Oi!
Cheguei com mais uma.
Espero que gostem.
Bora ler
RESUMO
As coisas estão finalmente melhorando para Isabella. Depois de anos ralando, apenas para sobreviver, ela consegue seu emprego dos sonhos e finalmente tem um pagamento e uma casa decente para que possa morar com seu irmão e irmã. É muito ruim quando nada acontece do jeito que é para ser. Quando a mãe, que os abandonara anos atrás, de repente, aparece e leva-os para New Hampshire, Isabella não tem escolha senão ir, ou perder seu irmão e irmã. Empurrando seus sonhos de lado, novamente, Isabella tenta fazer com que as coisas funcionem, o que não é fácil, sua irmã de quinze anos atua como uma prostituta em treinamento, os homens agem como bastardos idiotas em torno dela, seu chefe é um idiota, ela se sente como uma forasteira, seu melhor amigo acaba por ser um punk de dezesseis anos e o cara, incrivelmente bonito, que aluga o quarto adjacente ao dela, não só ocupa todo o banheiro, como também, toma três banhos por dia e a deixa com água fria, mas ele também tem um segredo. Um segredo pelo qual ela se torna um pouco obcecada e não pode deixar ir, não importa quantas vezes seja alertada.
O Detetive Edward Cullen aprendeu há muito tempo a não mostrar qualquer emoção ou se permitir se apegar aos seres humanos. Qual era o ponto? Eles iam e vinham, e ele permanecia. Desta vez não haveria qualquer diferença, ou então, foi o que ele pensou. Quando sua senhoria disse-lhe que seus netos estavam se mudando, ele não esperava muito, apenas que não ficaria sozinho. O que ele não esperava era ter que lutar contra a sede de sangue, cada vez que sequer sentia o cheiro do perfume de sua deleitável vizinha, ou quando ela o bombardeava com perguntas, cada vez que o encurralava. Se isso não fosse ruim o suficiente, um Mestre de seu passado, o encontrou mais uma vez, está exigindo seu sangue e está disposto de fazer qualquer coisa para obtê-lo, até mesmo usar a vizinha irritante, que o faz sentir mais do que dor, pela primeira, vez em séculos
Lancashire, Inglaterra 1819
— Ele é o diabo! — Uma mulher gritou.
— Silêncio, mulher! Basta mostrar ao magistrado sua ferida! — Seu pai exigia.
Edward não poderia se focar. Seus olhos estavam muito pesados para abrir e seu corpo estava mole. Tudo parecia distante e vago. Ele estava tão... ele só precisava dormir. Dormir um pouco e, em seguida, iria perguntar por que eles estavam em seu quarto.
— Esta mulher é, obviamente, propensa a histeria, excelência. Isto é claramente uma mordida de animal ou ela se esfaqueou, na esperança de criar problemas para você. Eu a demitiria de uma só vez, sem sequer uma referência. — Uma voz fria, disse.
— Eu não estou mentindo, senhor! Olhe para a sua boca! — A mulher exigia.
Era Mary, a empregada lá de cima?
Edward tentou se concentrar. Ela estava obviamente chateada com alguma coisa.
— Primeiro me diga quem é esse homem. — A voz fria ordenou.
— Dizer-lhe quem ele é? — Seu pai repetiu em confusão. — Eu lhe digo quem é! É meu filho do meio, Edward! — Seu pai estalou.
Edward ouviu uma risada.
— Este não é Edward.
— Sim, é!
— Não, não é. — O homem parecia irritado.
O que diabos estava acontecendo?
Alguém agarrou seu queixo, não muito gentilmente e o puxou para o lado. Edward queria protestar, mas o único som que conseguiu foi um fraco gemido.
— Este é Edward!
— Mas... mas... Edward tem dezesseis e esse parece... bem ele parece... como...
— Como um menino de dez anos de idade. — Ele ouviu a resposta de seu irmão mais velho, Félix, em um tom divertido. O bom e velho Félix. Ele teria que se lembrar de dar um tabefe em suas orelhas depois.
— Tá bom! — O magistrado ironizou. — Este aí parece ter uns bons vinte e cinco anos. Alguém está fazendo uma brincadeira? Garanto-lhe que eu não acho isso engraçado ou tolerável!
— Eu nunca faria uma coisa dessas. Este é Edward. Eu não duvido que seja, pois cuidei dele no último mês.
—O que aconteceu com ele? — Perguntou o magistrado.
Bom, essa era uma boa pergunta, Edward pensava. Responda isso!
Edward tinha as suas próprias perguntas, tantas. Nenhuma delas parecia ser capaz de deixar seus lábios no momento, então ele iria contar com aquele homem, para pedi-las em seu nome.
— Ele sempre foi o diabo! Todos nós sabíamos! Não é natural para um homem ficar como um menino! Não é natural e, agora ele se alimenta de sangue virginal! — A empregada gritou.
Alguém riu.
— Vamos, Mary, virginal? Acho que essa afirmação chegou cinco anos tarde demais. — É claro que Félix saberia. Ele tinha uma reputação de levantar cada saia da cidade. Félix gostava de diversificar suas atenções.
— Silêncio! — Seu pai gritou.
— Eu quero saber como um rapaz, conhecido por sua aparência jovem, fica doente por um mês e em seguida, se torna isso.
Seu pai suspirou.
— Estamos perdidos. Todos os cirurgiões que eu trouxe estão perdidos também. Eles o drenaram, o refrigeraram, o aqueceram, derramaram líquido de bile em sua garganta e ele ainda permaneceu dormindo e... mudando.
O magistrado zombou.
— Mudando é dizer o mínimo. Ele se parece com um homem. Tem certeza que este é Edward ou que seus meninos não estão fazendo uma brincadeira?
—Eu tenho certeza. Sentei-me ao lado dele todos os dias, durante o mês passado. — Seu pai parecia cansado. — Eu assisti as mudanças acontecerem.
— Explique-me por que ele está acorrentado à cama.
Acorrentado? Ele estava acorrentado? Que diabos estava acontecendo? Depois de vários longos minutos de grande concentração, ele foi capaz de forçar seus olhos a abrirem. As imagens lentamente mudaram de borradas para afiadas.
Ele lentamente olhou ao redor de seu quarto. Seus dois irmãos mais velhos estavam no canto, olhando entediados. Vários homens de infantaria estavam no quarto, segurando bastões de críquete e olhando para ele. Mary estava choramingando e encolhida perto da porta. Seu pai e o magistrado Caius, um homem no início dos trinta anos e bem conhecido por sua crueldade, estavam um em cada lado de sua cama, olhando para ele. Seu pai olhava preocupado. O magistrado Caius olhava-o com irritação.
— Qual é o seu nome? — Caius exigiu.
Ele limpou a garganta. Parecia que tinha engolido areia.
— E... Edward.
— Vê! — Seu pai enfiou a mão em sua direção.
Caius nivelou um olhar sobre Edward que o fez se contorcer.
— alguém o forçou a fazer isso?
Edward virou a cabeça, para olhar seu pai, só para ter frios dedos ossudos agarrando seu rosto e puxando sua cabeça para trás, insensivelmente.
— Eu lhe fiz uma pergunta.
— Não, — disse Edward. — O que está acontecendo? — Sua voz era rouca e profunda, como a de um homem. Não era sua voz! Ele tinha uma voz de menino. Algo estava muito errado aqui.
— Nós estamos prestes a descobrir, — disse Caius, apontando para si mesmo. — Tragam a menina. — Ele retrucou.
— Não! Não! Por favor! — Mary gritou.
Edward viu, quando dois homens agarraram Mary, que se arrastava, chutava e gritava, do lado da cama. Félix e Marcus começaram a rir.
— Papai, isso é ridículo! Esta menina está apenas à procura de uma maneira de engordar sua bolsa. Edward, finalmente, obteve alguns pelos em seu saco, ainda que em coma. É estranho, mas não há nada de mal sobre isso. — Disse Marcus, em um tom entediado.
Félix riu mais ainda.
— Ela quer só ser adicionada à fofoca. Você sabe como as pessoas sempre falaram sobre Edward, como ele é algum tipo de aberração. Não é culpa dele se levou tanto tempo. Atire-a para fora.
— Não! Eu não menti, sua Graça! Ele me mordeu! — Ela gritou.
— Nós vamos ver isso, — disse Caius, quando agarrou seu braço e o colocou na frente do rosto de Edward. — Você fez isso? — Ele exigiu.
Os olhos de Edward estavam focados em duas pequenas crostas, de meia polegada de distância. Ele abanou a cabeça. Nunca teve tanto medo em sua vida. Eles estavam acusando-o de morder uma empregada, que estava acusando-o de ser o diabo. Ele precisava se concentrar.
Ele sentiu sua força, lentamente voltando ao seu corpo. Levantou os braços e suspirou com alívio, vendo que podia se mover. Ele baixou os braços e se assustou com o som de correntes tinindo. Levantou ambas as mãos novamente e suavemente as virou. Elas estavam diferentes. Eram mais longas, bronzeadas, musculosas e ele estava acorrentado! Ele levantou seus pés também. Eles estavam cobertos por um lençol, mas ele sentiu as correntes.
— Por quê? — Ele perguntou, erguendo os braços novamente.
— Garota, você mentiu! Você vai desejar nunca ter tentado isso! — Caius a jogou, violentamente, no chão.
Ela balançou a cabeça freneticamente. Novas lágrimas derramaram pelo rosto.
— Não! Eu não estou mentindo! Ele me mordeu!
Seu pai fez um gesto para os lacaios.
— Tirem-na daqui e retire as correntes de Edward.
O alívio disparou através dele.
— Obrigado, pai. — Ele conseguiu dizer.
— Não! Eu posso provar! — Mary disse.
Caius se virou, a tempo de ver Mary se livrando dos lacaios e passando por ele, enquanto corria para Edward, empunhando uma faca.
— Pare! — Edward gritou fracamente.
Ela trouxe a faca para baixo, através de sua própria palma quando fez seu caminho para a cama. Ele não podia descobrir o que ela esperava conseguir por cortar a si mesmo.
Edward se esforçou para sair da cama e longe desta mulher demente. Tudo parecia acontecer ao mesmo tempo. Caius cambaleou para trás, seu pai tentou correr ao redor da cama, seus irmãos a empurraram contra a parede, estavam em uma corrida em direção a ele, os lacaios pareciam confusos e foram os últimos a reagir.
Mary enfiou a mão a poucos centímetros de seu rosto. O sangue escorria de sua mão.
— Fique longe de mim! — Edward ordenou.
Ela não ficou. Ela enrolou sua mão em um punho, forçando mais sangue. Edward olhou para o sangue com desgosto, até mesmo quando seu estômago roncou com a visão. Ele ignorou até mesmo quando sua boca começou a salivar. Sua reação ao sangue o assustava mais do que tudo.
— Fique longe de mim!
Seu pai e seus irmãos chegaram a um impasse, derrapando logo atrás dela. O Magistrado Caius agarrou Mary pelos cabelos e a puxou para fora do caminho.
Edward suspirou:
— Obrigado...
Caius agarrou seu queixo e abriu a boca de Edward.
— Querido Deus no céu... — Ele murmurou. Edward assistiu com horror quando o dedo de Caius veio em direção a sua boca. Ele sentiu a pressão contra um de seus dentes e, em seguida, sentiu algo doce e delicioso em sua língua.
