Em seus sonhos
Isabella Swan x Edward Cullen
Comentários da Autora: Bem, cá estou com uma história nova! Ela foi baseada em outra fanfic que escrevi, há uns bons dois anos atrás, ou menos talvez, só que era de Naruto. Eu postava-a com outra conta. Eu até considerei em postá-la aqui, mas ela estava realmente muito zoada. De fato, eu dei uma boa melhorada na história — eu creio. Bem, nada de vampiros, nem lobisomens, nem qualquer outra criatura sobrenatural. Lojas, ruas, escolas, e afins — menos a cidade — são meramente fictícios, e se houver realmente algo com o nome das coisas, é pura coencidência. Ultimamente o Word não tem cooperado e não tem me ajudado com os mínimos erros de português que eu ando causando, mas se vocês perceberem a existência de um tanto nesse, como nos próximos capítulos, por favor, falem! HAHAHA.
E mandem reviews, é claro. Toda autora adora reviews, não tenham dúvidas disso. HAHAHAHAHA. Espero que gostem da fic!
Beijos, e bem, vamos à fic!
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Prólogo
Eu podia jurar que estava sonhando, como se eu já não tivesse sonhado o bastante. Ele estava ali, bem à minha frente. Meu queixo foi ao chão ao vê-lo, o garoto dos meus onhos, o garoto com quem sonhei todo esse tempo, com quem eu prometi amor eterno. Tirei minha máscara para observar melhor. Eu não estava acreditando. Quem sabe fosse coisa da minha cabeça, ou eu bebi alguma coisa — apesar de eu não ter colocado uma gota de seja lá o que for em minha boca desde que o baile começou. Era ele. Bem na minha frente. O meu príncipe encantado, que estava em meus sonhos.
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Capítulo 01
Lindo. Era a palavra que definia ele. Seu rosto de anjo, seu cabelo, seus olhos... Ele era perfeito. Eu até chegava a acreditar que era um sonho — era realmente impossível que alguém tão perfeito existisse. Disso eu tinha extrema certeza. Ele era realmente um anjo — o meu anjo da guarda. Apenas meu, meu, meu, meu...
Eu adorava chegar em casa e ir direto para cama, apenas esperar por ele aparecer. Era estranho isso — nos encontrávamos por meio de sonhos. Eu sempre cogitei a idéia de que ele não fosse real. Mas ele vivia prometendo que íamos nos encontrar em vida, e esse dia estava próximo. Eu mal podia esperar.
"Eu não quero esperar" falei, bufando. O sonho provavelmente já estava para acabar, eu não duvidava disso. Batia com o pé forte no chão.
"Você é muito impaciente, mocinha" ele disse, rindo. Eu o encarei, mas ele apenas continuou rindo. E então, ainda rindo, ele se aproximou de mim. Encostou sua testa na minha, e me olhou nos olhos. Ah, aqueles olhos! Como resistir? "Me desculpe" ele disse, depois beijou minha testa. No mesmo momento, ele desapareceu e senti algo escorrer por minha barriga.
Sangue.
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— Isabella Swan!
Despertei, sem demora. Senti o suor escorrer por meu pescoço, e meus olhos se abriram violentamente depois do sonho que tive com ele. O meu Darling, como agora eu costumava chamá-lo. Eu precisava dar um nome a ele.
Me sentei na cama e levei a mão à testa. Charlie estava me chamando novamente, provavelmente pela quinta vez naquela manhã. Desde que eu comecei a ter esses sonhos com o Darling, eu não conseguia mais acordar com facilidade. Charlie agora começara a me chamar todas as manhãs.
Mas agora seria diferente. Eu provavelmente sofreria.
Eu moro em Forks, Washington. Porém, fiz uma prova para ganhar uma bolsa em um colégio interno em Boston, e passei. As aulas começam amanhã, e eu precisaria me arrumar hoje. Minhas malas e pertences estavam prontos. Eu apenas iria pegar o avião hoje e ficar na casa de uma tia, até o horário da aula, onde ela irá me levar.
