Olá, pessoal.
Aqui estou eu de volta com a minha segunda fic, que eu espero que vocês gostem. Não vai ser longa, e na verdade eu a escrevi mais como um exercício , uma espécie de preparação para o projeto que eu e a Mione de Avalon estamos fazendo juntas, essa sim, uma fic longa e com um tema apaixonante, que eu espero conseguir desenvolver bem. Como diz a Mione, a propaganda é a alma do negócio, e agora que já fiz meu comercial, desejo a vocês uma boa leitura. Aproveito para pedir que mandem reviews, a opinião de vocês é o meu estímulo, ok?
Beijos a todos.
Harry completara dezenove anos na véspera, e poderia dizer que jamais ganhara um presente de aniversário tão especial quanto aquele.
Depois de uma longa e árdua caminhada localizando e destruindo as horcruxes de Voldemort, estava a um passo de encarar frente a frente o bruxo que trouxera terror e escuridão para o mundo.
Se Tom, por que era assim que Harry agora pensava nele, sabia que carregava em si seu último fragmento de alma corrompida, Harry não poderia dizer. Só o que sabia é que estava ansioso como nunca pelo encontro, embora ao mesmo tempo experimentasse uma tranqüilidade e uma confiança tão plenas que se sentia completo, preparado.
É claro que não poderia afirmar que sairia vivo do esconderijo do bruxo das trevas, mas até a possibilidade da própria morte não parecia a Harry trágica, nem amedrontadora.
Toda vida tem que acabar um dia, e a morte é apenas a conseqüência de se estar vivo. Dezenove, cinqüenta e nove, cento e vinte e nove anos, não era a idade que importava, e sim a forma como esse tempo havia sido preenchido. O pensamento encheu-o da lembrança de Alvo Dumbledore, e fez com que se sentisse ainda mais fortalecido.
Ele avançou pela passagem de pedra, aberta depois que ele pagou o tributo de sangue. Novamente Dumbledore tomou forma em seu pensamento e a lembrança não lhe causou dor, apenas confiança.
Por que Tom escolhera a caverna onde estivera quando criança como seu último esconderijo era uma questão que não interessava a Harry. Isso não era importante, nem o motivo da escolha, muito menos o próprio Tom Riddle.
O que estava para acontecer parecia tão natural quanto um parto ao final dos nove meses de gestação. Simplesmente não poderia ser de outra forma.
Uma empolgação estranha tomou conta de Harry, ele não podia mais esperar.
Viu-se de repente diante do imenso lago no interior da alta caverna, e imediatamente, sua mente começou a ser invadida por sensações que não eram suas. Sentiu sua testa arder como se estivesse sendo marcada por um ferro em brasa, enquanto uma onda fortíssima de maldade e ódio o envolvia.
Sentiu medo de repente, um medo mesclado com fúria e desespero. Parou, olhando em volta, temendo que das sombras algo surgisse e pulasse sobre ele.
Respirou fortemente, tentando coordenar seus sentimentos, e como se uma luz se acendesse dentro dele, percebeu que não era seu aquele medo. Era Tom, que através do elo mental existente entre os dois projetava em sua mente e em seu coração os próprios temores.
Harry concentrou-se em expulsar da mente aquelas sensações, e percebeu que aqueles sentimentos ruins se afastavam dele, como se desfeitos por magia. Na verdade, desfeitos pela arte da Oclumência, que ele relutara tanto em aprender e que agora sabia ser fundamental para dosar a interação mental entre ele e Tom Riddle. Apenas dosar, por que o elo era importante para Harry também, através dele acessava os pensamentos e sentimentos de Tom, nos agora constantes momentos de fraqueza do bruxo. Harry quase sentiu pena ao pensar no garoto abandonado num orfanato, criado sem amor, como ele próprio o fora, mas que optara por escapar disso criando um império onde reinava como um tirano.
E como todo tirano, terminara só. Peter Petigrew , Bellatrix e Rodolfus Lestrange, Lucius Malfoy, Severus Snape, ninguém mais estava ao seu lado. Os três primeiros, presos no ministério, estavam encerrados numa cela construída para neutralizar magia, e tinham tanto poder quanto um trouxa.
