NOTAS IMPORTANTES: Naruto não pertence a mim, pertence ao Masashi - Kishimoto, essa história é somente para o divertimento dos fãs alucinados por histórias de amor e drama.

LEGENDA:

Os primeiros raios de sol da manhã incendiavam a rua por pouco escura = Narração normal.

------------------------------------ = Mudança de espaço ou de tempo, vocês entendem.

"Não vivíamos para morrer, vivíamos para matar, porque o gosto do sangue nos lábios e nas mãos era muito convidativo." = Citação de algum personagem, no caso de Pain.

- A tarefa foi cumprida? = Fala ao telefone

QUANDO A LETRA FOR MAIÚSCULA NA HISTÓRIA SIGNIFICA QUE ELA É IMPORTANTE.



Antes do amanhecer

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Por Yuuki ai

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Capítulo I - Roubo da inocência

"Não vivíamos para morrer, vivíamos para matar, porque o gosto do sangue nos lábios e nas mãos era muito convidativo."

Os primeiros raios de sol da manhã incendiavam a rua por pouco escura. O barulho dos tiros desferidos pelo rapaz ainda podiam ser ouvidos assim como ás reclamações e palavrões de seus companheiros.

- Esse filho da puta não serviu pra nada no final. – Disse o mais novo integrante da Akatsuki, um moreno muito hiperativo, cujo nome era Madara.

Akatsuki era uma gangue espiã e assassina. Matava por dinheiro e pelo puro prazer em ver sangue. Era contratada em geral por pessoas da elite que eram contrariadas ou difamadas por pessoas inferiores. Andavam ultimamente atrás do casal Yukio e Ichigo, esses trabalhavam para a Yakuza buscando novas formas de aumentar ainda mais o lucro pelo narcotráfico. Mas recentemente tinham a abandonado por temer a morte. Hatake Kakashi jurou vingança a eles.

- Pelo menos ele nos deu uma pista sobre como encontrarmos Yukio e Ichigo. – Rebateu o loiro de olhos azuis com aparência infantil, Deidara.

O rapaz de cabelos alaranjados analisava o corpo banhado a sangue do homem a seus pés.

- Calem a boca os dois se não quiserem ir para o inferno agora mesmo. – Ordenou ele. Sua voz tinha o tom de liderança e os outros dois sabiam que não era para ser desobedecido, por que a ameaça era real.

Pain era o chefe da Akatsuki, não tinha ninguém melhor que ele em questão de matança. Não tinha sentimentos, não tinha coração. Vivia somente para eliminar quem não merecia viver naquele mundo.

Era certo que os outros dois tinham vontade de acabar com a vida de Pain quando ele resolvia mandar, mas perto dele, os dois não passavam de inúteis.

- Vamos. Itachi e Zetsu nos esperam – Pain começou a andar majestosamente para fora do beco, indo em direção a luz do sol.

- Espere Pain, o que faremos com o corpo? – Perguntou Deidara.

- Faça o que quiser, ele já não me serve mais.

- Vou explodi-lo, já posso até ouvir o som de seus órgãos se irrompendo! Sasori vai ter que engolir essa. – Ele ria malignamente enquanto retirava micro bombas dos bolsos.

- Cala a boca desgraçado, e faz isso logo! Eu quero ir para casa!

- Tudo bem Madara, pode sair, minha arte você não entende.

Os dois rapazes correram para a entrada do beco onde Pain os esperava. Deidara contava mentalmente os segundos para a explosão.

- Katsu! – Gritou ao fim de quinze segundos.

Um clarão apareceu por três segundos e o sangue do corpo jazido no chão espirrou nos três. Pain não deu importância alguma ao fato e se virou de costas andando pela rua. Deidara ria escandalosamente.

- Minha arte é um estouro!

- Sabe o que eu deveria fazer com você seu filho de uma cadela?! Minha roupa era nova, agora olha o sangue desse infeliz! – Gritava Madara.

- CHEGA! Já perdemos tempo demais aqui! – Disse Pain duzentos metros a frente dos dois.


Longe dali, uma certa garota dobrava papéis animadamente . Estava sentada em sua cama com armação de ouro e tentava aprender a fazer uma rosa em origami.

Eram seis da manhã e estava acordada desde ás quatro com esse pequeno projeto ocupando seu tempo. Os pais tinham saído de viagem para continuar a investigar sobre a tão sonhada pesquisa, e tinham deixado a garota sozinha no meio dos empregados.

