Título: A recém-nascida dos Cullen.
POV: Bree POV.
Disclaimer: Estas personagens não são minhas mas sim da grande Stephenie Meyer.
Sumário: E se Jane tivesse ponderado as suas opções e, de facto, ter decido não matar Bree e deixá-la com os Cullen? Uma nova vida para a Bree, um novo membro para os Cullen.
Nota de autor: No livro Eclipse, Bree é a recém-nascida que rende-se perante os Cullen. Jane e Felix aparecem e decidem matar Bree. Eu fiquei realmente triste e a ideia de deixá-la viva sempre me pareceu a acertada. Por isso, decidi começar a escrever.
A RECÉM-NASCIDA DOS CULLEN
1º Capítulo
O nascimento
Eu conseguia lembrar-me claramente da vida agradável que tinha quando era humana. Lembro-me do último dia.
Estava ensolarado na cidade de Seattle, as nuvens continuavam presentes mas mesmo assim não pareciam trazer chuva. Eu tinha uma vida realmente aceitável. As minhas notas na escola era boas, não era a melhor aluna da escola mas eram suficientes para ser uma aluna razoável, a minha mãe amava-me mais do que tudo e eu ainda podia fazer algum trabalho de voluntário na corporação de bombeiros da cidade. Eu gostava realmente de poder ajudar. Sentir-me útil e ajudar as pessoas, tal como o meu pai fazia quando estava vivo.
Ele ensinou-me a ser humilde, honesta, a não fazer juízes de valor a ninguém. Ele ensinou-me a ser uma boa cidadã. Eu era totalmente fascinada pelo seu trabalho. O caminho da escola até casa era grande por isso, quando as aulas terminavam, voltava para perto do meu pai. Sempre que uma emergência acontecia, eu escondia-me nas carrinhas dos bombeiros e observava o meu corajoso pai a salvar vidas. O meu pai acabou por falecer num desses salvamentos - num incêndio para ser mais exacta.
Naquele dia em que Seattle aproveitava de um sol aprazível, começava as pequenas férias da escola e por isso eu estava demasiado contente. Poderia passar o dia inteiro no voluntariado e podia estar com mais atenção ao que tinha de aprender.
"Bree, desce daí. O almoço está pronto."
"Já vou, mãe." Fechei o livro que tinha começado a ler à uns dias e desci as escadas.
A minha mãe tinha preparado uns rápidos ovos mexidos para almoço. Ela tinha que se apressar para o trabalho e quando estivesse na minha hora iria para os bombeiros.
Comi rapidamente e esperei que a minha mãe terminasse de comer os seus ovos para pegar na loiça e mete-la na bancada para começar a lavá-la.
"Adeus, meu anjo." Disse a minha mãe deixando um beijo no meu cabelo. "Porta-te bem."
"Até logo mãe. Bom trabalho." Ela saiu apressadamente. Era um pouco despistada com o tempo e a maioria das vezes chegava atrasada mas era tão competente que compensava qualquer que fosse o mal.
Apressei-me e fui até aos bombeiros. A Lucy, a minha melhor amiga, já lá estava. Ela acompanhava-me sempre quando eu fazia de voluntária para os bombeiros. Achava admirável mas não conseguiria fazê-lo: tinha um estômago muito leve.
O telefone tocou ruidosamente e todos ficámos atentos esperando instruções para avançarmos em caso de emergência. Uma mulher na casa dos trinta tivera um ataque de pânico.
"Bree, podes ir?"
"Claro que sim!" desse imediatamente. Era intolerável deixar a mulher sem cuidados específicos. Se eu tinha esses cuidados e se podia ajudá-la, porque não o faria?
Angel, o bombeiro que tivera atendido o telefone, deu-me a morada e Sara conduziu-me até lá na viatura.
Eu fiquei irada quando não conseguimos identificar a morada por isso saí da viatura e comecei a rondar a zona. Sara disse que a minha atitude era absurda já que, o mais provável, seria alguém ter feito uma partida de muito mal gosto. Mas eu não conseguia pensar assim: alguém podia, de facto, estar mal. Esse alguém podia ter errado na morada por algum motivo, como o pânico, ter-se enganado simplesmente. Havia muitas coisas a balançar.
Ouvi uma mulher a gritar, dentro de um prédio escuro e cavernoso. Estávamos na zona mais pobre da cidade, um lugar que não era muito harmonioso para se estar. Entrei na casa, com a caixa dos cuidados, sem pensar em mais nada. Arrombei a porta e encontrei um homem de grande porte, loiro e alto. Sorria maliciosamente e eu não percebia o porquê. Reparei nos seus olhos, uma cor assustadora, cor de sangue. Um terrificante vermelho vívido. Ele aproximou-se demasiado de mim, agarrou-me e encostou a sua boca ao meu pescoço.
E aquele momento tivera sido o meu último dia como humana. A dor que senti a seguir foi tão insuportável que me ia matando. Era um fogo como nunca tinha visto - e eu já tinha visto muitos. Queimava-me de uma maneira exaustiva. Queimava sobretudo a minha garganta. Eu não sabia se conseguiria terminar com a dor e não sabia se conseguiria aguentá-la. Estava a morrer aos poucos, eu pensava.