— Cristo todo-poderoso! — Caius afastou um dedo sangrento e o sacudiu. — Eles são navalhas afiadas!
— O quê? — Edward perguntou atordoado.
Ele observou como seu pai e irmãos empalideceram. Ele não podia entender nada disso. A única coisa que tinha certeza é que queria mais do delicioso líquido doce, muito. Ele passou a língua nos lábios com a esperança de voltar a ter mais. Sua língua se deparou com algo pontudo em sua boca. Ele passou a língua sobre a ponta afiada apenas para encontrar uma segunda em sua boca. O que estava acontecendo? Será que os cirurgiões fizeram algo em sua boca?
— Eu disse que ele era o diabo! — Disse Mary, presunçosamente. Ela prendeu o sangramento da mão contra o peito. Edward encarou aquilo como um homem morrendo de sede.
— Cale-a! — Caius gritou. Ele se virou para o pai. — Precisamos conversar. — Edward viu quando seu pai foi arrastado para o canto do quarto. Ele tinha certeza que eles estavam sussurrando, mas ele podia ouvir tudo que diziam, em alto e bom som, como se estivessem de pé perto de sua cama.
— Ele é um adorador do diabo? — Perguntou Caius.
— Não! — Seu pai protestou.
— Conte-me sobre seu nascimento. — Caius exigiu.
Edward ignorou o olhar que seus irmãos estavam dando-lhe e o fato de que eles estavam, agora, prestes a disparar, rapidamente, para longe de sua cama, como se ele fosse um leproso e focou na conversa particular.
Durante dez anos ele pediu e implorou ao seu pai para contar-lhe sobre seu nascimento. A única coisa que ele disse foi que sua mãe morreu em seu parto. Sua madrasta se recusou a dizer-lhe qualquer coisa. Isso não o surpreendeu, desde que ela o odiava. Ela se referia a ele como "coisa" e foi forçada a tolerá-lo. Ele nunca entendeu isso e agora parecia que estava prestes a obter algumas respostas.
— A mãe foi atacada, não foi? Um animal, como os moradores dizem? — Caius perguntou.
Ele ouviu seu pai arrastar uma respiração áspera. Era estranho. Seu pai estava há mais de vinte metros dele, mas ele podia ouvir tudo, claramente, muito claramente. E estava começando a ficar com dor de cabeça. Ouvia sons de farfalhar de roupas, passos, respiração, batimentos cardíacos, insetos voando no quarto, no andar de baixo alguém deixou cair uma panela na cozinha e xingou. Essa era a coisa mais estranha, porque eles estavam no segundo andar da ala oeste, muito longe da cozinha, mas ele tinha certeza de que podia ouvir a Sra. Brown trabalhando lá embaixo.
Edward se forçou para ignorar cada som e se concentrou. Seu pai olhou por cima do ombro para se certificar que ninguém estava perto o suficiente para ouvir, antes de continuar.
Ele sacudiu a cabeça.
— Não, não foi um ataque de animal.
— Eu pensei que não. Ouvi rumores que um homem louco, de Bedlam, que escapou e atacou sua primeira esposa, durante o último mês de sua gravidez.
— Sim, eu receio que estão tão perto da verdade como todos nós jamais vamos estar. Eu estava fazendo um baile para minha irmã mais nova, Amy. Minha esposa estava inquieta com sua gravidez. Nossos dois meninos estavam dormindo no berçário e ela queria desesperadamente ver a dança de Amy.
— Compreensível. Por favor, continue.
— Marcus, onde diabos ele está? — Perguntou Félix em voz alta. Edward os ignorou.
— Cala a boca, Félix. — Disse Marcus, friamente.
— Ela... ela... nós... — A voz de seu pai falhou. Edward nunca ouviu seu pai chorar. — Descobrimos o bastardo inclinando sobre seu corpo. Ela estava tão pálida... e... e...
— O quê?
— Ele estava se alimentando de seu sangue! Ele estava bebendo o sangue dela! — Seu pai sussurrou asperamente.
Caius não disse nada.
— Nós perseguimos o bastardo, mas não rápido o suficiente. Ela entrou em trabalho de parto... mas estava morta. O menino só... Ele veio... O cirurgião não podia entender. Ele pensou que íamos ter que corta-la.
— Eu sinto muito. Estou bastante confuso. Você disse que ela estava morta? Eu a vi na aldeia, uma semana depois que o menino nasceu. Fui levado a acreditar que ela morreu poucos dias depois, por complicações.
Seu pai olhou por cima do ombro novamente.
— Nós tivemos que dizer isso a todos... A verdade é que ela acordou na manhã seguinte, como se nada tivesse acontecido. Ela tentou pegar o menino. Estava gritando bobagens. Eu tive que expulsá-la, mas ela voltou para o menino com ele!
Caius pigarreou.
— Eu odeio perguntar, mas é possível que o menino não seja seu?
— Você quer dizer, se minha esposa me traiu? — Ele perguntou com amargura. — Eu... Eu não sei. Ele não se parece em nada com seus irmãos. Eu só não sei e, na época, teria sido criado um escândalo se o garoto desaparecesse e eu, certamente não ia mandar uma criança inocente com... Oh, Deus, ela estava morta eu mesmo a enterrei... Eu... O que você acha...
Edward olhou para seus irmãos. Eles eram homens bonitos, por qualquer padrão. Eles pareciam muito com seu pai. Eles eram como a Sra. Brown gostava de dizer "homens femininos". Eles tinham muitos traços femininos. Eram meninos bonitos, algumas das senhoras diziam. Muitas mulheres gostaram disso, mas Edward sempre, secretamente, rezava para que não ficasse parecido com eles. Ele sempre encontrou conforto no fato de que todo mundo dizia que ele não se parecia com eles.
Eles sempre disseram que ele parecia um "homenzinho". Ele era um pequeno menino áspero, com uma compleição musculosa, ao contrário de seus irmãos, com estrutura muito mais fina. Seus olhos verdes, surpreendentes, também os distinguiam. Poderia ser somente coisas de genética? Parecia ridículo, até mesmo para ele, mas não queria parecer uma mulher.
Caius olhou para ele e balançou a cabeça.
— Ele não se parece com você ou seus outros filhos. Ele se parece com os homens do lado da mãe ou parecia...
— Ele? Você quer dizer... — Seu pai fez um som de desgosto.
— Sim.
— Ele tem uma estrutura maior e olhos diferentes, mas... Eu pensei... Eu esperava que ele ficasse parecido conosco. — Seu pai olhou para ele. — Ele se parece com ele. Você acha que ele contraiu tudo que afligiu sua mãe, então?
— Sim, acho que há uma boa chance do menino estar doente. Se você realmente não é pai do menino, então ele provavelmente é um insano também. Diga-me, o que aconteceu com a mãe dele?
— O que você acha que fizemos? Ela estava morta. Queimamos a cadela e seu amante. — Disse ele friamente. Edward prendeu a respiração.
— Você não é meu pai? — Ele perguntou, antes que pudesse se conter.
Ambos os homens lentamente se viraram, para olhar para ele. Suas expressões confusas se transformaram em horrorizadas, ao perceber que ele ouviu a conversa inteira, sussurrada. Seu pai foi com a mão para o peito quando um suspiro coletivo soou por toda a grande câmara do quarto.
— Seus olhos! Eles estão vermelhos! — Félix gritou.
— O diabo! — Um lacaio ergueu a arma e apoiou.
—Pai? O que está acontecendo? — Edward não conseguia esconder o medo em sua voz.
— Não me chame assim! — Seu pai gritou. — Você claramente não é meu!
— Não, pai, por favor! — Edward tentou se sentar, mas as suas restrições o seguraram no lugar.
— O que você quer que façamos com ele? — Perguntou Caius.
Seu pai sacudiu a cabeça.
— Eu não ligo para o que você vai fazer com ele. Apenas tire-o da minha vista.
— Pai?... Pai! — Ele viu seu pai e irmãos se apressarem para sair do quarto. Ninguém olhou para ele. — Pai, por favor!
Caius foi até a cama, sorrindo.
— Amarre as correntes em torno dele e se certifiquem que ele não possa se soltar. — Ele ordenou.
O lacaio hesitou, chegando mais perto.
— Agora! — Os homens saltaram e fizeram o que lhes foi dito. Edward agora podia mover seus braços e pernas, mas estava muito fraco para lutar de volta.
— Por favor, senhor, se você me deixar falar com o meu pai... Houve um erro. — Os homens libertaram as correntes da cama. Num movimento eles o jogaram no chão, mais ou menos. Ele se sentiu nocauteado. Rapidamente envolveram as correntes, firmemente, em torno dele.
—Pare! — Ele gritou. Doeu. As correntes estavam muito apertadas, cortando fora seu ar.
Caius se dobrou na frente dele.
— Eu sinto muito, meu rapaz. Sei que isso não é sua culpa, mas precisa perceber a posição que você vai me colocar. Eu não posso ter você correndo por aí, se alimentando de pessoas. — Ele balançou sua cabeça. — Não, isso nunca vai acontecer. — Ele olhou para os homens. — Leve ele para minha propriedade e tranque-o no calabouço.
Seu calabouço? O estômago de Edward revirou. Caius era conhecido por ser um dos homens mais religiosos e corretos da região. Ele foi homenageado e aceito por todos os membros da alta sociedade. Também era conhecido por ser um bastardo sádico, que levava o seu trabalho a sério. Ele torturava homens, lentamente.
— Por favor, senhor, não! Chame meu pai! Ele não iria querer que você fizesse isso! Por favor! — E começou a soluçar.
Caius se ajoelhou ao lado dele, a uma distância segura.
— Eu prometo que vou fazer isso rápido, por respeito ao seu pai. Ele não iria querer saber que você sofreu.
—Oh, Deus, não! — Edward balançou a cabeça e tentou lutar contra as restrições.
— Levem-no! — Caius estalou.
Os lacaios o pegaram, com cuidado, para ficar longe de sua boca.
— Pai! Félix! Marcus! Por favor, me ajudem! — Gritou.
Ele foi, rapidamente, levado até as escadas, pela porta dos fundos e jogado na parte de trás de uma carruagem. Caius estava na porta.
— Eu prometo que você não vai sentir nada, meu filho.
E a porta se fechou.
— Nããão! — Edward gritou quando a carruagem arrancou.
TEMPO
A pesada porta, de sua pequena cela se abriu com um rangido sinistro. Caius entrou seguido por cinco homens de infantaria, fortemente armados. Edward empurrou seu cabelo comprido e amarrado para trás de seu rosto. Os ossos dos seus dedos tremiam violentamente, de fome.
Caius passou a mão sobre a cabeça e suspirou profundamente, enquanto olhava para a figura medonha de Edward. Um olhar de nojo e repulsa foi distribuído pelo rosto de Caius. Ele levantou um pano até seu rosto, tentando evitar o mau cheiro. Edward deixou cair as mãos trêmulas, para cobrir seus genitais. Suas roupas tinham, há muito tempo, sido reduzidas a nada. Sua pele estava praticamente negra agora, por causa da sujeira, queimaduras e sangue seco.
— O que vai ser agora? Você vai me incendiar de novo? Ou talvez cortar minha cabeça, pela décima vez? Hmm, oh não... Vamos ver o que você vai querer experimentar, algo novo, é claro, uma vez que se passaram cinco anos desde que
você não fez nada de original. — Ele pregava, zombando de Caius.
