Disclaimer: Naruto pertence ao Kishimoto. Gaara pertence à Persephone.

Aviso: O rated dessa fic futuramente será M por conteúdo maduro e blábláblá. Continuação da fic "A Princesa Intocada"


Prólogo

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E eu desistiria da eternidade para te tocar
Pois eu sei que você me sente de alguma maneira
Você é o mais próximo do paraíso que jamais estarei

(Iris – Goo Goo Dolls)

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Existiu há algum tempo um reino feliz chamado Konoha, onde a vida era próspera e boa, e o os habitantes desse reino viviam em paz com todos os reinos vizinhos. Mas o mundo gira e a ganância destrói as pessoas, e nesse reino não foi diferente. Porém não foi o rei que se encheu de ambição e sim seu conselheiro, um homem pérfido que queria mais do que podia ter.

Esse conselheiro conspirou contra o rei e conseguiu envenenar sua rainha. A pobre morreu no parto da filha mais jovem. Agora o rei estava mais frágil do que nunca, mas não era idiota o suficiente para cair nas mentiras de seu conselheiro. E o mundo girou, e o conselheiro era consumido cada vez mais pelas trevas. Chegou aos ouvidos do conselheiro uma estranha lenda sobre um portal que traria de volta um antigo imperador da escuridão, o Senhor dos mortos. E o conselheiro decidiu que seria servo fiel desse senhor. Por isso ele partiu.

Anos depois ele voltou, jurando fidelidade ao rei de Konoha, que permitiu que ele retornasse ao seu posto. A pequena princesa temia o homem, mas seu pai não sabia de nada, ou fingia não saber. E o mundo girou e o conselheiro não conseguiu tomar o trono, então ele decidiu partir atrás da chave que abriria o portal. Mas ele jurou voltar, ah sim. Ele queria aquele reino, aquele pequeno, próspero e insignificante reino. Seu novo senhor daria aquele reino para ele assim que retornasse.

E ele voltaria, ah ele voltaria.

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Hinata ainda sentia a cabeça latejar devido a tantos problemas. Ela nunca pensara que governar um reino era tão difícil. "Se fosse só isso ainda estaria bom." Pensou a regente com amargura. Além de cuidar do reino Hinata tinha que tentar controlar a irmã mais nova, Hanabi. A pequena Hyuuga não obedecia ninguém, nem a irmã mais velha. Hanabi tinha um gênio indomável, não gostava de ficar no castelo e não seguia a ordens alheias. A única a quem ela ouvia era Keira, a conselheira da regente, e mesmo esta tinha problemas para controlar a rebelde. No momento Hanabi já deveria estar pelas ruas, correndo como um garoto de rua, coberta de sujeira e suor.

Agora Hinata conseguia entender porque o pai nunca prestava muita atenção nas filhas, governar um reino não era fácil, ela precisava ficar atenta á todos os aspectos possíveis. A Hyuuga bufou, não gostava daquela vida. Se pudesse escolher com certeza estaria a bordo do Arashi, o navio pirata de seu amigo Sasuke. Mas a realeza nunca escolhe. Agora Sasuke deveria estar pilhando, matando e saqueando (ou provavelmente tentando controlar os subordinados) em algum mar do outro lado do mundo, e ela estava ali tendo que resolver conflitos administrativos.

E nos últimos dias Hinata nem se dera ao luxo de descansar um pouco, já que Keira e Neji estavam praticando caça com os outros homens do reino. No primeiro momento Hinata tentou advertir Keira de que a caça era uma atividade puramente masculina e que a conselheira não seria bem aceita ali, mas ela deu de ombros e disse que gostava de desafios. Quando voltaram do primeiro dia, já na hora do jantar, Keira contou como desarmara um rapaz, provavelmente filho de um lorde de cantreve (¹) que tentara ridicularizá-la na frente dos outros homens. Hinata e os outros riram gostosamente, com certeza Keira era mais divertida do que as mulheres dos lordes, que só falavam em festas, vestidos e bordados o dia inteiro.

A caça ainda duraria por mais duas semanas e Hinata duvida que Keira fosse se ocupar com outra coisa além de sair cavalgando pelas planícies e florestas o dia inteiro. Depois de algumas cartas enviadas ela conseguira que um mercador trouxesse seus antigos pertences que ela deixara quando se juntara ao Arashi, desde então Keira passava a maior parte do tempo estudando livros velhos e pergaminhos quase em estado de decomposição. Quando perguntada sobre o que tanto estudava ela apenas dava de ombros e dizia que eram histórias de seu povo, que até hoje nenhum dos Hyuugas sabia quem eram.

"Você precisa ver anee-san, ela passa o dia inteiro lendo aqueles pergaminhos, e é uma língua estranha que nem Neji nii-san sabe ler." Contara Hanabi depois de invadir o quarto da morena enquanto ela estava fora, a mando de Neji, é claro.

