alguém havia sussurrado que a verdade o libertaria.
(há muito, muito tempo)
a verdade o libertaria, mas ele só poderia dizer parte dela. era omissão, transformar amor em queda? mas era uma queda, ele percebeu. a repulsa de estar completamente errado o atingiu novamente. não foi só a morte de bianca que lhe doeu - e como aquilo lhe doeu -, mas todo o abandono. pensava nele como um heroi, depois viu que era um garoto, depois viu que era um garoto, e aquela era sua pequena maldição. alguém deveria ter impedido isso, mas quem poderia impedir o que ninguém entende muito bem? só restava se afastar. quanto mais longe (mais doloroso) mais incólume. tentava não pensar em como o outro - o outro, o garoto - havia lhe falado, porque afinal de contas, quem confia em adolescentes desconhecidos? ser filho de um deus não quer dizer nada (sorriso - ele sabia muito bem disso). não pode salvar sua irmã, sabia que não poderia se salvar, também. o que lhe restava? sombras, a missão de levar aquela estátua enorme e ridícula e a companhia da sua mente (a pior companhia possível). olhos verdes vinham sempre assombrar seus sonhos e sua cabeça. desde que aquele sentimento fora posto para fora, enunciado em voz alta para que até mesmo jason ouvisse, a opressão em seu corpo era maior. sentia o esmagador peso da consciência. quando se diz algo, a verdade parece se tornar mais concreta.
a verdade libertaria - mas quem? e de que? nico só podia achar que a sua verdade ainda o condenaria.
n/a: mas o que.
(p.s: queria muita dar essa fic de presente para uma pessoa que não tem mais contato comigo. se você ler, por alguma razão, lembra que eu gosto muito de você. e que agora a gente mora na mesma cidade, seu puto.)
