Naruto e seus personagens não me pertencem. A história foi inspirada em Shinigami Lovers da Autora Yuuki Ryou.

UNTITLED

Shinigami

"Até que a morte nos separe você esta presa a mim pela minha alma".

O dia hoje estava realmente bonito, uma chuva fina era vista pela janela do carro que agora estava parado enfrente a uma escola muito elegante, do bairro nobre de Tóquio. Era uma das melhores e mais caras escolas da região. Logo na entrada havia um imenso arco dourado com os dizeres "Konohagakure no Sato" que queria dizer Vila oculta entre as Folhas, um nome bastante engraçado na opinião de Hinata que com o tempo já havia se acostumado. Afinal estudava naquela escola de elite desde que se entendera por gente. Ao seu lado Hyuuga Neji e Hyuuga Hanabi estavam esperando a saída de Hinata do carro.

― Hina... Vai demorar muito para sair do carro? ― brincou sua irmã Hanabi, que era muito parecida com Hinata exceto pelos cabelos que eram castanhos como os de Neji, e sua personalidade que era ativa e enérgica muito diferente da de Hinata.

― Desculpe. ― disse a menina sorrindo e olhando para os dois.

Chegando a entrada da escola, seguiram um extenso corredor por onde Hanabi e depois Neji se separaram de Hinata, que agora andava sozinha pelos corredores. Ao chegar à sala estava tudo como sempre. Inuzuka Kiba discutindo com Aburame Shino sobre animais, Nara Shikamaru dormindo, algumas meninas conversando (provavelmente sobre garotos), e alguns meninos falavam animadamente sobre o futebol e como normalmente ela fazia sentou-se entre Yamanaka Ino e Sabaku no Temari, murmurou um 'bom dia' para as duas e voltou sua atenção para o professor, que acabava de entrar.

Passado algumas horas deu-se inicio ao intervalo, e ela se reuniu com Kiba, Shino, Shikamaru, Temari e Ino. A conversa animada rolava solta, risadas e caretas eram feitas a todo o instante, aquele era o maior momento descontração onde se permitia rir e falar sem qualquer constrangimento. Com o toque estridente do sinal, anunciou que mais uma bateria de matérias estava por vir e um a um todos se levantaram até sobrar Shikamaru que soltou um problemático e levantou para seguir com todos para o prédio imponente.

Já havia parado de chover e o céu de novo estava pintado de safira, um azul precioso e límpido.

Em poucos minutos as aulas se encerrariam naquele dia, e ela poderia aproveitar para andar ao ar livre. Já que Neji e Hanabi teriam que ficar no colégio até mais tarde, ela iria a pé para casa. Assim que o sinal tocou Hinata arrumou seu material para sair, foi quando um Kiba sorridente apareceu oferecendo-se para levá-la em casa.

― E então o que me diz? ― perguntou o moreno ansioso.

― Tudo bem. ― disse ela vendo a determinação do amigo em convencê-la.

Embora a família de Kiba fosse tão rica quanto à de Hinata, quase sempre ele preferia ir para casa a pé. Tanto ele quanto Shino eram seus amigos de infância e tinha muito afeto por eles, e provavelmente teria para todo o sempre.

Enquanto caminhava com Kiba, Hinata notou como ele era alegre e descontraído 'tão diferente de mim...' Pensou a Hyuuga. Subitamente Kiba olhou para Hinata seus olhos estavam arregalaram e uma expressão de terror estava estampada sem sua face.

Merda... ― murmurou ele entre dentes.

― O que houve Kiba-kun? ― perguntou Hinata olhando a expressão do amigo.

― Shino... Ele vai me matar!

― Por quê? ― perguntou Hinata sem entender a aflição do amigo.

― Shino me pediu para falar com a Tsunade, eu esqueci...

― Porque não faz isso agora? Aposto que se você correr você ainda consegue falar com a Tsunade. ― sugeriu Hinata.

― E você? ― perguntou Kiba olhando a amiga, não queria deixá-la sozinha.

― Eu posso esperar. ― disse ela sentando-se num banco próximo. ― Não vou sair daqui prometo.

― Tudo bem, então me espere!

