Título: Home, Sweet Home

Autora: Nieryka

Fandom: Constantine Movie

Parzinho Romântico(?): Constantine/Balthazar

Classificação: Slash/NC-17

Sumário: Seqüência de Happy Hour. Constantine fez o convite, Balthazar aceitou. Preciso dizer mais?? No final uma surpresa...evil

Usualmente John teria deixado Chas subir até seu apartamento. O garoto vivia implorando para ajudar a organizar seus livros e artefatos, a dar uma mão em qualquer coisa que pudesse, nem que fosse apenas fazer café ou o jantar de Constantine; porque enquanto John comia, o garoto empunhava seus livretos sobre ocultismo e demonologia, citando parágrafos e mais parágrafos tentando fazer o exorcista comentá-los.

John nunca dizia uma palavra. Primeiro porque, na opinião de Constantine, Chas era apenas seu motorista e queria que continuasse assim. Sem envolvimento, sem conhecimento maior do que o necessário, sem ter que sujar as mãos, não importava o que ele tinha prometido para o garoto antes. E segundo: o garoto cozinhava que era uma maravilha, pra que desperdiçar fôlego falando??

Mas essa noite, não. Após um rápido encontro com o espírito de um bruxo nos subúrbios de L.A. John simplesmente pegou a bolsa com seus materiais das mãos de Chas e, ignorando a cara de aborrecimento e indignação do rapaz, bateu-lhe a porta na cara. Pura rotina aí também, mas nessa noite John estava com um pressentimento muito forte de que receberia visitas. Uma visita em especial.

Já havia se passado quase duas semanas desde que Balthazar e ele tinham tido aquele pequeno intercurso no bar de Midnite, e John começara a achar que o mestiço não ia aparecer, tendo até esquecido o assunto. Ele tinha mais coisas pra fazer, de qualquer forma, e não pensara mais em Balthazar até aquela noite, quando pensou ter visto o demônio em uma esquina ali perto enquanto voltavam desse último caso. E se John sabia de algo a seu próprio respeito era que seus pressentimentos raramente eram infundados.

John guardou suas coisas, tirou o casaco, jogou-o na cama e foi até a cozinha. Abriu uma garrafa de scotch e despejou dois dedos da bebida num copo enquanto dava uma olhada avaliadora a sua volta.

Tudo perfeitamente em ordem. As runas no batente contendo encantamentos fortes o suficiente para conter qualquer demônio ou criatura que tentasse invadir, os galões de água benta enfileirados nas janelas...e pequenos "salva-vidas" espalhados em lugares estratégicos da casa, para o caso de algo dar errado (e Constantine sabia melhor do que ninguém que de algum modo, quando menos se espera, alguma coisa sempre acaba dando errado).

Tomou um gole da bebida, puxou uma cadeira, posicionou-a meio virada para a porta e sentou-se, o cotovelo direito apoiado na mesa e a cabeça apoiada nos dedos curvados. Cinco minutos depois ele ouviu três batidas ritmadas na porta.

A maçaneta girou lentamente e a porta foi aberta, revelando a figura elegante e sempre impecável de Balthazar. Ele encarou Constantine por um segundo e então seu olhar percorreu o batente, avaliando cuidadosamente o prejuízo que teria se lhe ocorresse tentar entrar naquela casa sem ser convidado.

- Não é educado deixar uma visita parada em frente da porta, Johnny.

Constantine se levantou e caminhou calmamente até a porta. Apoiou um ombro no batente e encarou Balthazar com uma expressão divertida no rosto pálido. O demônio franziu levemente a testa.

- E então? – indagou Balthazar, parecendo um pouco impaciente, o que agradou muito a Constantine.

- Eu estou considerando a idéia. – respondeu Constantine. – Tenha calma.

- Você me convidou, lembra-se, John?

Balthazar parecia realmente aborrecido, agora, e John teve que se lembrar que a paciência não era uma virtude das mais apreciadas pelos demônios; na verdade, eles não apreciavam virtude nenhuma, claro, mas era divertido ver Balthazar tão agitado e John jamais deixaria essa oportunidade passar em branco.

