N/A: Dedicado a Nessa Hiwatari ou Niziye, depois de tanto carinho, desenhos e uma fanfic linda. Era o mínimo que poderia fazer. Obrigada de coração, por tudo!

O que mais poderia querer?

Era uma noite bonita no Japão, mas parecia que a bela lua, a brilhos das estrelas não entravam na mansão da Família Hiwatari. Mesmo sendo um lugar frio, era um lugar que esbanjava luxo, riquezas, haviam dezenas de criados que faziam de tudo.

- Mestre Kai, quer mais alguma coisa? – perguntava o mordomo, enquanto deixava um copo e um jarro com água.

- Não. – dizia o jovem de quatorze anos, enquanto continuava mais um treino exaustivo.

- Com sua licença. – o homem sai do salão. Minutos depois entrava Voltaire.

- Já pegou a fera-bit dos Bladebreakers? – pergunta em um tom sério.

- Estou cuidando disso. – Kai responde com um tom de voz frio.

- Não tenho tempo para perder.

- Eu sei.

- Sabe que isso não é um jogo. – o velho ameaça. – Se fracassar, sofrerá as consequências. – sai do local.

Após o treino, Kai caminhava pelos intermináveis corredores da mansão, era um mais longo que o outro. Passava por diversos empregados que sempre perguntavam se ele queria alguma coisa ou algum serviço.

Todo aquele luxo, riqueza, serviçais, tudo aquilo tinha um preço. Uma vida tão curta, mas parecia ter apenas uma escolha: obediência. Afinal, o que mais lhe restava? O que iria acontecer se não fizesse o que seu avô mandava? Será que poderia escolher ser outra pessoa? Ter outro destino?

Tinha tudo o que uma pessoa deseja. Dinheiro, luxo, criados que o obedeciam sem pestanejar. Voltaire sempre lhe deu todo tipo de comodidade, a única coisa que ele pedia era o poder das feras-bit. Ainda por cima Voltaire lhe deu todas as ferramentas possíveis para que pudesse executar seu papel.

O que mais poderia querer?

-X-

Quatro anos depois, Kai estava no banheiro terminando de passar uma pomada medicinal em seu pescoço marcado. Ao sair, lembrou-se do porque nada do que tinha antigamente não fazia falta alguma.

- E aí, tá melhor? – Tyson pergunta preocupado.

- Estou melhorando. – Kai responde em um tom de voz baixo.

- Ainda dói pra falar?

- Um pouco.

- Como se ele fosse muito falador! – Daichi gritava do outro lado do quarto.

- Cala a boca, Daichi! – Tyson grita irritado.

Kai sorri de canto, enquanto vai até a poltrona, não aguentava mais ficar deitado, mas também cada passo parecia que a dor aumentava.

- Ah, o Carter ligou. – Ray falava, enquanto deixava o telefone sem fio perto do amigo. – Ele disse que ainda está com a Ana no hospital, mas que se precisasse era só ligar para ele.

- Obrigado.

Aquela marca o fazia lembrar quando seu próprio avô tentou, mais uma vez, mata-lo. Não só isso, mas de quando se virou contra ele. Depois de anos, não tinha mais o luxo que usufruía antes, os empregados, a mansão, nem mesmo o avô, que era sua única família, ou pensava que era...

Mas agora ele tem seus amigos e alguém que realmente se importava com ele. O que mais poderia querer?