"Ela tem seus motivos Hanabi." Disse Hinata. "E não faça mais isso, nem você Neji nii-san." Completou olhando feio para os dois.

"Eu só queria saber o que ela estava fazendo, ela dá prioridade máxima àqueles pergaminhos." Disse Neji carrancudo. As irmãs trocaram um olhar significativo, era claro que Neji tinha certo interesse por Keira.

"Neji nii-san deveria pedir Keira-chan em casamento, vocês dois formam um bonito casal!" Disse Hanabi animada, Hinata não conseguiu esconder um risinho, concordando com a irmã.

"Não fale besteiras Hanabi!" Ralhou Neji olhando para os lados, visivelmente incomodado com a questão. Ele parecia saber de algo relacionado á Keira que as duas não faziam idéia do que era, mas sempre que uma das duas perguntava Neji mudava de assunto.

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Hinata sorriu mais uma vez ao lembrar-se da conversa. Claro que ela gostaria de saber o conteúdo dos pergaminhos que Keira estudava, mas não seria indelicada a ponto de perguntar o que eram. Agora sem em ela e Neji a sala do trono parecia maior ainda e Hinata odiava ficar sozinha ali, sempre se lembrava do pai, mas muitas vezes se lembrava da enorme cabine do capitão do Arashi. Estava quase cochilando enquanto tentava ler alguns tratados quando um arauto entrou correndo pela sala, parou em frente ao trono e fez uma reverência extremamente exagerada para Hinata antes de falar:

"Hinata-sama! Um homem chegou e diz que precisa falar com vossa majestade, diz que é um lorde!"

"Homem?" Perguntou Hinata, o arauto apenas concordou. A maioria dos lordes estava na caça, e lordes de outros lugares nunca apareciam antes de mandar cartas "E como se chama esse homem?"

"Diz que se chama Orochimaru, vossa majestade." Aquele nome fez Hinata sentir um arrepio desagradável, mesmo ela não sabendo por quê. Mas aquele nome não lhe era estranho. "E está com mais dois homens, que ele chama de seus conselheiros." Hinata estranhou ainda mais, mas nada disse.

"Bem... Deixe-os entrar então."

"Sim vossa majestade!" E fazendo mais uma reverência exagerada o arauto saiu porta afora para buscar os visitantes.

Assim que o homem entrou Hinata se arrependeu por deixá-lo passar. Ela tinha certeza de que conhecia aquelas feições ofídias de algum lugar, mas não se lembrava de onde. Ele trajava uma capa preta abotoada até o pescoço e tinha longos cabelos negros, seus olhos dourados moviam-se olhando toda a extensão da sala, como se buscasse alguma coisa. Já seus conselheiros eram tão intimidadores quanto ele. Um era ruivo e tinha os olhos castanhos, que fitavam Hinata diretamente. O segundo era um loiro cujo cabelo caía por toda a extensão esquerda de seu rosto, escondendo escondendo esse lado de seu rosto. Os olhos azuis também fitavam Hinata, porém com um toque de malícia que fez Hinata se remexer de desconforto na cadeira. Ambos trajavam uma capa negra com nuvens vermelhas pintadas, e Hinata também se lembrava de já ter visto aquela capa em algum lugar antes. Os três se postaram diante da regente e fizeram uma reverência.

"Vossa majestade, é um prazer vê-la. Deixe-me que me apresente, eu sou Orochimaru e esses são meus conselheiros Sasori e Deidara, e o que viemos tratar é de extrema importância." Os olhos dourados fitavam Hinata cobiçosos. Ela nunca desejou tanto ter Keira e Neji por perto quanto naquele momento.

"É – é um pra - prazer conhecê-lo, Orochimaru-sama. E que assunto seria esse?" Ela se forçou para não gaguejar, no entanto não surtiu tanto efeito.

"Nosso casamento." Respondeu Orochimaru sem conseguir conter um sorriso malicioso. Sasori e Deidara também sorriam abertamente. Hinata teve que reunir forças para não desmaiar.

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Neji e Keira cavalgavam a toda velocidade por entre as árvores da grande floresta que circundava o palácio. Os dois lideravam o primeiro grupo e no momento estavam ocupados demais disputando a mesma presa – uma corsa que corria assustada – para perceberem que já haviam se afastado demais dos outros. Era de se esperar que Neji, por ser um homem e por ser o representante do castelo, estivesse na dianteira, mas foi Keira que conseguiu laçar a corsa.

Os dois pararam ao lado do animal que se debatia febrilmente para apanhá-lo, Keira ostentando um sorriso vitorioso e Neji deveras irritado. Afinal, perder para uma mulher em plena caçada, uma atividade masculina, era humilhação demais para o Hyuuga. Ela não conseguiu conter a gargalhada quando viu a expressão de desgosto que Neji fazia.

