Olá, leitores, eis aqui uma short- fic de twincest, ainda que não muito explicitado; só leia quem quiser, naturalmente, porque não quero ninguém me xingando. XD
Eu gosto de twincest, muito mesmo e se alguém quiser me indicar boas fics com o "casal", ficarei agradecida.
Espero que gostem. Deixem reviews, por favor!
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Existem certas coisas que são únicas, esta era uma dessas coisas. Algo inconfessável, mas nascido muito antes de conhecermos o significado da palavra pecado.
O que tínhamos, nós dois, surgiu quando lançamos o primeiro olhar consciente um sobre o outro ou, antes, no momento em que percebemos o calor de nossos corpos juntos, sempre juntos desde que éramos uma leve centelha de vida.
Não somos os únicos no mundo a nascermos iguais, no mesmo dia e quase ao mesmo tempo, mas somos únicos em nossa união. Identidade de almas, pensamentos iguais surgindo ao mesmo tempo em mentes diferentes, brilho de entendimento brilhando em dois olhares por uma mesma e única razão.
E as preferências, esperanças, planos todos iguais e, ainda assim, fabulosamente diferentes, mas não de forma oposta e sim complementar. O calmo e o impulsivo, a prudência e a irreflexão; ora líder, ora seguidor, ora irmão, ora amante, ora amigo.
Irmãos e amantes, como prolongamento natural um do outro; não como algo ruim ou sujo, concebido à luz da consciência, à luz da inteligência, mas algo instintivo e puro, nascido da necessidade, da curiosidade morna da infância, da ligação suprema entre corpos e mentes.
Uma ligação especial que não se estendia aos outros; um amor que jamais nos impediu de sair com as garotas, nem determinou que preferíssemos outros rapazes; apenas nosso, onde ninguém jamais saberia o que fizemos. Um amor inquebrável, duradouro, compreensivo, único...perfeito e, ainda assim, forjado na fôrma das coisas imperfeitas.
Porque a única coisa realmente bela é a imperfeição.
A imperfeita- perfeição dos corpos que se encaixam como predestinadas peças de um quebra- cabeça; imperfeita- perfeição do mesmo sangue, da mesma carne, da mesma face!
A fina linha genética que tanto aproxima quanto afasta; a identidade que tanto alegra quanto fere, o humor espontâneo que tanto diverte quanto despista.
A imperfeita- perfeição do toque, do abraço, do sussurro que ninguém jamais ouvirá; do que foi velado e dissimulado na verdadeira compreensão fraterna que alguém jamais entenderá.
Da imperfeita- perfeição do amor e do desejo, tão bela e pura quanto anjos desenhados na areia, lentamente dissolvidos pelas ondas do tempo.
Mas nós éramos homens e não anjos, pecamos e quebramos todas as regras proibidas; nem o tempo nos podia destruir e, entretanto, a imperfeita- perfeição foi quebrada e a eterna ligação partida.
Precisaremos aprender a ser um só, de hoje em diante e para sempre, no imperfeito silêncio das coisas não mais ditas.
