Seu rosto ardia, o vento batendo nos machucados ainda coagulando, fazendo seu corpo tremer contra o asfalto frio. Não ousava abrir os olhos, mal desejava ouvir os barulhos que vinham de dentro da boate, tão usuais que ninguém imaginava o corpo de pequena estatura deitado contra o chão, imóvel, respirando fraco para, tanto diminuir a dor em seu corpo, quando para não chorar.
Ao ouvir passos, cada vez mais rápidos e pertos, seu corpo enrijeceu. O que ele tinha feito que merecesse uma segunda rodada? Lembrava brevemente, mas a bebida e os socos eram tantos que até pensar lhe doía. Com a cabeça pulsando, se obrigou a levantar, apoiando nos braços de cotovelos trêmulos o peso do seu corpo. Quase imediatamente, uma mão pousou com urgência em suas costas, o segurando com firmeza. Braços envolveram seus ombros, e sentiu sua cabeça sendo apoiada em um tórax aquecido, enviando arrepios por sua espinha com a repentina mudança de temperatura. Um material grosso e quente, provavelmente um casaco, o envolveu os braços, e essa tal pessoa, devagar, começou a tirá-lo do chão. O pequeno moreno ousou abrir um pouco os olhos, se deparando com uma imagem borrada do que lhe parecia um carro preto.
- Em que merda você foi se meter – ele ouviu a voz da pessoa que o segurava e, mesmo que já sentisse seu cansado sistema se entregando ao calor e à segurança, pode brevemente distinguir:
- Sebastian?
