1º capitulo - Sailor Vega. Aldebaran. O caso do parque das Borboletas.
"Olá! O meu nome é Hikari e tenho 15 anos.
Os meus hobbies são o teatro e a costura. Na verdade é um 2 em 1, pois gosto de costurar os vestidos que vão ser usados nas peças da escola.
Para além disso também gosto de ver televisão, doramas e ouvir musica. A minha idol preferida chama-se Aino Minako. Aposto que já todos vocês ouviram falar dela, neste momento é a personalidade mais falada no Japão.
A nível escolar, estou neste momento a preparar-me para os exames de admissão no ensino secundário. Quero aplicar-me para a escola Juuban. O clube de teatro lá é muito bom e foi a escola que a Minako-chan frequentou.
Ainda não sei bem aquilo que quero ser no futuro... A verdade é que gosto de costurar, mas infelizmente não tenho grandes ideias para fazer vestidos, normalmente uso ideias de outras pessoas. Também gostava de ser uma idol (a Minako inspira-me tanto .)
Mas ainda não sei e tenho tempo para decidir :) "
Hikari releu o que acabara de escrever.
- Acho que dá um bom post de apresentação - e carregou no botão para postar. - E pronto o blog está criado.
- Hikari! - gritou a mãe do andar debaixo - Já são 15.50, não tens de ir para a escola de apoio?
- Bolas, tens razão! - exclamou Hikari enquanto verificava a horas no relógio, atirando-o descuidadamente para cima da cama.
Em 2 minutos arranjou-se e saiu de casa a correr.
Entretanto não muito longe dali, algo completamente fora da rotina de um habitante de Tóquio estava a acontecer. Um estranho objecto atravessou o céu a uma velocidade incrível e aterrou no meio de um ferro velho causando uma derrocada numa das pilhas de entulho. No entanto ninguém pareceu dar por nada, parecia ser algo normal.
O objecto que atravessara os céus quase que não era visível... a sua superfície reflectia tudo o que o rodeava, um bom método de camuflagem, talvez por essa razão ninguém teria dado pela sua presença nos céus da cidade. A forma era redonda e relativamente pequena. Um ser humano adulto não caberia lá dentro, uma criança de 7 anos talvez, mas só na posição fetal.
E de repente abriu-se uma porta no estranho objecto. E caiu um animal identificável de lá de dentro. Tratava-se de um simples gato cinzento claro. O animal parecia atordoado e piscava muito os olhos, tentando habituar-se à luz e reconhecer o ambiente envolvente.
- Para onde é que aquele idiota nos mandou... - murmurou o gato, ao compreender o sitio onde estava. De seguida mostrou-se muito alarmado. Olhava em volta, procurando algo. Como os seus olhos não alcançavam o que procurava, subiu para o monte de entulho mais próximo e mais uma vez olhou à sua volta.
- Onde, onde, onde?! Onde estão eles?! Porque não estão aqui?! Era suposto termos viajado juntos! - disse em pânico e correu para o objecto onde viajara.
- Formalhaut! - gritou para o ecrã que se encontrava no interior da nave e que se encontrava dessincronizado. - Daqui fala o Aldebaran. Formalhaut, o que se passa?? Onde estão o Regulus e o Antares? Eles deviam estar comigo! O que lhes aconteceu?!
Mas o ecrã não lhe respondeu nada.
- Raios!! - gritou em desespero.
Ficou a andar em círculos por uns instantes, tentando procurar um rumo, agora que os planos tinham falhado...
- Ao menos estou na localização correcta - disse olhando para uma revista velha no chão, reconhecendo os caracteres - estou no Japão. Provavelmente em Tóquio. É uma questão de sair daqui e confirmar... Nesse caso, mesmo sem eles os dois devo continuar com o plano. Tenho de encontrar as guerreiras Behenianas!
E com um ar decidido caminhou para fora do ferro velho.
Faltava 1 minuto para as 16 horas quando Hikari pôs o pé dentro da sala de aula. Mesmo a tempo, no instante seguinte tocava para a entrada e a professora entrou na sala. A rapariga procurou um lugar e sentou-se o mais rápido que pôde.
- Hey, mesmo a tempo! - sussurrou uma voz atrás de si.
