Oii, gente! Aqui é a Isa Stream :D
Para quem já me conhece, eu escrevo fics há um tempinho, e agora estou aqui com esse projeto em conjunto, a fic Randy & Fluffy.
O negócio é o seguinte: Cada capítulo dessa fic será escrito por uma pessoa diferente, em rodadas de quatro (por isso o nick dessa "fake" Conect Four).
Então... é isso aí ...

Capítulo Um – By Isa Stream

Abri os olhos para mais uma manhã ensolarada e abafada de Nova York. Suspirei sozinha. Enfim chegou sábado, dia de me divertir com Randy.

Me virei para o lado dele e acariciei seu pescoço com a ponta dos dedos e depois sua orelha.

— Vamos dar uma volta, querido? – falei.

Ele soltou um ronronado baixo em resposta.

— Vamos, levante. – falei, batendo em sua barriga e causando um barulho oco. – Levanta, Randy! Aiaiai!! Levanta!

O balancei inteiro, mas ele continuou parado. Suspirei e ri. Meu Deus, que obstinado!

— Tudo bem, então. Vou passear SO-ZI-NHA.

Ao ouvir a palavra mágica – passear –, ele se mexeu.

— Tchau, Randy. – falei, e me levantei.

Fui andando para a porta do quarto.

— Um, dois, três, - contei em sussurro. – quatro e...

Como previsto, antes do cinco senti-o passar correndo entre minhas pernas, quase me derrubando no processo. Randy se sentou na minha frente e latiu com a língua pendendo para o lado. Eu ri para ele.

— Certo. Agora que você levantou, que tal ovos com bacon? – sugeri, enquanto me abaixava para ficar do mesmo tamanho que ele e acariciava um ponto sensível atrás de sua orelha. – Que tal, huh?

Ele pareceu sorrir – seus dentes para fora, a língua ainda caída no canto da boca, a cabeça tombada de lado e ofegando levemente.

Recebi uma lambida que me pegou do queixo a testa e um latido amistoso. Me levantei e fui para a cozinha afim de preparar o café da manhã. Randy veio atrás de mim e pulou com as patas dianteiras na minha cintura.

— Ei, garotão! Vamos lá, dance comigo.

E, como boba, segurei as patas dele e puxei-o para a minha frente e comecei a andar com ele. Cantarolando alto, eu ria junto com ele, que latia alegremente.

Imaginei o que pensariam os vizinhos se me vissem daquele jeito – rindo e cantando, andando com passos curtos para que Randy pudesse me acompanhar.

Ah, fora o fato de que eu estava de mãos dadas com um – esqueci de mencionar? – lindo, grande e serelepe...

Cachorro.

Não um cachorro comum, não mesmo.

Randy era o labrador mais preto e inteligente e brincalhão de todos os labradores do mundo. Além de tudo, ele era eu companheiro há quatro alegres anos.

Preparei os ovos com bacon para nós dois, despejando metade em sua tigela azul cheia de mordidas marcadas. Ele comeu com afobação – como sempre – e eu, calmamente.

Fiz a cama e lavei os pratos antes de tomar um banho e me vestir para sair. Coloquei um short jeans que batia no meio das coxas e uma camisetinha azul simples, com desenhos de corações. Além, é claro, de meus all stars pretos surrados.

Eu sempre me vestia com a porta fechada, porque Randy parecia adivinhar que se pulasse em mim enquanto eu estava molhada me fazia ter que tomar outro banho – atrasando assim os banhos ou consultas no veterinário dele.

Quando abri a porta do quarto para sair, Randy estava sentando, com a guia de passeio entre os dentes.

— Você é um safado. – falei, rindo.

Peguei a guia e enrolei-a no braço.

— Vem cá, bonitão. – chamei e atei a coleira à guia. – E lembre-se: Nada de brigar ou namorar. Eu sou ciumenta!

Eu ri para ele, balançando sua cabeça entre minhas duas mãos.

E você deve estar se perguntando: Meu Deus, essa garota não se sente idiota ao falar com um cachorro? E eu digo que não. Randy me entende melhor que a maioria das pessoas.

Saímos à pé e fomos andando pelas ruas num caminho que ele conhecia muito bem. O Central Park era o lugar que ele mais gostava de passear, dentre todos os outros lugares.

Enquanto andávamos lado a lado, já dentro do parque, eu soltei a guia da coleira para que ele andasse com mais liberdade. Ele corria um pouquinho na minha frente, e depois voltava a ficar ao meu lado.