Realmente o colégio interno será o inferno. Porém, vai contar em bastantes pontos para o caso de eu me inscrever para Princeton ou Harvard. Realmente, vai contar muitos pontos, disto eu não tenho a menor dúvida.
Eram quase nove da manhã. Eu pegaria o vôo nesta tarde, mas Charlie insistia em me acordar cedo para eu ajeitar melhor minhas coisas. Recebi a aceitação no colégio anteontem. Nem digeri a idéia direito. Charlie, claro, ficou orgulhoso, igualmente a minha mãe.
Mas não era fácil deixar quase que uma vida em Forks. Eu estava morando aqui durante dois anos – agora, eu estava no segundo ano do colegial. Havia feito o último do ginasial e o primeiro do colegial aqui — e não posso negar: eu fiz muitos amigos. Mais do que em Phoenix.
Me levantei lentamente da cama. Me espreguicei, e peguei uma toalha. Não demorei no banho. Me vesti e desci para a cozinha, onde Charlie estava, aparentemente nervoso com a idéia de eu sair de perto dele agora por um tempo bem maior.
— Eu estou orgulhoso, não posso negar — ele disse. —, mas... Ah, Bells. Você tem certeza? Quero dizer... É Boston. É muito longe de mim e de sua mãe. Você tem mesmo certeza?
— Tenho, pai. Eu quero fazer uma boa faculdade. Não deixei várias sextas de noite, várias tardes e madrugadas de sábado e festas de aniversário super legais de ir aqui para nada. — eu sorri fraco para ele. Charlie estava arrasado. Ele preferia que eu desse problemas, aprontasse mais, aproveitasse mais do que ficasse em casa estudando, como eu costumei fazer. Ou quero dizer, como eu sempre fiz.
— Ainda não estou conformado — ele disse, perdido em seus pensamentos. Eu ri baixo e segui para a cozinha, preparar um omelete. Ontem mesmo eu já havia recebido milhares de ligações me parabenizando. Charlie não perdeu tempo em falar para Forks inteira. Realmente, não perdeu tempo.
Comemos nosso omelete, e eu lavei os pratos rapidamente. Comecei a checar as coisas — já era quase meio dia. Meu vôo era às duas da tarde, e eu ainda tinha que me despedir de todo mundo. Mike, Jessica, Angela, Tyler, Jacob...
Ah, Jacob. Esse seria um problema.
Ele estava tão inconformado quanto Charlie. Ele não conseguia acreditar que eu ia deixar todos aqui em Forks por causa de uma porcaria de colégio interno em Boston. Fiquei horas a fio conversando com ele, e convencendo-o de que iria ficar tudo bem. E vai ficar, eu garanto.
Mas o problema é que Jacob é apaixonado por mim. Por isso que ele insistiu tanto que eu ficasse. Ele não queria que eu fosse; ele até prometeu me fazer feliz aqui. Porém, ele sabe como eu sou. Eu quero mesmo entrar em uma faculdade boa, não apenas para o grande orgulho de meus pais, mas também para eu me auto-realizar.
— Está tudo certo aqui — afirmei. Charlie havia saído e voltaria em alguns minutos. Tratei de ir até a lanchonete onde todos se encontravam, para dar um tchau a todos.
Peguei minha caminhonete anciã e segui até lá. Quando cheguei, estava tudo apagado. Ah, não. Por favor, não, não, não, não...
Quando entrei as luzes se acenderam. Havia uma faixa enorme escrita "Parabéns Bella!" e outra de "Te amamos, sentiremos sua falta". Todos que estavam presentes bateram palmas, saltitaram, gritaram, e com direito até a abraços de ursos.
— Ainda estou inconformado, Isabella Marie Swan. — ouvi Jacob dizer logo atrás de mim. Revirei os olhos e nem respondi.