Hikari virou-se discretamente para ver quem lhe falara e viu Shuji. Um rapaz com quem ela simpatizara na escola da apoio. Ele era bastante bonito segundo os seus padrões e ela não negava um certo interesse no rapaz.
Entretanto a professora começara a fazer a chamada.
- Sim. - disse Hikari com um sorriso timido.
- Yamada-san! - chamou a professora, mas não obteve resposta e repetiu o chamado.
- Professora, a Yamada-san não está presente. - respondeu um aluno.
A professora anuiu e continuou com a chamada.
- Sabes o que aconteceu à Yamada? - cochichou a rapariga ao lado de Hikari para a colega de trás.
- Não faço ideia, mas... ela ontem ia encontrar-se com o namorado num parque. - respondeu a colega.
- Num parque? Não quererás dizer o... Parque das Borboletas? - a rapariga mostrava medo.
- Não sei... ela não me disse o sitio ao certo. Espero que tenha sido outro parque...
- O que tem o parque das borboletas? - intrometeu-se Shuji.
- Ainda não ouviste falar? Parece que ultimamente andam pessoas a desaparecer por lá. - disse a primeira rapariga.
- As pessoas começam por ir lá uma vez e depois voltam lá sempre que podem e ao fim de algum tempo desaparecem. - disse a outra rapariga.
- Isso soa-me a um mito hurbano, daqueles que se criam na internet. Vocês conhecem alguém que tenha realmente desaparecido? - continuou Shuji.
As raparigas olharam uma para a outra.
- Houve aquele rapaz da escola F. - começou - ele começou por ir lá porque dizia que se sentia muito bem enquanto lá estava, que as borboletas vinham ter com ele e isso lhe dava uma grande tranquilidade. Ao fim de uns tempos desapareceu.
- Eu cá acho que há dealers e raptores no parque... Eles começam por viciar as pessoas que apanham, depois elas voltam para querer mais e eles no fim raptam-nas e vendem os seus órgãos no mercado negro! - disse outro rapaz que se intrometeu na conversa.
- Matsumoto! Isso é demasiado mau!! - exclamou uma das raparigas.
- Idiota é essa vossa conversa. - retorquiu o rapaz - Estamos no século XXI! livrem-se dos mitos.
- Matsumoto-san! - chamou a professora.
Não foi preciso andar muito para perceber que algo de errado se passava naquela cidade. Havia uma força maligna no ar.
- Isto só pode significar que chegamos tarde demais à Terra... As garras da Medusa já começaram a espalhar-se pelo Japão! No entanto a energia ainda não é muito forte... Sinto apenas o poder equivalente a uma guerreira da estrela do Demónio em acção... - pensou Aldebaran enquanto caminhava pelas ruas movimentadas da cidade.
Tentou descobrir qual a localização da força maléfica, mas para onde quer que caminhasse encontrava um beco sem saída ou uma estrada demasiado perigosa para um gato.
- Raios... de qualquer maneira sozinho não posso fazer nada. Não enquanto estiver nesta forma inferior. Preciso de encontrar uma guerreira... Ai, onde está o Regulus quando preciso dele?!
E começou a correr pela cidade, tentando captar a energia de alguma guerreira adormecida.
Por fim tinham terminado as aulas na escola da apoio. Hikari despediu-se dos colegas e encaminhou-se para sua casa. Mas antes parou em frente a uma loja de música.
- Uaaaah, o novo single da Minako!! - exclamou com o nariz quase encostado à montra. - mas... - pegou na sua carteira e espreitou para o interior. - nem uma moeda... e a minha mãe não me vai dar dinheiro extra enquanto em não melhorar as notas. - apresentava um ar bastante infeliz.
- Bom, tenho de rever a matéria para o teste de Inglês da semana que vem. - pensou e retirou um bloquinho de notas que tinha no bolso, começando-o a estudar enquanto caminhava.
Aldebaran corria pela cidade, sem rumo algum. Apenas queria encontrar algo a que se pudesse agarrar. Era tudo novo e ele não sabia o que fazer! Fora-lhe confiada a missão de salvar o Universo, mas não conseguia encontrar os seus aliados no campo de batalha, o planeta Terra.
- Que devo fazer? Que devo fazer?! - pensava em desespero, enquanto corria junto às águas cristalinas de um ribeiro.