Lucius Malfoy, em Azkaban, já desistira da fidelidade a Tom, e delatava espontaneamente seus ex-companheiros e subordinados. Snape revelara-se um espião da Ordem, e suas informações tinham sido fundamentais para o desmantelamento da rede ao redor do bruxo das trevas. Os demais comensais, cérebros não pensantes, se debandaram , e muitos deles tinham sido caçados e capturados pelos aurores através das informações de Snape.
Enquanto puxava a corrente que traria à tona o barco, Harry pensou que se vencesse Tom Riddle, o bruxo chegaria ao fim de sua vida tão só quanto estivera no início dela.
Harry abriu os olhos, para fecha-los de imediato. A luz o feria, e as imagens eram apenas borrões diante dos seus olhos. Pareceu vislumbrar o rosto de Hermione, e ouviu algo que foi se tornando longínquo até desaparecer por completo, juntamente com a luz.
De outra vez, viu borrões brancos que se moviam, e uma forma indistinta coroada por uma aura vermelha. Ouviu alguns sons , e ao borrão coroado de vermelho veio se juntar outro, e mais outro, mas Harry já não podia mais suportar a luz Fechou os olhos, e tudo desapareceu em meio a brumas.
Ele sonhava com Tom Riddle, com a caverna repleta de inferi, com a cobra gigante erguida diante dele, ameaçadora, pronta para dar o bote. Ela se aproximou com suas presas imensas, e num movimento brusco, lançou-se sobre ele de maneira indefensável. Harry gritou, e quando deu por si, estava sentado numa cama de hospital, vendo surgirem pessoas de todos os lados por causa do seu grito.
—Harry!—Hermione levou a mão à boca, e estava olhando para ele com os olhos cheios de lágrimas—Você despertou...
Harry a olhou, confuso, mas em segundos enfermeiros e medibruxos o cercavam , fazendo com que se deitasse novamente, tomando seu pulso e sua temperatura.
Ouvia as perguntas estúpidas que lhe faziam, como por exemplo, qual era o seu nome e a sua idade, contava dedos que eram colocados diante dos seus olhos, sentia o desconforto de ter os olhos arregalados e invadidos pela luz brilhante que saía da ponta de uma varinha. Por fim, deixaram-no em paz, e bem a tempo, por que uma sonolência terrível tomou conta dele.
—E então, depois de vinte e cinco dias você despertou de repente, quando todos nós pensávamos que não fosse mais retornar do coma.—Rony encheu as mãos de feijõezinhos e começou a joga-los na boca, um a um.
—Mas você não ficou acordado nem por um minuto, olhou em volta como se não reconhecesse ninguém e voltou a dormir.—Hermione continuou o relato interrompido de Rony.—Os médicos nos disseram que daí em diante você poderia despertar a qualquer momento, e nós continuamos a nos revezar ao seu lado. Não queríamos que você acordasse e não visse ninguém conhecido por perto...
Harry estendeu a mão e apertou a de Hermione. A garota tentava ocultar as lágrimas que desciam pelo seu rosto. Rony olhou para ela , meio sem jeito, e depois continuou a falar com Harry.
—Também existia o risco de você acordar com alguma coisa esquisita, ou de perder a memória, ou algo assim. Mas você está exatamente como era antes, nada mudou...—Ele riu, enquanto Harry pensava que não era bem assim. Tinha voltado do coma no dia anterior, e nos raros momentos em que estivera só, sentia que dentro dele algo havia sido definitivamente alterado. Mas não era hora nem lugar para falar sobre isso.
—Gina tem vindo ver você todos os dias, ela deve chegar a qualquer momento...
Harry concordou com um aceno de cabeça. Gina. Agora estava livre para retomar sua vida, seu namoro com a garota que adorava. Mas sabia que algo mudara de forma brutal dentro dele depois que Tom Riddle morrera, não podia simplesmente retomar as coisas do ponto onde elas haviam parado há dois anos atrás. Esfregou os olhos, e no mesmo instante os amigos correram para saber se ele sentia algo, se queria que chamassem alguém. Harry os tranqüilizou, sorridente. Era muito bom poder contar com eles, tê-los perto de si, fazendo parte de sua vida dessa forma. Na verdade, eles eram tudo o que Harry tinha para recomeçar .