Depois de me despedir de todos e ganhar docinhos, bolos e salgadinhos para a viagem, segui direto para casa. Charlie já me esperava para me levar até o aeroporto de Seattle. Levaria umas duas horas até lá. Botei as malas na viatura dele — ele era policial, saca só — e fiquei segurando as coisas que recebi. Botei a passagem no console e ele seguiu.
Guardei o bolo em uma sacola, para eu comer no avião. Era meu preferido: torta alemã. A torta alemã que apenas a mãe do Mike sabia fazer. Era uma delícia. Comi alguns brigadeiros, e dividi com Charlie as bolinhas de queijo. E quando menos percebi, ele já estacionara na frente do grande aeroporto de Seattle. Suspirei.
— Tem certeza? Ainda tem tempo de voltar atrás. — ele disse, ainda tentando me convencer.
— Tenho, pai. Tenho certeza. — beijei seu rosto. — Obrigado por tudo. — e sorri para ele. Ele desligou o carro e me ajudou com minhas duas extensas malas. Suspirei quando soltei-as no banco da sala de embarque.
Me despedi de Charlie. Não consegui agüentar as lágrimas, e vi que todos estavam olhando para nós, curiosos. Charlie beijou minha testa e seguiu até a viatura, indo embora. Ele também deixou as lágrimas rolarem livremente pelo seu rosto com sua barba de fim de tarde.
Chamada para Boston, 14h.
Dei um pulo. Peguei minhas malas e tirei a passagem do bolso. Segui com dificuldade até a fila. Deixei minhas malas na mesma. Entreguei a passagem — eles carimbaram e eu segui até o grande avião branco com azul claro. Era lindo.
Suspirei. Agora não tinha mais volta.
Procurei por meu assento. Era logo ao lado da janela. Me acomodei e botei minha pequena bolsa no meu colo — onde minha meu iPod laranja, celular e a torta alemã feita pela mãe do Mike. Apertei meus cintos e minutos depois, já estávamos voando.
Peguei meu iPod. Estava com a bateria extremamente cheia. Havia deixado dois dias inteiros carregando; não tinha como falhar agora.
Botei os fones brancos e deixei que a música rolasse. Plug in baby, do Muse.
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Eu não sabia quantas horas já haviam passado. Eu apenas sabia que já havia pego um avião de ligação com Boston e um táxi, até chegar na casa de minha tia – irmã de Renée. Seu nome é Daisy. Tem cerca de uns quarenta e cinco anos, e é super querida. É a irmã mais velha da mamãe.
Quando cheguei em frente a casa dela, ela já me esperava quando mandei uma mensagem para o celular dela de que já estava em Boston e chegaria na casa dela em questão de minutos. Era uma pequena casa amarela com branco, muito bonitinha.
— Bella! — ela disse, abrindo um sorriso.
— Tia Daisy. — falei sorrindo. O sono era demais, e eu senti que minha voz estava bem baixinha. Eu abracei ela e ela retribuiu. Ela me ajudou com as malas.
— Haha, e então... É Boston's Special High School, hein? — ela sorriu, dando leves tapinhas no meu ombro. — Caramba Bella, você tem um QI... Que não tenho nem palavras!
— Não é questão do QI... Mas é questão de estudo. — eu ri e ela acompanhou.
— Ansiosa? — ela perguntou, me conduzindo até o quarto onde eu ficaria naquela noite. — Eu estudei lá. Fui uma líder de torcida. Ai, Bella. Foi tão divertido! Você vai adorar. Vai ser "um Gavião de Boston"! — ela riu.
— É, estou ansiosa. — comentei — E também estou nervosa, não devo negar. Deixei vários amigos em Forks para ter um futuro aqui. Forks é uma cidade muito pequena. Estava fora de cogitação que Harvard ou Princeton me aceite.
— É. Tem esse caso. — ela disse, depois abriu uma porta. — É aqui onde você vai ficar esta noite. A sua aula amanhã começa às oito da manhã. Vou acordar você às sete, ok? Vou te levar perto das oito para lá, você ainda vai ter que falar com a diretora.
