com simplicidade.
Mal as palavras saíram de sua boca, um trovão ecoou.
- Isso não vai ser muito bom para os seus óculos. - a garota observou.
- A minha capacidade como artilheiro independe do clima. - ele respondeu, apesar de Marlene ter plena consciência do fato. - Nada que um 'impervius' não resolva. De qualquer maneira, só vim desejar boa sorte antes do jogo. Estive esperando ansiosamente para jogar com a formação que você escolheu, Marlene. - ela se deixou sorrir.
- Só os melhores por aqui, James.
E entrou para o vestiário, para colocar o uniforme azul da casa dos corvos. Julgava-se totalmente sozinha, então não se importou em entrar numa cabine para se trocar. Depois de vestir a blusa e a calça, se preparava para calçar as luvas, quando ouviu uma voz.
- Uau, McKinnon. Você sempre se troca assim? - ela se virou e viu Sirius Black a encarando um tanto quanto... Embasbacado.
- Black! - ela se sentiu corar involuntariamente. - Há quanto... quanto tempo, você está aí? - ela puxou a capa para perto de si. Apesar de completamente vestida, o comentário do rapaz a fizera sentir-se totalmente nua.
- O bastante. - ele respondeu piscando várias vezes, como que acordando, e sorrindo divertido logo após.
- O que você quer aqui, Black? - ela perguntou, agora totalmente mal-humorada.
Se já não o via com bons olhos, agora com certeza o achava um babaca. Ela já tinha um pré-conceito sobre os Black, construído durante anos por Marcus, seu irmão mais velho. Marcus havia tido vários problemas com a prima de Sirius, Bellatrix, enquanto estudavam em Hogwarts e trabalhara todo um folclore sobre a dita família. Agora, com um Sirius Black boquiaberto à sua frente depois de vê-la trocar de roupa, o folclore passara rapidamente a se tornar real.
- Eu vim te fazer um convite. - ele disse, dando um sorriso de lado que, embora Marlene não soubesse, era típico do maroto.
- Que tipo de convite? - ela perguntou, ainda desconfiada.
- Por que você não vai à festa de comemoração que iremos fazer depois do jogo? Eu gostaria de ver você lá.
Ela franziu o rosto, numa clara tentativa de controlar sua irritação.
- Qual é o seu problema, Black? Não se convida o adversário para uma festa de comemoração de vitória antes de um jogo!
- Mas é óbvio que nós vamos ganhar. - ele respondeu, divertido.
Marlene se levantou e foi a passos duros até ele.
- Escuta aqui, seu... - ela disse apertando o dedo indicador no peitoral dele e olhando para cima. Ele era bem mais alto que ela, afinal. - O jogo só acaba quando ele termina! - e com essas palavras ela saiu do vestiário deixando um grifinório um tanto quanto sorridente atrás de si.
Abrindo os olhos lentamente depois de ter essas lembranças um tanto quanto inconvenientes em sua opinião, a garota soltou um longo suspiro. Olhando um tanto quanto desapontada para as mãos, que continuavam iguais, ela se jogou na cama, pronta para desistir e dormir. Um gritinho assustado, no entanto, a fez levantar-se.
- O que foi? - ela disse olhando para Hestia que a encarava de olhos arregalados.
- Seu... er... Nariz... Digo, focinho. - a outra jogou um espelho para a cama de Marlene que o pegou imediatamente.
No lugar do nariz, a garota agora tinha um focinho totalmente felino.
- Fantástico! - ela murmurou.
- Eu acho bizarro. Dá pra voltar ao normal? - Hestia pediu, fechando as cortinas da cama ao redor de si para trocar de roupa.
- Deixe-me ver. - ela concentrou-se em sua forma humana, e assistiu, pelo espelho, o focinho voltar a ser nariz. - Pronto. - ela disse no instante em que Hestia abriu o cortinado, aparecendo totalmente de pijamas.
- Bem melhor. - Marlene jogou o espelho de volta para a amiga e voltou a cair na cama, totalmente eufórica para contar os avanços à professora McGonagall no dia seguinte.
E melhor ainda, por poder dormir com uma desculpa para não pensar em Sirius Black.