Já era tarde quando Harry olhou em volta e finalmente se deu por satisfeito. O pequeno apartamento no bairro tranqüilo da Londres trouxa lhe pareceu aconchegante e confortável. Passara as duas últimas horas colocando suas poucas coisas no lugar, e agora só queria tomar um banho e ir para a cama.
Mergulhou na banheira e sentiu o cansaço se desfazer em meio à água quente. Fechou os olhos, apreciando o momento, tentando espantar da mente a lembrança de sua despedida de Gina. Ele tinha se preparado para uma conversa difícil, mas mais uma vez ela soubera compreender sua necessidade de se encontrar antes de firmar qualquer compromisso. Harry não tinha nem desejava ter outra pessoa ao seu lado, quando sonhava com uma família era Gina quem ele via compartilhando sua vida, e ela entendeu isso. Disse que ele poderia partir, e que não importava o tempo que levasse o seu reencontro consigo mesmo, ela o esperaria. Ele se sentiu culpado, mas sabia que se dissesse a ela que não seria justo que ela deixasse de viver por causa dele, isso soaria como se ele a estivesse rejeitando Ao final, despediram-se como namorados, e ele constatou que ela ainda despertava nele as mesmas sensações de antes.
Harry não dissera aos médicos nem aos aurores sobre como se sentia realmente, mas era como se estivesse faltando um pedaço do seu eu. Hermione e Rony, únicas pessoas com quem ele se abrira, achavam que era natural essa sensação de perda que o envolvia, e o apoiaram quando ele disse que pretendia se afastar de tudo por algum tempo. Não queria o cargo no ministério que Scrimgeour lhe oferecera, não queria tomar parte na política do mundo bruxo, e principalmente, não queria mais ter sua privacidade invadida todo o tempo por jornais e revistas. Depois que vencera o duelo, todos queriam vê-lo, falar com ele, e se possível, toca-lo como se ele fosse uma divindade. Harry suspirou, cansado. Anonimato e paz, era tudo o que precisava nesse momento.
Ele estava sentado na pequena mesa da cozinha minúscula, mergulhado na leitura de um livro, e diante dele o chá esfriava na xícara intocada. Nas três semanas que se seguiram à sua mudança , ele tinha se adaptado por completo à vida e às parafernálias eletrônicas dos trouxas. Tinha um forno de microondas, geladeira e freezer , TV e vídeo, e agora era um consumidor assíduo de comida congelada.
Ele tinha deixado Edwiges na Toca, aos cuidados de Rony, e sua varinha só não fora parar no fundo do malão por que, por precaução, Harry a levava consigo sempre que saía de casa. No mundo bruxo ainda estavam acontecendo ataques isolados de seguidores de Voldemort contra aurores e funcionários do Ministério da Magia. Harry, que devia ser o alvo número um da lista deles, teve que lutar contra a insistência de Scrimgeour em enviar um auror para protege-lo, mas finalmente tinha conseguido convencer o ministro de que poderia se cuidar sozinho.
Havia uma lareira no apartamento, mas estava desabilitada para transporte e comunicação; naturalmente, o local também estava protegido por um poderoso feitiço anti-aparatação. Harry pedira a todos os amigos e conhecidos que não se comunicassem com ele usando corujas, que poderiam ser vistas pelos vizinhos e atrair a atenção deles.
Estava vivendo outra vida agora, não queria nada nem ninguém por perto que o lembrasse do mundo bruxo, exceto Hermione e Rony , que o visitavam pelo menos uma vez por semana.
Mas apesar da mudança radical de estilo de vida, a angústia e o vazio que se apoderaram dele depois que matara Tom Riddle não tinham melhorado nem um pouco.
Embora sua situação financeira fosse ótima e ele pudesse viver tranqüilamente sem precisar trabalhar, sentia a necessidade de preencher seu tempo com algo útil.
Resolveu procurar um emprego, mas descobriu depressa que para os trouxas ele era quase um analfabeto, o que o deixava fora do mercado de trabalho. Seus anos de exaustivos estudos em Hogwarts nem podiam ser mencionados, naturalmente. Então, se matriculou num curso intensivo de formação escolar para adultos, por sugestão de Hermione, e quando não estava tendo aula, passava todo o tempo lendo seus livros e apostilas. Isso mantinha sua mente ocupada, e lhe trazia o esquecimento que buscava.