Konan não gostava de ficar sozinha em casa, ouvira boatos de que muitas pessoas da vizinhança tinham sido assassinadas sem piedade por um grupo de jovens. Tinha treze anos, e se nem pessoas com mais que o dobro da idade tinham conseguido sobreviver, como ela conseguiria?


Andaram entre casas e prédios no centro de Tókio e foram para a parte mais afastada da cidade, a parte pobre, o subúrbio.

Itachi e Zetsu os esperavam escondidos a sombra de um velho dojo. O lugar tinha cheiro de mofo, e sangue.

- Demoraram dessa vez, o que foi, estão perdendo a experiência? – Perguntou Itachi irônico encostado na porta do lugar.

- Vou te mostrar o que é experiência. – Disse Pain com um semblante frio.

- Não deixe ele estressado Itachi, trouxemos algumas informações sobre eles. – Disse Zetsu se virando para Pain.

- Pode começar a falar.

- Eles saíram de viagem e estão na Colômbia tentando conseguir proteção contra a Yakuza.

- Só isso? – Deidara sorria pensando que o colega tivesse fracassado na missão de conseguir informações.

- Cala a boca. – Disse Itachi tirando um papel do bolso do casaco. – Eu descobri muitas coisas mais. Eles voltam em dois dias, e a casa está sozinha. Essa não tem proteção alguma, os dois pensam não ter inimigos, acham que mesmo tendo saído da máfia, ninguém os perseguirá para que eles paguem o preço. – O moreno revirou os olhos - Portanto quando eles voltarem será fácil de pegá-los, não vai haver escândalo, e vai parecer um outro assassinato qualquer. Já pensei em tudo. – Itachi estufou o peito e fez pose, sorriu para Deidara que estava fulminantemente irado.

- Muito bom, eles não tem filhos? – Perguntou Madara.

- Tem uma filha de treze anos. – Itachi voltou a olhar para o papel com ás informações. – Seu nome é Konan, mas pelo que parece ela está com os tios no Brasil. – Itachi retirou uma fotografia que estava junto ao papel e mostrou a Pain. – Essa é Konan.

Pain começou a analisar a garota de cabelos azuis na foto, essa sorria enquanto segurava uma rosa branca nas mãos.

- Ela é muito bonita. – Disse Deidara.

- Não pode se envolver com uma das vítimas. – Disse Pain.

- Mas ela não está no Brasil? – Perguntou o loiro.

- Quando ela voltar será eliminada também.

- Não entendo sua lógica psicótica Pain. – Madara olhava para ele enquanto andava até a parede mais próxima e se encostava a ela.

- Não é pra entender. É pra executar. – Ele se virou para Madara – E se não quiser fazer o que eu mandei, você será executado. – Pain tinha a morte estampada no olhar. Não estava brincando, o moreno tinha certeza disso.

- Tudo bem. – Madara engoliu em seco.

Konan nem imaginava o que o destino estava lhe reservando, tudo por recusar uma viagem para o Brasil.

- Vamos logo, esse lugar me dá nojo. – Disse Zetsu.

- Tem razão. – Concordou Madara.

Todos os rapazes rumaram para a única casa decente no meio daqueles casebres e dojos abandonados. A casa era de dois andares e tinha sido reformada recentemente pelo casal que antes morava ali, mas que tinha perdido a vida para os Akatsukis que precisavam de um lugar para ficar. Era azulada e tinha um jardim que dava para uma campina onde se podia ver o pôr – do – Sol perfeitamente. Tinha muitos quartos, banheiros e bibliotecas, mas a parte mais sofisticada da casa na opinião de Pain era o jardim de inverno, onde ele passava horas pensando nos próximos homicídios que cometeria.


Naquela noite, Pain se sentara em seu habitual lugar na casa, a poltrona vermelho sangue – Sua cor favorita – Do jardim de inverno. Preferia ficar de fora das discussões irritantes de Deidara e Sasori sobre a aquela arte ridícula de marionetes e bombas. Para ele a única arte que lhe chamava a atenção era a arte de matar, essa ele sabia identificar e fazer muito bem.

Estava pensando no tanto que a garota sofreria ao perder os pais, imaginava que ela imploraria para morrer depois. Já até tinha em sua mente confundida como torturaria aqueles dois traidores.

