O sol começava a se pôr numa linda praia de mar agitado no sul do Japão, um garoto de rebeldes cabelos castanhos sentava na areia com as mãos nos joelhos parecendo muito distraído com a paisagem à sua frente.
- Olá. – Ao se virar, ele viu uma menina que se aproximara em silêncio e agora sorria para ele enquanto o vento forte agitava seus cabelos curtos e seu vestido leve cor-de-rosa. Assim como ele, ela não aparentava ter mais de dez anos. – Qual o seu nome?
- Li Shaoran.
- Eu sou Kinomoto Sakura, estou naquela casa ali. – Ela apontou uma construção que se podia ver além dos rochedos à direita. – É a primeira vez que vejo outra criança por aqui... Está de férias com sua família? – Ela se sentou ao lado dele.
- Meu pai está tratando de negócios numa cidade aqui perto e eu vim pra cá com minha mãe e minhas irmãs.
- Entendo. Mamãe está doente e o papai achou que o ar puro e a brisa do mar a fariam se sentir melhor. Escuta, você não quer me ajudar a colher algumas conchas? Quero fazer um colar para ela, poderíamos fazer um para sua mãe também.
- Sinto muito, mas já está ficando muito tarde, o lugar em que estou é um pouco longe daqui, prometi que estaria de volta antes das cinco.
- Ah, tudo bem. – Ela tentou esconder a decepção, sem sucesso.
- Mas, venho aqui de novo amanhã... vejo você amanhã?
- Mesmo? Então, até amanhã... posso te chamar de Shaoran?
- Pode. Posso te chamar de Sakura?
- Claro.
Os dois se despediram e, no dia seguinte, quando Shaoran voltou à praia já encontrou a menina à sua espera sentada em uma pedra com a água do mar molhando seus pés, quando ela o avistou levantou e foi correndo ao seu encontro, sorrindo.
- Bom-dia! Que bom que pôde vir... Venha... – Agarrando a mão dele, ela o levou pela parte rasa até uma pequena caverna que ficava atrás do rochedo.
- Olha só essa, não é linda? E olha aquela! – Ela estava eufórica juntando pequenas conchas pelo chão e mostrando ao garoto que também sorria com a felicidade dela.
Os dois tinham perdido a noção do tempo, conversando animadamente enquanto procuravam as conchas. De repente, Sakura se lembrou que tinha de voltar para casa para o almoço e os dois saíram correndo por onde tinham vindo até que Shaoran tropeçou numa pedra e acabou ralando o joelho.
- Ai, mas que droga! – Não tinha sido nada muito grave, mas a água do mar e a areia pioravam a dor no ferimento que sangrava.
- Pegue isto, deve ajudar a parar de sangrar, ela tirou de um bolso no vestido, um lenço florido. – É da minha mãe, gosto de ter coisas dela comigo, sempre peço coisas que ela não usa mais, porque sempre fica o cheiro dela e é como se ela estivesse por perto...
- É algo valioso para você, não deveria sujar...
- E deixar você sangrando assim? Que idéia!– Ela apertava com força o ferimento – Consegue andar?
- Claro, foi só um... arranhão.
Os dois continuaram andando, agora mais devagar.
- Não quer ir lá em casa para cuidar melhor disso? Papai é bom com curativos. Você podia almoçar com a gente também.
- Não posso, também tenho que voltar pra casa pro almoço, quando demoro mamãe fica neurótica e começa a achar que me seqüestraram.
- Tudo bem.
- Acho que só vou poder voltar de novo amanhã...
- Eu estarei esperando. Até. – Ela acenou antes de ir embora correndo.
Quando Shaoran voltou, no entanto, não a encontrou de novo à sua espera, ele continuou lá por um tempo e ela não veio, achou, então que ela simplesmente não tinha podido ir e foi embora. À tarde, ela não estava lá tampouco, ele esperou e decidiu ir até a casa que ela tinha apontado além dos rochedos, chegando lá encontrou um homem que acabava de trancar a porta e se dirigia a um carro na frente da casa. Shaoran se aproximou e perguntou ao estranho:
- Com licença. O senhor... hã... conhece uma menina chamada Sakura, ela disse que estava hospedada aqui...