Ele não se importava mais. Parou de se preocupar com tudo, um ano atrás. A dor não o incomodava, a fome ainda menos. Elas tinham se tornado suas amigas, suas companheiras. De uma maneira estranha, ele viria a depender da dor, para fazê-lo se sentir vivo.
Caius suspirou atrás de seu pano e depois tossiu com o fedor.
— Eu estou cansado de sua boca, rapaz. Antes de continuarmos, hoje eu gostaria de dizer que você foi meu maior e mais frustrante desafio. É uma vergonha, isso tem que acabar hoje.
Edward riu.
— Ah, então hoje é o dia em que você finalmente descobriu a forma de acabar comigo de uma vez por todas? Por que, eu estou impressionado? — Ele lentamente se arrastou até uma posição ereta. Seu corpo estava literalmente pele e osso e muito cabelo, na cabeça e no rosto. — Vamos ver então. — Ele não tinha ilusões sobre o assunto. Iria permanecer aqui por toda a eternidade.
— Traga-o. — Caius saiu da sala.
Os lacaios tiveram o cuidado de permanecer fora do alcance de Edward. Ele era fraco e parecia frágil, mas eles aprenderam há muito tempo a permanecer fora de seu alcance ou iriam acabar com alguma parte do corpo em sua boca.
Caius esperou em sua câmara de tortura favorita, com mais cinco homens e mais de uma dúzia de baldes, com algo dentro. Edward não poderia cheirar qualquer coisa sobre o seu próprio mau cheiro. Isso era um bom sinal, pelo menos. Que significava que não era óleo. Ele odiava ser queimado vivo. Era talvez o mais doloroso método de Caius. A dor durava semanas.
— Vá e prenda seu pé no chão. — Caius fez um gesto para a parede.
Edward estudou a parede marcada. Ele podia ver marcas de queimadura, buracos de bala e sangue seco. Era o local favorito de Caius, depois de tudo. Ele se encostou à parede, à espera do plano brilhante.
Um criado lhe entregou alguma coisa. Ele estava muito surpreso com a ação para fazer qualquer ataque contra o lacaio. Em sua mão ele segurava um artigo, há muito tempo esquecido, que ele sonhou durante anos.
Sabão.
Ele olhou para Caius, confuso.
— Vamos acabar com isso. Não podemos permitir que Sua Graça o veja assim. — Três lacaios pegaram os baldes, avançaram e jogaram água nele, tomando uma distância segura.
Fazia frio, mas não o incomodava. Sempre era frio no úmido calabouço. A água parecia estranha em seu corpo. Ela lentamente penetrou as camadas de sujeira seca, fazendo sua pele coçar. Ele lentamente começou a se lavar. Não esperaria por Caius mandá-lo fazer isso. Ele queria isso. Fazia tanto tempo, desde que viu sua própria pele. Tinha que esfregar duro, tão duro quanto suas mãos trêmulas lhe permitissem. E estava tão fraco que mal conseguia mover o sabão contra a resistente aparência sombria que via.
— Obtenham mais água. Parece que vai precisar de um lago para limpá-lo. — Caius pediu.
Os homens correram para fora da sala, rapidamente. Eles sempre faziam isso. Ninguém gostava de estar no mesmo lugar que o "diabo".
— Você disse que meu pai está vindo aqui? — Edward fez seu melhor para soar casual. Ele aprendeu há muito tempo a não mostrar qualquer emoção para Caius. Usou seus medos e as suas esperanças contra ele. O homem era um mestre em sua arte.
— Não, eu disse que Sua Graça viria. Talvez este seja o momento para dizer-lhe que Marcus, Duque de Havenville, faleceu ontem, enquanto dormia. O novo Duque, seu irmão por parte de mãe, pediu para vê-lo, hoje.
— Félix?
Caius saudiu sua mão de forma irritada.
— Ah, meu Deus, esqueci-me de dizer-lhe, Félix morreu, há doze anos. Marido ciumento. Você entende, tenho certeza.
Edward, lentamente, permitiu que a informação penetrasse. Ele até ficaria chateado, mas não demonstraria isso. Ele sabia muito bem. Essa poderia, muito bem, ser alguma nova tortura doente. Ele continuou a se limpar, enquanto os lacaios continuaram a jogar água nele. Lentamente, muito lentamente, viu a pele pálida espreitar pela sujeira. A visão lhe causou nojo. Sua pele se agarrava, firmemente, ao redor do osso. Ele parecia um esqueleto vivo. Se tivesse algo em seu estômago, teria vomitado, como não tinha nada ali, se obrigou a continuar. Isso era afinal, uma das torturas favoritas de Caius, fome até a morte. Ele vinha fazendo isso há 20 anos.
Ele queria perguntar quem mais havia morrido, mas não ousaria. Não havia ninguém com quem ele realmente se importasse, não mais. Qualquer afeição que ele tivesse, morreu anos atrás. Todos aqueles que ele amava, tinham virado as costas para ele. Eles sabiam o que Caius era capaz e não fizeram nada. Eles permitiram.
Gritos irromperam nos túneis escuros. Caius se virou rapidamente.
— Vá ver o que é isso. — Ele apontou para quatro lacaios. Que correram com suas armas em punho.
Gritos, e o som de um tiro, chegaram à grande câmara de tortura. Edward continuou a se lavar. Ninguém e nada ia impedi-lo de se limpar. Se ele tivesse, somente essa chance de sentir um cheiro limpo, ele ia levá-la avidamente. Era uma sensação de liberdade. A única coisa que poderia fazê-lo se sentir livre neste lugar terrível.
— Vá para lá! — Um homem gritou. Os lacaios de Caius tropeçaram no quarto, seguidos por uma dúzia de homens armados.
— Alinhem-se contra a parede, monte de merda! — Disse o homem grande. Ele apontava para Caius. — Fique onde está. Sua Graça gostaria de ter uma palavra com você!
— Sua Graça? — Caius perguntou confuso.
— Sim.
— Uh... Oh, Caius, parece que você está em apuros. — disse Edward, provocativamente.
Ele começou a esfregar o rosto. O sabão fez a coceira piorar, durante os primeiros instantes. A sujeira se transformou em uma pasta, que foi lavada facilmente. —Se alguém, por favor, me jogasse mais um balde de água eu realmente apreciaria. — Ele falou como se não houvesse um cerco armado, acontecendo. Ele não se importava. Isso não significava nada para ele. Ele sabia que seu irmão, o novo Duke, estava chegando, para terminar o trabalho. Ele não poderia ter Edward vivo e ameaçando sua posição. Mal sabia ele que o trabalho era impossível.
Ele ouviu um movimento no balde, no chão, à frente dele. O sabão picou seus olhos. Caius deveria ter feito isso antes, porque ardia como um inferno.
— Obrigado. — Ele murmurou, enquanto suas mãos saíram em disparada e encontraram o balde. Isso era uma coisa que ele nunca perdeu. Sua humanidade. Ele se pendurou a ela, como um homem morrendo. Recusou-se a permitir que Caius a roubasse. Ele não era mais o menino que foi uma vez, mas se recusou a se transformar no monstro que Caius exigia.
Mãos finas e fortes passaram um pano úmido em seu rosto. Edward saltou com o toque. Ninguém o havia tocado, durante muitos anos a menos que fosse para feri-lo. Ele abriu os olhos e viu um homem que parecia muito com seu pai, exceto pelo o cabelo preto, se ajoelhando na frente dele. O homem parecia triste e confuso. Finalmente ele olhou para Edward com pena.
Edward se encolheu para trás. Isso era pior que tortura.
— Vá embora. — Ele murmurou.
Marcus suspirou e mergulhou o pano no balde novamente. Ele parecia relaxado na frente de Edward. Não estava distante ou mantinha seus olhos sobre Edward, com medo de um ataque. Ele pegou uma das mãos dele na sua e começou a esfregá-la, não se importando com suas vestimentas caras.
Os homens do novo Duke mantiveram os lacaios e, Caius, reféns, encostados na parede, enquanto ele limpava seu irmão.
— Eu costumava fazer isso com você, todas as noites até você completar doze anos. Você se lembra, Edward?
— Sim. — Ele respondeu automaticamente.
Marcus riu.
— E havia os momentos que eu tive que limpar você na cozinha, por que você saia sorrateiramente para fora e ficava todo sujo. Papai se recusava a ter uma partícula de sujeira na casa. Você lembra?
— Sim.
Marcus parou de limpar suas mãos e o olhou nos olhos, por um longo momento. Parecia que ele tinha algo a dizer, mas não disse. Somente olhou por cima do ombro.
— Eu preciso agora, de algumas tesouras, uma navalha, toalhas e, pelo amor de Deus, alguém me consiga alguma água quente! — Um de seus lacaios assentiu e correu para fora.
Minutos depois, o homem voltou com os itens. Edward se sentou e observou seu irmão lavá-lo, sem medo. A água quente fez uma grande diferença. A sujeira saia com mais facilidade. Sua pele ficou rosa antes de voltar para uma cor pálida, doentia.
— Você está com fome? — Perguntou Marcus.
Edward não responderia. Marcus olhou para o corpo de seu irmão. E tentou esconder sua reação a ele, mas havia pouco que pudesse fazer. O corpo de Edward era repulsivo.
— Quando foi a última vez que você foi alimentado?
— Eu não o alimentava! Disseram-me para matá-lo! Isso seria contraproducente, você não acha, Sua Alteza? — Caius disse insensivelmente.
A mandíbula delicada de Marcus se apertou.
— Eu vou ter mais dois homens aqui, para cortar seu cabelo e terminar de lava-lo. Pode prometer que não vai prejudicá-los?
A oferta era tentadora. Seu estômago roncou com a memória, tão antiga, do líquido doce, mas ele queria sentir seu rosto, mais do que qualquer coisa. Então balançou a cabeça com firmeza.
— Ok, eu estou confiando em você. Não os prejudique e eu prometo que irá se alimentar. — Disse Marcus. Edward não se importava. Ele não podia nem mesmo contar o número de vezes que Caius prometeu-lhe isso.
Marcus acenou para dois homens começarem o seu trabalho. Edward colocou as mãos sob seu traseiro, para ajudar a aliviar a tentação, de pegar um dos homens e aliviar a fome.
— Eu aprecio isso, senhor. — Disse um dos homens. Edward assentiu e viu seu irmão abordar Caius. Isto poderia ser interessante.
— Você sabe por que estou aqui, Caius? — Marcus perguntou em uma voz enganosamente calma.
— Para terminar com seu irmão, Sua Alteza. — Disse Caius, com o queixo levantado. Ele estava fazendo seu papel. Em sua mente, Edward e cada alma vivente, que entrou no calabouço, merecia sua crueldade.
Marcus riu, tomando um punhal de um de seus homens. Ele caminhou ao redor de Caius, enquanto brincava com a lâmina.
— Não, eu acho que você já provou que é completamente impossível. Claro, se eu soubesse que meu irmão ainda estava vivo eu teria vindo mais cedo, em vez de ter ficado de luto por ele. Diga-me, Caius, de quem era a pobre alma que você queimou e enterrou em nome do meu irmão?
Caius inchou o peito.