Como qualquer máfia do planeta, com a Yakuza não era diferente, se você sai, seu preço é a morte. A Yakuza surgiu como uma associação criminosa e obedecia a regras rígidas específicas. Com o tempo, passara a influenciar diversos segmentos da sociedade e política japonesa. Tinha membros espalhados por todo o Japão, e por todo o mundo. Nunca havia sido perseguida, pois nunca havia sido denunciada. Qualquer um sabia o preço que pagaria por uma traição.

Yakuza a principal compradora e distribuidora de cocaína, e heroína no Japão. Mas não tinha apenas um ramo no negócio, tinha tráfego de armas para a Rússia, Brasil e Colômbia. Venda de órgãos humanos e animais para a África do Sul e Estados Unidos. Ainda existia o suborno, lavagem de dinheiro, prostituição, e métodos violentos como modos de conseguir mais alguns aliados. Agora estava tentando fazer uma aliança com a Máfia Italiana e a mexicana.

Para Pain, não tinha nada mais normal no mundo do que ver a morte, desde que perdera seus pais a mais de dez anos, Jiraya – na época governava a Yakuza – adotou Pain desde então, ele o ensinou a não temer a morte, e a não ter piedade. Pain desde cedo conviveu nesse meio, e foi treinado extremamente bem para isso. Tinha uma vida sexual ativa desde os treze anos e já tinha dormido com mulheres de praticamente todas as nacionalidades. Tinha experimentado todo tipo de drogas também.

Não conseguia mais imaginar uma vida diferente para si, aquilo era o seu normal, o seu dia-a-dia.


Os rapazes já tinham planejado minuciosamente cada detalhe do plano, Ichigo e Yukio já estavam de volta ao Japão. E a Akatsuki já tinha tudo preparado para mais um homicídio perfeito.

Eram três da manhã, e eles saiam de casa vestidos com mantos pretos com nuvens desenhadas. Seus mantos ondulavam pelo vento úmido que fazia naquela madrugada de inverno. A neve caía e formava uma fina camada no chão fazendo os pés afundarem se pisassem no local errado.

Nenhum deles dizia coisa alguma, sabiam o que todos estavam pensando. Cada um tinha uma tarefa a ser realizada, e ninguém poderia errar.

Os nove pararam em frente a mansão e se espalharam pelos lados, Pain deu o sinal e a casa foi invadida.

Kisame arrombou a porta de entrada com a Samehada e entrou primeiro, logo atrás dele veio Pain, esse segurava uma Colt Special Series 12mm, de uma potência extrema, era disso que precisava.

Os outros entraram em seguida e se espalharam pela casa dando fim a todos os empregados presentes naquele momento. Não ouve gritos, não houve escândalos, e logo todos estavam de volta esperando a próxima ordem do líder.

- Subam e peguem os dois - Disse a Hidan e Kakuzu – Deidara, me dê ás garras.

Ás garras eram uma espécie de rastelo usado para açoitar a carne dos prisioneiros da máfia, Pain havia ganhado isso especialmente do atual líder da Yakuza: Hatake Kakashi.

Deidara entregou a ele o instrumento de tortura e ficou olhando o sorriso atroz de Pain. Hidan e Kakuzu subiram sem barulho algum e logo chegaram ao quarto dos dois.

Eles dormiam tranqüilamente, e nem haviam notado que a casa tinha sido invadida. Hidan se aproximou da mulher de cabelos azuis e pegou seu pescoço com brutalidade a fazendo soltar um grito sufocado e acordar o marido.

- Olá Yukio, ainda se lembra de mim? – Kukuzu encostou-se à parede ao lado da porta enquanto sorria.

- Vão embora! Vocês não têm nada para pegar aqui! – O homem desesperado gritava.

- Se não calar a boca seu infeliz, você e essa cachorra que é sua mulher acabaram perdendo a vida.

Ele logo se calou e Kakuzu se aproximou puxando a cabeça dele com força para trás pelos cabelos.

- Por favor, mande ele parar de sufocá-la! – Pediu a Kukuzu.

- Hidan, pare, Pain a quer viva por enquanto!

- Só mais um pouco! – Ele sorria conforme apertava ainda mais o pescoço da mulher que já estava vermelha.

Ichigo acabou desmaiando pela falta de ar e Hidan á colocou nos ombros.

- Ela é muito fraca, eu só apertei um pouquinho. – O rapaz de cabelos prateados balançava a cabeça negativamente.

Kakuzu esperou pelo momento de distração de Yukio e lhe deu um soco, fazendo o homem desmaiar.