Como criança, eu ria cada vez que ele se distanciava, para depois voltar correndo até mim. Já estávamos nos aproximando da "reta final" antes que ele saísse correndo para me esperar no banquinho em que sempre sentamos para comer cachorro-quente. Eu sabia que em poucos minutos ele sairia correndo e ia me fazer correr atrás.

Porém, desse vez, antes de eu estar preparada, ele disparou como louco, indo na direção oposta da qual nós íamos sempre.

— RANDY! – gritei, e corri atrás dele.

Quando cheguei onde ele tinha virado, o vi virando na próxima "esquina", dessa vez no sentido certo. O que esse cachorro está pensando??

Continuei correndo atrás dele e constatei (querendo bater nele) que ele tinha corrido para o mesmo lugar que corria sempre, só tomando um caminho diferente.

Só que, no banco onde sempre sentávamos não estava só Randy. Ao lado dele havia uma cachorra, labradora, bem bege. O contraste entre os dois – Randy era tão preto que brilhava – era lindo.

— Eu devia tirar uma foto disso. – falei, meio rindo.

Fui até ele e apoiei os dois joelhos na pontinha do banco onde os dois cachorros estavam.

— Randy, seu feio! Me fez de boba! – reclamei, batendo de leve em sua cabeça. – Por que você correu tanto?

Puxei-o pela coleira, afim de tirá-lo dali, mas ele parecia estar colado. Só soltou um ronronado baixo, como se estivesse choramingando.

Suspirei.

— Tudo bem, então. – falei. – Vamos conhecer sua amiga primeiro.

Eu dei um beijo na "bochecha" de Randy, rindo quando seus "bigodinhos" pinicaram minha pele. E foi então que veio o flash.

Me assustei de tal maneira que me desequilibrei e caí de costas. Randy pulou em cima de mim, cada pata de um lado do meu corpo, e começou a lamber meu rosto.

— Randy, não! – briguei, mas acabei rindo.

Só eu mesma para cair daquele jeito! E ainda por cima ser atacada por um superliguarudo cão!

— Randy, pára! – gritei, gargalhando.

Meus olhos estavam fechados e minha boca – pelo menos na maior parte do tempo, quando eu não estava gritando – também, mas eu vi o outro flash.

— Randy, sai de cima de mim! – grunhi, mais séria.

E, incrivelmente, ele saiu. Foi para o lado, mas não muito longe – eu ainda estava ouvindo seu ofegar canino. Passeia a mão no rosto para tirar a baba e depois limpei na roupa deliberadamente.

— Randy, depois dessa vai ficar sem bacon por uma semana! – eu falei, enquanto abria os olhos e sentava.

Mas não era Randy que me olhava com preocupação e diversão nos olhos.

— Você está bem? – perguntou o moço.

Havia uma ruga de preocupação em sua testa e eu controlei o impulso de passar a ponta dos dedos ali e fazer aquilo sumir. E também havia uma mecha de seu cabelo maravilhosamente cheio de vida que estava caindo para a frente.

— A-ah, estou. – falei, sem graça. – Foi um tombo pequeno e eu tenho a cabeça dura.

Ahh, ótimo jeito de começar uma conversa, Bella! Meu Deus,eu sou realmente um desastre! Isso lá é coisa pra se falar para um cara lindo como aquele?

Rindo, ele disse:

— E o cachorro não te mordeu, não é? Ou mordeu? – ele perguntou.

— Randy? – perguntei, e não pude segurar uma risada. – Randy não me morde no rosto. Suas mordidas são leves, de brincadeira, e só no braço ou na perna.

Me levantei e fiquei de pé. Ao lado de Randy estava a cachorrinha bonita. Me aproximei deles e acarinhei a senhorita bege.

— Olá, lindinha. – falei, sorrindo para ela. Para Randy, eu sussurrei: - Senhor Social, já está fazendo amigos? Isso é tão injusto!

Olhei a coleira rosa da cachorra e li em letras grandes FLUFFY e um número de telefone. Me senti tentada a anotar, e então me lembrei daquela cantada idiota e antiga – o básico "sua cachorra tem telefone?". Ri sozinha.

— É sua? – perguntei para o homem. Ele assentiu, sorrindo. – Oi, cachorrinha. Prazer em conhecê-la. Eu sou a Bella, dona do Randy. – falei, apontando para nós dois enquanto falava.

— Ela gostou de você. – disse o cara atrás de mim, quando ela lambeu minha mão. – E o nome dela é Fluffy. – ele falou, rindo.

