O Túmulo Florido

Harry Potter se aproximou lentamente do pequeno túmulo situado no jardim da casa de Bill e Fleur. Acompanhando os passos do padrinho em silêncio, o pequeno Teddy Lupin olhava intrigado para o lugar. Os cabelos dele estavam totalmente arrepiados e tinham um tom azul claro.

Sempre que visitava Victoire em sua casa no Chalé das Conchas, Teddy ficava curioso a respeito de certo local do jardim onde as flores cresciam de maneira singular e Bill os proibira de brincar, com medo que estragassem o lugar. Por alguma razão, o pai de Victoire nunca respondera quando os dois perguntavam o que havia ali de tão especial e Teddy jamais pensara em perguntar ao padrinho.

Entretanto, certo dia, ele se aproximara sorrateiramente enquanto os donos da casa estavam distraídos e percebeu que, em uma pedra particularmente grande, havia algo escrito. Então, descobriu o que, provavelmente, seria aquele lugar.

Teddy tinha apenas sete anos, mas sabia que no lugar onde as pessoas eram enterradas, as plantas cresciam com mais facilidade. Também conhecia o hábito das pessoas gravarem o nome dos que foram enterrados e uma frase que os homenageie, além da data do nascimento e da morte. Esse conhecimento decorria das diversas vezes que fora visitar seus pais.

O menino olhou para o padrinho quando os dois pararam diante da pedra.

- Na pedra está escrito: Aqui jaz Dobby, um elfo livre. – Falou Harryolhando para o lugar onde seu amigo estava enterrado.

-Um elfo doméstico, Harry? – Perguntou Teddy curioso, - mas por que o Bill enterrou um elfo doméstico no quintal? Era o elfo doméstico dele?

- Não foi ele quem enterrou, fui eu. Dobby me ajudou em diversos momentos difíceis e morreu para me ajudar durante a guerra. Ele nos trouxe para cá, mas foi atingido por uma faca de Bellatrix Lestrange. Então, eu cavei essa cova com minhas próprias mãos e o enterrei aqui.

- Ele era seu servo, Harry? Achei que seu elfo doméstico se chamava Kreacher, - falou o menino olhando o padrinho.

- Como diz na pedra, Dobby era um elfo livre, Teddy. Quando tinha doze anos de idade, eu o libertei. Ele foi eternamente grato a mim e passou a me ajudar sempre que podia. Não que não tivesse tentado me ajudar antes, - disse Harry sorrindo com as lembranças do pequeno ser que o avisara sobre a Câmara Secreta, ajudara-lhe a passar da segunda prova do Torneio Tribruxo e o resgatara da mansão dos Malfoy.

Teddy sorriu e se aproximou do túmulo, tocando carinhosamente a pedra.

- Obrigado por ajudar o Harry, Dobby. Graças a você, eu não estou tão sozinho.

Harry olhou espantado para o garotinho. A morte era familiar para ele desde antes dele completar um ano de idade. O homem achava que deveria ser normal que Teddy a aceitasse de forma tão natural.

Ele olhou para a pedra onde, anos antes, escrevera a mensagem sobre o elfo. Agradeceu silenciosamente a Dobby e chamou Teddy, que correu para segurar a sua mão. Então, os dois deram as costas ao túmulo florido e seguiram em direção ao Chalé das Conchas.