- Vamos, Pain já deve estar impaciente.

Os dois desceram ás escadas com o casal nos ombros e pararam no saguão.

- Muito bom, já posso ouvir a súplica deles para viverem! – Dizia Madara esfregando ás mãos.

- Sasori, retire a roupa deles, e ponha-os deitados na escada, ele de barriga para baixo e ela para cima. – Pain pegou o rastelo e foi em direção ao casal.

- Acorde-os Pain, será mais divertido ouvir seus gritos de dor. – Itachi adorava ouvir ás últimas súplicas das vítimas pedindo para eles terem piedade, algo inútil.

Pain chegou perto de Yukio e lhe deu um chute no estômago. Esse gritou de dor e abriu os olhos rapidamente.

- Se gritar, sua morte será mais dolorida ainda. – Advertiu a ele.

Deidara chegou perto da mulher e lhe deu um tapa na cara.

- Por favor... Não nos matem... – Ela sussurrou.

- Vocês mereceram, só cumprimos ordens. - Disse o loiro sem compaixão.

Kisame amarrou ás mãos e pés dos dois nas grades da escada para que não fugissem. Pain chegou com ás garras perto de Yukio e começou a passá-las com força desde o topo até o fim de suas costas, o homem contorcia-se de dor, enquanto seu sangue escorria pelos degraus da escada. A mulher a seu lado chorava e pedia a Deus que os salvassem, que os libertassem daquele inferno.

Yukio desmaiou e Kisame desatou ás cordas indo para a próxima parte da tortura.

- Sua vez Ichigo. – Disse Pain calmo.

- Pelo amor de Deus não faça isso, você não quer ir para o inferno quer? – A mulher suplicou.

- Eu sou o próprio inferno. – Sorriu malignamente para ela e começou a passar ás garras em sua frente.

- Por favor, eu estou grávida! - Ela gritou.

- Será melhor ainda, um infeliz a menos no mundo! – Disse Pain irônico.

O barulho das garras cortando a pele dela era uma doce música para Pain, esse era o som que mais gostava no mundo, o som dos gemidos de dor.

Nenhum deles notou que por trás da parede da cozinha, uma certa garota de cabelos azuis escuros assistia a cena horrenda da morte de seus pais. Konan chorava e pergunta a Deus o porquê dele não estar salvando seus Pais daquele mostro de cabelos laranja.

Sua boca estava trêmula, não conseguia gritar. Suas pernas estavam bambas, não conseguia correr. Seu corpo estava mole, não conseguia se mexer.

Pain partiu para a segunda parte da tortura, colocou os dois amarrados na porta de entrada, e começou a enfiar facas devagar no corpo das vítimas, os dois gritavam com dor e agonia.

Konan queria vomitar, aquela cena estava lhe enjoando, só queria correr até lá e pedir que parassem. Para que os deixassem em paz.

Não conseguia imaginar que sua agonia em pensamento tinha se tornado real, não conseguia imaginar o porquê de aqueles rapazes estarem torturando seus pais, era injusto, injusto!

- Esperem – Pain fez um sinal para que eles parassem de enfiar facas nos dois. Por um segundo Konan gelou achando que aquele demônio tivesse notado sua presença ali. – Eu tenho que perguntar uma coisa a eles.

- Deidara pare. – Disse Madara. O loiro se afastou do homem nu retirado a faca de seu abdôme.

Pain se aproximou e segurou o rosto encharcado de sangue e de suor do homem a sua frente.

- Onde estão os projetos para o aumento da produção de mercado?

- No... No armário da cozinha...

Pain sorriu e torceu o pescoço do homem com força para a direita, dando o golpe final na vítima.

- Yukio!... – Disse Ichigo em meio aos soluços.

- Não se preocupe. Será a próxima. – O tom de Itachi era suave.

Esse chegou perto da mulher e também torceu seu pescoço a fazendo dar um último grito estridente.

-Eu pego os projetos Pain. – Disse Madara.

O moreno correu para a cozinha e deu de cara com Konan que estava parada ao lado da mesa com cara de choro e espanto.

- Não chegue perto de mim! – Gritou.

- Pain, temos um problema! – Disse Madara em tom de preocupação.

Pain largou ás garras no tapete branco que agora tinha um tom rubro, e andou devagar até a cozinha onde viu a menina sentada no canto da parede segurando o coração.

- O que ela viu?! – Perguntou sério a Madara.