- "Unfortunately" ... Infelizmente!, "Through"... caminho? Argh... através! - murmurava Hikari enquanto percorria o seu bloco de palavra em inglês, sem tomar atenção ao caminho. Estava a aproximar-se de uma esquina próxima de um ribeiro.
- Onde, onde?! Onde é que estão todos?! - O desespero era tanto que fechou os olhos enquanto corria. No instante seguinte sentiu-se a embater contra algo sólido e a mergulhar nas águas do ribeiro.
- Oh não! Pobre gatinho! - gritou Hikari caída no chão. De seguida levantou-se como que impulsionada por uma mola, ignorando a dor que lhe vinha do tornozelo e correu para dentro da água corrente.
Poucos minutos depois tinha o gato nos braços. O ribeiro era pouco fundo, a água ficava-lhe pelas canelas, mas a corrente era suficientemente forte para desorientar um gato.
Aldebaran nem sabia o que o atingira, nem sabia como conseguíra livrar-se das águas. Quando finalmente recuperou a compostura tinha uns olhos enormes cravados no seu focinho.
- waaaaah!! - gritou o gato - um monstro!!!
- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH - gritou a rapariga em retorno. - O... o... o gato fa... lou... - e novamente se levantou e iniciou uma corrida, mas desta vez para longe dali.
Aldebaran viu-a a afastar-se.
- Pfu... ainda bem que se foi. - bufou. - gritava que se fartava e... - algo o fez hesitar - espera... aquela energia... seria...? - e olhou novamente procurando a rapariga com o olhar.
Uma pequena cicatriz na sua testa começou a tomar uma forma mais definida.
- É uma guerreira, de certeza!!
Hikari corria sem saber onde parar... O gato falara com ela! Seria um OVNI? Um inimigo de outro planeta? ou... abrandou a corrida... uma brincadeira idiota?
- Ai, sou tão parva... - disse para si mesma, enquanto cessava a corrida e se sentava num banco. - É claro que devia haver ali algum microfone escondido! Que parvoíce a minha... a esta hora devem estar a rir-se de mim... Mas eu já lhes mostro!! - e levantou-se do banco num pulo, mas sentiu as pernas fracas. - baah, agora estou cansada... vou descansar um bocadinho e depois vou para casa.
Retirou um leitor MP3 da sua pasta e seleccionou uma música da Minako Aino. Entretanto olhou à sua volta. Não havia vivalma. O parque estava deserto, e com um tom dourado bastante atractivo. O chão estava cheio de folhas secas, a cobrirem as raízes das árvores despidas do Outono, quase Inverno.
- Até que se está bem aqui. - pensou, enquanto encostava a cabeça para trás e fechava o olhos, trauteando a música que estava a ouvir.
Estava tão absorta nos seus pensamentos que nem reparou nas borboletas que se começavam a aproximar dela. Eram de uma cor dourada, tal como as folhas que cobriam o chão.
Tal como não deu pela presença das borboletas, também não sentiu que havia alguém a aproximar-se do seu lugar.
Um estranho olhava directamente para ela. Pareceu fixar-se no livro que caíra da sua pasta, que indicava que ela estava a estudar para entrar na escola Juban. O estranho tentou tocar na face de Hikari, mas de repente as borboletas deslocaram-se para cima dele e começaram a deitar um pó alaranjado que o adormeceu quase instantaneamente. Assim que o seu corpo assentou no chão, as raízes da árvore mais próxima puxaram-no para debaixo das folhas secas, longe da vista de Hikari.
Por detrás do alto volume da música que Hikari ouvia, pareceu-lhe ouvir uns ruídos estranhos, mas quando abriu os olhos não viu nada fora do normal... excepto as borboletas.
Por fim! Estava a sentir a energia da guerreira cada vez mais próxima. Uma vez que apanhara essa energia, já não a esquecera. Mas ele não poderia estar mais alarmado. A localização da guerreira e do inimigo era exactamente a mesma!
Ao longe ouviu um grito, e correu com toda a força que lhe restava nas patas.
Hikari encontrava-se de pé e com um ar nervoso.
- As... borboletas... estarei no tal parque das borboletas?! - Hikari olhou em volta - uff... não vejo raptores em lado nenhum... Mas, não gosto disto... tenho de ir para casa.
Encaminhou-se para a saída, mas esta foi barrada pelas raízes das árvores.
Os seus olhos arregalaram-se e gritou.
