Je vous souhaite

Escrita por: Koorime Hyuuga

Ladybug não me pertence.

Sinopse: Não sei quando meus sentimentos evoluíram para isso. Essas sensações de ternura e amor, antes alojados em meu peito, desciam agora pelo meu corpo e se transformavam em desejo. Havia algo estranho e novo nela, ou seria em mim? - Recomendada apenas para maiores de 18 anos.


Capítulo 1

Não sei ao certo quando aquilo mudou dentro de mim.

Minhas pernas não se mexiam, na verdade, todo o meu corpo estava em estado de torpor completo. Eu tentava entender o que acontecia comigo. Engoli em seco, escondido nas sombras, apenas observando-a.

Ela estava sentada sobre uma chaminé, observando atentamente qualquer movimento suspeito na noite iluminada de Paris.

Nada! Absolutamente nada de incrível ocorreu naquele dia para que esse sentimento estranho viesse parar aqui. Essas sensações de ternura e amor, alojados em meu peito desde sempre, desciam agora pelo meu corpo e se transformavam em desejo.

Meu olhar felino, ambientado para o escuro, percorreram o corpo feminino dentro daqueles trajes justos que jamais haviam me afetado tanto quanto hoje. Ela devia ter quinze anos – assim como eu, ou talvez um ano a menos -, seu corpo em desenvolvimento, bem trabalhado pelos dias em que pulávamos de prédio em prédio pela cidade, seus seios não muito grandes e curvas bem delineadas... tudo nela estava ali, ou melhor, sempre esteve, bem exposto, para que qualquer um pudesse admirar. Mas porque hoje? Por que somente hoje eu me dei conta?

Havia algo estranho e novo nela, ou seria em mim? Algo que não me permitia afastar o olhar e que puxava minhas mãos enluvadas para perto dela. Sentia-me incomodado por querer tocá-la tanto daquela forma. Mais do que me era permitido. Ladybug sequer deixava-me segurar sua mão.

Respirei profundamente, sentindo minhas bochechas pegarem fogo com aqueles pensamentos hediondos.

Olhei para o céu onde débeis estrelas ainda rebrilhavam sob as nuvens de uma tempestade que se avizinhava. Perfeito. Sou um gato e deveria odiar chuva...mas, no momento, talvez um banho de água fria fosse a melhor opção.

Voltei o olhar para Ladybug de novo. Eu jamais conseguiria dobrá-la à minha vontade. Não faço nem idéia de quem ela seja – apesar de já ter tentado convencê-la a se revelar inúmeras vezes – e isso é o que faz dessa situação a mais estranha possível.

Eu não conheço essa garota. Sequer sei seu nome.

E mesmo suas atitudes para comigo ainda não consegui compreendê-las. Seria ojeriza ou ela apenas foge das minhas investidas por falta de interesse? Confesso que na maioria das vezes volto para casa consternado, tentado a despertar do tolo sonhador que sou.

Ficar ali, observando-a, só pioraria a minha situação. Eu queria o corpo dela. Não faço idéia desde quando, mas esse fato se mostrava presente no meu corpo.

Resvalei pelo telhado, tentando chamar o mínimo de atenção possível para mim. Ela não parece ter me notado em nenhum momento - ou fingiu não notar – de modo que pude voltar para casa sem qualquer risco e ciente do que eu precisava fazer agora – e que possivelmente me traria arrependimentos depois.

Desfiz minha transformação imediatamente ao que entrei pela janela de meu quarto.

- Adrien, está tud... – Plagg mal teve tempo de indagar qualquer esquisitice em minhas atitudes essa noite. Agarrei-o, juntamente com um generoso pedaço de queijo, abri um baú de roupas e joguei ambos dentro dele. – Ei, o que você...

- Fique aí! – interrompi o meu kwami – Não importa o que você ouvir, não saia.

Fechei-o lá dentro e espero ter sido bem enfático em minha ordem. Já bastava ter que escutar, não o queria tendo que observar o que eu planejava fazer. Era humilhante demais. Vergonhoso demais. Mas a necessidade me consumia e, se não fosse ciente, seria inconsciente enquanto dormia.

Joguei-me sobre a cama, respirando profundamente e sentindo minha parte intima latejar. Plagg certamente notou aquela elevação. Pus ambas as mãos sobre o rosto, tentando conter a vergonha que sentia. Isso nunca havia acontecido. Não transformado em Chat Noir. Não perto dela – muito menos no meio da cidade. Grunhi de raiva e decepção, abafando o som com as mãos.