- Ora, vamos, Balthy. Por que toda essa pressa para entrar? – John sorriu de lado. – Eu poderia ter feito o convite só pra te mandar pro inferno com mais privacidade.

Foi a vez de Balthazar sorrir.

- Você não pode. Eu não quebrei nenhuma regra, e você não pode me atacar sem motivo ou afetaria o equilíbrio que é tão precioso para sua espécie.

- Eu não contaria com isso. – John se inclinou um pouco até estar quase cara a cara com Balthazar. – Você sabe...o que fez lá no Midnite's poderia ser encarado como um ataque, e eu teria todo o direito de revidar. – ele encarou o demônio fixamente. - Me dê uma boa razão para não fazê-lo aqui e agora.

A voz de Balthazar sibilou suavemente ao responder:

- Porque você quer isso tanto quanto eu, John. Posso ver em seus olhos...e em outras partes também...- completou, dirigindo o olhar pra baixo da cintura de Constantine.

Demônio maldito e presunçoso, pensou Constantine, mas o diabo aqui (sem trocadilhos) é que ele tinha razão, então John deu as costas a porta, foi até a mesa, derramou mais um pouco de bebida em seu copo e, sem olhar para trás, disse alto e claro:

- Entre, Balthazar, você é meu convidado. Sinta-se á vontade...mas não muito.

Enquanto ouvia os passos leves de Balthazar cruzarem a soleira Constantine tomou mais um gole do scotch. Logo o mestiço estava de pé atrás dele e John virou a cabeça ligeiramente para olhá-lo.

- Nervoso, Johnny-boy? – sussurrou o mestiço, aproximando-se mais. – Primeira vez que convida um demônio para dentro do santuário de sua casa? Estou lisonjeado...acho. – Balthazar deu uma olhada avaliadora a sua volta enquanto John se voltava para ele. - Mas confesso que esperava mais da casa do grande e famoso John Constantine...

- Oh, desculpe se eu não arrumei melhor a casa pra te receber, Balthy...mas já que você também não trouxe flores ou bombons acho que estamos quites.

Sorrindo Balthazar se adiantou, tirou o copo de scotch que ainda estava na mão de John, colocou-o sobre a mesa e pousou as mãos na cintura do exorcista, puxando-o devagar. Os cílios de Constantine tremeram ligeiramente mas sua expressão, desafiadora e algo sardônica, não mudou. Quando o mestiço aproximou os lábios de seu ouvido, tocando-o suavemente, John tentou não demonstrar o arrepio que lhe percorreu a espinha. Falhou completamente, claro.

- Só vamos estar quites depois que terminarmos o que você interrompeu no Midnite's, Johnny...- a língua de Balthazar traçou um delicado caminho pelo contorno da orelha de John, fazendo o exorcista gemer e agarrar a borda da mesa atrás de si com força. – Não acha melhor parar de tentar esconder o quanto está gostando disso, John? Fica difícil com uma ereção.

Para enfatizar o demônio apertou firme o volume mais do que evidente na frente das calças de Constantine; a reação de John não poderia ser mais agradável a Balthazar: gemendo o exorcista pressionou-se contra ele, agarrou-lhe a nuca e o puxou para si. Os lábios dele colaram-se aos de Balthazar mas isso não impediu John de dar a última palavra, como sempre:

- Se vai continuar falando eu vou começar a achar que é só isso que você sabe fazer, Balthy.

Os olhos de Balthazar brilharam, vermelhos e ávidos, e num segundo John foi empurrado contra a pia da cozinha, o demônio por cima dele, as mãos trabalhando habilmente para abrir os botões e o zíper de sua calça.

John agarrou Balthazar pelos cabelos e o beijou ferozmente, mordendo-lhe os lábios enquanto sentia uma das mãos do mestiço finalmente encontrar o caminho até seu sexo latejante e começar a masturbá-lo.

O demônio já tinha desabotoado a camisa de Constantine bem como as calças, então John sentiu-se ligeiramente em desvantagem ali com Balthazar ainda todo metido naquele maldito terno, de modo que largou os cabelos dele e começou a livrá-lo de seu caríssimo Armani. Uma tarefa que parecia fácil, mas tão logo John conseguiu tirar-lhe o paletó descobriu-se lutando contra um nó de gravata absolutamente impossível e a droga do colete, também. Constantine praguejou, fez outra tentativa e finalmente conseguiu desatar a maldita gravata; já os botões do colete pareciam precisar de senha pra sair, então ele mandou a paciência passear e num único e forte movimento rasgou a coisa de uma vez. Balthazar quase teve um ataque.

