- Capítulo 01 – Sangue, Chantilly, Champanhe e Morangos
Nosso
amor é pra sempre
Uma história pra ficar
Quando um coração
decide assim
Tem começo e não tem fim
(Uma História Pra Ficar – The Originals)
Narrado por Hermione Granger
Eram duas e meia da manhã quando alguém tocou a campainha da minha casa. Logicamente não era hora de se visitar ninguém, mas...
Eu acordei meio grogue, e sem me dar conta, fui abrir a porta apenas com a minúscula camisola vermelha de seda que eu usava.
- Hermione, desculpe... – Mas Harry não conseguiu terminar a frase ao me ver, assim que eu abri a porta.
Foi aí que me dei conta de como estava. O sangue subiu ao meu rosto.
- O que foi Potter? – Draco perguntou se adiantando e entrando na casa. – Ah, é só por causa disso? – e olhou descaradamente para as minhas pernas. É, eu mereço.
De repente, o loiro me segurou pela cintura, colou seu corpo ao meu e pôs seus lábios sobre os meus num beijo de tirar o fôlego. Depois suas mãos seguiram uma para minha nuca e a outra para a minha bunda. Além é claro, do fato que ele faltava tirar a minha roupa ali mesmo. Mas a única coisa que ele fez foi deixar à mostra um pequeno pedaço da minha roupa íntima. E obviamente, como se pode perceber, eu e Draco tínhamos até esquecido da presença de Harry e Ronald ali.
A cena parou, por infortúnio do destino, porque o curupira pigarreou e perguntou se íamos demorar muito. Paramos no mesmo instante. Mesmo assim, Draco passou os braços pela minha cintura, sem a menor chance de eu poder me soltar.
Olhei para Harry primeiro. Ele estava atônito e babava.
- Fecha a boca, Potter.
Tive de segurar o riso.
- O que está fazendo aqui, Ronald? – perguntei fazendo uma careta e arrumando delicadamente a camisola.
- Deixe-o entrar e esfriar a cabeça. – Sussurrou o loiro em meu ouvido. Isso era algo que nem em sonho ele me pediria. Talvez nem em meus piores pesadelos.
- Por quê? – rebati no mesmo tom dele.
- Só faça, Mione.
- Tudo bem – assenti contrariada. – Entrem – e sai do caminho para eles passarem.
Assim que o ruivo passou por mim, lancei um olhar puro de ódio para ele. Ele pareceu não se importar.
- O que vieram fazer aqui há essa hora? Ou melhor, o que o Ronald aprontou?
- Ele não aprontou nada, só viemos ver se você estava bem.
- Pare de mentir Harry, porque nem isso você sabe. O que ele aprontou?
- O Weasley bebeu além da conta – disse Draco em um tom monótono, dando de ombros.
- E o que é que eu tenho haver com isso?
A Barbie riu com gosto.
- Tudo haver. – respondeu junto ao meu ouvido, me fazendo arrepiar.
Revirei os olhos.
- Harry, coloque-o debaixo da água fria e depois o deixe no quarto de hóspedes.
Ele me olhou confuso. Fazia bastante tempo que não visitava a casa de Sirius.
Sirius estava fazendo algo pra Ordem pelo que tinha me dito, e perguntou se eu queria morar ali por um tempo. Aceitei quase imediatamente e Mônica me ajudara a arrumar a casa com deleite.
- Segundo andar, terceira porta à esquerda. O banheiro é do lado direito do quarto. – disse por fim e soltei um suspiro. Para o bem de Ronald, decidi não olhar pra ele. Aliás, se olhar matasse, ele estaria morto a partir do momento que cruzou a soleira da porta.
Harry subiu as escadas da casa com o amigo.
- O que é que você veio fazer aqui, Draco?
- Hey, eu tava saindo do Ministério e não queria ir pra casa.
- E veio me incomodar no dia do meu sono precioso...
Ele revirou os olhos.
- Por que o Ronald bebeu?
- Sei lá. O Potter disse que foi dor de cotovelo.
- Pra variar.
- Acho que ele ainda gosta de você.
- Jura que você só acha?! – Eu ri. – Eu parei de gostar dele há dois anos, com aquela sua aposta com o Blaise e a Pansy.
- Eu sei. O que é perfeito pra mim.
- Você sabe perfeitamente de quem eu gosto, não é? – e sorri maliciosa.
- Sei, por isso que nesse exato instante nós devemos parar de conversa fiada, e resolver outro assunto.
- E qual seria...?
- Esse – e me beijou.