— O que eu fiz? — brinquei. — Obrigado Daisy. — e sorri para ela.
— Ah, que isso Bella. Não precisa agradecer. — ela disse, sorrindo. — Olha, eu fiz uma lasanha agora há pouco... Você está afim?
Pensei um pouco, e depois assenti.
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"Estou nervosa" comentei enquanto andava com ele. Não sei por onde andávamos, mas era uma rua qualquer. Eu mexia direto nos cabelos enquanto falava com ele.
"Por que, anjo?" ele perguntou, enquanto passava o braço em torno de meus ombros, num abraço confortável. "O que aconteceu?"
"Colégio novo" fiz uma careta "Saí da cidade onde moro. Cheguei esta noite na casa de minha tia. Amanhã vou para o colégio... Droga"
"Não gostas?" ele perguntou.
"Não que eu não goste... O colégio é bom e vai me ajudar bastante em relação à faculdade. Mas foi difícil deixar meus amigos" falei, fazendo uma cara triste. "Principalmente Jacob. Caramba, ele ficou arrasado"
"Entendo..." ele comentou "Eu sei como é. É difícil mudar de cidade e colégio. Mas se vai ajudar você no futuro, acho que ele devia entender. Vai ser bom para você" ele disse, sorrindo para mim. Eu jurei poder derreter com aquele sorriso.
Mas eu sabia que não duraria tanto tempo. Senti seus braços moldarem em mim. Um abraço confortável. Abracei-o também e suspirei. O sonho provavelmente estava no fim. Ele sentia isso. Mas eu não.
Senti seus lábios em minha testa. Pude sentir meu estômago se revirar, com borboletas brincando nele. Abracei-o mais forte. "Não se preocupe, anjo" ele sussurrou em meu ouvido "Eu estarei sempre ao seu lado"
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— Bella? Vamos acordar? — Daisy chamou na porta do quarto. Abri os olhos. Neste sonho não havia sangue algum. Sorri abertamente. Eu estava bem preparada para encarar o colégio novo, pessoas novas e tudo mais.
Me levantei e assenti para ela. Peguei uma toalha dentro da minha mala e segui até o banheiro no final do corredor da casa. Tomei um banho rápido e lavei o cabelo. Sequei rapidamente com o pequeno secador que ela tinha e me vesti. Comi uma panqueca que tia Daisy havia preparado, escovei os dentes e me perfumei.
Aquele dia seria perfeito.
— Está com tudo pronto? — ela me perguntou. Chequei; mochila com todo material, menos os livros — que a diretora iria entregar —, duas malas com roupas, pertences...
— É, tudo certo. — assenti. Guardei minha escova de dente na necessérie. Peguei minha mochila laranja com preto e minhas duas malas e segui até a porta da casa. Daisy me conduzira até a garagem. Ela abriu a porta do carro e me ajudou novamente com as malas.
Eram sete e meia. Eu não teria problemas com o horário. Eu acho.
Daisy seguiu pelas ruas claras de Boston até o devido local onde era o colégio. Eu estava perdida em algumas músicas que tocavam no rádio do carro dela. Tocava Teenagers, do My Chemical Romance. Eu adorava.
Quando ela parou o carro, dei de cara com um colégio enorme. Os portões pelo menos, eram gigantescos. O pior: eram dourados, escrito "Boston's Special High School". Ai, meu Deus. Eu nem poderia acreditar. Além de ser um colégio interno, dos melhores que tem no país, eram para alunos ricos. Milionários, herdeiros de fortunas sem tamanho.
Droga.
Não duvido que o apelido que vou receber vai ser "Bolsista". Mas, bem. Isso não vem ao caso. Vim aqui para estudar, certo?
— Espero que fique tudo bem, Bella. Qualquer coisa, me ligue. — ela disse. — Você tem meu número, certo? — assenti com a cabeça. Ela sorriu para mim. — Boa sorte, Bella. Espero que se divirta aí.