- Esse terno custou cinco mil dólares!!

- Bem, compre um mais barato ou mais fácil de tirar da próxima vez. – disse John, sem nenhum remorso. Ele nunca gostara daqueles ternos, mesmo...mas Balthazar parecia realmente aborrecido e John não queria que ele ficasse aborrecido...(Não quando o demônio ainda estava segurando seu pau em uma das mãos...podia ser perigoso...) então tratou de distraí-lo; sua mão desceu rapidamente pelo peito do mestiço até sua virilha, agarrou o sexo intumescido dele por cima do tecido caro de suas calças e o apertou de leve.

Balthazar gemeu, um som profundo e rouco que fez os cabelos na nuca de Constantine se arrepiarem, e empurrou os quadris, esfregando-se mais firmemente contra a mão do exorcista. Os olhares se encontraram e John viu os olhos de Balthazar ficarem negros de desejo, as pupilas dilatadas ao máximo, aquele brilho vermelho intensificando-se ainda mais.

- Johnny-boy...

A voz de Balthazar era um sussurro quente contra o pescoço de Constantine, os lábios movendo-se, a língua deslizando quente e molhada contra sua pele. John fechou os olhos por um momento perdendo-se nas sensações, ainda sentindo a mão do mestiço masturbando-o devagar então resolveu que não era má idéia retribuir o gesto. Abriu as calças de Balthazar habilmente e escorregou a mão para dentro; fez uma careta assim que seus dedos se fecharam no mastro longo e grosso do meio-demônio...justamente porque era REALMENTE longo e grosso.

Merda.

Se John entendera bem as intenções de Balthazar naquela noite no Midnite's, (e ele tinha certeza de que entendera MUITO bem) as coisas iam começar a ficar complicadas, ali, pelo simples fato de que, mesmo quando transava com demônios masculinos, John nunca deixava de ser a parte ativa. NUNCA. Não com demônios...os malditos sempre acabavam se empolgando demais e Constantine preferia ser capaz de sentar e andar normalmente após uma transa, muito obrigado. Já era um ato heróico, lembrou, conseguir sair da cama de Ellie com alguma energia sobrando quando ELA se empolgava.

Ok, eu realmente vou precisar de algum planejamento aqui, ou vou acabar literalmente fodi...ooops!

Com um movimento brusco Balthazar tinha virado o exorcista de frente para a pia e agora John estava encarando os azulejos da parede de sua cozinha enquanto Balthazar se ocupava em beijar-lhe os ombros e as costas ao mesmo tempo em que esfregava aquela ereção enorme em seu traseiro, fazendo-o arrepiar-se...se de desejo ou de medo era algo que estava além da capacidade de identificação de John naquele momento, porque Balthazar ainda estava bombeando seu pau, agora mais firme e rapidamente.

- Balthazar...

- Sim, John...? – o mestiço mordeu de leve o lóbulo da orelha de Constantine e começou a descer as calças do exorcista lentamente, o peito roçando quente contra as costas dele. Apesar de si mesmo John gemeu entre dentes.

- Espere um instante, ok...

Balthazar franziu o cenho.

- O que é agora, Johnny? – perguntou, num tom de voz ligeiramente ameaçador mas ainda rouco de excitação. – Você não está em posição de me dar joelhadas dessa vez, então não comece a pensar que pode me interromper novamente...seria MUITO rude de sua parte...

John olhou para ele por sobre o ombro.

- É bom que não esteja pensando em fazer qualquer coisa contra minha vontade, Balthazar, porque nesse caso eu vou lhe mostrar o quão rude posso ser antes mesmo que você consiga piscar! – os olhos do demônio cintilaram diante da ameaça mas John balançou a cabeça, controlando-se. – Preste atenção, seu idiota...eu não quero interromper nada...não é esse o caso...mas nem fodendo (literalmente) vamos fazer isso na minha cozinha, ok!!