Mrs. Dalloway, livro de Virgínia Woolf que seria o tema de seu trabalho no curso, o absorvia tão completamente que ele estremeceu quando o interfone tocou. Atendeu e autorizou a subida de Hermione e Rony, estranhando o fato dos amigos o procurarem tão cedo.
Deixou o livro sobre a mesa da cozinha e foi para a sala, para esperar pelos dois na porta. Adorava ver a careta de Rony quando ele saía do elevador, reclamando que seu estômago tinha despencado no chão durante a subida.
Logo que os viu, notou que algo tinha acontecido, embora Hermione mantivesse o mesmo sorriso, e Rony fizesse suas piadinhas sobre o elevador. Harry mandou que entrassem, e Rony logo se acomodou no seu lugar predileto, um grande e macio puff que ficava diante do aparelho de TV. O ruivo pegou o controle remoto, mas Hermione, muito séria, tirou-o das mãos dele.
Harry, rindo da cara de desapontamento do amigo foi se sentar no sofá ao lado de Hermione, que de repente o encarou.
—Tentaram matar Lucius Malfoy em Azkaban, ele escapou por um triz, mas está bastante ferido. Ao mesmo tempo, um grupo de ex-comensais invadiu a mansão da família e destruiu quase tudo por lá. Narcissa Malfoy está no Saint Mungus, em estado grave, e Draco está desaparecido.
Harry olhou para a amiga, e passou a língua pelos lábios.
—Bem, nós todos sabíamos que a qualquer tempo poderiam tentar algo contra Malfoy e sua família, afinal, ele mudou de lado antes da queda de Voldemort. Eu compreendo que isso é desagradável, mas...
Na verdade, Harry não entendia o motivo da seriedade de Hermione. Lucius era um traidor covarde, era certo que tentariam pega-lo. Atacar a família do alvo era traço característico do grupo do qual ele tinha feito parte, portanto, nada mais natural do que esse ataque. No entanto, Hermione continuava a fita-lo em silêncio, parecendo muito aflita.
—E o que mais aconteceu, Hermione?
Ela olhou para Rony, parecendo buscar a ajuda dele, mas o ruivo desviou o olhar, perdendo-se na contemplação dos desenhos do tapete.
—Ainda não aconteceu mais nada, mas todos nós tememos que eles encontrem você. Eles conseguiram invadir Azkaban, Harry. Pode imaginar isso?
Harry se remexeu, sentindo um leve incômodo. Tivera trabalho demais para convencer a todos de que estaria bem, não queria ter que recomeçar a discutir, argumentar, tentar provar que era capaz de se proteger sozinho.
—Hermione, eles tem mais motivos para se vingar de Lucius do que de mim. Eu sempre fui perseguido, e sempre consegui sobreviver. Não sou mais visto no mundo bruxo, ninguém além de vocês conhece o meu endereço, e com as medidas de precaução que vocês adotam para vir me visitar, duvido que algum deles me encontre aqui. É sério, você está se preocupando sem motivos.
A garota o olhou, balançando a cabeça daquela maneira que, Harry sabia bem, revelava que ela estava determinada a convencê-lo a qualquer custo.
—Você está isolado aqui, Harry. Sua única proteção real é o desconhecimento do seu paradeiro, mas muitos comensais também vieram se esconder dos aurores entre os trouxas. E se um acaso infeliz colocar um deles no seu caminho? Se te descobrirem, você vai estar sozinho, vai ser pego desprevenido. Você precisa voltar, Harry, pelo menos até que esses lunáticos tenham sido capturados..
Harry suspirou, e segurou as mãos de Hermione entre as suas.
—Eu não estaria mais protegido lá do que estou aqui, Mione, é sério. Acho até que me torno um alvo mais fácil no mundo bruxo. Tenho os meus feitiços protetores, carrego sempre a varinha comigo, e evito andar pelas ruas. Só saio para ir ao curso, e faço isso na maior parte das vezes de taxi. Acredite, eles tem muito menos chance de me encontrar aqui do que lá...
Rony se remexeu no puff, mas estava claro que ele não pretendia se manifestar, o que Harry lamentou. Gostaria que o amigo o ajudasse a argumentar, mas algo lhe dizia que se o ruivo não viera em sua defesa, muito provavelmente concordava com Hermione.
—Harry, a mãe de Rony não tem dormido direito desde que você veio para cá. Ela se preocupa muito, e sente sua falta. Todos nós sentimos...
