1º Capítulo- Prólogo
A casa era pequena, mas muito confortável; havia uma cozinha, um banheiro, uma sala e um quarto, só que os cômodos eram espaçosos e as janelas bem largas deixavam entrar uma grande quantidade de luz que tornava o lugar muito agradável.
Na frente da casa, dando para o portão de saída, ficava um pequeno, mas simpático jardim onde cresciam lindas flores; aquela casa pequena e confortável, construída numa pequena cidade onde também moravam seus velhos amigos era tudo que ela poderia querer e por isso comprou- a.
Do centro da pequena cidade era possível divisar ao longe e para a direita os contornos de um imenso castelo em ruínas que, para olhos não trouxas, mostrava- se em sua real aparência, o castelo de Hogwarts. Ela gostava da idéia de morar ali naquela cidadezinha, pois poderia ficar bem perto das coisas que lhe eram mais caras.
Foi assim que, depois de regressar de uma longa estada de três anos no exterior, mais precisamente na França e Alemanha, Hermione se instalou na vizinhança de seus velhos amigos Harry, Rony e irmãos. A cidade ficava um pouco distante de Londres, mas para quem sabia aparatar tão bem quanto ela, isso não era um problema.
Hermione ainda não havia revelado a seus amigos que retornara e pretendia pega- los de surpresa em seu primeiro dia de trabalho no Ministério da Magia onde os outros trabalhavam também. Ela assumira o cargo de investigadora no departamento de Aurores, junto a outro homem cujo nome não lhe fora informado ainda.
Mas, ficara sabendo que Harry, Gina e Rony, este último por surpreendente que fosse, ocupavam os cargos de aurores deixados vagos por alguns dos que haviam morrido durante a última grande guerra contra Voldemort, da qual todos haviam participado.
Seu cargo, pelo que lhe fora informado, era encontrar as pistas das atividades suspeitas e entrega- las aos aurores para que estes fossem até o suspeito e o prendessem; ela havia gostado da idéia, pois lhe lembrava a época da escola, ainda mais quando ela pensava que seus colegas de trabalho seriam seus antigos amigos do tempo de estudos.
Hermione acabou de arrumar tudo na casa, foi para o banheiro, tirou as roupas pesadas da viagem e entrou sob a ducha do chuveiro. A água morna escorreu por sua pele, fazendo- a relaxar instantaneamente, enquanto o cheiro de shampoo invadia o corredor da casa.
Ela saiu do chuveiro, enxugou- se, vestiu a camisola leve e foi para o quarto. Pegou um livro na estante, deitou- se na cama e abriu- o numa página qualquer: era um livro de poemas e ela adorava poemas, por isso po- se a ler, virando as páginas com satisfação.
Na página 43 havia um lindo poema que ela leu em voz alta:
O amor é o bem e o mal/ a única salvação e única perdição da sua alma/O amor nunca foi nem será um crime qualquer/ ele é o pecado original./ Ele é a dor e o prazer de se querer aquilo que não se pode ter/ a dor e o prazer de ser da loucura escravo e algoz./ Ah, mas o amor, ainda assim, é o mel a correr nas veias e ensandecer a razão/ o amor é a paixão./ O amor é quente e frio, é gosto e castigo/ é a paz e a guerra num só coração./ Não há amor que não machuca, que não fere/ que não sangra, que não rasga./ Se for amor, vai doer/ mas aos audaciosos, isso tudo é suportável/ tudo passa, tudo quebra, tudo some/ ante a força do amor e das almas que se entendem.
Quando ela terminou de ler, seu coração estava acelerado e seus olhos estavam cheios de lágrimas de emoção; ela nunca deixara transparecer, mas era uma garota muito romântica em seu íntimo. Ah, o amor podia ser algo tão lindo e tão louco!!
Hermione fechou o livro, colocou- o junto a cabeceira da cama, apagou a luz e adormeceu.
