Nota: sejam bem-vindos a parte 02 da Saga Conspiração. Essa fic é uma sequência de World'sFinest. Por isso, quem ainda não leu, é extremamente recomendado, porque os eventos tratados nessa fic são uma continuação direta.
Para compor a história do Flash, vou misturar elementos dos quadrinhos e da série, mas que serão explicados ao longo dessa fic. Mesmo aqueles que não acompanham o universo da DC vão conseguir entender. Boa leitura ;)
Capitulo 01
-Acho melhor irmos para Metropolis conversar com Batman e estabelecermos um plano. -Superman comentou, depois de tentar usar seu comunicador e não conseguir.
-Claro... Consegue me acompanhar? -Flash posicionou-se para começar a correr.
-Vamos tentar.
Minutos depois já haviam atravessado praticamente metade do país e agora procuravam por Batman. Não demorou muito para encontrá-lo, em seu veiculo de combate rodando por Metropolis.
-O que ele está fazendo aqui? -o morcego perguntou, saindo do carro. -Eu te disse que era apenas para verificar o que era exatamente o borrão vermelho, não fazer amizade.
-Ele vai ser nosso aliado e pode nos ajudar no caso. -o escoteiro azul franziu as sobrancelhas.
-Como assim ele vai ser nosso aliado?! -Batman deu um passo a frente.
-Flash é uma pessoa de confiança e tem os mesmos objetivos que nós. -Superman cruzou os braços.
-Gente, calma... - o velocista colocou-se entre eles. -Podemos resolver isso depois, vamos focar no caso por enquanto.
-Não me diga o que fazer, Bartholomew Allen.
Flash encarou Batman completamente em choque, parecia que o chão sob seus pés era areia movediça.
-O que... o que você disse?! -ele praticamente balbuciou, num fio de voz.
-Satélite, curiosidade e tempo podem esclarecer qualquer dúvida. -o morcego respirou fundo, acalmando-se.
-Bom, já que estamos falando de identidades secretas mesmo... -Superman sorriu e estendeu a mão. -Me chamo Clark Kent, engenheiro e cientista especializado em nanotecnologia.
-Eu... eu... -Flash tirou o capuz do uniforme, ainda confuso e o cumprimentou. -Bartholomew Allen, mas pode me chamar de Barry. Sou formado em química orgânica pela Missouri University e trabalho como investigador forense na polícia de Central City.
-Uau, seu trabalho parece ser incrível! -Clark parecia animado.
-Perai, foi você que escreveu aquele artigo sobre a necessidade de se investigar como compostos bioquímicos influenciavam a resistência de produtos eletrônicos? -Barry levantou a sobrancelha, pensativo.
-Sim, eu mesmo. -o moreno acenou com a cabeça e um sorriso largo.
-Cara, aquilo foi muito bom! Você sabia que...
-Esqueceram que temos que continuar trabalhando? -Batman seguiu para seu carro.
-Desculpe, momento cientista nerd. -o velocista levantou as mãos em desculpa. -Mas... e você? Não vai se revelar também?
O cavaleiro das trevas apenas virou-se e retirou a máscara por alguns segundos, depois voltou a vesti-la. Barry engasgou-se com o que viu, nunca poderia imaginar que o milionário-playboy-empresário Bruce Wayne combateria o crime com as mãos.
-Seria interessante fazermos uma visita ao Kirk no hospital. -Batman continuou falando como se nada tivesse acontecido.
-Mas ele está sob proteção do governo, o quarto deve estar sendo vigiado. -Flash também cobriu novamente seu rosto com a máscara. -Dois homens na entrada do hospital, dois na porta do quarto e talvez mais um andando pelo andar.
-Eu tenho uma ideia... -o alien comentou.
O St. Patrick General Hospital recebeu a visita do ilustre Superman, foi até lá para fazer uma visita aos pacientes e trazer palavras amigas e de incentivo. Pelo menos foi isso o que os civis acharam, criando a distração perfeita para que Flash carregasse Batman até o quarto de Kirk. Os guardas foram nocauteados sem problemas e ficariam apagados por alguns minutos, sem ter a mínima noção do que os atingiu.
O cientista respirava com ajuda de uma máscara de oxigênio, vários tubos e eletrodos conectados em seu corpo. Aproximaram-se com cuidado e ele acordou, ainda meio zonzo.
-Melhor começar a falar enquanto ainda pode, Langstrom. -o morcego não demonstrava nenhum sentimento. -Por que está trabalhando para a Lex Corp?
-E-eu... -ele balbuciou, esforçando-se. -Fui forçado. Não tinha autorização... pesquisa dos metagenes, ilegal... usei cobaias humanas.
-Luhtor então descobriu e o forçou a trabalhar para ele. -Flash tentava conter seu impulso de ficar andando pela sala. -O que ele vai fazer com a pesquisa agora?
-Isolar o gene... -Kirk arfou e tossiu, enchendo a máscara de sangue. -Descobrir um modo de... exposição perfeito...