— Não lembro o nome. Seu pai exigiu que eu fornecesse um corpo, para dar veracidade a história, e eu fiz. Não é minha culpa que o rapaz acabou por ser um demônio.
— Hmmm, então me explique, por que 15 anos atrás, quando eu lhe pedi informação sobre meu irmão você mentiu, disse-me que ele estava morto e, em seguida, ontem, quando me aproximei com a mesma pergunta, depois da confissão do meu pai, no leito de morte me disse a verdade?
— Porque há quinze anos atrás, você não era o D...
— Duque. — Concluiu Marcus. — Sim, eu acredito que foi o que finalmente permitiu que você falasse. Você acreditava que eu estava preocupado com a minha posição e me permitiu este pequeno segredo. Eu também acredito que você estava esperando que eu fosse continuar lhe pagando como meu pai fez, para manter essa história em segredo.
— Claro. — Caius começou a se incomodar.
— Como é que estamos indo? — Marcus perguntou aos seus homens, sem desviar o olhar de Caius.
— Quase pronto, Sua Graça. — O valete pessoal de Marcus disse. — Terminamos de fazer a barba e cortar o cabelo. Vamos lavá-lo agora.
Edward passou a mão sobre o rosto. A pele era fina e firme, mas ainda era seu rosto. Ele sentiu vontade chorar. Tinha que colocar as suas mãos para trás, antes que ele fizesse alguma coisa que colocasse os outros em perigo.
Marcus viu seu irmão limpo e seco. Ele estava sentado, nu, no chão, parecendo um esqueleto, muito jovem. Seus brilhantes olhos verdes haviam perdido a aparência da inocência juvenil. O menino que ele conheceu se foi. Este homem parecia duro e bravo.
— Tem algum homem que esteja aqui há menos de dez anos? — Marcus perguntou em voz alta.
Apenas um homem levantou a mão. Tom, ele estava aqui há menos de duas semanas e se recusou a ser cruel com Edward.
— Há quanto tempo este homem trabalha aqui? — Marcus perguntou para Caius.
— Uma ou duas semanas.
Marcus assentiu e olhou para o irmão.
— Ele tem sido bom para você?
Edward olhou para Tom. Que o olhou assustado, como deveria, mas Edward sabia que ele não tinha medo, por si mesmo. O homem tinha um filho recém-nascido para criar, por conta própria. Essa foi a única razão para que ele assumisse o cargo. Ele disse a Edward quando se esgueirou para dar-lhe água, para enxaguar a boca, tarde da noite.
— Ele tem sido bom para mim. Realmente, se assim posso dizer. — Disse Edward com desdém. Ele não queria que ninguém soubesse o quanto a bondade de Tom significava para ele, no caso de este ser um novo jogo. Ele não queria Tom arrastado com ele.
Marcus assentiu.
— Você tem uma escolha, trabalhar para mim ou compartilhar seu destino com os demais. Qual vai ser?
Tom fez uma reverência.
— Você, Sua Excelência.
— Bom. Dê a este homem uma arma. Agora ouça, se você ficar contra mim irá compartilhar o mesmo destino que os demais. — Marcus fez um gesto para os outros lacaios.
— Eu juro minha lealdade a você, Sua Graça.
Marcus assentiu e fez um gesto para o resto dos homens.
— Algum deles tem sido gentil com você, Edward?
Ele não hesitou.
— Não.
Os homens amaldiçoaram sob a respiração.
— Bom, — disse Marcus. Ele gesticulou para os dois homens que ajudavam Edward a se afastarem. — Vamos começar, certo? — Disse ele alegremente.
Caius estreitou os olhos.
— Começar o que exatamente?
Marcus encolheu os ombros e começou a andar novamente.
— A alimentação, retaliação, vingança, tudo o que você quiser chamá-lo.
Ele fez um gesto com a faca para dois de seus homens. Logo, todos tomaram posições e apontaram suas armas para os lacaios.
— Se alguém se mover morre.
Edward observava com curiosidade quando dois homens de Marcus pegaram um lacaio, que parecia se mijar, e o arrastou para Edward.
— Por favor, se alimente, — Marcus fez um gesto em direção aos homens, — Estes homens, eu creio que lhe devem.
Seu estômago rosnou violentamente com o pensamento. Ele não perguntou. Não se importava. Após o que aqueles homens fizeram com ele, não teria escrúpulos em matá-los, mas ele tinha que ter certeza. Por alguma razão não poderia fazê-lo sem ouvir isso de Marcus.
— Marcus? — Ele colocou tudo de si em uma palavra.
—Coma, homenzinho. — Disse Marcus, com mesmo carinho que usou todos aqueles anos atrás.
— Não! — O lacaio gritou, quando foi arrastado para Edward. — Não!
Os homens de Marcus o seguraram para baixo, na frente de Edward. Os olhos dele se estreitaram no pulsar, que ele podia ver claramente, no pescoço sujo do homem. Ele lambeu os lábios. Suas presas caíram e o instinto assumiu. Ele avançou no pescoço do homem, sugando o líquido quente e doce que derramava avidamente. O homem gritou e tentou lutar. As próprias mãos, trêmulas, de Edward foram segurar o homem.
Uma vez que o corpo foi drenado, Marcus lhe ofereceu outro e, em seguida, outro. Edward assistia com admiração enquanto sua pele ficava preenchida e bronzeada. Músculos apareceram sob a pele. No sexto corpo, Edward já parecia o mesmo o homem de vinte anos, Marcus pensou.
Com um sorriso satisfeito, ele olhou para Caius, que empalideceu consideravelmente. Dois lacaios tentaram escapar durante a alimentação. Eles preferiam uma morte rápida a ser alimento do diabo. Seus corpos sem vida foram levados até Edward, que fez uso do sangue.
Quatro homens de infantaria permaneceram tremendo, contra a parede. Urina fresca molhava a frente de suas calças. Eles estavam chorando alto.
— Por favor, Sua Graça! Perdoe-nos! Nós faremos o que quiser!
Marcus os ignorou e focou em Caius, falou com Edward.
— Você ainda está com fome?
— Não, obrigado. — Ele arrotou, ganhando uma risada de Marcus. Tinha Marcus enlouquecido nos últimos vinte anos? Era uma possibilidade.
— Eu quero que o meu irmão seja liberto e que tenha roupas. — Ele disse aos seus homens.
Edward ficou chocado. As correntes, as mesmas que ele acordou usando, durante vinte anos, estavam prestes a serem removidas. Ele estava com medo do que ia ver lá. Ele observou nervosamente quando as correntes foram removidas. Depois suspirou com alívio. Seus pulsos estavam perfeitos. Ele se sentia forte e saudável. Não hesitou em se vestir, enquanto observava Marcus. Ele estava curioso a respeito dele.
— Há dez anos, Caius, meu pai pediu-lhe para cuidar de uma jovem chamada Elizabeth Perkins. Você se lembra? Devo dizer que você não deve mentir, porque sei que você se lembra. Você se gaba sobre isso, na verdade.
Caius riu.
— Uma prostituta que seu pai alegou que chamou sua atenção e brincava com você. Eu fiz-lhe um favor.
O punho de Marcus disparou, o atingindo. Caius cambaleou para trás, antes que fosse capaz de recuperar a compostura. Sua mão subiu ao lábio. Edward sabia, antes que Caius tirasse a mão, que ele estava sangrando. Podia sentir o cheiro.
— Algum destes homens estavam envolvidos? — Ele fez um gesto para os quatro homens.
Caius assentiu.
— Sim, todos os quatro participaram.
— Mate-os. — Disse Marcus uniformemente.
— Não! — Os homens gritaram, mas era tarde demais. Seus homens pegaram suas armas e dispararam. O som era ensurdecedor. Todos os homens saltaram, exceto Edward e Marcus.
Caius olhou assustado. Edward terminou de abotoar a camisa, adiantou-se e parou. Um dos homens de Marcus lhe estendeu um espelho. Edward olhou para seu reflexo. Há vinte anos atrás, disseram que ele tinha mudado. Hoje, pela primeira vez, ele viu as mudanças. Passou os dedos sobre seu rosto. A pele fina e seca foi embora. Seu rosto estava preenchido, sua pele era saudável e suave. Ele parecia um estranho. Agora era um homem, mas não olhava como o homem de trinta e seis anos de idade que ele era. Ele parecia um homem na casa dos vinte e poucos anos. Seus olhos estavam endurecidos, mas ainda tinha o verde brilhante que ele gostava, como a tantos anos atrás. Ele parecia tão diferente de seu irmão.
— Você parece bem, pequeno homem. — Disse Marcus, antes de voltar sua atenção para Caius.
— Essa mulher, que foi estuprada e assassinada, estava carregando meu filho!
— Mentiras, Sua Graça. Certamente você sabe disso.
A mão de Marcus disparou e ele cortou Caius no peito. O homem mais velho cambaleou para trás.
— Meu pai pode ter lhe pedido para ajudá-lo, por medo que eu estivesse sujando nossas linhagem de sangue, mas você deveria saber que a prostituta, como você a chamou, era minha ESPOSA. — Ele rugiu.
Caius cambaleou para trás. Suas mãos estavam pressionadas contra sua ferida.
— Eu... Eu...
— Você não sabia. Ninguém sabia. Nós nos casamos em segredo para que eu pudesse protegê-la dele. Tirei a virgindade dela na nossa cama conjugal. Ela não era minha amante. Você entende, Caius? — Marcus disse em uma voz fria e mortal, enquanto seguia Caius até a parede, onde estava apoiado. — Fomos casados por seis meses. Seis meses! Ela tinha três meses de gestação!
— Me disseram que... Seu pai exigiu que eu cuidasse dela.
— Como você cuidou de meu irmão? — Ele zombou.
Caius congelou. E não disse nada.
— Você matou minha mulher, meu filho e você teve certeza que ela sofreu. Você não sentiu um pingo de culpa ou vergonha. Você se gabou sobre isso. Todos esses anos eu tive que me sentar, enquanto você se gabava de suas más ações. Você gosta de chamar meu irmão de diabo, mas nós dois sabemos que o diabo é você.
Ele apontou para Edward, que ainda estava olhando no espelho.
— Você o fez passar fome por vinte anos. Ele teve a chance de ter três homens para preencher seu estômago e não o fez, deu sua palavra como um homem e a manteve! Ele é um homem e você está no seu fim, senhor!
Edward desviou o olhar do espelho e caminhou até seu irmão. Sentia-se desconfortável vestindo roupas, mas empurrou os sentimentos de lado e focou em seu irmão.
— Marcus?
— Edward, você gostaria de terminar com este? Eu tenho certeza que você tem mais razão do que eu para fazê-lo. — Ele podia ver o que essa oferta custava a Marcus. Sua mandíbula estava apertada e parecia que ele estava à beira de se quebrar.
— Não, ele matou sua esposa e filho. O direito é seu.
— Obrigado. — A voz de Marcus quebrou. Ele investiu contra Caius, o esfaqueando repetidamente. O sangue, rapidamente, cobriu Marcus e a parede. Ainda assim, ele não parou. Ele não parou, mesmo quando o murmúrio cessou.
A mão de Edward brilhou de repente, mais rápido do que qualquer coisa que ele já viu em sua vida e agarrou a faca.
— Basta.
Marcus olhou para Edward, atordoado. Ele respirou fundo e assentiu.
— Vamos para casa. — Disse Marcus com uma voz confusa. Ele estava claramente perdido em sua dor.
