Wild West Story

"Srta. Hawkeye! Espere—Srta. Hawkeye!"

Riza Hawkeye olhou displicentemente por cima da mala apoiada no ombro. Procurou quem a chamava, mas não parecia haver ninguém prestando atenção nela naquela estação de trem semi-deserta. Deu de ombros e voltou ao que estava fazendo antes, embarcar, quando sentiu que alguém puxava levemente a altura de seu joelho.

"Srta. Hawkeye," a menininha devia ter menos de 7 anos, mas parecia emocionadíssima de reconhecê-la. "Foi você quem captou aquele vilão, o Scar, uns minutos atrás, não foi?"

"Foi." Confirmou ela, sorrindo para a criança. Os olhos dela brilharam.

"Quero ser como você quando crescer! Ter uma mira infalível, montar cavalo como ninguém e ainda por cima ser linda como você!" a menininha bateu palmas, e Riza sorriu embaraçosamente. "Existe alguma coisa que não consiga fazer?"

"Bem..."

Nesse momento, o trem começou a se mover levemente, e Riza pulou para dentro dele. Segurando-se na barra ao lado da porta, sussurrou para a menina, com uma piscadela. "Não se pega um homem usando uma arma!"

Depois disso, o trem ganhou velocidade e a menina tornou-se um pontinho no horizonte.

X

Trens eram meios de transporte muito irritante.

Sacode, sacode.

Mas, para percorrer longas distâncias, eram os mais eficientes. Por mais que o sacolejo fosse enjoativo e perturbador, era infinitamente mais confortável que passar noites ao relento, ao lado de um cavalo.

Sacode, sacode.

'Mas, às vezes,' Riza estreitos as vistas cor de sangue. 'é melhor estar na companhia de um cavalo.'

Aquele sorriso. Aquele estúpido sorriso. Como os músculos do rosto dele não tinham começado a doer ainda? Ela juntos as mãos no colo e tossiu, claramente desconfortável, mas isso apenas pareceu acrescentar um toque de divertimento no sorriso do homem moreno à sua frente.

Teriam que dividir aquela cabine apenas por algumas horas. Mas se ele continuasse sorrindo daquele jeito, o cotovelo apoiado displicentemente na janela—que horas lentas seriam.

"Conhece-me de algum lugar?" ela arriscou.

"Riza Hawkeye," O desconhecido respondeu sem pestanejar. "nunca nos vimos pessoalmente, mas sua fama corre por todo o oeste. Dizem que é a melhor atiradora desde Annie Oakley."

Sacode, sacode.

"Agradeço. Mas parece-me que isso é desleal—você sabe quem eu sou, enquanto o único palpite que posso arriscar sobre você é que gosta muito de mostrar os dentes."

Ele riu. "Quem não quereria mostrar, quando eles são tão bonitos?" Dando mais um sorriso perfeito, completou: "Mas o nome é Roy Mustang."

"Prazer." Ela disse solenemente, tentando encerrar o assunto. Se chamava Roy Mustang, gostava de mostrar os dentes e era muito convencido—foi o que anotou mentalmente sobre seu companheiro de compartimento.

Mas ele não parecia disposto a deixar o assunto morrer.

"É mesmo tão boa no gatilho quanto dizem?"

Sacode, sacode.

"Não sei o que dizem, mas minha precisão é cirúrgica."

"É bastante incomum para uma mulher." Observou casualmente. "Ainda por cima, veste-se como um cowboy. Nem a própria Annie Oakley ousou tanto."

Sacode, irrita.

"Saias são desconfortáveis para montar." Ela respondeu, os olhos faiscando. "Mas você é o primeiro a fazer objeção: afinal, eu peguei a maior parte dos procurados em todas as cidades em que estive, Roy Mustang."

"Xerife Roy Mustang."

Riza inspirou profundamente e deu-se um tapa mental. "Xerife Roy Mustang."

Sacode, preocupa.

"E por acaso, essa cidade para onde você está indo agora é a minha. Tenho certeza de que fará um bem enorme a Central City, senhorita Hawkeye." Ele respondeu, tranqüilo, divertindo-se com a reação da moça. "Mas talvez possa demonstrar-me suas habilidades?"

Era fim de tarde. Uma tarde linda, como há muito tempo não se via. O trem corria pelas planícies do oeste, dando uma vista de terra para até onde a vista alcança. Um bando de patos voava em sua formação V no céu—eram dez, precisamente.

Um tiro soou, e então ficaram nove.

Roy estreitou os olhos—afinal, ele era orgulhoso demais para arregalá-los. "... Certo." Recompôs-se, tossindo levemente. "Pode ter sido pura sorte, srta. Hawkeye. Seria muita gentileza da sua parte se pudesse—"

Outro tiro, e então ficaram oito. Roy engoliu em seco e decidiu ficar quieto antes que ela atirasse nele.

Sacode, assusta.

"Certo, me convenceu." Ele disse bem depressa. "Vai ser bom tê-la na cidade. Aquele tal garoto Fullmetal não vêm fazendo um bom trabalho—tenho certeza de que ele passa a maior parte do tempo tentando espiar por baixo das saias das dançarinas do saloon, mas elas acham que ele tem doze anos, por causa da altura e tal, e nem olham para ele."

Pela velocidade que ele pronunciara as palavras, ela havia conseguido deixá-lo nervoso.

"Mas escute, srta. Hawkeye, quanto à saia, eu realmente estava falando sério. Ficaria linda em uma."

Riza corou bruscamente e Roy viu-se perdendo a compostura: arregalou os olhos. Ela tinha corado? A melhor atiradora do oeste corava diante de um elogio? Entretanto, antes que pudesse responder qualquer uma das perguntas, a vermelhidão do rosto dela já tinha sumido.

"São desconfortáveis para montar, já disse." Ela murmurou, quase emburrada. Roy sorriu largamente, impressionado pela—bem, pela fofura da cena.

"Gostaria de ficar hospedada na minha casa, srta. Hawkeye? Como um agradecimento e tudo mais. Não é sempre que é uma mulher tão bonita e habilidosa na cidade e..."

E de repente ele viu um cano de arma bem diante de seus olhos. Engoliu em seco—a primeira gracinha e Riza dispararia dois tiros de alerta... dentro de sua cabeça. "Ok, não precisa ficar nervosa. Eu estava só brincand—quer dizer, claro que é convidada para ficar na minha casa, mas eu não quis dizer que..."

Sacode, sorri.

Ela retirou a arma com um clanc.

"Será um prazer, xerife Mustang."

Ele piscou duas vezes, depois deu mais um dos sorrisos que ele classificara de perfeitos, como de fato eram.

"Está combinado, então."

Seriam companheiros de vagão só por algumas horas, mas depois seria bem mais que isso. Riza sorriu para si mesma enquanto o casal discorria num outro assunto: quantas coisas podem surgir de uma pequena viagem de trem?

Sacode, sorri.

Talvez esta fosse a prova de que sim, é possível pegar um homem com uma arma.

X

Hm... Baseado livremente na música 'You can't get a man with a gun' do musical 'Annie Get You Gun'.

O tema era trem, e agora eu posso dizer que abordei os principais de FMA: uma fic do Envy, uma EdWin e um Royai. Yay!

Reparei que cenários de piratas são comuns, bem como os medievais dos contos de fada e os climas de escola. Mas o tema Velho Oeste é pouquíssimo utilizado, e eu acho fantástico!

Bem, ficou divertido e é isso aí. Ambos ficaram ligeiramente OOC, mas é a vida ;D

Kiss!