Ela sorriu e fitou o amigo que agora já estava correndo em direção a escola. Enquanto esperava seus olhos se voltaram para as crianças que brincavam num parque que estava do outro lado da rua. Uma coisa que Hinata adorava eram crianças. Elas se divertiam com uma bola de futebol, soltavam risos e exclamações de alegria assim que fazia um gol. E numa dessas tentativas de fazer um gol à bola foi para fora do campinho e caiu no meio da rua. Os olhos de Hinata se dilataram quando viu que um carro vinha em direção da criança que havia indo pegar a bola no meio da estrada. E como movimentos ágeis, ela correu ao encontro da criança e a emburrou para fora do alcance do carro, mas ela mesma não conseguiu se desviar a tempo e o carro a golpeou em cheio.

Antes de desmaiar tudo o que escutou foi:

― Socorro! Chamem uma ambulância.

Numa rua próxima um garoto de ótima aparência olhava a toda a cena. Era alto e magro. O rosto fino e austero, cabelos lisos da cor do ébano e uma expressão séria, que fazia qualquer um que o visse se perguntar se um dia ele havia se permitido sorrir. Vestia-se completamente de negro.

― Hora de agir. ― disse em um sussurro rouco em direção a Hinata.

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Poucos minutos depois do acontecido Kiba voltou para se encontrar com Hinata, mas tudo o que encontrou foi um amontoado de pessoas em volta de uma pessoa caída. Curioso ele seguiu até que ele pode ver cabelos negros azulados sob o asfalto.

Thump... Thump...

As batidas do seu coração estavam desreguladas e por um segundo parou de respirar, seus olhos se arregalaram para depois embaçar, com as lagrimas que estavam caindo por seu rosto transtornado. Hyuuga Hinata estava caída no chão, inerte e tão pálida quanto uma boneca de porcelana. Aquilo não podia ser real.

― Alguém conhece essa jovem? ― perguntou um dos para-médicos assim que colocou Hinata na ambulância.

― Eu... ― disse Kiba se levantando do chão onde estava até poucos segundos atrás.

― Ótimo. ― disse o para-médico, ele gesticulou para que Kiba entrasse na ambulância. E um pouco desorientado ele o fez.

― Ela vai ficar bem? ― perguntou um pouco depois. Sua garganta estava tão seca que parecia estar num deserto.

― Ainda não sabemos... Temos que esperar chegarmos no hospital para obtermos melhores exames.

O resto do caminho Kiba aguardou em silêncio segurando a mão dela e rezando para que ela ficasse bem e que não fosse nada tão grave.

Logo que chegaram ao Hospital, Kiba ligou para o celular de Neji. Precisava dar a notícia a todos. Em menos de meia hora Neji, Hanabi e Hiashi estavam na porta do hospital em que Kiba indicará. Com os olhos baixos Kiba olhou para Hiashi e murmurou um:

― Desculpe...

Antes mesmo de Hiashi dizer ou pensar qualquer coisa Neji (que estava muito nervoso) foi para cima de Kiba e o ergueu pela gola da camisa. Seus olhos estavam mais ameaçadores que o normal e num rosnado ele falou:

― Se acontecer qualquer coisa a Hinata-sama você esta morto.

― Largue ele, Neji-niisan. ― disse Hanabi segurando o quimono de Neji. ― Não foi culpa do Kiba-kun, foi apenas um acidente.

Neji logo largou Kiba que caiu no chão sem reação, ele não podia rebater realmente se sentia culpado. Se ele não tivesse deixado Hinata sozinha nada disso teria acontecido.

Seus pensamentos tristes e lacônicos foram interrompidos pela chegada de uma enfermeira que se dirigiu diretamente para o homem mais velho entre os três jovens. E com um tom baixo e contido perguntou:

― Hyuuga Hiashi?

― Sim... ― a agonia estava papável em sua voz. Embora seu jeito continuasse imponente.

― Hyuuga Hinata continua em coma, o estado e de risco e ela tem grande risco de...

― Quem esta aí?

― Meu nome é Uchiha Sasuke. ― disse o moreno. ― Eu sou um Shinigami. E com essas correntes sua alma esta selada a minha. ― ele se referia à grossa corrente que estava pressa Hinata e a si. ― mas em troca eu posso realizar um desejo seu.

