ATENÇÃO: FANFIC CRIADA SEM FINS LUCRATIVOS - PLÁGIO É CRIME - CENAS DE SEXO HOMOSSEXUAL - CENAS DE SEXO HETEROSSEXUAL - INFORMAÇÕES MÍNIMAS ALTERADAS PARA MELHOR DESENVOLVIMENTO DA HISTÓRIA - HARRY POTTER PERTENCE A J.K. ROWLING E SEUS ASSOCIADOS.
Sweater Weather
Prólogo
Os boatos que se espalharam pelas firmes paredes da escola naquela manhã não eram de fato, boatos, pois para algo ser boato esse algo tem que ser uma mentira e a notícia que se espalhava de que Draco Malfoy estava de volta era a mais completa verdade. Naquela mesma manhã Pansy Parkinson havia subido na rechaçada mesa da Sonserina e tinha gritado para quem quisesse ouvir que se alguém ousasse tocar em um fio de cabelo de Draco Malfoy, teria que se entender com ela.
Mas Draco, que tinha se enfurnado no escritório de McGonagall assim que chegou nas propriedades do castelo não estava muito preocupado com a retaliação dos outros alunos. Ele só tinha uma coisa em mente quando deixou que seus pés o guiasse pelos corredores conhecidos até as masmorras, ele não queria, de forma alguma, em nenhuma circunstância, ter que cruzar novamente com Harry Potter.
Capítulo 1
(this is not about me)
Harry Potter não gostava da fama que a guerra o havia agregado, criado em um quartinho embaixo da escada, Harry não gostava de ser preso em lugares fechados com pessoas gritando seu nome e lhe cobrando coisas. Não gostava de ter que se esquivar de todos os jornais e de todas as corujas que traziam cada dia mais cartas de fãs do mundo todo.
Harry só queria ser, bem, o Harry.
Andar pelos corredores de Hogwarts por outro lado, eram como uma bênção. Sendo ele maior de idade e do último ano, as regras para perambular pelo castelo durante a noite eram mais brandas, e desde que ele estivesse em forma para concluir as aulas no dia seguinte, ninguém iria lhe incomodar.
Foi com isso em mente que ele agarrou a capa da invisibilidade da mala e calçou um tênis velho de corrida que ele havia pego na Toca. Respirando fundo pelo que parecia ser a vigésima vez naquele dia ele alcançou o isqueiro e a pequena caixa de metal da gaveta de sua escrivaninha e desceu as escadas da sala comunal do oitavo ano com passos leves, não querendo chamar atenção para a sua saída.
Como sempre seus primeiros pensamentos ao entrar na floresta proibida foram direto para Ron e Hermione. Ele sabia que os amigos se preocupavam com ele e no fundo, depois de toda a frustração de ter uma vida pública vigiada por câmeras e olhos famintos, ele também se preocupava. Hermione o havia lembrado que agora todos seus passos eram calculados e computados em algum lugar e que a qualquer momento aproveitadores estariam batendo na porta de sua casa com algo para lhe chantagear. Não que Harry não estivesse preparado para esse tipo de coisa, claro que ele estava, mas algo no fundo do seu peito gritava para que ele simplesmente levantasse sua varinha e os expulsasse da sua frente o mais rápido possível. Ron por outro lado o havia encorajado a abraçar a fama, a curtir as festas para as quais ele era convidado e claro, aproveitar a quantidade absurda de mulheres que estavam se jogando em seu colo.
Mas foi de Luna, quando a deu uma festa de comemoração para o fim da Guerra, que Harry escutou o conselho mais sábio de todos.
Luna estava escutando algo dentro de uma concha que havia encontrado na praia, segundo ela o mar estava conversando com ela e dizendo que a tempestade havia passado, mas que as ondas ainda estavam firmes e fortes. Após a confissão ela havia virado os olhos brilhantes para Harry e dito da forma mais simples possível.
"Cuide de si mesmo, Harry Potter."
Ele amava Luna, assim como amava todos os seus amigos, mas quando ele voltou para dentro da Toca e observou todos eles com seus respectivos pares que ele entendeu o motivo de não se encaixar em nenhum lugar.
Ele, no fundo, sabia que não precisava se encaixar em nenhum lugar, e sim, em alguém.
Na hora, sua cabeça de menino deu uma risadinha maliciosa, sabendo que isso também era uma verdade. Mas assim que viu Gina abraçar Luna e lhe dar um beijo casto nos lábios ele sentiu uma vontade enorme de gritar.