Balthazar ergueu as sobrancelhas, surpreso, e soltou Constantine. Ora, um homem tinha que ter seus princípios, não? O exorcista afastou o demônio do caminho, foi até a mesa, virou o copo de scotch de uma só vez e começou a caminhar para o quarto, tirando a camisa. Olhou para trás e percebeu que Balthazar ainda estava parado no mesmo lugar, com a cara mais hilária que já vira. Ele parecia ao mesmo tempo confuso, excitado e hesitante...sem contar que seus cabelos desarrumados caindo sobre o rosto, suas calças e camisa abertas e o colete rasgado o deixavam ainda mais engraçado...e sensual. Nem John podia negar aquilo.

- Você vem ou não? – disse John. – Por mais bem dotados que os demônios sejam não acho que seu pau vai me alcançar daí...

Num piscar de olhos Balthazar estava sobre ele novamente. Os dois foram para o quarto em meio a uma confusão de abraços e beijos selvagens até que o demônio o empurrou de costas contra a parede ao lado da cama, segurou seus pulsos contra a parede e John, um pouco tonto, teve uma leve sensação de déja-vu a respeito daquela situação.

Com um movimento sinuoso, deliberado, Balthazar colou-se ao corpo de John e sussurrou em seu ouvido, a voz rouca:

- Acho que foi mais ou menos assim que paramos da última vez, Johnny-boy...

John fechou os olhos e Balthazar escorregou os lábios pelo pescoço do exorcista, subindo e descendo devagar, até alcançar a boca de John e deslizar a língua sobre os lábios parcialmente abertos dele, que estremeceu e então ofegou ao sentir o joelho de Balthazar subir lentamente entre suas pernas, massageando, provocando sua ereção. – Você se lembra, não, John...?

Constantine virou a cabeça lentamente até suas bocas se tocarem e, quando falou, a suave vibração de suas palavras arrepiou a ambos:

- É...mas da última vez você acabou de joelhos, Balthy.

O aperto em seus pulsos ficou mais firme e os olhos do mestiço o encararam de uma maneira subitamente ameaçadora; mas John Constantine era John Constantine: sem perigo não tinha graça.

- Posso pensar em uma posição mais interessante para você, John – Balthazar murmurou entre dentes - ...de quatro, talvez.

- Vai sonhando...

Mas John não estava exatamente em posição de protestar (embora o "protesto" tenha saído sem muita convicção...) e logo Balthazar o lembrou disso. O demônio puxou John pelos pulsos, virou-o, praticamente o jogou de cara para a parede e afastou as pernas do exorcista com um movimento firme do joelho. Constantine tentou se virar mas o peso de Balthazar o manteve no lugar enquanto erguia suas mãos e prendia seus pulsos com apenas uma mão, sobre a cabeça de John, para que a outra pudesse ter toda a liberdade que devia.

Constantine sorriu.

Segurando firme, Balthazar se ocupou em tirar do caminho a calça negra de John e logo ela caiu aos pés dele com um ruído farfalhante; ao mesmo tempo Constantine sentiu algo quente, duro e molhado contra seu traseiro.

A experiência ensinara John a não esperar muitas preliminares quando se tratava de juntar demônios e sexo, o que era muito bom, em sua opinião, porque nenhum dos dois estava ali para um encontro romântico...longe disso, na verdade...mas, quando Balthazar segurou seu quadril com força, firmando-o, tudo o que o exorcista conseguiu pensar foi que, de alguma forma, estavam esquecendo alguma coisa, ali; mas o peito de Balthazar era quente e musculoso em suas costas, o demônio agora respirava pesadamente contra o cabelo e a nuca de John, mordendo-lhe os ombros devagar e esfregando o sexo duro como aço entre suas nádegas ainda sem penetrá-lo, então, por um momento, ele não se importou com o que estava esquecendo e simplesmente se concentrou na sensação deliciosa do corpo de Balthazar ondulando por trás dele.

Já fazia algum tempo que John não era o passivo na cama e, por mais que gostasse de estar no comando das coisas, também gostava de sentir o outro lado da moeda.

Deus. Já faz o quê...?...meses desde a última vez. Desde aquele dia em que Midnite e eu...

