Se eu soubesse o que é o amor, eu não estaria procurando em um dicionário...

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Um Dicionário para o Amor.

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Baseado na one-shot de Lorde Sesshoumaru – Dictionary of Love.

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Capítulo Único.

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Aqueles olhos, aquele cabelo estranho e seu jeito grosso de falar. Ignorante! Sua cara emburrada e seu corpo musculoso. Ele era o príncipe mais "auto contraditório" que eu já tinha visto. Pavio curto. Sim! Uma ótima frase para descrevê-lo. Também eu não era fácil. Que droga! Como eu era chata. Também, a gente não combinava. Em hipótese nenhuma. Por que Kami-Sama, por quê? Por que eu fui gostar daquele orgulho, grosso, infantil, rabugento e todos os adjetivos que expressem minha raiva? Por quê? Eu podia muito bem ter ficado com Yamcha. Oras... Ele era bonito, gostava de mim e era Humano. Ou seja, ele me entendia de alguma forma. Já aquele alienígena nem se quer sabia o que significava o amor. Sabe lá Deus o que eles faziam para expressar algum sentimento lá no planeta dele. Já sei! Eles lutavam em forma de macaco! Háháhá. Devia ser hilário eles fazendo a dança do acasalamento em forma de macaco. – Imaginando.

Sayajins, eu nunca os entenderei.

Bem, eu ouvi dizer que amor e ódio são sentimentos muito diferentes, mas o que separa os dois é uma linha mais fina que um fio de cabelo.

Será?

Minha vida mudou radicalmente depois que nós voltamos a Terra. É parecia que o Freeza tinha morrido e tal. Pra ser bem sincera não lembro muito bem. Minha memória anda um pouco fraca e tal. O ponto é que ele ficou na minha casa, treinando na capsula anti-gravitacional. Conquistando-me aos poucos... Fazendo-me de besta e irritando-me muito mais. A qualquer hora eu podia ter um AVC e aí? Quem herdaria a Corporação Capsula? Ele que não seria. Não sabe lavar uma louça imagina comandar uma empresa. Se bem que... Ele era um príncipe né? Ou não... Já faz tanto tempo...

Príncipe...

Um príncipe totalmente diferente daqueles contos de fadas da Disney. Ele não montava em um cavalo branco e não era gentil e muito menos tinha um castelo e não vivia andando de capa vermelha por ai salvando donzelas em perigo. Poderia ser a rainha da Inglaterra morrendo na frente dele, com certeza ele viraria as costas e ia fingir que não viu nada. Orgulho e frio e egoísta.

Mas, mesmo assim, ele era um príncipe...

Mesmo assim... Eu o amo...

Mesmo assim... Eu o quero. Com todos os defeitos do planeta e acredite os defeitos dele são os piores da galáxia. Nem preciso dizer certo?

Então, céus, para chegar nesse ponto, como começou essa tortura? Ahh, sim lembro-me mais ou menos como aconteceu. O senhor Cupido e suas flechas. Até doente eu fiquei. Efeito colateral? Com certeza!


Era uma vez,

Lá estava eu. Tão nova e tola.

Sentada na cadeira e fazendo novas máquinas. De certa forma, Vegeta era minha cobaia. Cocei a orelha e passei a mão no rosto. Sabe quando você sente aquela agonia, quando você parece, por um momento, não caber dentro de si? Era super frustrante. Fui à cozinha. Bebi um copo d'água e sai para respirar fundo. Um ar puro sempre fazia bem, ou era pra fazer bem.

- Quer uma xícara de chá? – Perguntou minha mãe aparecendo do nada.

Ela sempre fazia isso.

- Não, mãe. Obrigada. – Respondi educadamente batendo o pé na superfície e de braços cruzados.

- O que te aflige Bulma?

Comecei a passar a mão no pescoço, olhando para os lados. Aquela agonia irritante. Parecia até que era droga.

- Ai mãe, não sei! Me deixa, tá? – Sai irritada indo direto para o laboratório.

Fiquei procurando coisas a fazer. Revirava gavetas atrás de documentos, quebrava e concertava o radar do dragão, mexia no computador na tentativa de fazer um novo software, um novo gráfico, alguma coisa que me distraísse. Aquilo estava me incomodando. Fui até a máquina anti gravitacional e dei alguns retoques. Ajustei alguns botões e programei algumas coisas...

- Tá calor aqui! – Tentei-me "abanar" com a mão e tira a camisa que grudava no pescoço. – Calor!

- Ei! Terráquea! Posso usar a câmera gravitacional? – Perguntou ele a mim.

Não sei explicar, mas eu estava tão estranha que nem me reconheci. Não parava de mexer nos botões e ele perguntar novamente se podia usar a câmera. Por que eu simplesmente não respondia? Ai eu não conseguia.

- Só um minuto. – Eu estava suando frio. O que estava havendo comigo? – Só um minuto... – falei num sussurro novamente.

- Você está bem? – Perguntou um pouco preocupado.

- Estou. – Respondi e sai da câmera sem olhá-lo. Oras bolas por qual motivo eu não fazia simples coisas?


Meu coração palpitava. O que era aquilo? Peguei uma xícara de café bem quente e fui ao sofá. Oras eu ficava em pé oras eu estava sentada no sofá em posição reflexiva. No relógio, somente as horas passando lentamente. O café tinha acabado, o dia estava no tom alaranjado indicando que logo viria a noite e eu, agora, deitada no sofá olhando o ventilador pendurado no teto rodando e rodando.

- Princesa! O que faz deitada? Vamos dá uma volta? – Apareceu Yamcha na sala assustando-me. Logo me levantei em um solavanco.

- Yamcha... Sabe o que é... – aquela maldita agonia. – Não to afim não. – Vir-me-ei e subi as escadas indo para o meu quarto.

- Bulma! Volta aqui. – Ele gritava do andar de baixo.

Mais que droga! A Terra está em paz, as pessoas estavam em paz, a galáxia estava em paz até os microorganismos estão em paz. O gato não caçava o rato e Cinderela tivera mais um minuto do que lhe concederam, então... Se tudo fizesse sentido, se tudo estava no seu devido lugar e na sua normalidade. Por que eu não estava me sentindo... Nada calma? Virei a cabeça e afundei no travesseiro gritando o mais alto e abafado que eu podia.

- Socorro! Alguém me ajude, não sei o que é isso que está dentro de mim. Será uma doença? Uma infecção? Fui abduzida por algum E.T? Não compreendo. – Falei entre as lágrimas que escorriam de meus olhos.

Não sei como surgiu ou começou... Mas estava lá, brotando um sentimento, uma coisa estranha em mim. O que era? Ah se eu soubesse.

Uma vez, um homem na rua escreveu numa plaquinha de papelão.

"Dê tempo ao tempo. Ele esclarece qualquer dúvida do coração. Conhece-te a ti para depois conhecer ele."

Apesar de nada a ver... Eu sabia. Sabia que o que eu estava passando tinha alguma coisa a ver com a presença daquele novo ser dentro de mim casa. Eu tinha a total certeza... Oh Meu Deus! Onde foi que eu amarrei meu burro?

Mas, apesar de qualquer coisa... Aproveitando que tenho que conhecer a mim mesma pra depois entender os outros... Sejamos casuais.

Prazer,

Eu sou Bulma. - Irritante e mandona. Essa sou eu. Uma cientista que entende 90% das coisas, menos sobre amor.


(: