Disclaimer: Saint Seiya / Cavaleiros do Zodíaco pertence a Masami Kurumada.
Resumo: Universo Alternativo. Afrodite é um ator em busca da fama. Romances, decepções e grandes alegrias irão cruzar seu caminho até que ele consiga um cantinho cativo sob os holofotes do sucesso. Romance yaoi / lemon.
Esta é minha terceira fic, e meu primeiro UA. Estou me aventurando no mundo dos capítulos. Ao contrário das outras fics, ainda não visualizei um final para esta, e por isso estou meio apreensiva. Mas, se eu não tentar, não sei qual vai ser o resultado, né?
PS: Ah, eu queria agradecer a Pipe, Terezinha-Fleur, Mo de Áries, Daphne Peçanha (estou escrevendo a do MiroxKamus.. e eu consigo resistir a esses dois?), Susu-chan, Akane Kittsune, Nala, Márcia, Shining Light, Megara-20, Ia-chan, Celly M, Nadehisco, Prudence-chan, Camis, ... Gente, fiquei muito lisonjeada mesmo pelos elogios e pelas reviews! Espero que esta aqui também esteja a altura. Beijos!
PS2: Pipe, perdão, mas eu comecei a gostar mesmo de fics ao ler as suas... E, pra mim, o mundo do Afrodite é aquele que você criou. E o Máscara é o Carlo!! rs... Eu acho esse universo perfeito pra eles, e, eu até tentei, mas não conseguir quebrar o vínculo. Por isso, galera, eu me baseei (cara de pau....) nas fics da Pipe ao descrever alguma coisa do passado do Di.... : )
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Capítulo 1 – O Primeiro Degrau
- Alô.
- Oi Di! E aí, como foi no teste?
- Olá Shaka... ah, o que você acha? – Afrodite estava extremamente frustrado.
- Ah... não sei... – Mentira. Shaka conhecia aquela vozinha triste.
- É óbvio que me dispensaram.
- Mas por que? Você era perfeito para o papel. Eu tinha certeza de que dessa vez você iria conseguir!
- Pfff.... O diretor disse que eu era ótimo, que fui muito bem no teste, mas que sou bonito demais para o papel.
- ..... bonito demais?....
- É! Bonito demais! Uma hora é porque eu sou delicado demais. Na outra porque tenho traços muito femininos, ou porque sou muito branco, meus olhos muito marcantes, minha voz muito expressiva.... – Afrodite estava furioso, decepcionado, triste. – Será que alguém ainda se lembra de que o talento é o mais importante?
- Dite, eu e o Mú vamos até aí, tá bom? – Shaka sabia como o amigo deveria estar se sentindo. Ele precisava de apoio.
- Sha, não vem agora não. Aliás, se você quiser, nós podemos jantar juntos. Já me acostumei com essas dispensas, não vou ficar enfiado em casa chorando.
- Tem certeza?
- Tenho.
- Então vamos naquele restaurante que você gosta. Eu e o Mú passamos aí lá pelas 7, pode ser?
- Como quiser, meu querido. Vou tomar um banho. Até mais tarde, então.
- Até, Di.
Di desligou o telefone, mas não agüentou. Estava sentado no sofá, e abaixou a cabeça até os joelhos deixando as lágrimas virem. O cabelo azul claro caiu pelos seus ombros e espalhou-se, enquanto seus braços alcançaram seus joelhos e abraçaram suas pernas. Os soluços vieram aos poucos, mas logo o choro melancólico era o único som em todo o apartamento.
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Afrodite Thorsson era o sétimo filho de um casal sueco importante em seu país. Sua mãe dera a luz a seis meninas, e deu a todas nomes de deusas da mitologia grega. Na sétima gravidez estava certa de que teria outra menina. Quando Afrodite nasceu, era um bebê tão belo, que a mãe lhe deu o nome da deusa da beleza, mesmo ele sendo menino.
Cresceu cheio de mimos, e teve a melhor criação que seus pais poderiam oferecer. Além de receber muito carinho, a situação financeira de sua família lhe proporcionou a possibilidade de aprender dezenas de línguas, filosofia, sociologia, química, física, literatura e muitos outros conhecimentos humanos.
De uma beleza rara, atraia olhares femininos e masculinos, e tornou-se um homem extremamente desejado. E, ao perceber-se de sua beleza e talento, escolheu a profissão que mais poderia desagradar seus pais: tornou-se ator.
