Alerta:

Esse(a) fic é um pequeno romance entre um casal onde os personagens podem estar meio OOCs (Out Of Characters). E é um fluffy/cliché fic, ok?
Boa leitura!

Disclaimer: Naruto não me pertence. Peça ao Kishimoto-sensei.


Minhas nuvens

"Tem noção do que está fazendo?" ela perguntou-lhe ao vê-lo pular pela janela do quarto de Kankuro.
"Shhh..." ele fez um gesto com a mão para ela não fazer barulho.
"Ah... por que raios fui me apaixonar por alguém como você?" ela disse num sussurro, enquanto o esperava do lado de fora, com os braços cruzados.
Ele abrira um sorriso tímido ao ouvir o resmungo. Mas não tinha muito tempo, logo o despertador tocaria e, se não corresse, seria pego.

Inverno. Mais um Exame Chuunin aconteceria e ele fora novamente escolhido para ser o representante de Konoha. Teria que acompanhar aqueles caras chatos, mostrar as instalações, explicar aos novatos as regras e como seriam as provas. Era tudo um grande tédio. Principalmente quando um daqueles novos examinadores novos não entendia nem metade do que ele havia explicado ou dormia durante a explicação e, para sua infelicidade, tinha que explicar tudo de novo. Os novatos com certeza eram os piores. Além disso, as coisas não andavam muito animadas para o jovem, já que ficara afastado do shougi por um bom tempo. Asuma-sensei e Chouji saíram numa missão com Ino e era provável que não voltassem a tempo de uma última partida antes de se atolar em afazeres para o exame.

Apesar de tudo, dirigia-se até onde o pessoal da Areia estaria, desanimado. Já havia recepcionado a galera da Água e do Raio, agora só faltavam os da Terra. Não entendia porque ele, justo ele, fora escolhido para esse cargo. Tsunade-sama sabia que ele odiava isso.
"Oh?" foi a reação dele ao vê-la.
"Ora, se não é o bebê chorão..." ela disse maliciosamente ao ver a feição do rosto dele.
"Ah... vocês já se conhecem?" perguntou um dos veteranos de Suna.
"É..." ele disse desanimado.
"Infelizmente" ela ironizou.
"Que bom! Então nós vamos para a hospedaria... vamos levar suas coisas, Temari-san. Enquanto isso, você pode ir com Shikamaru-kun conhecer o funcionamento do exame" disse Ayabi, o veterano mais velho e o mais cansado aparentemente.
A garota fez uma careta, mas aceitou. Andavam pelas ruas de Konoha enquanto ele lhe explicava as coisas do exame, sem muito interesse, afinal, ela não estava prestando atenção e teria que explicar tudo de novo.
"Malditos sejam esses novatos. Isso te inclui, Temari" pensou Shikamaru, vendo que ela conversava com Neji e Lee, ignorando-o completamente.

E ela via o cansaço em sua cara, a irritação percorrendo-lhe o corpo, se divertia em deixá-lo esperando. Já o fazia esperar por uma hora inteira e não acreditava naquela paciência inabalável. Mas era engraçado vê-lo com aquela cara de quem não estava nem aí para o que estavam dizendo, de quem queria apenas voltar para casa. Neji e Lee decidiram, enfim, ir embora por conta de um treinamento que tinham combinado com Tenten.
"Santa Tenten" concluiu Shikamaru.

Temari se perguntava o porquê de Shikamaru tê-la esperado lá. Seria por causa da ordem da Hokage? Um cara como ele, provavelmente, mandaria ela se danar e ia embora. Ou, ao menos, teria se sentado em alguma mesa próxima, já que havia uma cafeteria perto. Mas não o fez.
"Você não é muito sociável. Nem conversou com a gente" ela começou.
"Você também não... Não ouviu nada do que eu disse..." ele retrucou.
Ela riu.
"Está cansado?"
"Então, foi proposital? Toda aquela baboseira sobre você se interessar pelo Byakugan e a técnica do Lótus e blá, blá, blá..." ele disse sério.
Ela lhe abriu um sorriso novamente. E ele suspirou num misto de irritação e cansaço.
"Se sabia, porque ficou lá?"
"Porque estou em dívida com você, sabe disso" disse olhando para o céu, evitando encará-la.
O silêncio reinou até eles chegarem à hospedaria.
"Se tiver alguma pergunta sobre o Exame Chuunin, pergunte ao Ayabi" ele respondeu despedindo-se logo em seguida. Não queria tentar explicar tudo de novo para aquela garota irritante. Seria totalmente inútil.
Voltou para casa ainda mais desanimado. Aquele realmente seria um inverno sem-graça.