- Você definitivamente me ama, Draco.
- Agora que você descobriu isso? – ele riu.
- Acho que não. – Selei meus lábios aos dele novamente, e ele me pegou no colo.
- Você nunca vai parar com isso, não é? – e comecei a gargalhar.
- Nunca. – Prometeu, subindo as escadas em direção ao meu quarto.
________
- O que é isso? – perguntou alguém aos berros, ao provavelmente entrar no meu quarto e me ver dormindo ao lado de um Draco quase nu.
Levantei em um pulo.
- Ronald Bilius Weasley, quem te deu a permissão de entrar aqui? Saia agora! – Eu já estava gritando.
- Weasley, será que não dá pra sair?
- Não!
- Sai!
- Anda logo, Weasley. – Disse Draco, entediado, empurrando o curupira para fora do quarto.
- Me solta Malfoy!
- Não.
Só ouvi o "crec" depois disso. Ele tinha quebrado o nariz de Draco.
- Draco, vem aqui. Deixe-me olhar isso.
O loiro fez o que eu pedi.
- Qual é Ronald? Ele não fez nada pra você! – Peguei duas gazes na gaveta do criado-mudo, logo atrás de mim, e comecei a limpar o filete de sangue que estava saindo do nariz dele.
- Fez sim.
- Isso foi a quase três anos! Saia daqui agora, por favor. Eu não quero ver o Draco pior do que já está por sua causa.
Ele riu e se retirou do recinto, fechando a porta.
- Ai, Hermione!
- O que foi?
- Está doendo.
- Desculpe.
Ele fez uma careta.
- Sente-se aí que fica mais fácil pra mim. – E me sentei na cama, de frente pra ele.
- Então, vai arrumar o meu nariz ou não?
- Cale a boca e espere Draco.
- Eu estou esperando.
- Então cale a boca. Eu sei o que eu estou fazendo.
- Claro que sabe. – E revirou os olhos.
Peguei minha varinha, e recitei o feitiço. Outro "crec". O nariz dele voltara ao lugar.
- Ai!
- Isso foi pra você aprender...
- Tudo bem, tudo bem, eu já aprendi a lição. Mas ainda está doendo.
- Deixa de ser mole, Draco.
- Eu não estou sendo mole. Está doendo mesmo.
- Deita aí, Draco.
- O quê?
- Se deite. – Repeti impaciente.
Ele obedeceu.
- Por quê?
- Você estava falando e abaixando a cabeça. Agora não pode abaixar a cabeça, e fica mais fácil pra limpar o resto do sangue.
- Certo.
Eu quase me deitei sobre ele, pra terminar de retirar o resto de sangue do rosto dele.
- Melhorou?
- Sim. Pode ficar sem se mover por um instante?
- O que está... – De repente, olhei para os olhos dele.
- Fala sério, até parece que você já não viu isso milhares de vezes.
- Hoje ainda não. E não deste ângulo.
- Idiota.
Que ótimo, ele estava olhando para o decote em V da camisola. Tentei me levantar; mas o que ele fez? Me puxou para um beijo, ficando por cima de mim.
- Eca, Draco. Sua boca está suja de sangue.
- Qual é o problema?
- Isso é nojento. Anda, me deixe terminar logo com isso para eu ir para o St. Mungus.
- Mione.
- Que é?
- Hoje é domingo.
- Domingo?
- É.
- Lá se foi uma desculpa para eu sair de perto de você.
- Hey! – e riu.
- O que é? Essa semana milagrosamente, nós nos vimos todos os dias.
- Pois é. – Ele me lançou um sorriso torto.
- Quer fazer o favor de sair de cima de mim, pelo amor de Merlin?
- Mione.
- O que é dessa vez?
- Sua camisola está rasgada.
- Como é?
- Está por um fio de rasgar.
- Você rasgou a minha camisola! – e comecei a bater nele.
O loiro segurou meus braços acima da cabeça.
- Me solta, Draco.
- Não.
- Me solta logo Malfoy.
- Não.
- Vou ter mesmo que fazer isso?
- Isso o quê?
- Vai me soltar?
- Não.
- Isso.
Só o ouvi urrar de dor, enquanto eu levantava da cama. Eu havia dado uma joelhada no lugar onde não devia.
- Isso é golpe baixo.
- Baixo mesmo. – E comecei a rir.
- Qual é, Mione?! Você não quer que tenhamos filhos, é isso?
- Não, não é isso. É claro que eu quero, mas era a única forma de você me soltar.
- Argh.