"Não se preocupe Neji, eu deixo você dizer que foi você que laçou essa corsa quando chegarmos junto aos outros." Disse a morena em tom brincalhão, o Hyuuga fechou ainda mais a cara.

"Não precisa Keira. Isso seria humilhação demais." Respondeu.

"Como quiser." Riu-se Keira "não se martirize tanto, é sua primeira caçada não é?"

"Como você...?" Ela apenas deu de ombro e ele bufou irritado "Hiashi-sama sempre quis que eu fosse um aristocrata como ele, nunca me deixou nem ver as caçadas, quanto mais participar delas. E meu pai não viveu o suficiente para me ajudar. Agora, como você, uma mulher, sabe cavalgar tão bem assim?"

Keira parou de sorrir ao notar como Neji dera ênfase a palavra mulher.

"Eu já disse." Respondeu com frieza "de onde eu vim não existem serviços masculinos ou femininos, todas as pessoas são livres para fazerem o que quiserem."

"Suponho então que você tenha sido uma garota ao estilo da Hanabi." Neji comentou com um sorriso irônico nos lábios.

"Um pouco pior." Keira sorriu terminando de amarrar à corsa "agora você, que é um homem forte pode levar a corsa." Ela sorriu sarcasticamente para Neji que retribuiu com um olhar gélido.

"Você é muito engraçada." Ironizou o Hyuuga.

Keira estava prestes a responder quando sentiu aquela tontura de novo. Ela sentiu que suas pernas estavam trêmulas e que a voz de Neji ficava cada vez mais distante. Ela sabia que ele estava falando alguma coisa, mas ignorava completamente o significado daquelas palavras. A visão dela já estava turva e as pernas cederam de vez, e Keira caiu. Neji a segurou antes que ela chegasse ao não.

"Vai acabar virando um hábito seu cair nos meus braços." Disse em um tom sarcástico.

Ela se apoiou no Hyuuga quando percebeu que estava melhor. Mas algo estava errado e Keira queria ter a certeza de que as coisas no castelo estavam correndo bem.

"Neji, vamos voltar ao castelo." Disse assim que subiu em seu cavalo.

"Mas e..."

"Esqueça isso Neji! Vamos voltar, por favor!" O tom de voz que ela empregava era quase suplicante. Diante disso Neji apenas meneou a cabeça concordando e os dois cavalgaram o mais rápido que podiam em direção ao castelo.

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"N – no – nosso Ca – casamento?" Hinata perguntou em um fio de voz. Olhou de soslaio para a mesa que Neji e Keira costumavam ocupar perto do trono, vazia. Orochimaru e os outros continuavam sorrindo descaradamente.

"Tenho em meu poder uma carta escrita pelo seu próprio pai alegando que gostaria que eu pedisse a mão de sua primogênita em casamento." Orochimaru tirou de um bolso interno da capa uma carta. De longe Hinata reconheceu o selo real que a fechava, era inegavelmente uma carta enviada por alguém de Konoha. Ela estendeu as mãos trêmulas e apanhou a carta tentando não tocar na mão de Orochimaru.

"M – mas porque vo – você só chegou agora?" Perguntou transtornada. A visão turva de Hinata tentava se fixar na caligrafia da carta.

"Vossa alteza deve entender que o lugar de onde viemos é longe e a notícia da morte de seu pai demorou a chegar, mas assim que soubemos viemos para cá." Quem respondeu foi Sasori. Orochimaru apenas se limitou a concordar com o que o ruivo dissera.

Hinata estava desesperada. Ela não precisava nem ler aquela carta para reconhecer a caligrafia de seu pai. Ela implorava intimamente que alguém chegasse e não a deixasse sozinha com aqueles homens tão ameaçadores. Foi com alívio que ela percebeu as grandes portas de carvalho serem abertas e viu Neji e Keira entrando com passadas largas.

Assim que viu Orochimaru e seus conselheiros Keira soube o porquê de seu mal-estar. Aquelas capas eram sem dúvidas da Akatsuki. Os olhos de Orochimaru brilharam ainda mais quando ele viu a morena entrar. Sasori e Deidara apenas se limitaram a sorrir maliciosamente para ela. Neji olhava desconfiado para os três e se aproximou fazendo sinal para Keira manter-se afastada. Pela primeira vez ela atendeu.

"Quem são vocês e o que querem com Hinata-sama?" Perguntou em tom seco.

"Eu sou Orochimaru e esses são meus conselheiros Sasori e Deidara. Vocês devem ser os conselheiros da regente." Orochimaru respondeu sem desviar o olhar de Keira.

