O LAMENTO DE ARWEN

Longos anos se passaram. Passaram e apenas ficaram na memória imortal de um coração fadado a morrer. Anos nos quais brincou livre por campos tão belos quanto a mais pura canção possa cantar. Anos nos quais assistiu o sol se pôr com o brilho de eras nos olhos. Anos vividos na mais doce imortalidade.

Mas o destino a escolheu. E ela escolheu abraçá-lo. Abandonou para sempre os campos floridos onde caminhava. Abandonou seus afetos e a quem profundamente amava. Escolheu o doce e o amargo. Esqueceu sua infância imortal, E abraçou o destino curto e simples dos homens.

Mas ele estava ao seu lado. E enquanto seus olhos brilhavam a sua frente, tudo era belo. Sua alma estava fadada a morrer, mas tudo era doce. Até o dia em que ele se foi.

Então a luz que morava em seu rosto partiu. E o inverno tomou conta de seu corpo. O sol não mais nascia no horizonte pálido e frio. Ficou sozinha, e agora tudo era amargo.

Foi quando percebeu que sua hora havia chegado. Partiu para seu antigo lar, agora vazio e triste. E quando as últimas folhas das árvores douradas de dias mais prósperos começaram a cair, Deitou-se. E lá adormeceu. A estrela da tarde finalmente se apagava. Para sempre.