Sim, é uma DP. E não, você não está lendo errado. Essa fic foi pro chall DP do seisvê, eu gostei muito de escrevê-la. Eu ganhei banner e prêmios de melhor frase e melhor cena, que estão no meu perfil. Ela é um drama, já aviso, portanto se você não estiver bem hoje, vá ler uma revistinha.
A música que aparece somente dois trechinhos é Atrás da Porta - Elis Regina, é linda e eu amo.
Boa Leitura, dears!
Feeling you, feeling me.
Quando olhaste bem nos olhos meus
E o teu olhar era de adeus
Os corredores estavam vazios e sombrios. Acho que até as paredes podiam ouvir a tensão que vinha da respiração de um homem prestes a deixar a mulher que ele realmente, ou pelo menos, achava que amava.
Antes de bater à porta, pensou pelo menos duas vezes, se valia a pena justificar o que havia acontecido.
Afinal, não era fácil tentar explicar o porquê de ter se casado de repente, sem ao menos uma despedida.
Bateu na porta uma primeira vez. Fraco demais. Talvez ela não tenha escutado. Novamente.
"Quem é?" – ela disse.
" Sou eu, Pansy... Vamos conversar?"
Por alguns segundos, ele pensou que ela não fosse abrir a porta. Mas ele esqueceu também, que Pansy gostava muito de explicações.
" Entra." – ela disse seca.
Fechou a porta lentamente e olhou para os olhos de Draco. Estavam vazios, e ela nem sequer conseguia saber o que estava sentindo. Geralmente, os olhos dele costumavam passar algumas emoções, mas, desta vez não.
Eles ficaram em silêncio durante muitos minutos. Minutos que podiam ser vistas como horas. O silêncio era quebrado por respirações tensas e pelo medo de dizer que havia acabado. Tudo e pra sempre.
Ela olhou para a mão esquerda dele. Uma aliança de ouro agora o enfeitava. Uma aliança que simbolizava o suposto amor entre ele e Astoria. Mas quem é essa mulher? De onde ela veio e o que ela faz? Surgiu de repente e se casaram? Era o que ela pensava.
Jamais imaginou que Draco fosse usar uma aliança. Ele dizia que jamais usaria um objeto bobo e insignificante só pra simbolizar a porra de um amor. O que ele estava fazendo agora?
"Você não me ligou mais." – ele disse entre dentes.
"Péssima maneira de começar a me explicar: que palhaçada é essa?"
" Pansy..."
" Draco, você tem noção de como eu estou me sentindo?"
" Tenho. Total noção, eu consigo sentir quase o mesmo."
" Se é quase, não é igual."
Ele passou a mão no rosto suspirando.
" Eu não quero mais que você me procure, entendeu?"
" Eu não procurei você. Pelo menos hoje, não."
" Mas sei que mais tarde procuraria... Você me ama, Pansy."
" Amo sim, nunca escondi... Amo tanto, que eu sempre aturei tudo o que você fazia e nas horas difíceis, eu estava lá... Longe, pois não podia fazer nada."
" Um dia você me disse, que se a gente realmente amasse uma pessoa, deveríamos deixar ela ir embora... Mas se ela não voltasse é porque ela nunca a pertenceu."
" Isso quer dizer que você não vai voltar?"
" Sim."
Ela não conseguiu chorar. Por mais que ela estivesse sangrando por dentro, sabia que Draco precisava fazer aquilo. E ela realmente o amava a ponto de deixá-lo ir. Mesmo sendo com outra mulher. Uma mulher desconhecida que de repente chegou e casou-se com seu homem.
Juro que não acreditei, eu te estranhei
" E essa aliança no seu dedo? Ela significa alguma coisa? Você sempre disse que achava idiota, e que uma aliança jamais seria um símbolo ou representação do amor."
" Se eu disse isso, é porque de alguma forma, eu já sabia que usaria uma porra dessas, mas sem amor nenhum. O amor não está em nenhum objeto Parkinson, está nas pequenas coisas."
" Nunca vi você dizer coisas tão bonitas."
" São as pequenas coisas que eu acabei de citar, e que aprendi com você."
" Quer dizer que essa aliança é sem amor? O que é o amor pra você?"
Ele ficou em silêncio. Odiava quando ela começava a fazer muitas perguntas, porque todas elas mexiam de alguma forma com o inconsciente.
" Eu não vim aqui pra discutirmos o amor e seus significados ou símbolos. Vim pra me despedir e pedir que não me procure. Pro nosso bem."
" E se eu te procurar? Você acha que sua esposinha vai me receber com sorrisos fazendo a pose da que não liga?"
" Não quero que me procure."
Ele virou-se de costas para ela. Os olhos cheios de lágrimas à uma hora dessas.
" Eu entendo você, Draco. E eu sei, que você nunca me pertenceu e eu vou deixá-lo ir e você sabe disso, porque você me conhece como ninguém neste mundo. E sabe que eu te amo o suficiente pra isso, assim, como você me ama a ponto de me deixar pra não me fazer sofrer."
Ele não disse nada. Apenas o encarou pela ultima vez. Pansy sabia que Draco era incapaz de fazer mal a alguém, mas ele sempre tinha que fazer sem querer e sofria por isso.
Ela não conseguiu arrancar de Malfoy, o porquê da tal Astoria Greengrass e não o aborreceria com perguntas. Sabia que ele estava chateado por ter que usar uma coisa da qual ele não acreditava e que era contra seus princípios.
Mais uma vez, ele estava tentando agradar a alguém e aborrecendo a si mesmo.
N/A: E aí? Reviews? Beijos, pessoas.