- Bom, tinha uma família hospedada aqui sim, mas eles partiram ontem à tarde, tinham alugado a casa por uma semana, mas parece que a mãe passou muito mal e eles tiveram que antecipar a partida...
- Ah, sei, obrigado. Desculpe o incômodo. – O garoto saiu correndo sem se despedir do estranho.
[Onze anos depois]
Num enorme edifício empresarial no centro de Hong Kong, um homem de rebeldes cabelos castanhos estava em sua sala muito concentrado no que fazia em seu notebook, quando alguém bate na porta, ele manda entrar e aparece uma mulher de meia-idade com cabelos negros e curtos que se dirige até sua mesa.
- Sr. Li, aqui estão os relatórios que o senhor tinha pedido.
- Ah, muito obrigado Giang. Já está tudo preparado para a viagem?
- Sim, já está tudo certo e... sua mãe ligou, ela disse que quer falar com o senhor.
- Tudo bem.
- Com licença. – Ela se retirou e Shaoran pegou o telefone discando o número do celular de sua mãe.
- Alô.
- Mamãe, a Giang acabou de me dar seu recado.
- Sim, só queria lembra-lo do evento beneficente que haverá em Tóquio no domingo...
- Eu disse que não queria ir, mãe. O diretor da filial de Tóquio já vai comparecer...
- Seria uma grande falta de educação você não ir também já que estará na cidade. Imagine só o que todos iriam dizer se...
- Ai, ai, tá bom, mãe, eu vou.
No domingo à noite, ele chegou bem atrasado na festa beneficente que estava cheia de jornalistas, a grande razão para ele odiar os eventos sociais, odiava jornalistas junto com todo o desfile de futilidade e falsidade que se encontrava por lá. Estava junto com o diretor das empresas Li de Hong Kong que também era seu grande amigo e um mulherengo assumido.
- Ai, Shaoran, você precisa tomar jeito, quem se importa com qualquer outra coisa quando se tem as mais lindas e ricas moças da sociedade todas aí a seus pés, é só você estalar os dedos que pode conseguir qualquer uma, cara.
- É exatamente isso que me irrita nelas.
- Oi Xong. – Uma linda moça loira se aproximara deles e agora cumprimentava o diretor.
- Shaoran, essa é Giselle Manoux, modelo. Lembra que eu te falei que conheci ela na França?
- Não me diga que esse é Shaoran Li!
- Em carne e osso.
Shaoran cumprimentou-a educadamente, mas procurou não entrar muito na conversa dos dois, apesar de Giselle ter ficado perguntando a opinião dele o tempo todo. Quando uma jovem de longos cabelos negros ondulados se aproximou de onde eles estavam, Giselle falou, chamando a atenção da moça:
- Ah, Tomoyo. Vocês já conhecem Tomoyo Daidouji?
- Ora, não me diga que é a famosa Tomoyo Daidouji!
- Em carne e osso. – Ela respondeu com uma risadinha.
Ela apresentou a eles a moça que, apesar de muito educada, eles logo perceberam estar ansiosa com alguma coisa.
- Querida, está esperando alguém? – Giselle falou quando a moça esticou a cabeça mais uma vez inspecionando o salão.
- Ah, é que a Sakura ainda não chegou, ela não atende o celular e... ah, Sakura aí está você!
Os outros três viram se aproximar uma outra moça muito bonita de cabelos curtos castanho mel que estava séria e os cumprimentou sem muito interesse. Shaoran sentiu seu coração bater mais forte ao ouvir Tomoyo dizer que o nome dela era Sakura Kinomoto!
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Hey^^ Essa é a priemira fic que publico, foi uma das primeiras que escrevi... Por favor, digam o que acharam!
