Pain

Era uma obsessão – sempre fora uma obsessão, mas agora era mais forte. Os traços do Escolhido eram fortes e másculos, seu cabelo em desalinho tinha um frescor de rebeldia juvenil. Seus olhos verdes como o feitiço mortal eram calmos, como a certeza que sentia ao matar.

Poderia ter observado tudo isso antes, mas só agora lhe chamava atenção; agora que a bela menina que corrompera tornara-se uma mulher jovem, desejável, forte e absolutamente desinteressada em ter qualquer coisa a ver com ele, ainda que pudesse se largar nos braços do jovem Malfoy.

E, claro, já havia algum tempo que ele não gostava dos Malfoy, e aquele menino insolente vivia arranjando mais e mais motivos para isso.

Mas desejara a garota, desejara sorvê-la e corrompe-la mais uma vez, porque isso traria dor a tanta gente que era prazeroso apenas imaginar. Saber que ele um dia tivera sua plena devoção e que agora ela se dirigia a outro era insuportável.

Então, faria o mesmo com ela: usaria Harry Potter e o transformaria em seu. Ele desejava o rapaz como a desejava; desejava corrompê-lo e transformá-lo em um joguete em suas mãos.

Levantou a varinha e lançou um cruciatus no corpo sem vida, na frente de todos.

A dor era boa.

Ninguém o abandonava.

E Ginny Weasley não seria diferente.

(Não sabia que Harry aprovaria aquilo, pois não poderia suportar perder Draco para uma mulher – que deveria ser sua, ainda por cima.

Só Ron poderia abandoná-lo.

Draco Malfoy não tinha este direito – e ele só o salvara pelo prazer em poder lembrar-lhe disto.)