xxx

Tão logo amanhecera e ele já se sentia mal, estava com dor de cabeça. Descera as escadas lentamente, enquanto resmungava xingamentos e massageava os pontos doloridos. Deveria ser culpa daquela garota que o fizera esperar uma eternidade enquanto terminava aquela longa e estúpida conversa. Esperá-la fora uma grande besteira, mas se não o fizesse ela com certeza viria lhe perturbar durante a reunião da tarde. Novatos eram os piores. E mulheres eram muito problemáticas. E ela era um misto disso somado a sua dor de cabeça. Era por isso que adorava as nuvens, eram livres disso tudo.

Tomar café-da-manhã era relaxante, já que seu pai saíra cedo para uma missão e sua mãe fora à loja dos Yamanaka. E lembrar dos Yamanaka o fazia rir, já que uma vez tivera que jurar para sua mãe que se casaria com a herdeira da família. Na época ele pouco ligava para isso, aceitara para não ter que ouvir sua mãe lhe dar um sermão. A família Nara e a Yamanaka foram sempre muito unidas, mas obrigá-lo a se casar com uma garotinha que mal conhecia era muita maldade. Era esse o argumento que ele usava até cair no mesmo time que Ino, fato que fizera ambas as mães muito felizes. Depois de um tempo, Ino rebelara-se contra essa proposta inconveniente e convencera sua mãe de que queria sua felicidade ao lado do sobrevivente Uchiha. Apesar disso, a mãe dele não parecera triste e aceitara sem problemas, para o alívio do garoto. Não que ele quisesse ficar sozinho para sempre, mas um casamento arranjado não lhe parecia um bom método para fazer-lhe encontrar a mulher que ficaria ao seu lado para o resto de seus dias.
Colocou mais leite em sua xícara e sorria ao pensar em como fora idiota em aceitar aquela proposta sem nem ao menos pensar direito. Era muito jovem para perceber as conseqüências.
"Tire esse sorriso pervertido do rosto" a voz tirou-o dos devaneios e lhe trouxe um calafrio.
"O-o que diabos está fazendo aqui?" ele gritou levantando-se de súbito da cadeira.
"Não sabia que era um tarado..." ela disse sentando-se no lado oposto da mesa.
"Pode ao menos me responder? Essa casa é minha, caso não saiba" ele respondeu, sentando-se novamente, a dor de cabeça ficando mais intensa.
"Fiquei pensando no que disse ontem..." ela admitiu "e pensei se talvez você aceitasse jogar shougi comigo".
"Não quero que me compense por seus erros" ele respondeu num tom que dizia para ela ir embora.
"Não quero compensá-lo, quero apostar. Se você ganhar, esqueça aquela dívida. Mas caso eu ganhe, você fará algo para mim" explicou ela.

Era óbvio que ela planejava alguma coisa. Não aceitar era a melhor coisa a se fazer. E, sem dúvida, ele o faria. Se não fosse aquele sorriso desafiador estampado no rosto que lhe denunciava total satisfação...
"Certo. Vamos jogar, então"


Cá estou eu, novamente!
Essa era, na verdade, para ser um pequeno one-shot que serviria de introdução para um fic entre Ino e Kankuro (nada a ver, né?), mas eu acabei escrevendo demais. Então, terão de aguentar mais um ShikaTema. Quem sabe eu ainda consiga escrever um Ino & Kankuro?!
Anyway, por favor, eu quero críticas, sugestões, opiniões!