"Sim, eu sou Hyuuga Neji e essa Takahashi Keira. E o que traz Orochimaru-sama até Konoha?" Neji se postou exatamente na frente de Keira, Orochimaru sorriu abertamente.

"Vim tratar do meu casamento com sua regente." Sasori e Deidara pareciam se divertir e muito com a cena, ainda mais com a cara de espanto que Neji fez.

Keira ofegou e lançou um olhar de soslaio para Hinata, que ainda tremia, tentando não chorar. Neji demorou alguns instantes até se recompor.

"Casamento? E porque Hinata-sama se casaria com você?" Perguntou em tom desdenhoso.

"Neji nii-san, Orochimaru-sama trouxe uma carta e..." Explicou Hinata.

"Deixe-me ver essa carta Hinata!" Neji a interrompeu estendendo a mão para apanhar a carta. Hinata entregou-a rapidamente.

Keira se aproximou e leu a carta por cima dos ombros de Neji.

"Hinata minha filha. Sempre foi do meu conhecimento que você não tem as características básicas para se tornar uma rainha suficientemente boa. As próprias tradições de Konoha não permitem que você seja uma rainha ainda estando solteira. Portanto escolhi alguém ideal para se casar com você, meu antigo conselheiro, Orochimaru. Seu casamento já está arranjado e, por favor, atenda a um dos meus últimos pedidos.

Seu pai e Rei de Konoha,

Hyuuga Hiashi."

Neji tentou não fazer uma cara de espanto, já Keira não escondia o nervosismo aparente. Hinata não sabia o que fazer, a tensão somente crescia na sala. O Hyuuga demorou até dizer alguma coisa:

"Então Orochimaru-sama, parece que vocês três ficarão algum tempo como nossos convidados no palácio."

"Será uma honra." Disse Orochimaru em um falso tom cordial "Espero que tratemos logo desse assunto."

"Pode ter certeza Orochimaru-sama, isso será resolvido o quanto antes." Foi a primeira vez que Keira se pronunciou. O tom de voz seco fez Neji e Hinata se assustarem. "Vou mandar providenciar acomodações para os três." Keira estalou os dedos e uma criada apareceu correndo. A morena explicou o que queria e ela fez uma mesura, indicando para os visitantes a seguirem.

Orochimaru apenas meneou a cabeça e se virou para a regente, os três fizeram mais uma reverência para a princesa e Orochimaru passou por Keira sorrindo deliberadamente. Quando se viram sozinhos Hinata desatou a chorar copiosamente, Keira correu até o trono e abraçou a amiga. Neji se limitou a andar de um lado para o outro, apertando a carta com força.

"Hinata, vá descansar um pouco." Sugeriu Keira. Hinata tentou protestar, mas só conseguia chorar "Não se preocupe, eu mando avisar que a regente não estará disponível."

Hinata meneou a cabeça e foi conduzida para o quarto por uma criada aparentemente tão jovem quanto ela. Neji olhou para Keira de soslaio.

"É a letra do seu tio?"

"Sem dúvida alguma." Keira bufou e andou em direção á porta com Neji em seu encalço. "O que pretende fazer?"

"Chamar ajuda." Respondeu enquanto cruzaram a porta. Neji avisou a guarda de que a regente não estaria disponível. Keira andava mais rápido do que o normal enquanto cruzava os corredores do palácio.

Ela e Neji chegaram em tempo recorde no quarto da morena, que tirou a chave de um bolso do vestido e entrou no quarto abruptamente. Neji olhou rapidamente o lugar, estava lotado de livros e pergaminhos espalhados pelo chão e pela pequena escrivaninha. Keira rasgou um pedaço de pergaminho e molhou uma pena na tinta, escreveu alguma coisa e dobrou o pergaminho. O Hyuuga a olhava sem entender quando ela se dirigiu a janela e assobiou sonoramente. Em instantes uma águia pousou no braço da garota. Keira amarrou o pergaminho na perna da ave que levantou vôo rapidamente.

"Para quem você pediu ajuda?" Perguntou Neji.

"Para quem você acha?" Keira fitava o céu distraidamente. Neji bufou em resposta. Keira pedira por ajuda justamente deles. A tripulação do Arashi.


¹ Cantreve: Pequena fortificação localizada dentro de um reino, mas governada por um burguês.


Yo!

Eu me lembro que há alguns meses atrás eu prometi que continuaria a minha fic, então aqui está o prólogo da continuação. Não esperem atualizações muito rápidas, já que eu preciso estudar algumas matérias mais do que gostaria e eu sou uma pessoa muito preguiçosa, mas eu farei o possível para não demorar muito. Aliás, como algumas pessoas pediram, nessa fic haverá hentai mais pra frente. Então se você não gosta não leia. (:

Até o próximo capítulo, kissus!