Logo todos os Akatsukis estavam na cozinha olhando para a garota trêmula sentada ao lado da mesa encostada na parede. Ela abraçou os joelhos e lágrimas finas escorreram por seus olhos.

- Não sei, quando vim até aqui ela já estava ali.

Hidan chegou perto da garota e segurou seu rosto rispidamente.

- O que você viu garota?!

- Eu... – Ela abaixou a cabeça e examinou os joelhos.

Não conseguia falar, tinha medo de que qualquer coisa que disesse lhe causasse sua morte.

- Fala sua vaca! – Disse Kakuzu.

- Meus pais... Por que fizeram aquelas coisas com eles?! – Ela ergueu a cabeça e olhou para Pain.

Seus olhares se encontraram. Olhos inocentes e medrosos, e olhos de um assassino. Konan via nos olhos de Pain o sangue, a dor de suas vítimas, e se encolheu. Pain viu nos olhos da menina toda a dor, toda a agonia que sentiu quando seus pais e seu melhor amigo foram assassinados em sua frente, naquele momento sabia muito bem o que Konan estava sentindo.

Nunca tivera compaixão com suas vítimas mas com aquela garota era diferente, ela pedia socorro a Pain, pedia compaixão. Ele não tinha coragem o suficiente pela primeira vez na vida para matar alguém, não queria matar a garota.

Konan se soltou das mãos asquerosas de Hidan e correu até Pain dando socos na altura de seu peito. Não estava se importando se morreria naquele momento, só queria se vingar do assassino.

- Eu te odeio! Eu quero que você morra! Vai pro inferno seu desgraçado! – Konan chorava enqüanto tentava bater em Pain com toda sua força. Ele não ligou e deixou que a garota descarregasse tudo que a incomodava e amedrontava naquele momento. Aos poucos o cansaço foi vencendo Konan, ela diminuiu a freqüência dos socos até Pain segurar seus braços e ela cair no chão com a testa encostada nos pés do rapaz.

- Por quê?... - Sua pergunta saiu engasgada.

Pain se abaixou e continuou segurando os braços de Konan. Ergueu a adolecente para que ela olhasse em seus olhos. Konan sustentou o olhar, mas a visão estava embaçada pelo choro que ela não conseguia parar. Pain olhava bem fundo nos olhos da garota, e parecia que conhecia Konan a muito tempo. Ela era parecida com ele afinal. Não conseguia reagir de forma brusca ou violenta a menina.

Jamais imaginara qualquer dia de sua vida que numa madrugada, alguns minutos antes do amanhecer, conheceria alguém que ansiasse proteger de qualquer perigo, inclusive dele mesmo.

- Quer que eu dê um fim nela Pain? – Perguntou Kakuzu sorrindo enquanto imaginava a garota chorando e súplicando por sua medíocre vida.

- Cala a boca! Pain vai saber o que é melhor. – Madara disse sério. Ele parecia ter percebido que a aura sombria de Pain tinha desaparecido por alguns minutos.

O rapaz soltou a garota que se levantou com dificuldade e continuou a encará-lo.

- Você vem com a gente. – Disse seco.

- O quê?! Não vamos matá-la como você disse Pain?! – Acusava Deidara.

- Por enquanto não, ela pode servir para alguma coisa. Pegue ela Madara.

- É pra já.

- Esperem, eu tenho que pegar roupas... – Todos menos Pain e Madara olharam furiosos na direção dela. Ela por sua vez teve a expressão assustada – Por favor não me matem! – Suplicou.

- Madara, me dê ela aqui, vai lá e pegue para ela o que achar melhor.

Pain pegou a garota e a jogou nos ombros. Ás costas dele eram frias, mas confortáveis, seu perfume másculo deixou Konan entorpecida. Mas não que isso vencesse o medo dela, ela ainda não entendia o porquê deles não a terem matado.

Estava temendo que eles tivessem um plano ainda pior para ela, e Konan, que sempre tinha ansiado crescer rápido, agora só queria mais era ser uma criança para não ter conseguido nem sair do berço, assim não teria visto metade do horror que presenciara.

- E os corpos? – Perguntou Sasori.

- Pode deixar aí, a polícia não virá atrás de nós. Falta confiança e coragem a eles para enfrentar a Akatsuki. - Disse Pain saindo da cozinha e indo em direção a entrada.

Konan era leve e não lhe atrapalhava em nada carregá-la.