-Para usar em soldados de guerra? Armas biológicas? -Batman estava impaciente.
-Neutralizar...
Os monitores começaram a apitar freneticamente, mostrando que o paciente estava tendo um ataque cardíaco. Ele começou a tremer da cabeça a pés devido a espasmos musculares, os olhos rodando nas órbitas.
-Tempo de visita acabou. -o velocista então segurou o parceiro e saiu pela janela, desafiando várias leis da Física ao sair correndo na vertical, afastando-se do prédio em segundos.
Superman percebeu a movimentação e também foi embora logo depois.
-Eu realmente gostei desse trabalho em equipe. -o alien comentou assim que encontrou com os outros dois num local seguro.
-É, foi muito bom mesmo. -Flash encostou-se à parede. -Mas o que faremos agora?
-Continuamos investigando, de uma maneira mais discreta. -o cavaleiro das trevas entregou um comunicador ao novo membro. -Se precisar falar conosco, use isso.
-Se precisarem de mim, sabem onde me achar. Eu tenho que ir, até mais!
O velocista despediu-se e num piscar de olhos sumiu de vista, correndo até sua cidade. Sentia-se mais feliz do que uma criança na noite de Natal. Barry tinha algumas dificuldades de socializar devido ao seu passado traumático, mas adorava trabalhar em equipe. Realmente acreditava que o grupo tinha mais força do que um indivíduo sozinho.
Chovia em Central City e ele foi diretamente para seu laboratório na delegacia, trocando de roupa no meio do caminho. Barry sempre trabalhava nos piores turnos possíveis, aqueles que ninguém queria porque precisava pagar suas contas. Afinal, o lado ruim de ter um metabolismo tão acelerado quanto o dele era a quantidade de comida que necessitava para manter-se. A conta do supermercado pesava no orçamento mais do que desejava.
Barry terminou suas análises e foi direto para casa. Ele morava numa casa pequena no subúrbio, de onde conseguia fácil acesso a praticamente todas as partes da cidade. Assim que chegou, tomou um banho e caiu na cama, exausto.
Acordou no dia seguinte com seu celular tocando.
-Allen... falando... -ele murmurou, ainda torporoso.
-Levanta essa bunda da cama, está atrasado para o nosso almoço! -o homem do outro lado da linha tinha um certo sotaque espanhol.
-O que...?! -Barry acordou por completo. -Ok, já estou indo.
Ele saiu catando qualquer roupa a disposição no armário e foi correndo até o centro, onde havia combinado de encontrar com seu amigo Francisco Ramone, ou melhor, Cisco. Apesar de sua origem latina e humilde, Cisco era um brilhante doutor em engenharia mecânica, capaz de inventar praticamente qualquer coisa e trabalhava para a sede da STAR Labs em Central City.
Sua aparência não era muito convencional para um cientista, com o cabelo preto até a altura dos ombros e usava camisetas de banda ou de filmes regularmente para ir trabalhar.
-Cara, preciso te contar de um encontro que eu tive ontem... -ele começou a falar, gesticulando muito como sempre.
Barry fingiu que prestava atenção no amigo, mas seus pensamentos estavam longe. Chegaram ao restaurante onde tinham reservas e fizeram o pedido. Como havia comido duas barrinhas de energia enquanto corria, o velocista não precisava comer tanto.
-Eu realmente fico feliz por você, Cisco. -ele cortava o bife.
-Obrigado... mas o que aconteceu com você? Tá parecendo tão... triste. -o inventor falou de boca cheia.
-Não é nada...
-Já sei. Pela sua cara, o Jordan deve ter aprontado alguma. -ele falou o nome com uma entonação diferente.
Barry respirou fundo e passou a mão pelo rosto. Seu amigo era uma das poucas pessoas que sabia sobre sua identidade como Flash e outros segredos mais íntimos, e o ajudava no trabalho de herói, dando suporte e equipamentos. Cisco era uma das poucas pessoas com quem se sentia a vontade para contar as coisas.
-Na verdade, ele não fez nada. Essa é a questão.
-Desculpa, eu sei que você gosta dele... Mas como pode achar que namorar um policial intergaláctico, que passa mais tempo vagando pelo universo chutando bunda de aliens do que na Terra, daria certo?! -o moreno levantou as sobrancelhas daquele modo engraçado.
-Eu realmente achei que comigo ia ser diferente. -ele comeu um pouco. -Não quis dar ouvidos ao alerta que a Carol me deu, mas é verdade.
-Não te recrimino por isso, ela é a ex-noiva dele. -Cisco deu de ombros. -A ficção está cheia de exemplos de como ex-mulheres podem ser vingativas.
-Carol me disse que eles terminaram justamente por isso, pelo fato dele ficar tempo demais no espaço. Ela chegou a ficar um ano sozinha, quando ele teve aquele problema com o Sinestro...