— Irei, tia. — falei, sorrindo.
Saí do carro sem mais delongas. Peguei minhas malas pesadas, junto com minha mochila e necessérie. Fui até a portaria. Dei meu nome e o porteiro checou na lista. O pequeno portão ao lado do gigante se abriu.
O colégio era realmente lindo, e gigante. Um garoto com uniforme do colégio — só que, com blazer preto em vez de azul escuro e com uma gravata — pegou minhas malas e botou em um carrinho.
— Vou falar com a diretora. — falei. Ele sorriu para mim e piscou. Era aqueles típicos carrinhos de golfe, sabe? Mas bem mais práticos. Eu me sentei ao lado dele, e ele seguiu até uma sala com porta dourada. Tinha uma placa na porta: Francine Gladys, Diretora.
Eu agradeci a ele, e ele disse que esperaria. Bati na porta e ouvi um "entre". Quando abri a porta, vi uma imensa sala com dois sofás vermelhos e dourados, e uma mesa marrom, com uma mulher com aparência de trinta e poucos anos.
Era loira, de olhos castanhos claros. Seu cabelo estava preso com um rabo de cavalo frouxo, sua boca estava vermelha por causa do batom. Ela era realmente linda. Usava um terninho vermelho escuro.
— Isabella Swan, seria? — ela me perguntou, com um sorriso cativante.
— Sim, Senhora Gladys. — assenti e fui até perto de sua mesa. Me sentei na cadeira.
— Bem, antes eu queria lhe dar as boas vindas, e os parabéns por ter passado na prova — ela disse — São poucas pessoas que passam nessa prova com 93% de acertos, como você. Desde que passem de 70%, já estão aceitos. As questões são bem trabalhadas...
— São, mesmo. — falei, rindo baixo. — Valeu mesmo o bom tempo de estudo e os fins de semana sem sair de casa, apenas com a cara nos livros.
— Sim, valeu. — ela riu junto comigo. — Bem... Vamos lá. Nosso colégio tem nove andares, contando com o térreo. Aqui no térreo temos a minha sala, a portaria, o ginásio... Daí tem mais as duas piscinas olímpicas — uma masculina e uma feminina —, vestiários, quatro quadras — duas de futebol e duas de vôlei, ou de qualquer outra coisa como handebol e basquete... — ela disse. Tomou fôlego. — Banheiros, e, claro... Quadra de tênis.
Caramba. Nove andares? Não era nem um colégio, era um prédio. Juro!
— No primeiro andar tem a praça de alimentação, onde vocês irão almoçar o que quiserem e tudo mais. Tem também a enfermaria. Ah, e claro, tem banheiros em todos os andares. — ela riu baixo. — No segundo andar tem as salas do primeiro ano e biblioteca. No terceiro andar, temos as salas do segundo ano, sala de informática e laboratório de ciências. — ela novamente tomou fôlego. — No quarto andar temos as salas do terceiro ano, sala de áudio e vídeo e os escritórios dos coordenadores, o Sr. Petris Potter, que é coordenador do terceiro ano e a Sra. Amelia Spears, que é coordenadora do primeiro e segundo ano.
— Tem isso também? — interrompi, sem querer.
— Tem, sim. Acho que é uma divisão melhor, sabe? Nenhum coordenador é obrigado a levar nas costas o peso de umas cinco salas de cada ano, entende? — ela riu. — Bem, continuando, no quinto andar tem os dormitórios femininos, sala de lazer e sala de dança. A sala de dança tem que marcar hora para usar, afinal, na maioria das vezes, as líderes de torcida usam para treinar coreografias e tudo mais. A sala de lazer é livre — tem televisão, jogos de mesa, e tudo mais.
Eu apena continuei ouvindo, boquiaberta. O colégio era realmente luxoso. Sem palvras. Definitivamente.