A voz de Balthazar o despertou de repente:

- Johnny, Johnny...- ele murmurou. - Você realmente me surpreende, sabe? – John deixou escapar um gemido frustrado, porque o demônio diminuíra os movimentos por trás dele, movimentos que faziam o sexo de John, agora tão duro que ele não sabia quanto tempo mais poderia agüentar sem alívio, se esfregar contra a parede. – É assim que você quer que eu o foda? – ele sorriu contra os cabelos negros do exorcista. – A seco?

Constantine se contraiu. Então fora isso que ele esquecera. Claro.

Virou a cabeça e olhou para Balthazar por sobre o ombro, vendo, preocupado, o enorme sorriso malicioso do demônio e o brilho em seus olhos que indicava sem nenhuma sombra de dúvida que estava planejando algo. Algo que provavelmente seria muito desagradável, pensou John.

- Balthazar, eu estou avisando...merda! - o demônio largara seu quadril mas a pressão de seu corpo era o suficiente para impedir John de se mover. O exorcista de repente sentiu a boca seca e o coração saltando no peito, sua mente já trabalhando rápido para encontrar uma maneira de se livrar daquilo e, finalmente, dar ao mestiço aquela passagem só de ida para o inferno que ele já estava prometendo há tempos. Tentou livrar as mãos, mas não teve sucesso. – Balthazar!

A gargalhada rica e quente do meio-demônio encheu o ar e John franziu o cenho. Sentiu dois dedos escorregadios penetrando-o lentamente.

Mas que porra...?

- Devia ter visto sua expressão, Johnny...- ronronou Balthazar, soltando os pulsos de Constantine. – Impagável...

- Seu filho da puta!

- Onde está seu senso de humor? Afaste as pernas mais um pouco, Johnny-boy...

John emitiu um ruído que poderia ser um rosnado ou um palavrão, não dava pra saber ao certo, mas como estava mais excitado do que aborrecido obedeceu.

O que quer que Balthazar estivesse usando como lubrificante (John procurou não pensar muito a respeito disso) funcionava bem e rápido: logo o demônio já conseguia deslizar três dedos para dentro do corpo de Constantine e, apesar da sensação ainda ser intrusiva, o exorcista não protestou quando os sentiu serem substituídos por algo mais...substancial.

Balthazar o penetrou em um único e forte movimento e John teve que apoiar as duas mãos para não enfiar a cara na parede, um grito abafado escapando de seus lábios antes que conseguisse evitar. O demônio segurou seu quadril com uma mão e a outra deslizou pelo peito de John, em parte para sustentá-lo e em parte para provocar-lhe os mamilos. Constantine pressionou a testa na parede e cerrou os dentes com força quando Balthazar beliscou um, depois o outro e começou a esfregá-los com as pontas dos dedos macios.

- Se eu não soubesse que é impossível, John, poderia realmente acreditar que você nunca fez isso antes. – Balthazar recuou e então mergulhou mais fundo em John, a força da estocada erguendo o exorcista na ponta dos pés. Constantine afundou as unhas na pintura meio descascada da parede e gritou novamente. – Você é apertado como uma virgem de sacrifício, Johnny-boy...

Constantine teria ficado muito feliz em mandar o mestiço praquele lugar mas infelizmente sua voz reduzira-se a grunhidos e gemidos ofegantes agora que cada arremetida o atingia bem naquele ponto profundo e especial dentro dele, então era impossível, mas em pensamentos John estava seguro de que jamais uma criatura fora tão xingada em toda a sua vida!

Quando as estocadas começaram a ficar mais fortes, rápidas, e a respiração de Balthazar ficou descompassada, John sentiu a mão do mestiço escorregar entre seu corpo e a parede para agarrar seu sexo e masturbá-lo no mesmo ritmo intenso da penetração. Foi nesse momento que Constantine mandou pro inferno qualquer discrição, deitou a cabeça para trás no ombro de Balthazar, e começou a gemer alto, ofegando a intervalos curtos até que finalmente atingiu o clímax e gozou fortemente na mão do demônio e contra a parede; após um ou dois segundos Balthazar também alcançou seu próprio orgasmo e o exorcista fechou os olhos com força ao sentir aquele calor preenchê-lo de maneira estranhamente agradável; ao mesmo tempo descobriu que suas pernas não poderiam sustentá-lo por mais nem um minuto.

