O ADEUS NUNCA DURA.
CAPITULO I: SÓ NOS RESTA DIZER ADEUS.
Naquele fim de tarde de outono, tudo estaria para mudar. O fraco sol que ocupava o céu havia sido coberto por nuvens negras. Não demorou muito e começou a chover.
"Deve ser um sinal" Pensou ela, olhando para aquele cenário uma última vez. Assim que o fez, sacou a espada e estaria pronta para partir.
Kuchiki Rukia abriu o portal para Sereitei, pouco antes de perceber que não estava sozinha. Estava sendo observada por alguém. Por ele.
A Garota olhou para trás e o viu parado diante de si. O que iria dizer a ele?
– Desculpe-me! – Ela disse segurando suas lágrimas. Foi só o que conseguiu pronunciar.
– Não vá. Por favor! – Ele disse aproximando-se da pequena.
– Eu fiquei... Tempo demais. – Ela falou.
– Hoje... Por uma noite... – Ambos já estavam próximos.
– Ichi... – Foi só o que conseguiu dizer antes de ser calada por um casto beijo. Quando sentiu seus lábios serem tocados, sentiu um formigamento na barriga. Era uma sensação boa... E aconchegante.
Foi assim que ela se perdeu nos braços dele e entregou-se completamente.
Ichigo a pegou no colo delicadamente e em questões de segundos, graças ao shunpo, estavam no quarto dele.
Naquele momento só queriam saciar seus desejos mais profundos, desejos escondidos. Sem precisar pensar em mais nada. Então, se amaram.
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"Com ele... De... Certa forma... Eu... Sinto-me... Segura!" Pensou a morena. Por mais alguns minutos, ela ficara deitada aproveitando algo que não duraria muito.
Rukia se soltou daquele abraço acolhedor. Trocou-se e lhe disse as últimas palavras antes de ir:
– Adeus, meu amor! – Depois de dito, deixou-lhe um leve beijo nos lábios e partiu.
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Soul Society
Como sempre, a mansão Kuchiki estava silenciosa. O que se podia ouvir eram apenas os sons das árvores balançando, e o barulho das carpas no lago.
Assim que chegou, Rukia foi diretamente para seu quarto. A morena entrou com passos leves e delicados tentando manter aquele silêncio. Porém, ainda havia alguém acordado.
Kuchiki Byakuya estava sentado sob os calcanhares cruzados, e observava o jardim que sua falecida esposa tanto adorava.
– Chegou tarde. – Pronunciou-se, sem se virar.
– Eu estava... Despedindo-me. – A garota disse. Byakuya sentiu a tristeza no tom de voz da garota.
– Entendo. – Disse, se levantando para observá-la. – Melhor irmos dormir. Amanhã você precisa arrumar suas coisas e, voltar ao seu posto como tenente. – Finalizou. Achou que essa notícia animaria à jovem. Mas se enganou.
– Hai Nii-sama! – Concordou e prosseguiu para seu quarto.
Byakuya esperou Rukia se recolher para fazer o mesmo. Antes de deitar pensou nos sentimentos da irmã pelo Kurosaki. Ele se preocupava muito com ela, mesmo não demonstrando. Com esses pensamentos em mente, adormeceu.
"Vou sentir saudades!" Rukia pensou lembrando-se do acontecido de pouco tempo atrás. Ela trocou-se e se deitou. Nessa noite reviveria o momento mais uma vez. E na próxima noite também. E na próxima. Na próxima. Na próxima...
Jamais esqueceria.
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A chuva da noite passada havia parado e agora um fraco sol iluminava Karakura. O rapaz de cabelo laranja havia sido acordado pela fraca luz que entravam pela cortina. Lembrou-se de sua pequena que estava dormindo ao seu lado. Ou deveria estar.
– Bom dia Rukia. – Ele se virou com um sorriso sonolento, mas encontrou apenas um espaço vazio na cama. E talvez em seu peito também.
Levantou-se rapidamente vestiu uma roupa qualquer para procurá-la pelo resto do apartamento, mas só restava ele ali. Sentiu um aperto, e uma lembrança da noite passada invadiu sua mente.
Flash Back On
Ele beijava o delicado pescoço da morena. Não hesitava. Passava sua mão por todo o corpo da jovem shinigami, explorando cada parte.
Ela correspondia com mesmo carinho e paixão.
O perfume e a voz dela enchiam o aposento. Nada estragaria aquele momento que pertencia a eles.
Flash Back Of
– Foi... Um sonho? – Ele se perguntou. Ficou um tempo pensando e relembrando daqueles momentos, até que concluiu: - Ela foi embora! Não! Ela não pode ter ido! KUZOOOO!
Foi ao banheiro, lavou bem o rosto. E mesmo assim não adiantou.
Imaginou vários modos de 'recuperá-la', mas nenhum deles incluíra ir buscá-la na Sereitei! Ele estava com... Medo?
Pela primeira vez faltou coragem para o substituto de shinigami. E então tentou fazer com que parecesse um sonho.
Ele desistira. Tentaria clarear sua mente. Queria esfriar a cabeça e se desligar um pouco do mundo. Nesse momento, resolveu aceitar sua fraqueza. Sentia-se tão estúpido!
– Espero que sempre me tenha em seus pensamentos! – Sussurrou para si mesmo.
Ele não imaginava que aquela noite ficaria marcada para sempre.
CONTINUA...