Todos saíram da casa sem fazer nenhum ruído para não acordar nenhum dos vizinhos, procuraram ir pela penumbra de algumas ruas que ainda não tinham postes de iluminação.

A fina camada de neve agora estava mais grossa devido ao sol que sempre faltava naquela época do ano. Konan tinha certeza que jamais imaginaria o inverno mais frio e mais mortal de sua vida.


Chegaram a casa por volta de seis da manhã, o céu já estava um pouco claro, por esse motivo trataram de ser rápidos, para que nenhum vizinho visse suas roupas sujas de sangue.

Cada um dos rapazes foi para um cômodo, ficando somente Konan, Madara e Pain na sala de estar da grande casa. O jovem de cabelos laranja deixou a menina no chão. Essa correu para longe deles encostando-se à parede o mais longe possível.

- Onde ela vai ficar Pain? – Perguntou o moreno.

- Ela vai ficar no quarto com você e Zetsu.

- Por que ela não dorme com você?! Ou em qualquer outro quarto?– Perguntou Madara largando a bolsa da menina no chão.

- Por que eu não a quero no mesmo quarto que eu. E por que todos os outros quartos já estão ocupados. – Disse a voz fria do líder.

Konan ofegava pensando na possibilidade que agora, já que nenhum deles a queria por perto, a jogariam em uma sarjeta qualquer, e possivelmente ela estaria morta quando isso acontecesse.

Os dois se viraram para ela. Ela se encolheu ainda mais se expremendo entre o espaço do sofá pérola e da parede marfim.

- Só por enquanto Madara, depois nós daremos um jeito. – Pain disse sério, Madara achou melhor concordar já que ele ainda não tinha perdido a paciência e tirado a arma do cinto.

- Que seja – Ele deu de ombros. – Só por algumas noites. - Disse frio.

- É. – Pain se virou para a menina. – Ei, garota. Vá com ele.

Ela tremeu, mas aceitou a ordem e foi em passos rápidos até o homem com uma máscara laranja. Sentia-se desconfortável por estar somente de short de malha e um top que ia apenas até abaixo do busto, destacando seus seios.

- Por aqui.

Os dois começaram a subir uma longa escadaria com o corrimão esculpido em madeira.

- Está com medo de Pain não está? – Perguntou ele a Konan quando tinha certeza que Pain já não podia ouvir nada do que eles diriam.

Konan olhava atenciosamente cada detalhe da casa, cada quadro nas paredes da escada, cada corredor e cada porta. Estava respirando com dificuldade devido ao choro que estava querendo voltar pela pergunta do homem a sua frente.

- Estou... – Disse muito baixo.

- Fale direito menina. – Madara ria escandaloso devido ao medo da garota. – Não tema Pain, se ele não te matou na hora em que te viu, não te matará agora.

- Não sei se posso confiar em alguém que matou meus pais. – Disse irônica.

No fim, Madara sabia que a menina tinha razão, ela assistiu a morte dos pais, e onde Konan confiaria em qualquer um deles depois daquilo?

-Sinto muito Konan, mas estávamos somente cumprindo ordens de superiores – Agora ele não sorria mais, sabia o quanto deveria ser difícil para ela.

- Não sei se posso acreditar.

Quando eles chegaram ao fim da escada, Madara parou e se virou para Konan, nem precisou se abaixar para ficar da altura dela, a garota era somente um pouco menor do que ele.

- Vamos fazer o seguinte, em mim você pode confiar, eu serei seu amigo. E não quero que você chore mais. Prometo que você ficará segura aqui mesmo não acreditando muito nisso.

- Não acho que eu queira ser sua amiga.

- Pode acreditar, vai preferir ser minha amiga do que deles, se você tem medo de mim, não tenha, eu sou o mais razoável.

Ele dizia a verdade, de todos naquele lugar, Madara podia se dizer o mais "amigável".

- Não sei não.

- Com o tempo você mudará de idéia. – Ele sorriu para ela e abriu a porta do quarto.

- O que ela faz aqui? – Perguntou Zetsu sentado na cama olhando os projetos.

- Ela vai ficar aqui algumas noites.

Zetsu lançou para a menina um olhar ameaçador a intimidando.

- Pare com isso, ela já não sofreu o bastante? – Perguntou Madara. Konan estava logo atrás do moreno.

- Não quero essa... Vadia aqui.

Konan tinha medo mas não conseguiu se segurar.