— Ah, eu sei. Eu li. – falei, tocando a coleira dela.

Só que, ao falar qual era o nome dela, ele também tocou a coleira, como que para me mostrar. Enquanto ele recolhia a mão e eu a esticava, nossas mãos colidiram. Eu senti um arrepio pelo corpo inteiro.

Um arrepio nada ruim, diga-se de passagem.

— Esse é o Randy. – falei, apontando para ele com um sorriso bobo de mãe meio sarcástico. – Bobo, feio e uma péssima companhia.

— E você? – ele perguntou, sorrindo um sorriso lindo.

— Eu sou linda, legal e ótima companhia, claro. – ironizei fortemente, revirando os olhos. – Meu nome é Bella.

— Edward. – ele disse.

Eu franzi o cenho ligeiramente.

Que nome velho.

— Eu gosto do meu nome. – disse ele, rindo de leve.

Percebi que tinha pensando alto quando ele respondeu. Mordi o lábio com força e senti meu rosto corando furiosamente.

— Não quis dizer isso. – falei rápido. – Desculpe.

— Não se preocupe. – disse ele, dando de ombros com bom humor e lançando-me um sorriso torto...

... que era, tipo, perfeito.

— Meu cérebro morreu. – murmurei, certificando-me de falar baixo dessa vez.

Impossível descrever o que aquele sorrisinho causou em mim. Quer dizer, eu conhecia o cara há dois minutos e já estava querendo saber se cabelo dele era mesmo tão macio quando parecia ser, ou se os bíceps dele eram tão rígidos quanto davam a impressão.

Meu celular tocou. Salva pelo gongo. Eu já estava encabulada pelos segundos em silêncio e a troca de olhares – intensa demais para o meu gosto.

— Com licença. – falei a Edward.

Me levantei e me afastei um pouquinho antes de atender.

— Bella falando. – murmurei ao telefone.

— Oi, chefe. – pela voz e pelo jeito de falar, eu sabia que era Rosalie.

— Como estão as coisas aí? Muito movimento? – perguntei por impulso.

— Hmm... Tem umas dez ou doze garotas olhando aquela rodinha com livros para jovens, e mais umas sete outras pessoas vendo outros livros. – ela relatou. – Sabe, aquela rodinha é a melhor coisa do mundo! As garotas adoram!

Rodinha??? – eu quis gritar. Meu Deus, eu demorei meses até encontrar algum carpinteiro que construísse uma estante giratória daquele tamanho! E ela chamava aquilo de RODINHA???

— Eu como você está? – falei, ignorando o comentário sobre a rodinha. – Com esse calor todo você não devia ficar o dia todo de pé.

— É, talvez... Não me importaria se você me rendesse um pouco mais cedo. – ela brincou. – Ah! E uma garota entregou currículo agora há pouco... O nome dela é Alice e acho que é uma grande candidata.

Alice? – ecoei. – Quantos anos ela tem?

— Hmm... – ouvi Rosalie mexer uns papéis. – Dezenove.

— É sério? – perguntei, rindo. Nomes velhos estão na moda e ninguém me avisa?

— É claro que é sério. Eu disse a ela para vir na segunda-feira às 14h para uma entrevista com você. Você decide. Mas acho que ela serve. – garantiu Rose.

Ela serve? Ah, meu Deus...

— Rose, estou saindo daqui agora. Vou pra casa, cozinhar para Randy e passo aí em algumas horas, okay? – falei.

— Certo, chefe. – disse ela.

— Até mais. – murmurei, e desliguei.

Suspirei enquanto voltava para perto de Edward e os cachorros.

— Randy, Randy... Sinto informar, mas nosso passeio está suspenso até segunda ordem. – falei para ele. Passei a mão em sua cabeça com um sorriso triste, me desculpando.

— Eu já estou indo... Bem, foi um prazer conhecê-lo. – falei para Edward, estendendo a mão para ele.

Sem dizer nada, apenas com aquele sorriso torto que me fazia pifar, ele beijou as costas da minha mão – o que foi uma cena um tanto engraçada, por que ele estava ajoelhado na minha frente. Eu ri para ele, corando.

— O prazer foi meu, Bella. – fez ele, com uma mesura e pronunciando meu nome de um modo lento e destacando o L com um estalinho leve da língua no céu da boca – Be-ll-a.