― Isso é um sonho?

O moreno nada respondeu, delicadamente passou a mão pelos olhos de Hinata e quando ela os abriu de novo, viu que já não estava mais em um quarto de hospital e sim numa casa luxuosa e tão grande quanto a sua.

― Bem vindo, ― cumprimentou a velha senhora, que só agora Hinata havia notado. ― Uchiha-sama.

De súbito os olhos da velha senhora se voltaram para Hinata, e num tom de voz estranho perguntou:

― Quem é essa?

― Mump... Uma pessoa que era pra estar morta. ― disse ele friamente. Sem se importar que Hinata ouvisse.

Hinata estava atônita não entendia absolutamente nada.

― Então o que vocês estão fazendo aqui?

― O idiota do Kabuto, mandou buscar a pessoa errada. ― falou o Uchiha, podia ser ver uma ponta de irritação em sua voz. ― só estou passando para avisar que vou ter que viver na terra por um tempo.

― Cuidarei de tudo por aqui senhor. ― disse a velha senhora sorridente para seu "Senhor" .

Logo depois disso recuperei minha consciência e sai da área de risco.

Estava melhorando rapidamente, somente uma coisa me incomodava era ele.

― Porque você não foi embora ainda? ― perguntou Hinata numa manifestação repentina de curiosidade.

― Nossas almas estão seladas por essas correntes, ― ele levantou as correntes para que ela as visse. ― e até que você se aproxime da morte ela não irá desaparecer.

Passando-se algumas semanas já estava de volta a minha rotina normal somente uma coisa havia mudado. Era ele. Depois de mais um dia cansativo de aula Hinata estava pronta para ir para casa dessa vez iria sozinha, sem Kiba ou Neji e Hanabi (que agora nem mesmo a deixavam respirar sozinha).

― Nossa... Que rapaz lindo. ― murmuro uma estudante.

― de que escola ele deve ser? ― perguntou outra também murmurando.

Muitos desses cochichos eram ouvidos no portão da escola. E logo Hinata soube o porque.

― O... O que esta fazendo aqui? ― perguntou Hinata tentando controlar a gagueira.

― Sou seu novo segurança, fui contratado por seu pai essa manhã. ― disse o moreno. ― Além do mais não tive alternativa. ― disse ele olhando para a corrente. ― ela não é tão longa a ponto de você poder ir a escola e eu ficar em casa. Por isso aceitei esse 'trabalho'.

― não sabia que os outros podiam te ver. ― perguntou a morena timidamente. ― No hospital...

― Posso ser visto somente quando eu quero. ― disse ele interrompendo ela.

"A corrente dos amantes nos juntou, é até que eu me aproxime da morte ela não desaparecerá".

― E quando há sua hora chegar... Não se esqueça, você ainda tem um desejo. ― disse ele como se lesse os seus pensamentos.

― Um desejo? Como vai realizá-lo? ― perguntou Hinata corando.

― Feche seus olhos. ― ele colocou as mãos em cima dos olhos dela. – imagine o seu desejo. Agora abra seus olhos. Ela fechou e em poucos minutos os abriu.

― Não aconteceu nada... ― disse ela com os olhos muito abertos.

― é porque eu não posso realizá-lo a menos que você esteja perto da morte. ― lhe explicou.

― Ah...

O dia passou-se rapidamente e Hinata já estava a ponto de dormir quando sentiu que sua corrente estava sendo puxada e logo depois sentiu que seu corpo tombava no colchão, enquanto sua alma estava sendo retirada para algum lugar. Minutos depois ela se viu em cima de um prédio e Sasuke também estava lá.

― Porque fez isso? ― perguntou Hinata ofegante e muito assustada.

― Só queria testar.

― Testar o que? ― perguntou ela notando que estava de camisola, e cobrindo-se com as mãos.

regra número um: um shinigami pode retirar a alma de seu corpo.

― mas o que...

regra número dois: se você não retornar para o seu corpo em 24h você morrerá.

― o que? ― exclamou a Hyuuga assustada. ― e como eu faço pra voltar?

regra número três: têm duas maneiras de você retornar ao seu corpo, a primeira é: você retornará espontaneamente ao seu corpo, e a segunda é... Você beijar um shinigami que te puxou, no caso eu.