- De nada por consertar o seu nariz.
- Obrigado. – Do nada, ele me olhou maliciosamente, enquanto eu cruzava os braços. – Mione, você percebeu que a sua camisola terminou de rasgar, não percebeu?
- O quê? – e olhei pra baixo.
Epa.
Minha última camisola vermelha estava no chão, e a única peça de roupa que eu vestia agora era uma micro roupa íntima, que não cobria quase nada. Tá explicado.
- Que ótimo, vou ter que comprar outra. – E revirei os olhos, contrariada. – É a terceira essa semana, Draco. Se controle. E por que sempre as vermelhas? Argh.
- Raramente você veste de outra cor.
Que maravilha, agora ele estava vindo até mim. E só neste exato instante, eu percebera que Draco vestia apenas a maldita boxer preta.
- Raramente você me permite vestir outra cor.
- Vermelho fica bem em você. Mas está trabalhando demais.
- O que isso tem haver?
- Não está percebendo as coisas muito rapidamente. – Respondeu, sussurrando no meu ouvido, como que pra provocar.
- Eu percebi quando o Ronald entrou aqui. – Tentei fazer com que minha voz saísse alta o suficiente, mas não passou de um murmúrio.
- Mas ainda não percebeu o seu estado. – E colou o corpo ao meu.
Meu coração acelerou com o contato da pele dele com a minha.
- Que estado?
Ele riu novamente.
- Se olhe no espelho e entenderá.
- Você está ficando louco, Draco.
- É sério, dessa vez eu não estou pirando.
Fiz o que ele pedira, e me encaminhei ao espelho a poucos metros dali, no banheiro do quarto. O loiro me seguira.
- Epa.
- Viu?
- Odeio quando você inventa alguma coisa.
Ele soltou uma gargalhada gostosa.
- Isso lá é motivo pra rir?
- Claro que é. Você está... linda. – E mordeu os lábios.
- Idiota. – Tentei respirar fundo, pra não quebrar o nariz dele de novo. – Francamente Malfoy. Chantilly?
- Esqueceu dos morangos, e do champanhe também.
O sangue corou minhas bochechas.
- Eu mereço. Odeio quando você inventa algo desse gênero.
- Você pareceu gostar bastante na hora. – E riu, me abraçando por trás.
- Só pareceu mesmo.
- Geralmente você adora quando eu invento alguma coisa.
- Geralmente não quer dizer sempre.
- Admita Mione...
- Admitir o quê?
- Que você ama as minhas idéias.
- Eu amo você, não as suas idéias.
- Já é alguma coisa. – Ele gargalhou.
- Uh. Eu preciso de um banho urgente.
- Precisa de ajuda?
- Claro que não.
- Claro que precisa.
Meu estômago resolveu dar o ar de sua graça.
- Não vou discutir com você agora. Eu estou com fome.
- Assim que nós tomarmos banho, vamos almoçar.
- Você eu não sei, eu já estou indo. – E me desvencilhei dele, abrindo o chuveiro. – Tem outro banheiro no corredor, quase em frente a esse quarto.
- É, eu sei Mione.
- Ótimo. – Tirei a peça de roupa que faltava, entrando debaixo da água quente, e fechando os olhos. – Ainda não ouvi você sair.
- Eu não vou.
- Ainda acho que eu arrotei na santa ceia. – Resmunguei, quase ouvindo os passos dele na minha direção. – Eu já sei o que você quer.
- Talvez seu palpite esteja certo. – Ele me puxou pela cintura e me beijou calorosamente.
- Você nunca se contenta com nada. – Eu bufei.
Ele riu, me beijando novamente.
_______
- Será que nunca conseguirá se desgrudar de mim? – perguntei, enquanto descíamos as escadas, com os dedos entrelaçados.
- Nunca. – E sorriu.
- Até imagino o que aconteceria se eu morresse.
- Minha vida não teria sentido sem você.
Alguém pigarreou assim que chegamos ao chão plano.
Arrumei meu short jeans e a camiseta preta, e olhei na direção oposta a que nós estávamos.
- O que ainda está fazendo aqui, Weasley? – perguntei fria.
- Estávamos esperando vocês para ir almoçar, Mione. – Respondeu Harry, entrando na frente do amigo.
- Podem ir.
- Não, você entendeu errado. Nós vamos com vocês.
- De jeito nenhum. É mais fácil eu pedir ao Draco para que mate o Ronald bem lentamente, diga-se de passagem, do que agüentar olhar pra cara dele por um minuto que seja, depois do que aconteceu hoje.