— Fluffly, foi um prazer conhecê-la também. – falei, sorrindo para a cachorra linda. Eu acariciei a cabeça dela e me abaixei para prender a coleira de Randy na guia, agora que íamos para a rua. – Sem cachorro quente hoje, sinto muito. – falei baixo, só para ele.

Acenei levemente para Edward e Fluffy e comecei a andar para a saída, mas Randy empacou.

Randy! – grunhi. Ele continuou parado, ao lado de Fluffy. Edward riu.

— Parece que ele gostou dela. – comentou.

— Ele está brincando com a minha cara, só pode! – gemi.

— Aonde você mora? – perguntou Edward, com um brilho nos olhos. Por algum motivo, eu me arrepiei novamente.

— Por que quer saber? – questionei, ainda tentando tirar Randy do lugar.

— Eu posso levá-lo pra você até lá. Com Fluffy.

— Agradeço, mas não vou estar em casa. – falei. – E mesmo se fosse estar, me desculpe, mas não entregaria meu cachorro a um cara que acabei de conhecer.

Mesmo sendo um cara absurdamente lindo e gentil – completei em pensamento, mordendo o lábio de leve.

— Então deixe-nos pelo menos acompanhar vocês. – insistiu.

— Okay... – cedi.

Ele se levantou e Fluffy também. E, claro, Randy.

— Vamos, Fluffy? – disse Edward simplesmente, e Fluffy começou a andar ao lado dele.

— Viu, Randy? – ralhei. – É assim que você deveria ser – educado!

Edward riu de mim pela segunda vez.

— Você deve me achar louca por falar com cachorros. – constatei, corando.

— Não! Na verdade, eu acho legal. Algumas pessoas tratam animais como se eles fossem simples objetos, que não entendem nada. Eu discordo totalmente. – ele disse.

— Randy é um filho pra mim. E meu irmão, melhor amigo... E meu namorado, também. – brinquei. – Só ele me entende.

Eu sorri para Randy.

— E então, se não está indo para casa, para onde vai? – fez ele, puxando assunto.

Eu surtei. Um cara lindo como ele, puxando assunto comigo?

— Para o trabalho. – falei, piscando duas vezes.

— Em pleno sábado? – ele estranhou.

— É isso que você ganha quando decide abrir o próprio negócio. – suspirei.

— Você trabalha com o quê?

— Por que você não fala um pouco sobre você? – rebati, constrangida.

— Hmpf. – fez ele. – Nada de interessante acontece comigo.

— Duvido. – insisti.

Ele deu de ombros. Ficamos em silêncio por alguns minutos. Eu já estava praticamente em casa. Randy parou na frente do portão.

— Obrigada por me acompanhar. – falei casualmente.

— Foi um prazer. – disse ele.

Eu sorri de leve e acenei.

— Tchau, Fluffy! – falei, rindo para ela. Puxei Randy comigo.

Antes que Edward sequer se despedisse, me lembrei de uma coisa.

— Hey, por acaso você não conhece um veterinário? Quero dizer, onde você leva Fluffy? É porque Randy não gosta do veterinário que nós vamos – quer dizer, ele vai – e... Então? – tagarelei ridiculamente. Ri sem graça.

Edward sorriu mostrando todos os dentes brancos, retos e perfeitos. Ele estendeu a mão para dentro do bolso e pegou um cartãozinho.

— O quê? Você anda sempre com o cartão de visitas da veterinária dela? Eu achei que eu era fissurada! – brinquei, enquanto pegava o papel e lia.

Estava escrito o nome da clínica e do veterinário.

Caramba! – arfei. – Você é veterinário!

Ele sorriu seu sorriso torto e deu de ombros. Me lembrei da possibilidade de talvez anotar o número dele da coleira de Fluffy e quase ri – desse jeito era bem mais fácil ter o telefone dele sem parecer maníaca.

— Legal. – falei, rindo e me esquecendo por um segundo de morder os lábios. Droga, ele ouviu!

— É. – disse ele. – Então eu posso esperar que você ligue?

Mordi os lábios com força antes de gritar mentalmente. Com certeza que sim!

— A-ham. – falei, sorrindo.

— Então, até. – fez Edward, com mais uma mesura e puxando minha mão para beijar. Corei absurdamente.

— Tchau. – meio que sussurrei, sem querer.

Entrei em casa com um sorriso idiota no rosto. Ah meu Deus. Com 23 anos estou virando adolescente de novo!

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Entãão... o que vocês acharam?? *-*
Espero que tenham gostado ^^

Mil beijos!
Cliquem no botãozinho verde aqui em baixo e façam quatro autoras felizes ;*