Desci as mãos do rosto, me livrando da jaqueta e camiseta que estava acostumado a usar e gemi de forma involuntária pelo movimento causado em minha pélvis quando desci uma das mãos até a presilha de minha calça.

Fechei meus olhos e senti minhas bochechas esquentarem incondicionalmente quando deslizei umas das mãos por dentro da cueca, ainda vestido em meu jeans casual. Mordisquei o lábio inferior ao sentir meu próprio toque. Meu membro clamava por atenção, quente e duro como jamais estivera – e, de fato, nunca estive tão desesperado quanto hoje.

Lembrei-me de Ladybug. Não precisava muito para imaginar os contornos do corpo dela. Seus trajes denotavam cada detalhe de suas curvas sinuosas para tão pouca idade, apesar de tudo.

Pude ouvir minha boca soltando pequenos sons, ainda inaudíveis para qualquer outra pessoa – e, nesse caso, Plagg, que certamente já deveria estar na metade de seu queijo.

Expus meu órgão para fora da cueca, sentindo o conforto intensificar minhas sensações no momento em que imaginava os pequenos seios à minha disposição. Seus cabelos estavam soltos, da melhor maneira que eu poderia imaginar e seu rosto corado e suado. Ela estava sobre mim e descia e me beijava nos lábios da forma como sempre sonhei. Um beijo simples, mas sexy, sem aprofundamento, mas que brincava com minha boca.

Gemi novamente, um gemido alto. Senti que não resistiria por muito mais tempo – e não queria, o desejo já me consumia há pelo menos meia hora -, aquela imagem impensada de Ladybug em minha mente certamente traria problemas futuros em minhas lutas com ela.

Ergui meus joelhos, impulsionando minha pélvis contra minha própria mão, enquanto bombeava meu membro, imaginando-a ali, pronunciando meu codinome – Chat! Ah, Chat!.

Eu a fazia minha. Finalmente minha.

Continuei os movimentos, alternando-os de vez enquanto e sentindo-os ficarem mais rápidos involuntariamente.

Meu rosto alvo agora se encontrava vermelho. Minha mente nublada sequer pensava mais na realidade. Entreabri os lábios sentindo aquela sensação ficar mais forte dentro de mim e se apoderar do meu corpo.

Eu estava dentro dela. Consumido pela felicidade. Tolo gatinho sonhador.

Gemi o nome dela sem querer, não...seu codinome - Ladybug! – enquanto o gozo explodia sobre meu abdômen. Aquilo rapidamente me trouxe de volta à realidade dos fatos. Relaxei e olhei para baixo. A vergonha ficou mais evidente em meu rosto.

Olhei em volta procurando qualquer pano ou papel que me auxiliasse naquele momento crítico, enquanto a tristeza se apoderava de mim. Minha imaginação era um martírio.

Guardei meu membro dentro da cueca e fechei minhas calças. Minhas bochechas avermelhadas e suadas demonstravam todos aqueles desejos ocultos em mim que resolveram aflorar de um dia para o outro.

Não. Eu já a observava. Sempre a observei.

Sempre, sempre soube. Sempre me dei conta do quão sexy a achava. Do quão atraente ela era para mim. Mas meu corpo resolveu me trair. Não me deixaria mais esconder esses sentimentos promíscuos.

Plagg saiu do "confinamento", atravessando-o como um espírito faz com uma parede. Bem a tempo.

- Adrien, o que houve? – notei a pergunta somente após o kwami encarar meu rosto por alguns silenciosos e demorados segundos.

Abaixei a cabeça escondendo meu olhar. Não queria ter que explicá-lo, muito menos dar qualquer desculpa. Também sei que, pela idade dessa criaturinha, certamente ele sabe o que andei fazendo, todavia achei que ele não precisaria de respostas

Respirei fundo, tentando absorver toda aquela informação. Não era a primeira vez que eu fazia isso, nem muito menos seria a ultima. Mas a tentação que me levou ao ato era nova e me assustava.

Lembrei-me do olhar nublado pelo prazer de minha lady. Ela clamando por mim e por mais. Pus a mão contra o rosto, escondendo a face pervertida que se formava. Eu não era assim. Adrien Agreste era o jovem polido e educado que todos desejavam que ele fosse.

Não. Aquele imoral que veria Ladybug com outros olhos – olhos de felino, pronto para atacar sua presa -, aquele era Chat Noir.