Edward assentiu. Era o último lugar que ele queria estar ou pertencer, mas ele o faria por seu irmão. Ele estava claramente sofrendo.
— Por enquanto.
2009
— Mas e se ela não gostar de mim? — Perguntou Seth.
— Sim, se ela não gostar de nós? — Nessie decidiu perguntar, dando crédito à pergunta de Seth.
Isabella xingou sob sua respiração. Ela ia ter que ter uma conversa com Nessie e lembrar-lhe que com 15 anos de idade, não se deve adicionar medo há um menino. Agora, Seth ia começar a chorar, de novo.
Depois de quatro dias na estrada com seus irmãos e mãe, ela estava pronta para fugir do carro, gritando. Esta viagem não podia terminar rápido o suficiente e, aparentemente, não iria. Tinha a sensação de que o Reboque conectado à parte traseira de seu carro era o motivo.
Ela lançou outro olhar irritado para sua mãe, que estava enrolada no banco do passageiro do pequeno carro, com uma revista das últimas fofocas, que Isabella pagou, é claro. Sua mãe estava sem dinheiro e nunca trabalhou mais de um dia, em qualquer trabalho que já teve.
Renée, era como sua mãe gostava de ser chamada. Seu verdadeiro nome era Emma Renée e ela odiava. Odiava tudo sobre si mesmo, a menos que um homem gostasse. Foi assim que ela passou sua vida e a de seus três filhos. Se um homem gostasse, então ela estava bem. Se o homem não gostasse, ela se encarregava de fazer a mudança acontecer, se mesmo assim não desse certo, que Deus os ajudasse, porque sua mãe teria um chilique, gritando, batendo ou manipulando os três filhos.
Isabella respirou fundo e contou até dez em sua cabeça. Ela estava chateada e por boas razões. Depois de vinte e três anos de inferno ela pensou que iria, finalmente, fazer uma verdadeira pausa. Renée prometeu assinar a custódia das crianças. Desta vez, ela estava para fazê-lo. Isabella não podia esperar. Ela tinha dinheiro no banco, seu diploma universitário e seus planos. Estava se mudando, com seu trailer, um atarracado e lotado reboque, com divisórias, e seus irmãos iriam com ela. Sua mãe havia concordado.
Inferno, Renée praticamente teve um ataque e exigiu que Isabella ficasse com eles, anos atrás. Ainda disse que era sua vez de ter uma vida de verdade e que Isabella devia isso a ela. Afinal, tudo que aconteceu foi culpa de Isabella em primeiro lugar. Sua mãe teria sido uma modelo, se não tivesse ficado grávida aos dezesseis anos. Renée acreditava que a filha mais velha lhe devia gratidão, por ela não ter feito um aborto e a lembrava isso em todas as oportunidades.
Isabella era comum. Tinha o cabelo castanho, pele clara e olhos castanhos, que pareciam caramelos. Isso deu a sua mãe a única pista sobre sua paternidade. Então, descobriu que seu pai só podia ser Charlie Swan. Infelizmente, ele morreu depois que Isabella nasceu. Ele queria criá-la, e Renée tinha ficado muito feliz em se livrar de tal fardo.
Quando o pai de Renée morreu em um incêndio, em casa, ela teve um ataque e saiu da casa de sua mãe. Levou sua filha pequena e saiu com o intuito de ir para a Califórnia, mas só chegou até o estado vizinho. Lá, começou uma vida de trabalhos inúteis, bem-estar, negócios com homens casados e drogas. Elas viajaram por todo o país até que Nessie nasceu e, elas se estabeleceram no Novo México, onde Isabella assumiu os cuidados com seus irmãos e passou a cuidar da casa, quer dizer, do trailer.
Isabella contava os dias para completar dezoito anos e poder escapar da mãe. Ela nunca planejou deixar seus irmãos, mas precisava desesperadamente fugir de sua mãe e de suas formas de manipulação.
Renée temia o aniversário de dezoito anos da filha. Pois significava que sua liberdade, chegaria a um fim abrupto. A filha poderia encontrar um emprego e não teria ninguém para cuidar das crianças. Assim, na manhã do aniversário de dezoito anos de Isabella, Renée fez o que toda mulher que se preza faria, quando confrontada com a verdadeira responsabilidade, pela primeira vez, em 15 anos.
Ela fugiu de casa.
Deixou um bilhete para Isabella, é claro. Desejando um feliz aniversário e agradecendo por ter cuidado dos irmãos. Dizia também que ela tinha encontrado seu amor verdadeiro e estava indo para Las Vegas, para ficar com ele. Isabella não sabia se ria ou chorava. Ela finalmente se livrou da mãe, mas foi confrontada com a realidade de sustentar e se responsabilizar por seus dois irmãos, mais cedo que esperava.
Assim, nos últimos cinco anos, Isabella criou seu irmão e irmã. Ninguém sentiu falta da sua mãe. Na verdade, Isabella brincava de mãe, para ambos, desde seus nascimentos. Renée assumiu o papel de irmã mais velha, que não gostava muito dos irmãos e nunca voltou. Todo mundo tem um papel a desempenhar, afinal.
Isabella assumiu trabalhos braçais para cursar uma faculdade, bem como colocar comida na mesa e roupas no corpo. Evitou sua vida real. Seus únicos amigos eram da Reserva, onde ela passava seu tempo livre, quando tinha algum. Não havia tempo para namorados. Bem, não namorados firmes. Ela tinha medo de ficar como sua mãe, e se recusou a permitir levar alguém a sério.
Renée se apaixonou por cada homem que conheceu. Tornou-se obsessiva e patética, e Isabella não era sua mãe. Qualquer homem que ela começasse a se importar era afastado. Era mais seguro assim.
Menos de duas semanas atrás, Isabella começou seu novo trabalho, como professora de história em uma escola pública. Tudo estava perfeito pela primeira vez em sua vida e, em seguida, Renée apareceu.
Seth acordou às três da manhã chorando. Uma mulher bêbada estava vomitando em sua sala de estar/cozinha/sala de jantar/quarto de Seth. Isabella foi para o local com um bastão de baseball e amaldiçoou. Até que percebeu que Renée estava de volta.
Estava de volta com o que parecia ser uma vingança. Phill, o homem com quem ela fugiu há cinco anos, nunca se casou com ela. Eles viviam em todos os hotéis do país. Ela adorava. Tinha fotos e, claro, ímãs de todos os estados, exceto aqueles da Nova Inglaterra, Havaí, e Alasca, é claro. Ela odiava Nova Inglaterra, e se recusou a voltar lá.
Tudo estava indo bem, até que Phill descobriu que Renée não era uma loira natural. Ela clareava o cabelo. Isabella sabia, claro, e pensou que era óbvio. Aparentemente, Phill não tinha percebido que os cachos dourados de sua mãe vieram de uma caixa. Ele não percebeu um monte de coisas, como: que seu cabelo era avermelhado e que ela não estava com vinte e oito, mas trinta e nove anos, o que novamente Isabella pensou que era óbvio, então ele começou a "brincar". Renée chegou em casa, uma noite e encontrou Phill "Quebrando seu coração por foder com uma prostituta, Jennifer, do Clube de Strip, em sua cama de amor".Renée realmente usou essas palavras, para ela e os dois filhos mais novos, repetidamente.
Isabella se recusou a permitir que a presença da mãe alterasse seus planos. Exigiu que sua mãe assinasse os papéis de custódia das crianças. Ela se recusou, dizendo que perderia os filhos. Ela os amava. Então se candidatou para o Projeto Bem-Estar(estilo bolsa fam´lia) e foi recusada. Parece que o estado do Novo México não estava mais, disposto a dar-lhe uma carona.
Então, Renée perguntou sobre New Hampshire. Eles estavam muito dispostos a aceitá-la, porque a mãe de Renée era uma residente e ela tinha vindo a firmar residência lá, nos últimos cinco anos. E isso surpreendeu Isabella.
Renée não quis ouvir a razão. Queria que as crianças fossem com ela. Afinal precisava deles. Ela chorou, fez birras e ameaçou Isabella, de manter as crianças longe dela. Eles eram sua única chance, desde que Renée não queria trabalhar.
Destacou a Isabella que ela era muito delicada para certos tipos de trabalho. Isabella quebrou no final, quando sua avó os aceitou. Ela estava ansiosa para ver seus três netos. Renée nunca trouxe qualquer criança para vê-la e não permitiu qualquer contato. Parecia que a avó sempre foi superior e sua mãe sabia disso.
Isabella chegou a dar Graças a Deus por isso. Duas semanas atrás, a doce e bem comportada irmã, que ela conhecia tão bem e amava, começou a desaparecer. Nessie agora via a mãe como sua melhor amiga, seu ídolo. Ela gostava de como Renée não trabalhava e flertava com os homens. Ela descobriu que sua irmã estava saindo com um homem, na casa dos vinte anos, pouco antes deles se mudarem. Renée deu ao homem permissão. E também fez vista grossa quando Nessie ficou bêbada com os novos amigos. Isabella surtou, perseguiu o homem para fora da casa e jogou a droga fora.
Na confusão ele acertou um soco nela, que deixou sua bochecha roxa.
Este pesadelo precisava acabar e rápido. Sua avó estava prestes a por um fim nisso. No final, vovó teria a filha onde queria. Renée alardeou, que sua mãe era uma mulher de idade, solitária, desesperada e faria tudo e qualquer coisa para vê-los. Iriam viver como a realeza, Renée disse a Nessie.
Seth odiava Renée e a deixou saber disso. Ele era o menino de Isabella, tanto quanto todos os outros estavam preocupados. Renée não se importava, Seth era apenas uma qualificação para o Bem-Estar.
A avó ameaçou informar as autoridades a verdadeira residência de Renée. Ela não tinha escolha. Então, estava levando os dois pequeninos para Nova Hampshire, imediatamente, e iria assinar a custódia. Isabella poderia vir. Em troca, eles teriam quartos, dados por sua avó, na grande casa ancestral que tinha sido transformada em uma pensão, quando sua mãe ainda era uma menina. A casa era grande e limpa, e a avó a governava com punho de ferro.
Ela suspeitava que sua mãe ia ter um tempo difícil em viver como uma rainha. Uma semana atrás a avó mandou uma carta registrada, que definia suas expectativas. Eles iriam ganhar seu sustento com a limpeza e a cozinha. Vovó demitiu os funcionários, na expectativa de que eles iriam para lá e fariam o serviço, para ganhar seu sustento.
Isabella tinha a sensação de que tal oferta não era porque a pensão era barata e esperava o trabalho escravo, como Renée alegou. Ela suspeitava que era o último esforço da avó para endireitar Renée e corrigir os netos, antes que fosse tarde demais.
Mesmo com a avó por perto, Nessie estava em perigo, poderia se transformar em sua mãe. Para desgosto de Isabella, Nessie anunciou orgulhosamente que não estava pensando em permanecer virgem. Estava pensando em perder a virgindade o mais breve possível. Renée estava incentivando-a. "Isso apenas ficaria no caminho de um tempo divertido", dizia Renée.
A mulher era louca.
Na última semana, Isabella vigiou a irmã, como um falcão. A única vez que ela ficou fora de sua vista foi quando estava dormindo no hotel e Nessie compartilhou o quarto com Renée. Ela ficou bem com isso, desde que não queria dormir com qualquer uma delas de qualquer maneira, mas passou a maior parte da noite certificando-se de que Nessie não saísse. Uma vez que teve certeza que a virtude da irmã de quinze anos estava segura, ela foi dormir.