As pessoas estavam juntas pois elas tinham algo para compartilhar e se ensinar. Hermione havia achado o amor com Ron pois ela o ensinava a ser mais gentil, enquanto ele a ensinava a ser mais confiante. Luna ensinava Gina a olhar a vida com olhos mais simpáticos e Gina ensinava Luna a não ser tão inocente. Harry poderia ficar para sempre listando os tipos de coisas que haviam trago seus amigos a encontrar o amor, mas no final, ele sabia que pararia no porquê de ele continuar sozinho e quando ele listasse os tipos de coisa que ele precisava aprender com alguém, ele choraria trancado no banheiro apertado da cozinha de Grimmauld Place, ouvindo os gritos histéricos da Tia Black sobre como ele não era bom o suficiente para ser o herdeiro de Sirius. Afinal, o que Harry precisava aprender ninguém com um bom coração poderia lhe ensinar.
Harry precisava aprender a se colocar em primeiro lugar.
Quando achou que já tinha corrido o suficiente por uma noite e estava sentindo o coração saltar pela boca, ele parou, se encostou em uma árvore e acendeu um cigarro. Havia começado a fumar quando Sirius morreu, o único que sabia era Remus, mas nunca o havia mandado parar. Foram estranhas as noites que eles passaram em silêncio de frente para um retrato de Sirius na sala. Harry com um cigarro entre os dedos, rosto inchado de tanto chorar, Remus encostado no sofá, abraçando os próprios joelhos. Harry sempre quis perguntar para Remus o porquê da dor ser tão grande, mas ele sabia pelos olhos marejados e tristes de Remus qual a respostas seria. Ele na realidade havia repassado um diálogo na cabeça tantas vezes que ele havia perdido as contas.
"O que você fazia morando com o Sirius todo esse tempo?"
"Porquê você nunca foi atrás dele em Azkaban?"
"Porquê no dia em que cheguei em Grimmauld Place com Tonks e Moody vocês estavam tão próximos um do outro?"
"Meu pai sabia?"
"Porque vocês nunca me contaram?"
"É por isso que o Patrono de Sirius era um lobo?"
"E o seu é um cachorro?"
Mas ele nunca havia tomado coragem o suficiente para perguntar e quando ele soube que Remus também estava morto, ele se arrependeu de não ter procurado saber mais sobre a vida dos dois.
Por causa de Sirius ele também havia deixado o cabelo crescer. Seus cachos agora batiam no ombro e ele os usava normalmente presos em um rabo de cavalo que Hermione havia ensinado. Seu cabelo sempre foi uma figura a parte de seu corpo.
Ele sentiu a chama do cigarro começar a esquentar em seus lábios, então ele pegou sua varinha e desintegrou o resto do cigarro com um simples incendio. Varinha essa que pesava tanto em sua mão quanto em sua consciência.
Pinheiro e Pelo de Unicórnio.
Era quase cômico o fato de que até suas varinhas eram completamente o oposto uma da outra.
Draco Malfoy.
Ele não via o menino desde o julgamento. Apesar de achar que seu testemunho não poderia fazer muito contra as provas que tinham contra os Malfoys, Draco e Narcissa foram libertos sem muito esforço após Harry ter deixado claro que era de desejo dele que Narcissa e Draco estivessem livres para reconstruir a vida.
Narcissa havia se mudado para a França, Draco havia escolhido voltar para terminar o último ano de Hogwarts e quando O Profeta perguntou sua opinião sobre a defesa de Harry, Draco apenas havia respondido que ter que viver sobre a pena de Harry Potter era pior do que ter ido direto para Azkaban.
Maldito, egoísta, mimado, Malfoy.
Deixando escapar uma risada pelos dentes cerrados, Harry se desencostou da árvore, pegando a trilha e voltando para o castelo, dessa vez andando devagar, vendo pela lua que não era tão tarde.
Ele não queria voltar para a sala Comunal, mas também não havia muitos lugares em que ele pudesse se esconder. Ele poderia visitar Hagrid, enfrentar um de seus horrendos bolinhos de pedra e tomar um chá de maçã que apenas Hagrid sabia fazer. Mas Hagrid agora era um professor titulado, ele não iria gostar nem um pouco de ver Harry perambulando a essa hora na Floresta Proibida. Logo na Floresta Proibida.
"Não sei como você tem estômago para voltar lá, Harry." Disse Hermione uma noite.
Harry estava quase alcançando a saída da Floresta quando o relinchar de um cavalo chamou sua atenção. Ele reconheceu logo de imediato que o relinchar não era normal, era um Testrálio. Vários, pelo o que ele pode perceber logo após quando um segundo relincho se juntou ao primeiro.
"Olha só, não seria você a criaturinha mais preciosa desse mundo." Uma voz suave cortou o silêncio. Luna.
Harry sorriu e deu meia volta, cortando a trilha e indo em direção ao som. Encontrou Luna vestida dos pés a cabeça em verde limão. os cabelos loiros caindo emaranhados pelas costas e os pés descalços fazendo carinho em um filhote deitado no chão. Outros testrálios se reuniam em sua volta, buscando por um pouco de atenção. Mas foi um segundo grupo de testrálios que tomou a atenção de Harry. Eram um grupo menor, seus corpos pretos e esguios tapava a visão de Harry, mas parecia que uma segunda pessoa estava alimentando os testrálios, Harry pensou em deixar a dupla em paz, mas conhecendo Luna, sabia que não teria problema.