- Isto... não é possível... o que é que está a a...contecer? - Hikari recuou em pânico.
- A tua energia parece bastante apetitosa... - sussurrou alguém atrás dela.
Hikari virou-se com o susto e viu uma bela mulher. Os seus cabelos eram negros, vestia um vestido da cor das folhas caídas... aliás, o próprio vestido imitava o padrão das folhas. Mas o que a assustou foram os olhos da mulher... eram de um azul tão claro que eram quase brancos e o ar louco que eles envergavam tornavam-na aterrorizadora.
Hikari não conseguía articular uma palavra que fosse. Ficara paralisada com o medo. A mulher avançava para ela com os braço estendido, querendo tocar-lhe.
- NÃO! - gritou e foi como se uma onda de energia se tivesse libertado dela.
As folhas caídas levantaram voo, revelando diversas pessoas escondidas por debaixo destas. A mulher parou a sua marcha e olhou espantada para a rapariga. Uma estranha luz focava-se na testa de Hikari.
- Não me digas... - a expressão da mulher era agora a de um sorriso irónico. - A sorte está mesmo do nosso lado. Ter a primeira guerreira bem aqui nas minhas mãos. - o seu sorriso louco era cada vez mais assustador.
Antes que Hikari conseguísse perceber o que se estava a passar, já tinha as mãos da mulher a apertarem-lhe o pescoço.
- O teu cristal vai ser meu! - disse a mulher olhando-a com os olhos loucos.
Hikari sentia o ar a faltar-lhe e a consciência a abandona-la. Mas no instante seguinte algo se passou e as mãos da mulher descravaram-se do seu pescoço.
Quando a aflição da falta de respiração passou e lhe permitiu ver o que se passava, viu uma águia a atacar a sua inimiga.
- Maldito sejas! - gritava a mulher tentando proteger-se das garras da ave.
- Rapariga! - ouviu-se uma voz gritar.
Hikari viu Aldebaran saltar por cima das raízes que estavam a bloquear a entrada do parque.
- Toma! - o gato atirou algo para junto de Hikari.
Entretanto a inimiga já se conseguíra livrar da águia que voara para longe com menos de penas do que o habitual. Assim que se viu livre do animal, ela virou-se para a nova cena que se desenrolara e os seus olhos caíram sobre o gato, mais precisamente sobre a cicatriz que estava na testa do animal.
- Mas estarei a ver bem? - disse ela ainda com mais ironia. - Será o herdeiro de Aldebaran? O príncipe da nossa "querida" constelação de Touro?
Aldebaran olhou a inimiga nos olhos.
- Tu és uma das Pleiades. - disse com os olhos semicerrados.
- Sou Asterope, caro príncipe. - disse fazendo uma vénia ridícula. - Lamento não poder aparecer mais elegante perante vós, mas segundo vejo também não se apresenta na sua melhor forma - este último comentário foi feito com um sorriso malicioso nos lábios.
Aldebaran retraiu-se. Sabia que na sua forma actual era-lhe impossível enfrentar Asterope, precisava que uma guerreira lhe emprestasse poder. Mas a rapariga parecia uma idiota. Assistia à cena toda e não se movia. Nem sequer apanhara o medalhão que ele lhe atirara.
- Apanha o medalhão sua idiota - sussurrou de modo a que só Hikari ouvisse.
- Han? - a rapariga ainda estava em choque.
- Apanha a porra do medalhão e grita: "Vega Star Power! Make up!"!! - gritou Aldebaran.
No momento as raízes das árvores começaram a ataca-los.
Em pânico, Hikari agarrou no medalhão e gritou as palavras que o gato lhe dissera:
- Vega Star Power! Make Up!! - no instante seguinte foi envolvida numa luz esverdeada. Da sua testa brotou uma pedra verde clara que formou uma tiara e se estendeu ao resto do corpo dando-lhe um uniforme de cor verde. Do seu peito floriram pequenas flores brancas dando origem a um laço neste lugar.
Quando a luz a libertou, estava com um uniforme completamente diferente daquele que vestia há poucos minutos.
A sua mente não compreendia o que se estava a passar, mas nem teve tempo para pensar, pois no momento seguinte era atacada por mais raízes enviadas por Asterope.