Então, aqui estava ela, dirigindo em sua nova cidade e com a esperança de conseguir a custódia dos irmãos. Ela não queria competir com a avó. Seria melhor se elas trabalhassem
juntas. Algo lhe dizia que ela ia precisar de toda a ajuda que pudesse obter.
— Parece uma mansão! — Seth anunciou quando tropeçou fora do carro.
Renée entrou na frente dele, com os braços para fora. Seth passou correndo por ela e foi para os braços de Isabella. Ele não era estúpido. Sabia que ela estava tentando usá-lo, para parecer uma mãe perfeita para a avó. É claro que ele provavelmente percebeu a situação, nas pistas não tão sutis que ela deixou sobre o assunto. Se a avó achasse que ela era uma boa mãe, a deixaria em paz, para cuidar das crianças. Ela não queria limpar ou cozinhar. Essa era uma tarefa tranquila para Isabella, mas não para ela. Renée estava destinada a fazer os homens felizes.
Isabella olhou em volta. O sol estava brilhando. Os pássaros cantavam. As folhas eram um belo multicolor e ela estava congelando sua bunda do lado de fora. Estava tremendo. Como poderia estar tão frio, se o sol estava lá? Estava muito frio!
— Este é o lugar onde viveremos? — Nessie perguntou, com o mesmo tom mal-intencionado que Renée usava. O que irritou Isabella. Ela esperava que sua avó fizesse milagres, de
outro modo tinha medo que estaria tendo que colocar algum sentido em sua irmã, em breve.
Ela deu uma última olhada nas roupas de sua jovem irmã. Tudo era muito apertado e muito pequeno. Nessie era pequena para a idade dela e subdesenvolvida. As roupas a faziam parecer uma criança prostituta. Era melhor este milagre acontecer rápido.
Isabella beijou Seth na bochecha.
— Vá bater e lembre-se de ser educado.
Seth assentiu. Ele correu para a porta e bateu com força. Um minuto depois, a porta se abriu, largamente. Ele caminhou para dentro, com a cabeça erguida. As três mulheres entraram depois dele.
Uma mulher alta em seus sessenta anos estava no foyer. Ela não parecia nada com o que Isabella imaginou. Esperava uma avó de cabelos grisalhos, curtos, gorda como a que lhe daria uma caixa de biscoitos no fundo da casa. Esta mulher era forte, capaz e tinha um ar de quem não suportava tolice, sobre ela.
Renée atravessou o lugar e se dirigiu a mulher. A arrastou para um abraço e jorrou.
— Oh, mamãe, eu estou tão feliz em vê-la!
A avó deu passo para trás e a dispensou.
— Eu aposto que está. — Ela se concentrou nos três netos. Olhou para Seth e sorriu, em seguida, para Isabella e sorriu, então Nessie e franziu a testa. A respiração que Isabella não tinha percebido que estava segurando deixou seu corpo. Sua avó não gostou da aparência de Nessie. Ela ia ajudar. Graças a Deus.
— Bem, vamos para a sala de estar e ter uma conversa.
Isabella se sentou no sofá. Seth tomou o assento ao lado dela. Pegando sua mão e a segurando com força. Ele estava com medo. Ela sabia o porquê. Renée disse a eles, ao longo dos anos, quanto horrível e violenta esta mulher era. Sua única oração era rezar para que Renée tivesse mentido, mais uma vez.
A avó juntou as mãos.
— Eu só quero dizer que estou muito satisfeita em tê-los aqui, crianças. Esta vai ser sua casa, para o resto de sua infância. — Ela nivelou um olhar sobre Renée, lembrando-lhe que Nessie e Seth, eram agora, legalmente dela. Renée amuou. O que era falso. Ela encontrou outro otário para criar os filhos e dar-lhe uma carona.
— Agora, Seth e Nessie, cada um tem seu próprio quarto.
— Sério? — Perguntou Seth animadamente. Ele nunca teve um quarto, imagina o próprio quarto.
— Sim, os quartos são próximos ao meu, por isso tenho algumas regras. Sem música alta. Seth, você tem hora de ir para cama... — Ela olhou com expectativa para Renée. Que só continuou a fazer beicinho.
Isabella cerrou os dentes. Ela estava cansada desse jogo.
— Ele vai para cama às oito. — Disse ela.
A avó assentiu.
— Parece razoável. Se você for um bom menino, fizer sua lição de casa e tirar boas notas, então podemos adicionar uma meia hora a isso. O que você acha?
Seth ansiosamente assentiu. Vovó voltou sua atenção para Nessie, olhou para sua roupa e suspirou.
— Você deve estar na cama às nove. Ainda não tem toque de recolher. Se você quiser, mereça um. Entendido? — Disse ela com firmeza.
Nessie bufou e olhou para Renée, antes de falar.
— Renée, faça alguma coisa! — Renée fez beicinho e olhou ferida.
Vovó limpou a garganta.
— Você vai se referir a ela como "mãe" ou "mamãe" ela não é sua amiga. — Disse a última parte olhando para Renée. Que teve bom senso suficiente de manter a boca fechada, pelo menos.
— Isabella. — Ela olhou para trás e viu sua avó a estudando. Ela parecia tão diferente do seu irmão e irmã. Seth tinha cabelo e olhos pretos e Nessie tinha cabelo vermelho, selvagem e olhos verdes, dois pais diferente é claro. Vovó sorriu calorosamente para ela. — Você acabou ficando linda, Isabella. Parece tanto com o seu pai. — Disse ela, orgulhosa. Isabella queria perguntar a ela sobre seu pai, mas não na frente de Renée.
— Obrigada, vovó. — Disse ela. Era estranho dizer vovó, mas essa mulher se encaixava na palavra, de alguma forma. Se alguém deveria ser sua avó, era essa mulher.
— Vocês são bem-vindos. Você está convidada a ficar aqui o tempo que quiser querida. Tudo que peço é uma mão ocasional e manter seu quarto e o banheiro, que compartilha com outro pensionista, limpo. Será que isso soa bem?
— Eu gostaria de ganhar meu sustento, vovó. Quanto por semana para mim e para as crianças?
A avó acenou-lhe.
— As crianças estão sob minha custódia, portanto, minha responsabilidade. Quanto a você, você é a minha neta e eu senti saudades. Eu fico feliz em tê- la aqui. Apenas faça o que eu pedir e estamos resolvidas. Mas já que estamos no assunto de pagamento eu lhe encontrei um emprego, você começa amanhã.
Isabella forçou um sorriso. Outro trabalho servil. Após nove anos trabalhando nos piores empregos possíveis para as piores pessoas possíveis, ela achou que tinha escapado, aparentemente não.
— Eu conversei com o Professor O'Shea, que tem algumas ligações com a escola secundária local. Você tem uma posição como professora no departamento de história da Rascal High School.
Isso não era o que Isabella esperava. Ela estava fora de sua cadeira e abraçando sua avó, antes que percebesse.
— Oh, obrigada, obrigada! — Ela disse.
A avó riu e a abraçou de volta. Em seguida sussurrou ferozmente para Isabella, em sua orelha. — Eu me orgulho de você, garota. Eu sinto muito pelo que você teve que fazer sozinha, por todos esses anos.
Isabella assentiu e enxugou uma lágrima. Se sentando novamente.
— Agora, para você,Renée, você é bem-vinda para ficar o tempo que quiser, contanto que você siga as regras. Você começa às sete da manhã e para às quatro da tarde. Hospedagem e alimentação estão incluídos. Irei lhe pagar cinco dólares por hora. — Renée abriu a boca para interromper, mas a avó continuou. — Eu já apresentei os documentos e agora é legal, assim você não precisa se preocupar com as crianças. — Foi uma ameaça e uma promessa e Renée sabia. Ela não iria se esconder atrás das crianças por mais tempo.
— Não haverá drogas, não haverrá bebidas e não haverá homens em seu quarto. Além disso, nós temos três pessoas do sexo masculino. Você não deve se envolver com qualquer um. Estamos entendidas?
O beicinho se foi. Substituído pelo olhar de cadela. Seus olhos se estreitaram, seus braços estavam cruzados sobre o peito e sua mandíbula apertou.
— E se eu não concordar?
Vovó sorriu.
— Então, não deixe a porta bater em sua bunda quando sair.
Renée abaixou o queixo mais uma vez. Não havia nenhum lugar para ela ir e estava sem dinheiro. Ela estava presa. Então balançou a cabeça lentamente.
— Ótimo. — Ela se virou para encarar Isabella. — Eu quase me esqueci, se você der a sua mãe qualquer dinheiro eu vou lhe expulsar. Você não fará a ela nenhum favor por deixá-la se aproveitar de você e você não estará ajudando a si mesmo. Você fez o suficiente e não deve nada a ela. Estou entendida?
Isabella só podia olhar e acenar coma cabeça.
— Muito bom. Bem, deixe-me levá-los aos seus quartos.
Ela correu os dedos sobre a colcha que cobria a cama King-size e olhou em volta de seu novo quarto. Era muito grande, bonito, espaçoso e todo seu. Ainda tinha vista para um grande quintal. Seu velho trailer tinha a vista para uma fábrica de pneus e cheirava horrivelmente. Já seu novo quarto tinha a vista de um pomar de maçã e piscina. Isso era como o Ritz para ela. Mesmo compartilhar o banheiro, com um homem estranho, não amorteceu seu bom humor.
A avó jurou que o homem era bom, limpo e quase nunca estava em casa. Geralmente só vinha em casa para tomar banho, o que avó admitiu que acontecia duas ou três vezes por dia. O homem era um viciado em banho, como ela gostava de dizer. Também era um detetive da polícia do estado e foi atribuído localmente.
Nos últimos dois anos, o detetive alugou o quarto dele e o dela, mas tinha, realmente, ficado aqui por três meses. Ele não tolerava compartilhar o banheiro com ninguém e odiava ter alguém por perto. Precisava de paz e tranquilidade. As três pessoas que alugaram o quarto antes dele assumir, eram tudo, menos tranquilas. Assim que o último se mudou ele informou a avó que estaria pagando pelo segundo quarto, de modo que iria permanecer vazio. Uma semana atrás a avó pediu ao homem um favor. Ela precisava do quarto para sua neta. O homem sabia da situação e foi simpático. Depois de prometer que Isabella era uma mulher tranquila e respeitosa, ele concordou. Ele parecia pensar que qualquer mulher que criou os irmãos e ainda fez faculdade, merecia uma chance. Sua única condição era deixá-lo sozinho. Ele era um solitário.
Vovó disse que ele era bom, que a ajudou, mas não falava com ninguém e não se juntava ao resto da casa para as refeições. Sua avó gostava do detetive. Ele ajudou a cuidar de locatários problemáticos no passado e como forma de agradecimento ela garantiu que todos deixassem o detetive em paz.
Era mais que bom para Isabella. Seus quartos eram na parte de trás da casa, acima da grande sala de armazenamento, que sua avó usava para guardar tudo, desde suas antigas motocicletas até várias mesas extras. Eles estavam bem longe do resto dos quartos que trazia paz e sossego. Eles também tinham sua própria porta de entrada, fora de seu pequeno corredor que ligava seus quartos à casa principal. Sua avó tinha realmente saído do seu caminho por ela.
