Disclaimer: Os personagens desta fanfic não me pertencem e sim a mangaká Rumiko Takahashi, porém a história é de minha total autoria.
Kagome amedrontada ali chorava, como nunca havia chorado. Ele a havia deixado e isso a assustava, talvez a suas depressões fossem demais para ele aguentar. Virou-se e pegou o objeto de capa dura que estava ao lado de sua cama, era um diário. O seu diário. E começou a escrever...
Tento encontrar algo na minha cabeça, algo que nem sei o que é, mas não adianta ela está uma bagunça. Minha vida está desmoronando e acabando com o pouco de sanidade mental que me resta. Era como se o meu mundo estivesse caindo comigo ali, como a única expectadora daquela cena, assistindo tudo de camarote só que com as mãos e os pés atados. E isso me apavora.Minha cabeça dói. Meu cérebro tenta localizar exatamente onde se encontra a dor, mas logo desiste, porque tudo dói. Procuro um apoio, algo para me escorar e talvez me ajudar a levantar, não sei se já cai, e também não sei se posso levantar. A certeza é de que sozinha eu não posso, não mais.
Eu tinha um apoio, eu tinha alguém que não me deixava cair, mas se por alguma eventualidade eu caísse, ele me levantava. Só que ele se foi, se foi como a água insalubre do rio que corre ávida em busca da água do mar, como um passarinho fugindo da gaiola em busca da liberdade. Será que eu o privei disso? Eu lhe privei de ter liberdade? Se eu fiz isso melhor que ele tenha ido, talvez o fardo fosse grande demais para ele agüentar. Mas acima de tudo eu sinto falta, eu sinto falta do seu amor e do seu carinho; eu sinto falta de ter a certeza de poder saber que existe alguém que se preocupa realmente comigo.
Eu ainda me preocupo com ele e o mesmo me ocupa os pensamentos a todo instante. A dor da saudade me acompanha como se fosse minha sombra, e eu estou começando a me acostumar com a horrível presença de algo que eu realmente não quero me acostumar: a dor da perda de um grande amor.
A vida nem sempre é justa, ou talvez ela seja justa, apenas nós, seres humanos insensatos e pecadores achemos que não. Porém tem um detalhe que sempre nos esquecemos: não temos o direito de achar nada. Estou aqui parada e observando tudo atentamente. Gritando por ajuda, mas a única coisa que recebo é vê-los me virarem as costas e dizerem que já lhes bastam os problemas que têm na vida.
Eu estou aqui, na penumbra da minha alma esperando por socorro e tentando controlar as poucas lágrimas que me teimam em fugir pelos olhos. Esperando a minha sanidade acabar e o meu fim melancólico finalmente chegar.
Após algumas horas escrevendo parou, achando que já bastava por aquele dia. Se sua auto-estima sempre era baixa, naquele momento estava muito pior. Pegou o diário e o colocou na escrivaninha ao seu lado e se deitou. As lágrimas lentamente foram parando de cair e a jovem antes de adormecer apenas sussurou:
- Eu te amo, Inu Yasha!
Isso que eu chamo de depressivo ao extremo! Espero que tenham gostado!
Beijos!