- Então tu és mesmo a Sailor Vega. - disse a mulher e de seguida murmurou - tenho de destrui-la o mais rápido possível...
E os ataques eram cada vez mais frequentes e poderosos, tanto em Hikari, como para Aldebaran.
- Vega! Chama o poder da lira! - gritou o gato.
- E como é que eu faço isso?!!!
- Basta... - as suas palavras foram interrompidas pois um ramo atingiu-o e atirou-o para longe de Hikari.
- Gatinhooo!! - gritou a rapariga. - Bolas, como é que eu faço para chamar o raio da Lira?
No preciso momento em que disse a palavra Lira, formaram-se palavras claras na sua mente:
- Grande Lira, protege a tua filha. Alpha Lirae! Make Up!
E tinha agora um estranho instrumento musical nas mãos.
- E o que é que eu faço com isto? Aaaaah - mais raízes a atacarem-na, Hikari já não sabia para onde escapar. - Olha vou tocar... - e começou a tocar aleatoriamente.
À medida que tocava, parecia que as raízes eram atingidas por uma força invisível, que as fazia recuar.
- Está a funcionar!
- Não! - Asterope deixou de comandar as raízes ao longe e correu para Hikari, no intuito de a matar com as suas próprias mãos.
- AAAAH! - Hikari tocou com mais empenho nas corda do instrumento.
Asterope sofria pequenos golpes, mas nada que a fizesse recuar.
- Toca a música da constelação de Lyra! - gritou Aldebaran debaixo de uma raiz.
- Toco o quê????
Hikari não fazia ideia de qual música seria aquela. Nunca tivera aulas de música e aquela era a primeira vez que tinha uma lira nas mãos. Mas sem saber como, as suas mãos começaram a mover-se por conta própria e a tocar uma melodia.
Asterope estacou, os seus olhos esbugalharam-se.
- NÃO! - levou as mãos aos ouvidos tentando abafar o som harmonioso.
A Hikari continuava a tocar. Asterope contorcia-se e gritava como se algo no seu interior estivesse a ser consumido. Num uivo final, o seu corpo ficou cinzento, e no instante seguinte, desfazia-se em pó.
Estava tudo acabado, Hikari parou de tocar.
O parque voltou a ser como era e as pessoas que estavam caídas no chão começaram a abrir os olhos.
- Vega! Temos de sair daqui depressa! - gritou Aldebaran. - As pessoas não podem perceber o que se passou!
Hikari pegou no gato e fugiu dali.
Quem olhasse veria apenas escuridão. Uma negritude completa, sem uma única gota de luz. No entanto ouviam-se risos de dentro daquele quarto. Alguém abriu a porta e iluminou um pouco o espaço.
- Que aconteceu, Polaris? - disse a silhueta que se encontrava à porta.
Das entranhas do quarto escuro veio uma voz:
- Eles apareceram. Pelo menos um deles. E já encontrou uma guerreira. - a voz denotava alegria.
A silhueta permaneceu em silêncio. Como que apreendendo a informação.
- Foram eles que derrotaram Asterope?
- Sim... - mais um risinho feliz.
- E quem é a guerreira?
- Vega.
- Maldição! Tinha de ser a Vega... - disse como se um peso lhe caísse nos ombros.
- Informa a nossa senhora. Ela vai gostar de saber.
- Sim, direi. E o guardião que apareceu? Era aquele que tu esperavas?
Os risinhos cessaram. Agora quem respondeu foi uma voz séria.
- Não. Tentei elimina-lo quando se dirigia para a Terra, mas infelizmente falhei... No entanto devo tê-lo enviado para bem longe. - voltou a rir-se.
- Muito bem... - a silhueta abandonou a porta e esta fechou-se, voltando a mergulhar o quarto em sombras.
- Mooooh! O que é que se passa?! Quem era aquela mulher? O que eram aquelas roupas?, aquela coisa que toca? e acima de tudo: Quem és tu?! - gritou Hikari.
Já se encontravam em casa da rapariga. Felizmente a mãe de Hikari tinha ido às compras e estavam os dois sozinhos em casa.
- O meu nome é Aldebaran. Sou um dos quatros guardiões da Terra. Para ser mais exacto: sou o guardião do Este. E tu és Sailor Vega. Uma das 11 guerreiras behenianas.
- Beheni-quem?
- Acho que vou ter de começar desde o inicio...