Havia um quarto perto de sua mãe, que estava vazio, mas a avó estava tentando dar-lhe um pouco de liberdade e uma pausa muito necessária. As crianças foram proibidas de vir a esta parte da casa, por respeito ao detetive. Foi o que vovó disse. Na verdade, era provavelmente para ela também. Ela entendeu que Isabella não veio para cá por desespero, mas por amor a seu irmão e irmã. A irmã que ela esperava poder salvar.
Ela caminhou de volta para seu computador portátil e rolou para baixo.
— Finalmente. — Ela murmurou.
Na semana passada, ela descobriu que sua mãe memorizou o numero de sua conta bancária e senha. E transferiu duzentos dólares, que Isabella ganhou com dificuldade, para sua própria conta. Ela tinha um sentimento que Nessie a ajudou, vendo como as duas voltaram para casa, mais tarde, naquela noite, combinando roupas. Se sua avó não tivesse interferido ela teria pressionado as acusações.
Foi provavelmente por isso que sua avó falou sobre seu dinheiro na sala de estar. Isabella perguntou a avó, sem dar muitos detalhes sobre abrir uma conta para ela, no banco local. Então ela abriu a conta e felizmente configurou o acesso on-line. Agora, ela só tinha que ter certeza de que Nessie e Renée não teriam em suas mãos seu cartão de débito ou novas informações da conta.
Ainda era metade da manhã quando ela terminou de carregar as coisas. Ela gostava de ter a sua própria entrada. Não tinha que transportar seus escassos bens pela casa, subir as escadas e passar pelo corredor como todo mundo.
Ela deu outro olhar ao redor do quarto. Não é de estranhar que estava empoeirado, já que ninguém o tinha usado por dois anos. Seu pequeno corredor iria ter um pouco de limpeza também, ela decidiu. Ambas as áreas cheiravam a poeira. Seu vizinho como ela gostava de pensar nele, perguntou se a avó poderia proibir o acesso de pessoas a essa parte da casa. Sua avó concordou prontamente. Sentia que um homem deveria ter sua privacidade. Bem, um detetive da polícia deve, pelo menos. Isabella tinha um sentimento que a avó não se sentia da mesma forma, sobre seus outros inquilinos. Havia cinco na contagem total, com seu vizinho, duas mulheres e três homens.
— Maldição. — Ela esqueceu de descobrir o nome do vizinho. Ela não tinha planos de incomodá-lo. Ele queria ser deixado em paz e ela queria se sentir sozinha. Ela suspirou na respiração seguinte. — Oh, bem, ok. — Ela superava as coisas facilmente. Era a única maneira de tolerar Renée e criar duas crianças.
— Agora vamos ver, ela disse que o aspirador de pó estava no armário. — Ela abriu seu armário e acenou com a cabeça. Com certeza ele estava lá. — E os materiais de
limpeza no banheiro. — Ainda se sentia estranha por estar dividindo o banheiro com um homem estranho, mas os mendigos não poderiam ser exigentes. Era uma nova experiência, ela disse a si mesmo.
Ela abriu a porta do banheiro e engasgou. Era uma experiência nova, tudo bem. O banheiro parecia que não tinha sido limpo há anos, dois provavelmente. Ela puxou a parte superior de sua camisa sobre sua boca, para que pudesse respirar, enquanto fazia seu caminho até a janela, acima do vaso sanitário. Ela a abriu, desesperada por ar fresco.
Com isso, ela se virou lentamente e viu o horror. Era um massacre sobre a higiene. O quarto cheirava a mofo, bolor, odor de corpo, suor, roupa suja, banheiro público e dezenas de velhos purificadores de ar, de carro. Todos os cheiros combinados a induziram ao vômito. Ela olhou ao redor do quarto. Pendurado em cada superfície disponível estava um ambientador. Alguns pareciam pálidos e velhos, enquanto outros pareciam verde brilhante. Isso explicava o cheiro de carro.
No canto, uma grande pilha de toalhas úmidas assumiram residência. A pilha vinha até seus quadris. Isso não era nada. Ela chutou a pilha e se amordaçou quando o topo da pilha despejou sobre no chão, deixando uma pilha de tecido podre, viscoso e preto. Este era o cenário perfeito para um filme de terror.
Ela moveu sua atenção para o banheiro, rapidamente. Os anéis do banheiro eram num tom vermelho escuro, estranho. O banheiro estava coberto de sujeira e cheirava mal. A pia estava coberta de espuma de sabão, dura e sujeira, após uma inspeção mais próxima, ela descobriu que guarnições de barba, estavam presas contra o balcão, de algum estranho mosaico de rua. Lâminas oxidadas, velhas, cobriam o balcão com outras descartadas no lixo. Isabella olhou para a lata de lixo e riu. A pequena lixeira era nova. Bem, ela tinha uma pequena camada de poeira, mas era a coisa mais limpa no banheiro.
Ela temia se virar e ver a banheira. Já sabia que era necessário esfregar o piso, desesperadamente. A banheira, ela temia, que estivesse na mesma situação que a pia. Mais não havia lixo lá. Em vez disso tinha várias pilhas, altas, de pedaços de sabonete descartados. Era assustador. Ela teria pesadelos durante anos, após esta experiência.
Sua avó disse que os produtos de limpeza estavam sob a pia. Ela jurou que tinha abastecido o pequeno armário, logo após o último locatário se mudar. Isabella tinha uma suspeita sobre o que ela ia encontrar. Com certeza o armário estaria cheio de material de limpeza. Ela teve que rir. Isso, realmente, seria uma experiência nova. Não que ela estivesse disposta a repetir.
Colocando, as luvas de borracha, todas em tamanho único, ela começou. Jogou as toalhas sujas nos sacos de lixo. Usou quatro grandes sacos para se livrar de todas elas. Tinha a sensação que seu misterioso vizinho, usou as toalhas até que elas estivessem fora de uso e, em seguida, as jogou para a pilha. Essa teoria foi confirmada pela toalha suspensa no chuveiro. Estava desgastada em alguns lugares e cheirava mal. Ela jogou fora aquela também, poderia muito bem fazer um trabalho completo, ela decidiu.
Ela passou as próximas quatro horas esfregando, raspando, engasgando, suplicando e polindo. Até o momento que ela terminou, estava razoável, até mesmo para seus padrões rígidos. Cada superfície brilhava e o quarto cheirava a limão fresco. Ela descarregou suas coisas e saiu do banheiro. Tinha muito que fazer, para ficar em volta e admirar seu trabalho. Ela só podia esperar que seu vizinho não aceitasse o trabalho de limpeza como um desafio. Ela não queria fazer isso a cada semana.
— Você parece boba, Isabella! — Seth ria, quando passou correndo por ela, quicando uma bola de basquete, ela tinha comprado a bola em seu último aniversário.
Isabella fingiu um olhar horrorizado. E olhou para seu enorme moletom, que abrangia outras quatro camadas. Estava congelando. Caro Deus o termômetro lá de fora marcava cinco graus, cinco!
Onde ela morava o frio era de quinze para cima. Isso era o inferno de mais frio. E ainda nem era inverno.
Ela enxugou as mãos, cobertas de graxa, em seus jeans largos que cobria as pernas e ajeitou o rabo de cavalo no boné de beisebol.
— O quê?
Ele riu um pouco mais. Ela fez um pequeno andar de modelo, balançando os quadris em exagero e franzindo os lábios.
— Eu acho que pareço fabulosa, querido. — Ela ronronou. Seth riu ainda mais alto.
— Você tem óleo em seu rosto! — Ele riu.
Ela fez sinal de desdém com a mão.
— O óleo simplesmente adiciona textura e ilusão querido. — Ela disse em uma voz altiva. Seth riu um pouco mais, quando voltou para o seu salto.
Isabella voltou para sua tarefa, fazer seu motor funcionar outro dia. Amanhã ela iria trocá-lo e comprar um carro novo, uma vez que já não tinha de se preocupar em
como sustentar as crianças. Ela não estava enlouquecendo. Iria gastar menos da metade de sua economia, para o caso algo acontecer, mas ela realmente precisava de um veículo confiável para o trabalho.
— Isabella! — Nessie gritou.
— Parece que sua alteza real não conseguiu o que queria, novamente. — Seth murmurou. Para uma criança de dez anos, ele era bastante perspicaz.
— Por que você diz isso? — Ela perguntou, enquanto lutava para soltar um parafuso. A maldita coisa estava oxidada e travada. Ele não se mexeu mesmo com a WD-40. Mais ele tinha que sair.
— Esse é o jeito que ela age agora, com Renée por aí. Ela é uma dor total. — Ele saltou com a bola. — Eu não entendo por que ela quer ser como a outra. Ela é nojenta!
Isabella concordou, mas não disse nada. Sua mãe se vestida e agia como uma prostituta. Ela estava meio preocupada que a olhassem daquele jeito, por alguma razão. Agora Nessie estava seguindo Renée. Falando de Nessie...
— Eu quero ir para casa, agora! — Nessie exigiu perto de Isabella
— Abaixe a voz, eu posso ouvir você muito bem. — Ela continuou focada no maldito parafuso.
— Aquela mulher me disse que eu não posso usar maquiagem. Que eu tenho que merecer. — Disse Nessie ironicamente.
— Aquela mulher como você gosta de se referir é sua avó, então você vai chamá-la de "Vovó" ou "vó" se eu ouvir você desrespeita-la de novo você estará de castigo. — Isabella alertou. Ela era geralmente fácil de se conviver, mas a atitude mimada de Nessie estava fazendo um número real sobre seus nervos.
— Tudo bem! Vovó disse que eu não posso usar maquiagem ou roupas apertadas. — Ela disse com uma voz chorosa.
— Eu concordo.
— Concorda?
— Concordo. Isso estaria terminando hoje de qualquer maneira. Você estará começando na escola nova amanhã e você não iria assim. — Para fazer o seu ponto Isabella olhou para sua irmã. Querido Deus a menina estava usando uma minissaia de plástico com um top apertado de babado que exibia seus seios pequenos, e ela estava tremendo. Ela costumava ser tão razoável.
— Você só não quer que eu a envergonhe. — Ela retrucou.
Isabella riu.
— Primeiro, nós não somos nada parecidas. Em segundo lugar, temos sobrenomes diferentes e você vai me chamar de Senhorita Swan, como todos os outros. Em terceiro lugar você não sairá por aí parecendo uma vagabunda, para o resto de sua vida. Tenha um pouco de autoestima.
— Isabella, o que é uma vagabunda? — A voz jovem de Seth soou. Tinha esquecido que ele estava lá. Ele estremeceu quando Nessie lhe lançou deu um olhar superior.
— Sim, Isabella, o que é uma vagabunda? — Perguntou Nessie. Ela ia simplesmente matar a irmã. Era isso. Ninguém iria culpá-la.
— Ah... isso é... er... — Ela estava vagamente consciente de um motor de carro sendo desligado, por perto. Todo o seu foco estava na pergunta de Seth e como respondê-la de forma que ele não usasse isso para provocar Nessie, em frente das pessoas, como ele gostava de fazer.