Sonhador, voou alto, mas estatelou-se no chão inúmeras vezes. Antes mesmo de alcançar os 18 anos, já havia encenado muitíssimas peças, feito pontas em diversos filmes, e morava na Califórnia, Estados Unidos, buscando como muitos jovens de sua idade a fama em Hollywood.
Mas sua beleza era a causa de sua tristeza muitas vezes. Quantos "testes de sofá" não tinha feito? Tinha raiva de si mesmo cada vez que permitia que aqueles patéticos diretores tocassem em sua pele perfeita. A realidade era extremamente diferente de seus sonhos, e ele começava a querer desistir. Estava com 22 anos, e ainda não havia conseguido um papel expressivo, aquele "bum" que lhe encaminharia para o estrelato.
A única coisa boa que lhe aconteceu nesse meio tempo foi conhecer Mú e Shaka. Logo quando chegou aos Estados Unidos, brigado com seus pais, que quase lhe amarraram em casa para que ele não saísse da Suécia, instalou-se em um apartamento pequeno e passou a procurar trabalho.
Conseguiu com facilidade um emprego de professor de línguas, pois dominava o inglês tão bem como sua língua natal e as outras que havia aprendido. Mas buscava incessantemente qualquer pontinha nos filmes americanos. Os anos foram passando, e ele namorou outros atores, descobrindo tranqüilamente que gostava muito mais de amantes do mesmo sexo que ele, o que não evitada suas saídas com modelos e atrizes deslumbrantes que o cobiçavam.
Um desses seus casos femininos levou-o em uma loja indiana, inaugurada há alguns anos na cidade, que atraia pessoas famosas, como músicos, modelos e atores. Os donos eram um indiano loiro, Shaka, e um tibetano, Mú. Lindos e exóticos, o casal evitava freqüentar locais da moda, mas eles já eram conhecidos em todo o país devido à variedade de artigos e roupas diferenciadas, e de extremo bom gosto, que traziam da Índia. A loja era um verdadeiro garimpo cultural, enorme, toda decorada com temas do país. O sucesso não tinha vindo por acaso, mas era fruto de trabalho, cuidado e dedicação daqueles dois de beleza ímpar.
Afrodite amou a loja, pois havia estudado muito sobre a cultura indiana quando menino. Passou a freqüentar o local, mesmo quando não tinha dinheiro para adquirir nada que desejasse. Não conseguia evitar, sempre que tinha um descanso passava por lá, para ver o que os donos haviam trazido de diferente.
Como Shaka e Mú estavam sempre presentes – menos quando viajam para a Índia, claro - prestaram atenção naquele rapaz lindíssimo que freqüentava seu estabelecimento. Em poucos meses se tornaram melhores amigos, e Dite chegou até a conhecer a Índia com eles. O casal também aproveitava o fato de conhecerem inúmeros diretores e produtores, e sempre arranjavam alguma coisa pro amigo.
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Às sete horas Afrodite estava em frente ao edifício onde morava, e logo Shaka estacionou o carro.
- Oi Di! – Mú abraçou o amigo com ternura. Sabia que ele devia estar arrasado.
- Oi Mú. Oi Shaka! Vamos logo, eu estou morrendo de fome! – Ao contrário do que os outros imaginavam, ele estava lindo e animado. Dite sempre surpreendia...
Entraram no carro de Shaka, e foram até um restaurante que Dido adorava, mesmo não sendo um dos preferidos do casal. Shaka era vegetariano, e Mú, apesar de comer carne de vez em quando, também era meio natureba. Mas levaram Afrodite para um restaurante italiano, para comer 'una bella pasta', um dos seus pratos favoritos, o qual eles também apreciavam.
Após umas duas garrafas de um ótimo vinho tinto, talharins e lasanhas, os três conversavam entusiasmados, quando Shaka levanta-se para cumprimentar um amigo.
- Kamus! Como você está?
- Shaka! Mú! Há quanto tempo! – Afrodite logo percebeu o sotaque. "Francês, com certeza!"
- Prazer, Kamus! – o francês estendeu a mão para Di, que levantou-se delicadamente.
- Afrodite. O prazer é todo meu. – Dite notou um olhar de esguelha de Shaka, meio que tentando mandá-lo ficar de boca fechada. Parecia que ele adivinhou seu interesse naquele homem alto, de longos cabelos escuros e olhar penetrante. Obedeceu.