"Já pensou em usar sapatos, Luna Lovegood?" Ele perguntou saltando um tronco de árvore.
Foi então que pela primeira vez em sua amizade com a menina, ele viu os ombros de Luna tensionarem. Ela se virou para Harry com um olhar que ele não sabia reconhecer, talvez um pouco de medo, talvez um pouco de embaraço, mas foi quando o sorriso no rosto dela se esvaiu que Harry percebeu que o olhar era preocupação.
"Harry, que maravilhosa coincidência lhe encontrar aqui." Ela disse pegando mais um pedaço de carne da bolsa de lona e estendendo para Harry, que aceitou o pedaço, ainda encarando a menina a sua frente com olhos suspeitos.
"Algum problema, Luna?" Ele perguntou olhando para o segundo grupo de testrálios, ainda muito concentrados no que estava acontecendo, para virarem para Harry.
"Nem um pouquinho." Ela respondeu sorrindo um pouco e se voltando para os animais em sua frente.
Harry esperava que a segunda pessoa se apresentasse, ou ao menos lhe desejasse uma boa noite. Mas isso não aconteceu, quem quer que fosse a pessoa, ela não se deu ao trabalho nem de dar uma espiada no famoso Harry Potter.
"Quem é seu amigo?" Ele perguntou alcançando uma faca no bolso traseiro das calças verdes de luna e cortando o pedaço de carne em quatro.
"Um bom espécime dessa raça." Ela respondeu entregando seu último pedaço de carne para o filhote aos seus pés, se abaixando e tocando a pelagem macia do animal. "Ele me ajudou muito após a guerra com a reconstrução da minha casa." Ela continuou. "Ele é muito tímido, não ligue pro silêncio."
"Vocês se conheceram em Hogwarts mesmo?" Harry perguntou se sentando ao lado de Luna, oferecendo os pedaços de carne para os outros testrálios que se amontoavam em volta dos dois adolescentes.
"Mmm…" Ela olhou para cima um dedo sujo de sangue pousando em seu queixo. "Acredito que o vi em Hogwarts, mas fui apenas conhecê-lo de verdade quando eu fiz uma breve visita á sua casa." Ela olhou para trás, Harry seguiu o olhar da amiga, os testrálios haviam parado de se remexer, mas agora estavam sentados em volta da pessoa, que parecia não se importar com o rumo da conversa. "Ele me ajudou em tempos sombrios, Harry Potter." Ela concluiu, voltando a encarar os animais a sua frente. Quando o rosto da menina se virou para Harry, ele viu algo faíscar nos olhos dela. "Sabe, ele perdeu muito na guerra também, Harry. Sua mãe foi feita refém pelos Comensais da Morte, fazendo com que ele tivesse que fazer coisas com as quais ele não concordava." Luna parecia cautelosa com o que dizia, sempre observando o rosto impassível de Harry, que até agora não havia escutado nada de diferente das outras histórias das milhares de pessoas envolvidas no evento. "Ele quase matou o homem que amava." Isso sim chamou a atenção dele. Quase havia matado o homem que amava. Quer dizer que ele... "Harry Potter, se você perguntar se ele é solteiro serei obrigada a lhe enfeitiçar."
Harry riu, mas foi a outra risada que chamou atenção. A figura antes escondida entre os testrálios se erguia, estava de costas para os outros dois, e as mãos esguias e pálidas batiam na calça, retirando terra e galhos mortos que haviam ficado presos no tecido. Foi quando a mão esquerda se ergueu para retirar o capuz, que Harry arfou. Primeiro pela Marca Negra que foi revelada quando a manga foi puxada pelo movimento e então pelo cabelo loiro, quase branco que brilhou na luz da lua.
Mas a surpresa veio mesmo quando a pessoa se virou e Harry segurou o ar nos pulmões, uma cicatriz cortava o rosto do menino, subia pela lateral esquerda do queixo, atravessa o nariz e parava apenas em sua maçã do rosto.
"Olá, Potter." Draco Malfoy cumprimentou com um sorriso tímido no rosto.
Harry encarou o menino a sua frente, os olhos verdes passando pelo uniforme amassado da Sonserina até os cabelo bagunçado, que estava mais comprido do que o normal, caindo nos olhos acinzentados. Ele estava petrificado, Draco Malfoy estava sozinho, na Floresta Proibida, com Luna, alimentando testrálios.
Foi quando algo lhe acertou em cheio na boca do estômago, fazendo Harry levantar em um rompante, a varinha apontada para o peito de Draco.
Draco Malfoy.
Com Luna.
Sozinhos.
"Mas que merda você ta fazendo aqui?!"