— No sexto andar temos os dormitórios masculinos, também uma sala de lazer e uma sala apenas com jogos de mesa. No sétimo tem os dormitórios dos professores, coordenadores e o meu quarto. — ela sorriu amarelo. — E no oitavo, tem um auditório com mais de quinhentas cadeiras, e ao lado, tem uma sala de apresentações, com palco especialmente para peças.
— Colégio grande. — comentei, baixinho. Ela riu.
— Colégio grande. — ela afirmou. — Agora, às regras... — ela disse, pegando um papel na sua gaveta. — Olhe, Senhorita Swan, eu sou muito rigorosa em relação às regras. Não gostaria que você, e muito menos alguém nesse colégio desrespeite. Está pronta para ouvir?
— Sim. — assenti.
— Certo. — ela disse. — A aula começa as oito da manhã, e termina às duas da tarde. Depois, vocês estão livres para fazer o que bem entenderem, menos, claro, botar fogo no colégio, ter relações sexuais, aprontar, e... Bem, você sabe. Desde que não bote o colégio abaixo, também. E nada de meninos estar entrando no quarto de meninas, e vice-versa. Ainda mais com a porta trancada. Tem toque para recolher, e ele bate às 22h e nos sábados e domingos, às 23h. Os ajudantes do colégio — ela gesticulou para fora da sala, onde provavelmente o menino vestido de preto estava —, ficam olhando o colégio inteiro durante a noite. Eles me avisarão se tiver alguém desrespeitando.
— E se precisarem ir ao banheiro? — perguntei, incerta.
— Tem banheiro em todos os quartos, assim como também tem computadores com acesso a internet. — ela sorriu gentilmente. — Bem, aqui está o número do quarto onde você vai ficar. O ajudante vai te levar até ele. Tem elevadores, tudo bem? — ela continuou sorrindo. Assenti com a cabeça. Peguei a folha em minhas mãos. Tinha o número do quarto onde eu ficaria — 224 — e tinha os horários. Teria primeiro cálculo, depois inglês e duas aulas de biologia. Que maravilha. Depois, ela me entregou uma sacola com dez mudas de uniforme do colégio. Caramba.
— Obrigado, Senhora Gladys. — agradeci, com um sorriso.
— Disponha, querida. Qualquer coisa, apenas venha até aqui. Estarei sempre à disposição. — ela disse, sorrindo.
Saí da sala e suspirei. Seria um grande dia.
Me sentei no carrinho de golfe, ao lado do ajudante. Ele sorriu para mim, e foi até o elevador com o carrinho. — Qual seria o quarto? — ele perguntou.
— Duzentos e vinte e quatro. — falei. — Dormitório feminino, claro.
— Quer que eu te leve até a sala depois, ou prefere ir sozinha? — ele me perguntou. — Aliás, meu nome é Gaspar.
— Não, obrigado, Gaspar. — agradeci, com um sorriso. — Além do mais, quero dar uma voltinha antes da aula começar. Depois quero ajeitar minhas coisas no quarto.
— Certo. — ele assentiu.
Demorou cerca de cinco minutos até ele me deixar na frente do quarto com porta marrom escura e uma placa dourada escrita "224" e com uma ficha embaixo. Haviam dois nomes: Mary Alice Cullen e Isabella Marie Swan. Apenas duas pessoas no quarto. Legal. Espero que essa Mary Alice seja uma pessoa legal. Espero mesmo.
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Entrei na sala — várias pessoas estavam conversando. Alguns garotos estavam usando o blazer azul escuro do colégio, e outros ainda estavam apenas com a blusa branca de abotoar. Algumas meninas estavam usando a saia azul escura xadrez do colégio até o joelho, outras até a metade das coxas, e tinha umas cinco que a saia parecia cerca de arame farpado: cerca a local, mas não tira a visão de quem vê de fora.
Estremeci. Minha saia batia até a metade da coxa, como seria a forma perfeita. E para melhorar, havia um shorts especial para usar por baixo da saia. Era bem mais confortante. Mas tinham algumas garotas que não usavam o maldito shorts.