Draco abafara um riso.
- Você está bem, Hermione?
- Melhor sem você, Ronald.
O loiro não conseguiu se controlar dessa vez.
- Podia ter ficado sem essa, Weasley.
Meu estômago deu o ar de sua graça novamente.
- Harry, você pode vir, é claro. Ele não.
- Tudo bem. Hã... Nós ouvimos gritos. Você está bem, Mione?
Ê pergunta infeliz.
Eu não gritei tanto assim, ou eu cheguei a esse ponto?
- Tanto de madrugada quanto ainda pouco. – Completou ele.
Comentário infeliz esse.
- Conseguimos dormir só depois das quatro da manhã. Eu ia bater na porta pra saber se estava tudo bem, mas vocês estavam rindo.
Correção básica: nós estávamos bêbados. Lálálá.
Aquilo foi apenas a mistura louca de chantilly, champanhe e morangos, quando é chocolate ao invés de chantilly, é pior. Ah é, a sessão de risos foi uma pequena queda minha, nada demais. Eu só caí de bunda no chão.
Draco obviamente se lembrava dessa cena, pois estava mordendo os lábios com força, tremendo e com uma cara inegável de quem tinha culpa e vontade de rir.
Pisei no pé dele discretamente com a ponta da sandália de salto que eu usava.
- Ai!
Harry me olhava curioso.
- Não foi nada, Harry.
- Nada? – Draco protestou incrédulo.
Pisei no pé dele de novo, com a maior força possível.
- Ai!
- Absolutamente nada. Podem ficar tranqüilos. – É pior quando não tem ninguém aqui. Acrescentei mentalmente.
- Nada mesmo?
- Cala a boca Malfoy. – E olhei pra ele. – Nem abra a boca sobre isso com eles. – Completei num sussurro quase inaudível. Só ele poderia ouvir.
Meu estômago protestou de novo.
- Vamos logo, Draco. – Passamos por eles em um instante. – Vocês, fora daqui.
- O quê?
- É mais fácil eu chegar e a casa de Sirius estar queimada, quando eu voltar se eu deixá-lo aí dentro.
- Certo. Vamos Rony.
- Não. – O ruivo entrou na minha frente. – Vocês ficarão aqui. Especialmente a Mione. – E me beijou.
Eu fiz uma cara de nojo e me afastei dele.
- Draco?
- Posso mesmo?
- À vontade. – E dei um pulo pra trás, voltando pra dentro da casa. Harry já estava ao meu lado.
Só ouvi os gritos de dor de Ronald.
Draco chutara as partes baixas dele, quebrara o nariz do ruivo, e aposto que agora se prepara para o golpe final: "sectusempra".
- Já chega Draco. Não vale a pena. – E segurei o braço dele por cima da camisa. – Não vale à pena. – Repeti, no exato momento que ele ia realizar o feitiço.
- Tudo bem Mione. – E se virou pra mim, com um sorriso.
- Episkey. – Era a voz de Harry. – Petrificus Totalus.
- Draco, olhe pra baixo.
- Como é?
- Vai tropeçar. O Ronald – e olhei rapidamente pra ele, com ódio – tinha posto a perna pra você tropeçar. Por isso Harry o petrificou.
- Certo. Podia ter ficado sem essa Weasley. – Ele riu, e pulou as pernas do ruivo. – Hmmm, obrigado Potter.
- A disposição.
- Vamos Mione. – Passou o braço pela minha cintura e me guiou até o Honda Civic dele.
Assim que saímos dali no carro, ele começou a falar.
- Sabe que por mim nem sair daquele quarto, nós teríamos. Eu passaria o resto da minha existência lá com você, se fosse preciso.
- Eu sei Draco, eu sei.
- Mas ele mereceu. Aliás, eu acho é pouco. – E riu.
- Está ficando muito malvado. – Um meio sorriso se formou em meu rosto.
- Você adora isso, não é?
- Sempre.
Ele gargalhou mais uma vez.
- Onde quer almoçar?
Fim do Primeiro Capítulo de Novo Jeito de Ser 2.
N/A: Hi people of my life! Enfim o tão esperado primeiro capítulo da segunda temporada. Titia aqui precisa de férias, então CAPÍTULO DOIS DAQUI A DUAS SEMANAS. Provavelmente. Posto assim que eu conseguir escrever. :D Capítulo dedicado principalmente a Juliana Brito, e a todos que ainda vão ler a continuação de Novo Jeito de Ser – O Destino é Sempre Imprevisível. I love you guys.