Kamus ficou vermelho com a simpatia de Afrodite. "Que rapaz lindo!", mas logo voltou sua atenção para a entrada do restaurante. Aliás, todos no recinto voltaram sua atenção para lá, pois o homem que entrava era muito conhecido.
Miro distribuiu sorrisos e acenos de mão, e caminhou até Kamus. Seus longos cabelos azuis escuros, ondulados, moviam-se em concordância com seu andar felino, que, apesar de emanar sexualidade, era natural. Seus olhos, da mesma tonalidade do cabelo, cintilavam sensualmente, e brilharam ao encontrar o olhar do francês, que o apresentou.
- Este aqui é Miro.
- Muito Prazer! – Miro sorriu para todos da mesa.
- Já o conhecemos. Aliás, você deve ouvir isso sempre, né? Eu sou Mú, este é Shaka, e este Afrodite.
Di estava estático. Miro era um dos atores mais famosos da atualidade; seu estilo cínico, arrogante e sexy andava em moda, e qualquer filme com seu nome fazia um sucesso tremendo. E, vendo-o de perto, entendeu que magnetismo era aquele que o grego exercia sobre as fãs. Mesmo não sendo americano ou inglês, como a maioria dos galãs, não deixava nada a desejar. Aliás, superava-os em muitos quesitos.
- Ahn.. eu queria ser discreto, mas... será que você poderia me dar um autógrafo? – Di não resistiu.
Todos riram de seu ar inocente, e ele ganhou a assinatura do ator em um guardanapo. Sentaram-se juntos por alguns minutos, e conversaram banalidades. Dite então reconheceu o francês. Ele era um diretor já famoso na França, que despontava agora na América. Seus últimos dois filmes concorreram ao Oscar, e ele andava sendo muito elogiado. Se não se enganava, seu último filme teve Miro como ator principal.
Conversaram por alguns minutos, e Dite falou sobre as pontinhas que tinha feito. Shaka e Mú falaram sobre a loja, Kamus sobre seus novos projetos. Miro não falou muito. Aliás, Dite percebeu que ele estava com um olhar meio embasbacado pra cima do diretor...
Despediram-se, deixando Miro e Kamus a vontade para jantarem, e Mú e Shaka deixaram Di em casa. Tentaram leva-lo para um barzinho, ou qualquer lugar que pudesse animá-lo, mas Di não parecia tão chateado.
- Meninos, aproveitem enquanto podem! Não se preocupem comigo, estou muito bem. Vão curtir a noite de vocês!
- Tem certeza, Di? – Mú até tinha algumas idéias maliciosas para colocar em prática com seu loirinho, mas também estava preocupado.
- Tenho. E vão logo, que eu estou com sono. Acordei muito cedo. Bye bye!
Mú e Shaka foram para sua casa.
- Shá.... você não estranhou a atitude do Afrodite? – Assim que Shaka fechou a porta da entrada, Mú tocou no assunto.
- Ah Mú, eu acho que ele está encarando melhor essas dispensas. A carreira que ele escolheu é muito difícil. São vários os degraus que ele tem que transpor, até conseguir o reconhecimento. E, mesmo se ele chegar no topo, vai ter o difícil trabalho de manter-se lá.
- Eu sei de tudo isso, mas ainda acho que ele estava extremamente triste, e que não queria assumir. Você viu a cara dele de admiração para o Miro? Parecia que ele queria estar na pele dele, ser reconhecido como ele...
- Eu percebi sim. Mas sabe o que eu também notei? O Kamus prestou muita atenção no jeito do Afrodite, depois que ele contou que era ator. Foi impressão minha?
- Não, eu também percebi; até estranhei, pois ele sempre é fechadão ao conhecer alguém, e conversou muito com o Dido. Parecia que ele queria saber de tudo a seu respeito...
- Sabe Mú, eu acho que finalmente o Di vai subir seu primeiro degrau... – Shaka não conteve o sorriso.
- Sorte dele... – Mú deixou de encarar os olhos daquele homem maravilhoso que estava em sua frente, e fixou seu olhar naquela boca macia. - E o que você acha de nós transpormos alguns degraus também? – Mú foi abraçando o namorado, beijando seu pescoço com tesão. - Afinal, temos que subir a escada para chegar no nosso quarto....
- Você não perdoa, né? – Shaka devolve o abraço, empurrando Mú em direção ao sofá da sala. – Mas sabe, eu não tenho interesse de chegar no topo. Aqui embaixo também pode ser muito gostoso....
E continuaram os beijos e as carícias, em meio as risadas...
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To be Continued...