Parecendo perceber que John estava prestes a ir ao chão Balthazar o segurou, um braço passado firmemente sobre seu peito e o outro lhe rodeando a cintura enquanto ele se recuperava, as duas mãos e a testa ainda apoiadas na parede.

- Ainda entre nós, Johnny-boy? – sussurrou jocosamente o mestiço, o hálito quente contra o ouvido do exorcista. – Parece um pouco...abalado. Foi demais pra você?

- Falando em ego super desenvolvido...- Constantine fez uma careta ao perceber que ainda estava ligado a Balthazar...de maneira profunda. - Ahn...quer fazer o favor de...ow, obrigado.

- Não por isso.

- Agora cai fora.

- Perdão!?

Constantine virou-se.

- Eu já me diverti, você já se divertiu, agora dê o fora. Eu quero dormir.

- Francamente, John, você não tem nenhum senso romântico...

- Sei, sei, sei...- disse John, então passou pelo mestiço e desabou na cama...de bruços, claro. – Você sabe o caminho da porta.

A última coisa que Constantine queria era Balthazar ali enquanto ele estava cansado e vulnerável daquela maneira. Tinha que fazer o demônio sair enquanto ainda podia fingir que tinha alguma energia sobrando...e em alguns minutos não ia conseguir nem se manter de olhos abertos.

Com um sorriso algo enigmático, mas que sem dúvida nenhuma continha uma grande parcela de prazer pelo que tinha ocorrido ali, Balthazar deixou o quarto de John já recompondo-se (na medida do possível para quem tivera uma ou outra peça de roupa rasgada).

Constantine ouviu quando a porta da frente finalmente bateu e então fechou os olhos, exausto, mergulhando no sono.

Quinze minutos depois John despertou bruscamente. Alguém estava esmurrando a porta da frente com força, desesperadamente, chamando seu nome.

- John!! John, você está aí?? John!!

Em meio ao atordoamento ele reconheceu a voz.

Chas?

- John!! JOHN!!

Por um momento John ficou tentado a não responder, imaginando o que teria acontecido para que Chas estivesse na sua porta naquela hora da noite e agindo como se o mundo fosse acabar se John não respondesse.

- JOHN!!

Mais batidas, dessa vez ainda mais fortes.

- Ok, eu já vou!! – Constantine gritou do quarto e se levantou devagar. Era melhor ir ver de uma vez o que estava acontecendo, antes que alguém no prédio resolvesse chamar a polícia ou que Chas conseguisse mesmo por a porta abaixo.

Após vestir-se de maneira apropriada para receber (e talvez estrangular) seu jovem motorista-aprendiz, John foi até a porta e a abriu, certificando-se de parecer tão irritado quanto realmente estava ao encará-lo.

- Jesus, garoto, o que é agora??

- Oh, John, graças a Deus!!

Chas estava praticamente dando pulinhos em frente da porta, os olhos enormes, antes assustados, agora transbordantes de alívio; John teve a impressão de que estava diante de um cachorrinho gigante e excitado sacudindo a cauda para o malévolo dono que o deixara pra fora de casa. Na verdade a impressão era tão forte que o exorcista ficou muito inclinado a arranjar uma coleira e mandá-lo sentar, rolar ou possivelmente e de preferência, fingir-se de morto!

- Que diabos está aconte...

- Oh meu Deus, John...- começou o garoto, tremendo como uma vara verde. – Quando eu o vi saindo daqui pensei que você estivesse morto, ou ferido, ou...ou...sei lá...então eu TIVE que vir e...

- Chas...?

- Hun?

- De que diabos você está falando? Viu quem? – quando percebeu que o rapaz ia desatar a falar feito louco novamente o exorcista ergueu uma mão para fazê-lo silenciar e completou. – Do começo e com calma.

Enquanto o rapaz respirava fundo Constantine tentou se lembrar se ainda tinha aspirinas em casa; já estava sentindo a enxaqueca começar a tomar corpo.