-Já estou avisando que da próxima vez que ele vier, vai ter uma conversinha com meus bíceps. -o inventor flexionou os braços. -Não é pra rir! Eu tenho feito muitas flexões em casa.
-Obrigado pelo almoço e pela conversa, Cisco. -Barry riu e se levantou. -Preciso ir para o trabalho.
-Sem problemas, se cuida!
(...)
Barry entregou os relatórios ao seu chefe e depois seguiu para a cena do crime onde foi chamado. Aos poucos ele aprendeu a lidar com a morte e ver corpos de diversas maneiras. Devido ao seu jeito meticuloso, sempre conseguia observar detalhes importantes que muitas vezes faziam diferença no caso.
Dessa vez era um corpo carbonizado, que ainda exalava fumaça. O cheiro era enjoativo e os policiais tampavam seus narizes e bocas do jeito que conseguiam. Barry colocou as luvas e ajoelhou-se perto, começando a separar evidências.
Joe West aproximou-se, o rosto franzido numa careta. Chamava a atenção de longe, pelo porte atlético e a pele negra, numa delegacia onde a maioria era branca. Excelente detetive e responsável por criar Barry depois que Henry Allen fora preso, cerca de catorze anos atrás, acusado de assassinar a esposa Nora.
-Hey,Bear! -ele chamou o mais novo pelo apelido carinhoso. -O que você acha?
-Por enquanto isso parece suicídio, devido a parte de cima do corpo estar muito mais queimada do que as pernas, o que me leva a crer que a vítima molhou a si mesma com algum combustível e depois ateou fogo.
-Alguma forma de identificar o corpo? -Joe olhou ao redor, também observando a cena.
-Sem documentos, então iremos usar a arcada dentária, que ainda se manteve intacta. -Barry continuava focado no trabalho. -Até então esse caso não parece ser um problema.
Problema dito com aquele tom de voz, era um código usado entre eles, que especificava casos onde o Flash deveria trabalhar.
-Ok, te encontro na delegacia então. -o detetive acenou.
Barry acenou de volta e continuou absorto no que fazia, tirando fotos e coletando mais evidências. Quanto tinha material o suficiente, autorizou que outra equipe viesse recolher o corpo e levá-lo para o IML.
Percorreu mais duas cenas de crimes, um homicídio na zona leste da cidade e o roubo numa joalheria no centro. Central City era uma cidade relativamente tranquila, comparada a outras. Porém isso não impedia que os crimes acontecessem.
Já estava escurecendo quando Barry chegou a delegacia, sua mala estava pesada, teria muito trabalho pela frente. O que era ótimo, porque desviava seu foco dos problemas. Ignorou os olhares estranhos que recebia de seus colegas policiais, já estava acostumado a ser esquisito.
Claro que todos sabiam da história conturbada de seus pais, que virou noticia por muito tempo. Numa noite de tempestade, Barry ouviu gritos na sala e foi correndo ver o que era. Acabou encontrando sua mãe morta, completamente ensanguentada e seu pai segurando uma faca. Um borrão amarelo rodeava o casal e acertou o menino de nove anos, deixando-o inconsciente. A polícia chegou em seguida e Henry não teve como explicar nada, com suas digitais na arma do crime, foi preso e condenado a sentença perpétua, afinal seu filho testemunhou tudo.
Joe que era amigo da família, adotou Barry e o criou desde então. O que não foi muito difícil, em ternos, porque o detetive já tinha uma filha da mesma idade, chamada Iris.
Após algumas horas fechado em seu laboratório, recebeu uma mensagem de Cisco, dizendo para ligar a televisão. Por sorte, a delegacia contava com algumas televisões espalhadas pelo prédio.
-Jessica Brown falando diretamente de Washington. -a repórter estava séria. -Mais cedo, Lex Luthor fez um pronunciamento oficial e polêmico, acompanhem agora.
-O que vou dizer agora pode ser chocante para muitos, mas é a verdade. -Lex Luthor falava de um pequeno palanque montado no hall luxuoso da sua empresa. -Como todos sabem, o geneticista Kirk Langstrom foi vítima de um assalto e acabou internado no hospital. Ele era um grande amigo meu e me dispus a fornecer segurança, para mantê-lo a salvo. Porém não foi o suficiente. O mais estranho de tudo é que pouco antes dele falecer, Superman realizou uma visita surpresa ao hospital. Não estou acusando ninguém, só quero que a verdade seja revelada. Por que Kirk Langstrom, um homem que trouxe tantos avanços veio a falecer justamente quando aquele alienígena apareceu no mesmo local?
-St. German General Hospital revelou que investigações estão sendo feitas para apurar a causa da morte. -o jornal cortou a imagem novamente para Jessica. -Nossa equipe teve acesso exclusivo ao relatório preliminar, que mostrou altas concentrações de adrenalina e cortisol, que levam a suspeita de uma injeção letal. Ambos hormônios foram responsáveis pela parada cardíaca que levou Kirk Langstrom a morte.
Barry precisou sentar, aquilo era pior do que imaginava.