Acabei por conseguir resistir à imensa dor que o fogo me queimava em todo o meu corpo. Abri os olhos e aquele rapaz alto, robusto e loiro estava ao meu lado com um sorriso.
"Não tenhas medo, não te vou fazer mal. Chamo-me Riley." Disse-me. Senti-me estranha, como se tivesse adormecida durante tantos anos que o meu corpo estava rígido por nunca mais me ter mexido. "Transformaste-te numa vampira. E eu posso ensinar-te a aliviar a dor que sentes na garganta."
Como se aquilo fosse um instinto, a minha garganta chamou agressivamente pela solução. Era um fúria, uma ira em mim impossível de controlar. Ele tinha que me ensinar isso agora antes que eu me tornasse mais violenta! Ao meu lado, encontrei a Sara. Também ela passou por aquela dor?
Riley falou-me de tudo pormenorizadamente. Eu pensava que ele estava a fazer um monólogo de uma peça qualquer de ficção científica. Eu era uma vampira, seria isso mesmo possível neste mundo? Claramente que sim. Ele levou-me até à cidade - eu podia sentir o cheiro de sangue muito melhor do que antes. Cada pessoa tinha um cheiro e cada um mais apetitoso que o outro.
Matei mais de sete pessoas e, de facto, não me orgulho disso. Não se inseria ao que o meu pai tivera ensinado. Riley levou-nos até uma batalha com vampiros de olhos dourados. Na luta que se deu, pude ver um vampiro igualmente loiro com umas expressões que me assustaram por serem tão únicas, tão identificas à pacificidade das do meu pai. Riley mandara-me matar todos os de olhos dourados, mas eles iriam matar-me primeiro. Rendi-me para que não o fizessem, eles ponderaram e o loiro com expressões marcantes contara-me que para sobreviver tinha que ser capaz de controlar-me para não matar a única humana que estava lá presente. Uma parte de mim queria aceitá-la, tal como eles aceitavam-na - eu tinha sido ensinada a salvar pessoas, não a matá-las.
* * *
"Felix?" Jane chamou. A loira era incrivelmente poderosa, tinha-me torturado como nunca tivera sido. Eu sabia que ela ia matar-me. Encolhi-me mais.
"Espera." Edward disse. Jane ergueu o sobrolho. "Podemos explicar as regras a esta jovem. Ela não parece desinteressada em aprender, apenas não sabia o que estava a fazer."
"Como é óbvio" completou Carlisle. Aquela família deixava-me um pouco mais à vontade - embora ainda só soubesse o nome de Carlisle e de Edward. Eu sabia que com eles estava em segurança. ", estaríamos dispostos a tomar inteira responsabilidade pela Bree."
"Vocês estão dispostos a tomar responsabilidade de tudo o que esta jovem faça?" Jane ripostou.
"Certamente" respondeu Carlisle. "Ela apenas tem de aprender as regras. Não a podes culpar pela ignorância."
"Hum" Jane estava pensativa. Eu sabia que a sua vontade era matar-me.
"Jane, eu consigo ler a sua mente. Ela está inocente, tu própria sabes disso." Não percebi o que Edward tinha dito mas a minutos da morte pouca coisa fazia sentido.
Não falei, nem sequer me mexi. Levou alguns segundos para Jane tomar a decisão de deixar-me ou não viva. Ela sorriu diabolicamente. "Tudo bem. Ela é vossa, mas lembrem-se que vou estar de olho. Se ela faz alguma parvoíce, é morta." Carlisle mostrou um grande sorriso.
"Ela não irá fazer. Nós vamos ensiná-la o correcto." Jane despediu-se de todos rapidamente e com Felix, partiu para longe.
Suspirei de alívio. Agora não sabia o que me ia acontecer. Ainda estava perto da fogueira, por alguma razão, o fogo deixava-me mais calma. Os vampiros de olhos dourados estavam em absoluto silêncio. Ouvia-se apenas a respiração e os batimentos da humana. Eu estava a tentar controlar-me porque eu realmente não queria matá-la. Salva-las e não matá-las. Não sabia o que me ia acontecer e estava com medo. Olhei para eles.
Todos olhavam para Carlisle. A rapariga loira e o rapaz magro, também loiro, olhavam para ele com desdém. O resto tinha apenas uma reacção de choque, ou de confusão.
"Vamos para casa." Carlisle levantou-se e veio para perto de mim, ajudando-me a levantar-me, como se eu estivesse muito cansada.
Uma grande mansão podia ver-se à vista. Apenas Carlisle e a mulher de cabelos cor de caramelo que aparentava ser a mais velha dali, vinham comigo. O ar daquela mulher era de misericórdia. A humana não estava presente por isso foi mais fácil controlar a minha sede.
A mansão era ampla, iluminada pelas luzes, algo como nunca antes tinha visto.
Creio que, para mim e provavelmente para eles também, algo iria começar. Uma nova vida.