- Vou te mostrar quem é vadia seu... – Konan já estava indo em direção a ele quando Madara tapou sua boca e a segurou perto de si. Ela começou a se contorcer tentando se soltar.

- Calada, está querendo morrer?

A garota cerrou os olhos e encarou Zetsu. Acabou mostrando a ele o dedo do meio.

- Não teme a morte menina?!

Ela não respondeu e recuperou o ar, claro que temia, temeria ainda mais se a ameaça viesse de Pain.

Após mais alguns desentendimentos, Konan conseguiu por fim arrumar um espaço em um colchão velho que tinha sido jogado no chão por Zetsu, não reclamou, já tinha criado um atrito, não queria causar algo que lhe custasse a vida.

Nenhum dos dois rapazes dormiu, ficaram discutindo sobre como desempenhar os planos de aumentar a produção de mercado. Konan preferia nem prestar atenção. Tentava esquecer que estava com eles, achava que estava em um pesadelo que quando acordasse estaria em sua cama, em sua casa, e com seus pais lhe desejando bom dia.

Algo muito fantasioso para quem tinha certeza de não estar sonhando. A dor que vira seus pais sofrerem foi real, foi um suplício para ela.

Não conseguia dormir também, cada vez que fechava os olhos imagens de seus pais sendo torturados por Pain a faziam choramingar e acordar. Entendia que não deveria chorar por que isso poderia aborrecer os outros dois, por esse motivo tentava engolir o choro de todas ás maneiras possíveis.


Estava pensando em como fariam agora que tinham uma garota em casa, Pain não sabia como cuidar de alguém, ele mesmo nem sabia como cuidar de si! Não queria que Konan ficasse, mas também não queria que ela fosse. Milhares de pensamentos distintos rolavam em sua mente.

A garota era parecidíssima com ele, como uma irmã mais nova de Pain. Imaginava se Kakashi mandaria matar a menina quando descobrisse que ela não estava no Brasil com os tios.

O celular novo no bolso começou a tocar, Pain olhou preguiçosamente para o identificador de chamadas, era Kakashi.

- Alô?

- A tarefa foi cumprida? – A voz parecia convicta de que a tarefa tinha sido realizada.

- Já, os dois foram torturados e mortos.

- Muito bom, Pain você me surpreende a cada dia.

- Hum. – Pain deu um murmúrio desgostoso. – Mudando de assunto...

- Qual o problema?

- Bem, a filha do casal não estava no Brasil, e ela viu o homicídio, deseja a morte dela também? – A voz de Pain era arrastada como se estivesse Bêbado.

- Hum, você quer matar essa pessoa Pain? – Essa era a pergunta que Kakashi sempre fazia Pain, em todas ás vezes ele havia respondido que sim, mas agora... Ás coisas eram um pouco diferentes.

- Não mato crianças.- Fora a melhor desculpa que conseguira encontrar.

- Faça o que achar melhor, só garanta que ela não abra a boca para ninguém, senão eu mesmo faço o serviço sujo de matá-la. – A ameaça era concreta.

- Entendido.

Kakashi desligou o celular sem dizer mais nada. Sabia muito bem quando Pain aspirava matar alguém, e dessa vez ele realmente não queria, não pelo fato de Konan ser uma criança, por que isso ela já não era mais. Só desejava que seu melhor assassino não se apaixonasse por uma adolescente de treze anos.

CONTINUA.


COMENTÁRIOS DA AUTORA.

Gente, desculpa se o primeiro capítulo ficou chato, mas é que eu tinha que explicar minuciosamente cada detalhe senão vocês não iam entender o por que da Akatsuki ter matado os pais da Konan –'

Sei que minha mente é meio perturbada por ter torturado os pais da Konan com aquele rastelo – Ri malignamente – mas foi bem interessante, era um método de tortura da idade Média, onde provavelmente Deus deveria estar tirando umas Férias e ter deixado Pain no comando –' Piadinha de mau gosto eu sei...

Como todo bom autor, você deve dizer suas influências:

Eu resolvi fazer essa fic depois que li a fic Akai Tenshi da minha maravilhosa autora: PINK RINGO. Leiam, vale muito a pena, eu me apaixonei por esse casal e a fic tem por enquanto só um cap! IAHEHAEIAIEHIAE

POR FAVOR DEIXEM UMA GAROTA DE 13 ANOS SUUUUPER FELIZ E MANDEM REVIEWS!

Beeeijos ;*