Ajeitei minha meia preta quando me sentei. Eu estava me sentindo uma colegial certinha demais. O blazer feminino caíra extremamente bem em mim, junto com a blusa social branca de mangas curtas. O sapato era confortável, até.
Deixei minha mochila em cima da mesa. Vi alguns alunos me observarem e cochicharem entre si. Não dei importância. O problema é que as carteiras eram todas em duplas. Eu provavelmente iria sentar sozinha, claro. Ninguém gosta de sentar do lado da aluna nova, isso era mais que fato.
Um professor baixinho e gordinho, careca, entrou na sala. Ele carregava uma mala e usava uma calça jeans, com blusa social com emblema do BSHS — Boston's Special High School. Ele deu um sorriso fraco para todos, e de repente, todos os alunos se sentaram. Ainda podiam-se ouvir murmúrios. O professor olhou para a sala.
— Meu nome é Homer Hanson. — ele disse, sério. Alguns alunos deram uns risinhos e pude ouvir murmúriso como "Há! Simpsons!" Ele deu uma risada baixa. — É, meu pai gostava bastante de Simpsons. Mas isso não vem ao caso. — ele fez uma careta.
Naquele momento, a porta da sala se abriu rapidamente. Eu levei meus olhos castanhos até o encontro daqueles olhos verdes. Meu coração acelerou. O garoto havia chego atrasado. Ele estava ofegante e um pouco suado, mas mesmo assim... Ele era lindo.
Sua pele era branca, mas não era aquele tipo de branco pálido bem feio. Era uma pele branca bonita. Ele tinha um rosto de anjo, cabelos cor de bronze desgrenhados. Os contornos de seu rosto eram perfeitos. Era alto, e seus olhos verdes eram brilhantes, como um par de esmeraldas. Eu corei quando seus olhos vieram ao meu encontro novamente. Ele parecia o meu príncipe encantado.
— Atrasado? — o professor de cálculo perguntou. Ele assentiu. — Sente-se... Ao lado dela. — ele apontou para mim. Jurei estar virada num tomate com cabelo castanho. Se ele sorriu ou não, não consegui ver. Abaixei a cabeça e meu cabelo ficou na frente de meu rosto. Ouvi mais alguns murmúrios, desta vez tinham um certo tom malicioso.
Droga. Droga, droga, droga, droga, droga.
Ouvi a cadeira ao meu lado se arrastar levemente, e o barulho da mochila no chão. Respirei fundo e me recompus. Botei uma mecha do meu cabelo para atrás da orelha, e olhei para ele. Dei um fraco sorriso, e voltei a olhar para frente. O professor sorriu de maneira agradável e começou a passar algumas coisas.
Apoiei meus cotovelos na mesa, e soltei o peso de meu rosto em minhas mãos. Meu semblante era evidentemente entediado — não podia negar que odiava contas, cálculo, matemática, seja lá o que for que envolvesse números. Números realmente nunca foi o meu forte — garanto.
O professor começou a falar freneticamente, parecia que falava grego. Ele relembrava algumas coisas que aprenderam no ano anterior — e que eu também aprendi, poucas das coisas — como equação modular, álgebra, triângulos retângulos, e mais um monte de porcarias. Fiquei tentando prestar atenção, mas era um tanto difícil, ainda mais quando se tinha um tipo de príncipe ao seu lado. É colega, vá tentar estudar com um ser daqueles do seu lado, vai. Quero só ver.
Mas chegou um certo momento que a curiosidade falou mais alto. Virei meu rosto para ele e sorri de lado, e o vi levar seus olhos verdes até mim. — Qual seu nome? — perguntei, arqueando de leve a sobrancelha. Curiosidade estava batendo dentro de mim. Um problema. Um grande problema.
Ele me encarou por uns segundos e deu uma risada abafada e baixa. Depois, ouvi sua voz de veludo ressoar tais palavras:
— Você parece ser bem irritante.
Continuo ou não? Depende de vocês!