Harry suspirou, depois aproximou o rosto do da amiga e lhe deu um beijo na bochecha.
—Eu sinto muito, Mione. Se eu pudesse, estaria lá com vocês, mas não posso. Quero que diga à Sra. Weasley que eu estou começando a ficar bem, e que quando isso acontecer, sei lá, talvez eu volte. Mas por enquanto, não posso suportar a idéia de rever algumas pessoas e lugares. Eu preciso desse tempo, preciso me manter afastado por enquanto.—A garota abriu a boca para falar, mas ele colocou um dedo sobre os seus lábios— Por favor, não diga mais nada. Sua insistência não vai me fazer bem...
Foi a vez de Hermione suspirar profundamente, antes de balançar a cabeça em concordância.
—Está bem. Está bem, eu não vou mais falar sobre isso.—Sorriu.—Por hoje.
Harry sorriu em resposta, e se levantou do sofá.
—Vou preparar um chá para nós.—Ouviu o Yeah! de Rony, que de um salto, pegou o controle remoto e ligou a TV. Hermione disse que ia ajuda-lo a preparar o chá e foi com ele para a cozinha.
Harry estava mergulhado na banheira de água quente, envolto em espuma . O óleo de banho, que ele jamais havia experimentado durante o tempo em que vivera com os Dursley, tinha um cheiro bom, que ajudava a acalmar. Enquanto deixava a mente divagar , ele sentia sua tensão se dissipando lentamente. Apoiou a cabeça na lateral da banheira e fechou os olhos, simplesmente usufruindo do momento de relaxamento. Ficou assim por vários minutos, até que de repente pareceu ouvir um ruído. Abriu os olhos, sentindo seus músculos se retesarem. Levantou-se e saiu da banheira, com o corpo coberto de espuma. Seguiu até o quarto, pegou a varinha ao lado da cama e ficou imóvel, no escuro, como um gato em alerta, mirando a porta.
Esperou por algum tempo, e nada aconteceu. Sentiu o vento fresco da noite em seu corpo úmido, mas não se importou. Cuidadosamente, avançou até a porta. Respirou fundo, e num movimento brusco, abriu-a e avançou pela sala, a varinha em punho apontada para a frente. Nada.
Ele olhou em volta, se ouvira um ruído, tinha que haver alguma coisa. E então, viu a cortina esvoaçando em direção à mesinha de canto, onde havia uma pequena estatueta tombada. Respirou aliviado.
Caminhou até a mesinha e recolocou a estatueta de pé. Simbolizava Eros, o deus do amor, e fora um presente de Gina para a nova casa. Harry sorriu, e depois de fechar a janela, voltou ao banheiro. Sentia agora o sabão grudado em seu corpo, e entrou no chuveiro para se enxaguar.
Terminou o banho e foi para a cama, mas o efeito relaxante do banho de espuma tinha acabado, definitivamente. Ele se virou para o outro lado e tentou não pensar no ataque à mansão Malfoy, na tentativa de assassinato de Lucius, e no desaparecimento de Draco, mas foi inútil.
Depois de se revirar na cama por algum tempo, decidiu se levantar e assistir TV. Mas longe de lhe trazer sono, os programas o estavam irritando ainda mais. Resolveu beber alguma coisa, pensou num chá, mas não se sentiu animado a preparar. Precisava de uma dose de qualquer bebida forte, algo para aliviar essa tensão que tinha se apoderado dele com a queda da estatueta. Então, vestiu-se e deixou o apartamento.
Lá embaixo, pegou um taxi que passava e deu o endereço do sofisticado bar que já tinha visto várias vezes a caminho do curso. Devia ser um local caro, parecia reservado, ideal para tomar um ou dois drinques e fazer uma horinha até o sono chegar.
Acomodou-se no balcão, pediu o barman que lhe servisse uma dose de whisky e ficou ali, saboreando a forte bebida trouxa. O ambiente era requintado e agradável, e Harry sentiu-se bem. Tomou a segunda dose, e começou a sentir uma leveza e sonolência maravilhosas. Pediu a conta e deixou o bar. Tomou um taxi de volta para casa, e mal se deitou, pegou no sono.
Despertou na manhã seguinte sentindo a boca seca e a cabeça dolorida.