― Não tem outro jeito? ― perguntou corando.

― Não. ― respondeu irônico, de súbito sua expressão mudou e ele murmurou. ― Droga...!

― o que ouve? ― perguntou Hinata também olhando para baixo.

― não é nada. ― respondeu ele apressadamente, desviando o olhar de um casal.

― Me diga, por favor. ― algo nos olhos dela brilhava, e chamava atenção do Uchiha.

― Esta vendo aquele homem, ― ele apontou para um homem de cabelos laranja. ― acompanhado com aquela mulher de cabelos azuis e uma flor na cabeça?

― Sim.

― ele vai morrer amanhã. ― disse ele fixado o olhar em um ponto cego.

― Mas... Ele parece estar tão bem... Não parece ter nenhuma doença. ― tentou justificar Hinata que ainda olhava o casal que parecia tão alegre.

― A saúde da pessoa não importa quando o final da vida se aproxima, eles cheiram a morte. ― Sasuke disse com desdém.

― então você vai tirar a alma daquela pessoa?

― Não... ― respondeu ele querendo dar fim na conversa.

― Até agora quantas almas você já tirou? ― perguntou Hinata curiosa para logo depois se arrepender da pergunta.

― Se eu te contasse, o que você diria?

― Eu... É... Bem...

― Deixa pra lá. ― o moreno falou sem qualquer alteração na voz, estendeu-lhe a mão e ela pegou-a. ― Vamos para casa.

Numa manhã ensolarada e quente, Hinata encontrava-se sendo arrastada por Hanabi sua irmã mais nova, que fazia questão de olhar e entrar em todas as lojas do shopping, subitamente o olhar de Hanabi se voltou para uma vitrine com vestidos variados, desde vestidos simples a vestidos de gala, o que mais impressionou e que na opinião dela, ficaria perfeito em Hinata, era um vestido roxo chegando às coxas, belíssimo, esculpidos por fragmentos de pedras semipreciosas, arrastando-a para dentro da loja Hanabi pediu o vestido e depois de muito falar ,conseguiu convencer Hinata a vesti-lo, assim que ela colocou-o a pequena soltou uma exclamação de satisfação e aprovação:

― Hina-neesan... Esta linda! ― falou Hanabi. ― Esse vestido ficou perfeito em você!

― Mas...

― Nada de mais Hina! Hey Sasuke-kun, Você não acha que ficou legal? ― perguntou Hanabi, a Sasuke que estava na porta da loja vigiando-as.

Virando a cabeça em direção da mais nova tudo que ele pronunciou foi:

― Murmp. ― respondeu ele entre monossílabos. Não estava nos seus melhores dias já que fora obrigado a ir, tudo pelo seu trabalho.

― Já que o Sasuke-kun gostou vamos levar! ― disse Hanabi, sem dar muita importância para os lamentos e negações da irmã mais velha.

Ao chegarem ao caixa Hinata reconheceu rapidamente a mulher da noite anterior.

"Essa vendedora... estava com o homem da noite passada...".

― Aqui esta. ― disse a vendedora sorridente estendendo-lhe um pequeno embrulho azul, com o vestido. ― Obrigado por comprar em nossa loja. E voltem sempre.

Ao saírem do Shopping, Hanabi lembrou que tinha um compromisso, dando um sorriso de desculpas correu para estação de trem mais próxima. Assim que Hinata viu Hanabi saindo de seu campo de visão, virou-se para Sasuke, mas antes que pudesse perguntar qualquer coisa ao moreno, ela avistou a vendedora que até pouco tempo atrás estava na loja, antes sorrindo agora correndo e chorando. Algo grave tinha acontecido, Sasuke também estava olhando a mulher, ele parecia mais sério que o normal.

― Ele foi salvar uma criança, que caiu da plataforma de um trem. A criança ficou bem... ― ele virou a cabeça para mostrar a mulher que passava correndo por eles ― Mas o noivo daquela mulher não conseguiu sair a tempo. Era isso que queria saber não era? ― disse Sasuke, friamente.

