The Unmarried

Sempre pareceu certo para todos que nosso final seria feliz – que seria óbvio, que andaríamos para o altar com aqueles que eram nossos pares desde a infância. E agora, que gosto amargo, é vê-los dançar juntos. Ginevra Malfoy. De branco, com véu caindo, os cabelos ruivos em cascata, o sorriso capaz de iluminar Paris. Draco Malfoy, e o corte elegante das roupas escuras, o rosto pálido corado de alegria, os olhos capazes de aquecer a Rússia.

Por que viemos, afinal? Admitir nossa derrota? Nunca gostamos de ser derrotados. Seu rosto está marcado pela raiva, e o meu não deve estar muito melhor. Então eu levanto e sigo em sua direção, te tomo pela mão, e te levo para a pista.

Não é uma dança de alegria, mas é uma dança de compreensão. Só nós sabemos o tamanho da dor que foi perder Ginny e Draco, até o ponto de estarmos em seu casamento. Será que foram erros nossos? Eu não sei. Mas quando eu piso no seu pé, você não se incomoda, Pansy, porque o sapato apertado está dentro do coração, não no chão da festa.

Falamos bobagens, você me ironiza, e sorri. Ao menos podemos nos divertir com nossa desgraça, é melhor que nada. Podemos rir de nós mesmos, podemos ser amargos, não precisamos fingir.

No final, tem alguma coisa de feliz – nos vimos pela primeira vez depois de tantos anos. E, ao te conhecer, eu descobri que nem tudo estava perdido.