— Vamos lá, Isabella, você é uma professora, então me diga o que é uma vagabunda. — Seth exigiu em voz alta. Essa era a progressão normal dos eventos, em que ele iria fazer uma pergunta embaraçosa ou difícil. Quanto mais tempo ela demorasse sua voz se tornaria mais alta.
— Eu acredito, meu jovem, que é o nome dado a uma mulher que dá seu afeto muito livremente para os homens. — Disse uma voz profunda.
— Oh meu Deus. — Nessie engasgou, com uma voz sensual, um pouco sensual demais para a sanidade de Isabella. Isso não poderia ser um bom sinal.
— Quem é você e por que tem uma arma? — Seth exigiu.
— O quê? — Isabella se assustou com a pergunta e saltou para trás, cortando o pulso com alguma coisa. — Ai! — Droga, ela se cortou. Felizmente, a área tinha sido limpa, bem estava limpa antes. Agora estava coberta de sangue.
Edward
A cena que ele encontrou quando subiu a longa entrada foi divertida. Um menino correndo em torno de um pedaço de merda de carro, quicando sua bola e perguntando a alguém, chamado Isabella, sobre putas. Ele teve que parar de rir. Esta pessoa, Isabella, estava em uma situação apertada.
A próxima coisa que chamou sua atenção foi uma menina, vestida como uma prostituta, que lembrava-lhe as saias leves que costumavam trabalhar nas docas quando ele era criança. Ela usava muita maquiagem, muito pouca roupa e tinha um ar de experiência. Ela não estava ciente dele, ainda.
A última coisa e a coisa mais importante que o atingiu foi o cheiro de um sangue puro, sangue de virgem. Ele sabia que não era do menino. Os homens, mesmo os meninos, nunca liberavam aquele cheiro. Esse determinado perfume pertencia às mulheres. Era sedutor e dava água na boca.
Tinha que ser essa menina. Ela não podia ter mais de quinze anos, talvez catorze. Ele olhou para a garota. Não, essa menina não era uma virgem. Ele não estava surpreso. As coisas mudaram dramaticamente ao longo do século passado. De acordo com os meios de comunicação não era, popular ou normal, os adolescentes permanecerem castos até o casamento ou até a idade adulta.
Mesmo que esta jovem fosse uma virgem, ela estava fora dos limites. Ele não comia onde vivia e essas crianças eram claramente os netos de sua senhoria. Lembrou-se que eles estavam para chegar, hoje, por isso parou no caminho de casa e pegou mais alguns purificadores de ar para o banheiro. Ele também nunca se alimentou de uma criança antes. Nunca fez e nunca faria isso. As crianças eram inocentes aos seus olhos, não importa sua experiência sexual.
Com isso só sobrou Isabella, provavelmente outra criança. Ela estaria segura, debaixo de suas regras. Ele não podia se lembrar da última vez que se alimentou de uma virgem. Foi há 60 anos? Provavelmente. Ele tinha uma regra quando a uma mulher virgem, e esta regra não foi necessária em todos estes 60 anos. Ele só teria o sangue não sua inocência. Havia muitas mulheres dispostas para o que seu corpo precisava. Cristo quanto tempo desde que ele esteve com uma mulher? Por volta de dezembro, em 1880 ou o 1890 pensou. Sexo se tornou chato e inútil. Ele nunca escapou de seus pesadelos e nunca se sentiu perto da mulher. Ele sempre se sentiu como se estivesse fodendo com ar.
— Vamos lá, Isabella, você é uma professora, então me diga o que é uma vagabunda. — O menino disse com impaciência.
Ele não pôde evitar. Teve que responder.
— Eu acredito, meu jovem, que é o nome dado a uma mulher que dá seu afetos muito livremente para os homens.
— Oh meu Deus... — A menina se virou para olhá-lo. E lambeu os lábios convidativos. Ele ia ter que trancar a porta de conexão para a casa principal à noite. Isso era tudo que precisava, pensou secamente.
— O quê?... Ai! — Disse a voz de uma mulher.
O cheiro de sangue virgem o afetou, significativamente. Ele parou a si mesmo antes de tropeçar de volta. Isso não era a pior parte. A fome rasgava através dele, violentamente. Isso era estranho, já que acabou com dois sacos de sangue, no caminho de casa. Ele não estava com fome, mas o cheiro de seu sangue era inebriante.
No momento, ele queria aquele sangue, mais do que qualquer coisa neste mundo. O sangue dela gritou para ele. Suas mãos se fecharam com força, impedindo-o de atacá-la na frente dos dois filhos. Tenha controle! Ele não se importava em como essa garota parecia, ele queria seu sangue. Ele nunca sentiu essa necessidade tão intensa antes, nem mesmo nos vinte anos em que passou no calabouço de Caius.
Suas presas desceram. Ele aprendeu, há muito tempo, como controlar seus olhos, mas era uma batalha perdida. Ele precisava ficar longe desta mulher. Quem diabos ela era.
Ele deu um passo para trás, ao mesmo tempo uma jovem mulher, que ele presumiu ser jovem, já que pela forma que ela estava vestida não dava para ter muita certeza, saiu
de trás do carro e olhou primeiro para a menina, enquanto segurava seu pulso com força. Ao ouvir "Ai," Edward adivinhou.
Ela revirou os olhos na direção da menina.
— Nessie, vá para dentro e ajude a vovó com o jantar, por favor.
— Mas...
— Vá! — Disse a mulher, com firmeza.
Edward a estudou. Ele não podia discernir a idade dela, mas tinha certeza que não era uma criança. Usava um boné de beisebol, velho, virado para trás e seu rosto estava manchado e sujo. Ele não podia, realmente, fazer quaisquer previsões. A única coisa que podia distinguir em seu rosto era seus olhos. Eles eram castanhos, mas não o normal, marrom. Eles eram impressionantemente brilhantes.
Seus olhos percorreram o corpo dela. Ela era sem forma. Provavelmente, sem peito, pelo que parecia e gorda. Ele confirmou sua opinião, olhando suas calças largas. Em sua experiência, as mulheres usavam roupas grandes para cobrir o peso extra. A única coisa atraente sobre esta mulher era seu sangue. Se ele não saísse dali, em breve iria descobrir se o sangue dela era tão bom quanto cheirava.
— Você é policial? — Perguntou o menino.
— Seth, você está sendo rude, — ela repreendeu o menino, se virou para olhar para ele e sorriu. — Eu sinto muito. Este é Seth e eu sou Isabella.
Ele acenou com a cabeça. Suas presas estavam pulsando dolorosamente em sua boca, querendo um gosto dela.
— Acabamos de chegar. — Disse ela, quando ele não fez qualquer tentativa de se apresentar.
Mais uma vez ele assentiu.
— Bem, quem é você? — Perguntou Seth.
Ele apenas se virou e foi embora. Se ele não fosse para a casa, agora, iria se arrepender.
— Qual é o seu nome? — Seth gritou.
— Edward. — Ele respondeu, sem olhar para trás.
Ele fez seu caminho pela parte de trás da casa, usando as escadas de serviço. Não foi até que ele deixou cair sua bolsa pequena, em cima da mesa, que lembrou-se que deveria ter um novo vizinho.
— Merda.
Era Isabella. Ela estaria por perto, tentando-o, dia e noite.
Ele passou as mãos pelo cabelo cobre e curto. Ele podia fazer isso. Ele poderia viver aqui com esta mulher. Eles partilhariam apenas o banheiro. Ela iria manter as duas portas trancadas. Qualquer mulher, com bom senso, iria trancar a porta quando se morava em uma pensão, mesmo sendo a pensão de sua avó.
Não que uma porta trancada fosse detê-lo. Ele poderia colocar a porta para baixo com um dedo mindinho, mas serviria como um lembrete, útil, de que ela estava fora dos limites. Ele não queria se mudar. Estava feliz aqui. Ninguém o incomodava. Ele gostava de seu trabalho. Gostava de viver na pensão. Não queria ter seu próprio lugar. Ele gostava da ideia de estar sozinho, mas não tão sozinho.
Não, ele iria se acalmar e esperar. Ela tinha um novo emprego, de acordo com a Sra. Buckman. Ela não iria ficar aqui por muito tempo. A maioria das jovens quer estar por conta própria. Sim, era isso. Ele só tinha que esperar.
Ele balançou a cabeça, pegou os purificadores de ar e se dirigiu para o banheiro. Abriu a porta e congelou.
O que diabos aconteceu com o banheiro? A Sra. Buckman o remodelou para a neta? Ele sabia que ela estava ansiosa para ter a jovem aqui, mas ele não sabia que ela iria tomar tal medida.
Ele fechou os olhos e respirou fundo. Não, não houve reforma, o banheiro cheirava a produtos de limpeza e limões sintéticos.
Ela limpou. Tudo, incluindo o piso, que estava brilhando. Lá se foram os purificadores de ar, toalhas sujas, lixo e o odor desagradável. Agora estava limpo e organizado. As prateleiras estavam cheias de grandes toalhas macias. O chuveiro estava brilhante e tinha um suporte com seu shampoo e sabonete, bem como os produtos de banho dela. Ele voltou sua atenção para o armário de remédios.
Ela ocupou, com coisas dela, duas partes, fazia sentido. Seu lado continha sua navalha, gel de barbear e colônia. Essa pequena coleção ocupava metade de uma prateleira, deixando as outras duas vazias. Curioso, ele abriu o lado dela do armário de remédios. Estava bem abastecido. Com produtos de limpeza, sabonetes, loções, medicamentos de balcão, pinças, cotonetes de orelha, removedor de esmalte e uma navalha cor de rosa.
Rosa. Que diferença faria se não fosse rosa?
O resto do material era tão confuso. Por que ela precisava do resto? Ela estava construindo algo com aquela merda?
Ele fechou o armário e abriu a primeira gaveta embaixo da pia. Papel higiênico extra. Ok, ela precisaria disso. Ele não, mas ela sim. Isso era razoável. Fechou a gaveta, abriu a de baixo e congelou.
— Oh... Caramba... — Suas mãos tremiam quando ele se abaixou e pegou a caixa cor de rosa, absorventes menstruais. — Porra.
Ele deveria ter previsto isso, quando a Sra. Buckman disse-lhe que uma jovem estava se mudando. Ele esqueceu sobre os períodos das mulheres. Levantou e estudou a caixa. Era uma caixa mista do que seja lá que significasse. Ele a olhou apenas para descobrir que era super e regular. Não tinha ideia do que isso significava, mas não poderia ser bom, ele estava preocupado.
Seus olhos se fecharam e ele orou por controle. A mulher, não, o ser humano, cujo sangue o atraiu como nenhuma outra, teria seu sangramento uma vez por mês, próximo ao seu quarto e descartaria o sangue embebido no algodão na lata de lixo. Isso seria um inferno. Puro inferno. Levaria cada pedaço de controle para não sugar aqueles absorventes descartados. Mesmo que para ele aquilo soasse nojento.
— Foda-se. — Não havia mais nada a dizer. Ele deixou cair a caixa de volta na gaveta e a fechou.
Apoiou as mãos no balcão e se olhou no espelho. Seus olhos estavam em um vermelho ardente. Seus dentes estavam baixos e ele estava babando.
Grande.
Sua única esperança era ficar bem longe dessa pessoa, Isabella, e orar para ela saísse antes que seus períodos viessem.
Vou ver se posto mais um capítulo hoje ainda.
Essa vale a pena meninas, é fabulosa!
Beijos e até