― Porque ele tinha que morrer? Assim... Ele estava tentando ajudar uma pessoa... ― Como Hinata também havia tentando ajudar aquela criança. ― Porque ele não poderia ter morrido de morte natural?

― Porque está assim? Ele era só um estranho... Você nem mesmo o conhecia. – disse ele, indiferente.

Instantaneamente os olhos da Hyuuga adquiriram um brilho diferente, e não demorou muito para que as lágrimas caíssem de seus olhos, fazendo-a apertar a bolsa com força. "Como ele podia ser assim?" Sem pensar em nada a morena saiu correndo. Não queria ficar olhando para aquele homem que não se importava nenhum pouco com os humanos.

― Sua idiota! ― gritou o Uchiha, furioso. ― Você sabe que não pode ficar muito separada de mim!

Hinata não se importou e continuou a correr. Mas a corrente apertou e a alma dela foi separada de seu corpo. O Uchiha foi mais rápido e usou seu corpo como escudo, para amortecer a queda do corpo da Hyuuga, beijou-a em seguida.

― Não faça coisas tão perigosas! Parece que consegui garantir a sua vida. ― disse o moreno, triunfante.

―Porque você me beijou? ― perguntou a Hyuuga muito corada, e tropeçando nas palavras.

― Era o único jeito de eu te acordar lembra? Eu já havia lhe dito. ― lembrou-lhe o moreno.

Pela primeira vez na vida, Hinata se viu irritada com alguém. Ela nunca ousou levantar a voz ou se fazer ser ouvida, por quem quer que fosse. Mas com Uchiha Sasuke era diferente, ele não tinha sentimentos, ele não se importava com nada nem ninguém. E isso a de alguma maneira afetava, e com um gesto impensado, gritou tudo que guardou durante anos, e anos... E coisas que estavam entaladas desde o momento em que o viu.

― Sasuke, você ficará comigo até o dia em que eu morrer não é? ― ela fez uma leve pausa para recuperar o fôlego. ― EU... EU não quero isso...! ― gritou a morena. ― Vá embora!

― Compreendo... ― sua voz estava perigosamente, calma. ― Se e isso que realmente quer. ― O Uchiha puxou com toda a sua força a corrente fazendo com que seu pulso sangrasse. ― Eu vou realmente desaparecer.

"A corrente desapareceu"

― Ei! Hina-chan. Está prestando atenção na aula? ― perguntou um Ino, sua amiga.

― Hã? ― perguntou Hinata, voltando sua atenção para Ino.

― O que ouve? Você terminou com o bonitão? ― perguntou a loira, curiosa.

― É terminamos. ― disse a Hyuuga sem dar muitos detalhes. Por algum motivo não queria falar que Sasuke não era seu namorado.

― Você não parece muito feliz com isso. ― falou Ino depois de analisar Hinata por alguns segundos.

― Não estou. ― no começo a Hyuuga achou que iria retornar a sua vida normal, doce engano... Sentia falta daqueles olhos ônix sobre si e de sua voz, tão fria e suave. Era duro admitir mais já havia se acostumado com ele, sempre perto. De algum jeito ele lhe passava segurança.

― Porque você não conversar com ele?

―... Como eu faço isso? ― disse Hinata, mas para si do que para Ino.

Hinata queria muito encontrar Sasuke, mas não sabia como, a corrente havia sumindo, nem sequer, sabia onde morava ou como fazia para chegar lá. Nunca fora tão rude com alguém em toda a sua vida e estava se sentido muito mal por isso.

Enquanto ela estava andando pelas ruas, as correntes reaparecem e juntando toda a sua coragem e força de vontade, ela começou a seguir o rastro da corrente, que ela sabia que a levaria até Sasuke. Quando chegou ao local, estava ofegante e seu rosto vermelho. Correrá bastante com medo de a corrente desaparecer novamente.

― Sabe por que elas são chamadas de corrente dos amantes? Porque elas desaparecem e aparecem conforme o crescimento de nossas emoções. ― explicou o moreno, que estava sentando no banco de uma praça. ― o mesmo vale quando você pede para que ela desapareça. E uma emoção tão forte e profunda, que tudo que ela tem que fazer é obedecer. ― podia-se notar o fascínio dele ao falar sobre as correntes.