Chas começou a falar:

- Bem, eu estava passando por aqui a caminho da garagem, sabe...- explicou ele, tentando soar casual, mas não era muito fácil já que John sabia muito bem que o caminho para a empresa de táxis onde ele trabalhava ficava do outro lado da cidade. – E então, de repente, eu vi aquele mestiço, Balthazar...aquele que você me mostrou uma vez, lembra...? – John assentiu e o rapaz continuou. – Bem, ele estava saindo daqui do prédio, então eu imaginei que talvez...talvez você estivesse com problemas...então eu vim ver se...se você estava bem. Você está bem, certo?

Estou com sono, minha cabeça está explodindo e certas partes inconfessáveis da minha anatomia estão REALMENTE me incomodando no momento, ou seja...NÃO eu NÃO estou BEM.

- Sim, eu estou bem, Chas. – respondeu John, suspirando. – Balthazar e eu tínhamos um assunto pra resolver, só isso.

Chas sorriu aliviado e então, inesperadamente, sua barriga roncou tão alto quanto o rugido de um tigre. Um tigre bem grande e faminto John percebeu. O rapaz ficou vermelho.

- Eu...ah...ia deixar o carro na empresa e...comer algo...por aí...mas...

John reprimiu um sorriso. Paciência, pensou, resignando-se a adiar seu descanso por mais algum tempo; e, de qualquer forma, também estava ficando com fome.

- Espere aí um instante. –disse. – Vou buscar meu casaco.

- Você vai sair? – perguntou Chas, um tanto tolamente.

- Nós vamos. – respondeu o exorcista, indo para o quarto. Ao voltar acrescentou - Você me acordou e agora estou com fome. Aquela lanchonete na outra esquina é uma droga, mas vai ter que servir. Vamos.

O sorriso que se abriu no rosto do garoto fez John esquecer, por um momento, qualquer enxaqueca.

Uma hora e meia mais tarde John estava de volta e assim que parou em frente de seu apartamento soube que algo estava errado.

Abriu a porta lentamente. Quando seus olhos fixaram-se no batente, praguejou.

Miserável! Eu devia saber!

Um dos símbolos de proteção gravados na madeira fora arranhado, inutilizando, pelo menos em parte, o encantamento. Um demônio menor ainda não poderia passar sem ser admitido, mas um demônio mais forte não ficaria intimidado por uma barreira fraca. Balthazar devia ter feito aquilo antes de sair do apartamento, claro, e Constantine xingou-se por ter baixado a guarda de maneira tão idiota; sabia, no entanto, que para fazer aquilo o mestiço também se ferira...suas garras ficariam inúteis por semanas...o que era um consolo para John apesar de tudo. Mas a coisa não parava por aí; eles tinham sido rápidos: Alguém...ou alguma coisa...estava lá dentro...esperando por John.

John puxou a corrente de metal que acionava as roldanas das janelas e logo uma luz difusa encheu o apartamento, vinda dos letreiros e postes de iluminação na rua. De onde estava Constantine conseguia ver a silhueta de alguém sentado na poltrona vermelha no canto do quarto. Enfiou uma mão por dentro do casaco e tirou duas ampolas de água benta do bolso interno enquanto a outra já segurava firmemente um pergaminho velhíssimo, onde estava escrito o nome secreto do Arcanjo Miguel. Pronunciar esse nome paralisaria qualquer demônio ou criatura imunda tempo suficiente para que John pudesse fazer seu trabalho com calma. Avançou devagar até postar-se junto à entrada do quarto.

Então seus olhos se acostumaram com a luz fraca e ele reconheceu imediatamente quem estava ali. Constantine empalideceu mortalmente.

A figura sentada na poltrona cruzou as pernas e sorriu. John sentiu-se gelar por dentro.

- Olá, John. Há quanto tempo.

- Oi, Lú.

Fim da Segunda Parte da Trilogia. (Agora é moda, poxa...)

Eu SEI que sou má! A seguir, no segundo capítulo de Home, Sweet Home: John e Lúcifer tem uma séria conversa porque...ora...Lú nunca foi de gostar de dividir os brinquedos, sabe...

(Desculpem sinceramente pela demora. Tive que reescrever essa fic duas vezes porque não estava ficando como eu queria. A continuação virá com menos atraso...espero...sorry)