Por um impulso atípico, ela o abraçou carinhosamente Sasuke ficou sem reação por alguns minutos, mas logo depois a afastou abruptamente, esta caiu sentada ao seu lado estática e ao mesmo tempo feliz, ainda não acreditava que havia tido coragem para abraçar Sasuke, este continuava a olhar o horizonte, sem se importar em olhar para a Hyuuga.

"O corpo de Sasuke é tão frio...", pensou a menina enquanto sentia uma leve brisa acariciar seu corpo.

― Não é bom você ficar perto de mim por muito tempo. ― disse Sasuke, fitando-a friamente. ― Um Shinigami¹ suga o calor dos seres vivos, chegando a matar se você ficar perto por muito tempo. ― disse ele, a arrogância em sua voz era papável.

― E... ― ela hesitou por um momento, antes de continuar: ― O seu machucado no pulso...? ― a preocupação podia ser notada em sua voz, doce e suave.

― Já está curado. ― disse ele, amostrando o pulso. ― Um Shinigami¹ não pode ser ferido. ― disse ele com seu tom frio. Mas que Hinata tanto sentiu falta. – Pelo menos, não tão facilmente quanto os humanos.

― Ah... Que bom Sasuke-san. ― disse ela sorrindo, aliviada.

― Vamos para casa. ― disse ele andando.

― Hai. ― disse ela sorrindo.

Algo nele havia mudado, Hinata podia jurar que Sasuke, assim como ela, havia corado quando ela o abraçará. E algo dentro do seu coração também havia mudado... Ela só não sabia o que... Exatamente.

Por nenhum motivo aparente, Hinata estava feliz, mesmo com aquele dia tão chuvoso e de nuvens carregadas. Estava olhando para o quadro negro, porém nem mesmo ouvia a explicação do professor. Estava em outro mundo, quando o grito de sua colega de classe a despertou de seus devaneios.

— Alguém se jogou do prédio! — gritou Tenten, e todos na sala pararam para olhar a colega de classe.

Um de seus colegas de classe perguntou:

— Será que morreu?

— Provavelmente. Já que são pelo menos uns sete metros de onde ela pulou. — respondeu Shino indo para a janela, como todos os outros alunos.

Assim como todos os outros alunos. Hinata olhou pela janela, bem a tempo de ver Sasuke correndo para a floresta que tinha dentro da escola. A menina não parecia ter nenhum dano aparente, logo alguns professores e alunos se aglomeravam em torno dela.

Quando todos desceram para verificar se a menina estava bem, Hinata subiu ao terraço para falar com Sasuke.

— Você salvou-a Sasuke-san! — disse Hinata, não contendo um sorriso de alegria.

— Não fique tão feliz; uma pessoa com tendências suicidas, — ele fez uma pausa e fitou a Hyuuga, para então continuar: — ainda tem o cheiro amargo da morte.

Hinata não entendia o que ele queria dizer com aquilo, como ele podia sentir o cheiro da morte mesmo estando tão longe? Ele realmente era um mistério.

— Evitar suicídios é um dos aspectos do nosso trabalho, não é teme? — perguntou um garoto de cabelos loiros espetados e grandes orbes azuis, aparentemente surgindo do nada.

"Como é lindo", pensou a Hyuuga assim que seus olhos perolados pousaram no ser loiro de grandes orbes azuis.

— Hei, você deve ser Hina-chan, né? Você está muito famosa no mundo dos Shinigamis. — disse o loiro colocando as mãos na cabeça e sorrindo. — Eu sinto pena por você ter ficando presa a um Shinigami¹ tão assustador, e imbecil.

Naruto nomeou a cabeça em direção a Sasuke que o olhou mal-humorado.

— Cala a boca, Naruto. — disse Sasuke entre dentes.

— 'Tá nervoso, teme? — perguntou Naruto, com intenção de irritar o moreno.

O moreno sorriu de canto de boca, um sorriso maldoso.

— Naruto agora que está aqui, deixo aquela menina sob sua responsabilidade. — disse Sasuke andando e arrastando Hinata consigo. Antes que pudesse se afastar o suficiente o loiro gritou-o:

— Ei! Espere teme! Aquela garota com certeza vai tentar se matar novamente.

— É, eu sei... Mas se você ficar perto dela tudo ficará bem. — disse ele sem para de andar.

Um pouco depois Sasuke parou e fez com que a Hyuuga fizesse o mesmo encostou-a na parede, e pela primeira vez Hinata viu uma expressão, que não fosse de indiferença estampada no rosto do Uchiha.

— Preste bem atenção Hyuuga, o fato que eu e você estamos conectados pela "amante de Thanatos"², significa que eles estão preocupados com o que eu faria se me apaixonasse por você. Então Hyuuga, em hipótese alguma se apaixone por mim, entendeu?

— Eu... Eu nunca me apaixonaria por você. — disse a Hyuuga, tão corada quanto um tomate.

— Feh... Assim espero. — ele andou deixando a Hyuuga sozinha. — E nunca se esqueça disso, não se apaixone por um Shinigami. Nunca.

Ele se afastou dela, deixando uma Hinata intriga e curiosa. Um pouco mais tarde quando voltava para classe, ela avistou Naruto, um tanto quanto perdido. Indo de um lado para outro do corredor, como se fosse uma barata tonta.

— Naruto-san... — disse a morena, chamando-o.

— Olá, Hina-chan. — disse Naruto com um de seus graciosos sorrisos. — pode me chamar de Naruto-kun.

— O que esta fazendo aqui? — perguntou ela um pouco surpresa.

— Estou procurando a humana que tentou se suicidar.

— Ah... Ela é da classe B. O nome dela é Haruno Sakura.

— Você poderia me levar até ela? — perguntou o loiro, um tanto envergonhado.

— Claro. — disse Hinata simpaticamente.

— Sabe Hina-chan, eu quero muito conversar com essa menina. Quero fazê-la entender que viver é uma coisa muito boa.

Eles foram caminhando até chegar à porta da sala da garota. Logo Naruto avistou a carteira da menina que tinha um jarro de flor, com varias pichações escritas: Morra. Aberração. Testuda. Seres humanos podiam ser bem cruéis quando queriam. Hinata também viu, mas não falou nada. Dentro da sala o trio de garotas comentava:

— Ah que pena que aquela esquisita não veio hoje.

— Você esta falando da Haruno?

— É, é essa mesma. Sabe? Eu pensei em como seria hilário se ela morresse.

— Quem sabe a próxima tentativa dela não de certo?

Do lado de fora Naruto e Hinata escutavam tudo, e ainda sim não acreditavam.

— Como elas podem ser tão cruéis? E dizer coisas tão horríveis. — se perguntava Hinata.

— Não sei... Eu realmente não sei... Mas nenhuma pessoa merece passar por isso. Eu queria muito visitá-la. — disse Naruto, e uma única lágrima escapou de seu olho direito, ele limpou-a rapidamente.

— Hum... Eu posso tentar ver se um dos senseis³ tem o nome do hospital. — disse Hinata, timidamente.

— Seria ótimo! — disse Naruto dando um enorme sorriso. — Você é demais Hina-chan! — falou o loiro contente.

"Ele é tão diferente do Sasuke-san... É um Shinigami¹ tão... gentil..."

Assim que as aulas terminaram, Hinata deu um jeito de escapar de Neji e Hanabi, para ir ao hospital com Naruto. Sasuke observa tudo de longe, sem que eles o vissem.

Pegando um ônibus, Naruto e Hinata chegaram rápido ao hospital e já estavam na porta do hospital quando Sakura passou correndo por eles, e acaba esbarrando em Naruto, fazendo com que a carta que Hinata ia lhe entregar caísse.

— Me descu...

— Sakura-chan... Eu... NÃO TE DEIXAREI MORRER! — gritou Naruto, interrompendo Sakura.

— Naruto-kun... Pare de gritar... — disse Hinata timidamente, enquanto todos ao redor olhavam para eles, e só então percebeu uma presença, fria e inexpressiva que caminhava em sua direção, seus dedos pálidos e finos seguravam uma carta. A carta que ela havia deixado cair. Perplexa tudo que o que pode murmurar foi um:

— Sasuke-kun

Continua...

Vocabulário:

Shinigami¹ - deus da morte. | Amante de Thanatos² - a corrente que os prende. | Senseis³ - professores.