Olá! Espero que goste e embarque nesta história. :)

Sinopse: Quando Sakura escolheu unir a fabrica de seu pai a industria Uchiha, jamais cogitou que as consequências daquela decisão transformaria vidas, enquanto embarca em um mundo fora da sua zona de conforto, descobre que a linha do destino é tão traiçoeira a ponto de empurra-la sem aviso prévio sobre o maior de seus carmas: Sasuke Uchiha.

Mas não pense que parou por ai, a vida conturbada envolvida por diversos segredos obscuros, é a unica a qual Sasuke conheceu. Transformou-se em alicerce de alguém dependente da sua atenção, do seu amor ingênuo e sua proteção. Ele é quem cuidou e a viu crescer de perto, o único que amou incondicionalmente.

Entretanto com a chegada de Sakura os ares tendem a mudar.

"Veja bem, quando Sasuke precisar fazer uma escolha não será você a premiada, Sakura. Ela precisa dele e ele nunca irá deixa-la ir."

Capítulo 1

Ele corria pelas ruas de Yokohama a toda velocidade, a cada troca de marcha seus olhos vasculham o retrovisor, deixando escapar o sorriso pelo canto dos lábios. Cortando entre os poucos carros que perambulavam naquela madrugada, seu Tunado branco com tribais azuis espalhadas por toda lataria chama atenção. Por anos dedicou a modificações extremas, desde o motor com pouco mais de 300 cavalos, a painel digital, rebaixamento, entre outros. Um monstro sobre rodas cromadas.

O GPS alertara que faltava apenas vinte metros, suas mãos relaxaram sobre o volante acalmando os ânimos, estava na frente e não mais via o carro chamativo do amigo. No entanto o arrependimento tomou sua face assim que ele surgiu de um beco ao lado direito, pisou no acelerador trocando de marcha, as rodas derraparam na pista molhada buscando por mais velocidade.

A Ferrari laranja, adornada com uma grande raposa, em poucos segundos colou na lateral do Tunado, competindo seus limites, ambos brigavam de igual para igual.

Próximos a chegada, Sasuke chamou a atenção de Naruto ao buzinar, apontou com o indicador o botão vermelho escondido acima de sua cabeça e sorriu, em um click o Tunado atingiu a velocidade máxima, deixando para trás fumaça do nitrogênio acionado. Ao ultrapassar a linha, ouviu apenas os gritos e assovios expondo sua vitória.

Ao término da competição, Sasuke desceu do carro para comemorar com Naruto em seu encalço, berrando sobre a sorte do Uchiha.

- Quase ganhei hoje, teme. Sorte sua que eu não usei minha arma secreta - abraçou o Uchiha pelos ombros enquanto dizia.

- Quase não é ganhar, dobe – contrapôs com superioridade, empurrando o loiro para longe.

- Me aguarde! Com certeza um dia vou ganhar de você! – jurou, após dar uma piscadela, confiante de sua palavra.

- Hm - deu de ombros.

Do lado oposto ao estacionamento o galpão era preenchido por um aglomerado de jovens que divertiam-se à sua maneira. Sem o mínimo de pudor, o cheiro forte de bebida mistura-se à nicotina, entre outras drogas ilícitas. Para Sasuke as pistas são sua prioridade, a válvula de escape para fora da realidade. Entre os amigos vive como um rei soberano e como tal conquistara rivais tão ambiciosos quanto ele pelo posto.

- Ei Uchiha, quando vai começar a apostar, já que você sempre está ganhando? – a voz prepotente soou, assim que chegaram.

- Talvez quando você começar a correr – a resposta veio rápida, antes que pudesse encontrar a origem da voz entre seus amigos.

A agitação com o confronto dos rivais gerou grande animação, era comum vê-los trocarem farpas assim que jaziam o mesmo ambiente.

- É um convite? – aproximou até estarem frente a frente - Amanhã. Veremos o quão bom é o seu brinquedinho - apontou com o queixo para o Tunado, esticou os lábios em um sorriso prepotente.

Sasuke nada disse, apenas pegou uma latinha de cerveja de dentro do cooler e tomou enquanto varria com os olhos o local. Após algumas latinhas já não via mais motivos para estar ali, sua diversão acabara cedo demais. Decidido a ir embora, não aguardou pelo cumprimento dos amigos, seguiu de volta ao estacionamento. O carro não estava longe, talvez fosse o cansaço que o deixara mais lento, ou então, só preguiça mesmo. Quando preparou para abrir a porta, seu campo de visão foi invadido bruscamente pela moça de longas madeixas loiras e cintilantes olhos azuis.

- Ganhando como sempre? Hm? – apoiou-se na porta do carro, insinuante. Suas roupas mal cobriam o corpo magro, porém, havia curvas das quais Sasuke não deixara de perceber.

- Claro gata, nunca perco – murmurou sucinto.

- Então, que tal comemorarmos? – avaliou o moreno de cima a baixo e sorriu maliciosa.

- Entra aí – ordenou.

A loira mordeu o lábio inferior enquanto aproxima-se do Uchiha, arrastou suas unhas em torno do peito bem trabalhado atiçando-o, e seguiu ao outro lado do carro adentrando no lugar do passageiro.

Enquanto percorria para fora do local, cortou caminho por uma estrada de terra escondida atrás do galpão, parou o carro ali mesmo e não perdeu mais tempo, em minutos a garota já estava em seu colo explorando a boca, deixando chupões pelo pescoço enquanto retirava o top que vestia. Aproveitando da distração dela, Sasuke agarrou o seios pronto para suga-los, quando escutou um barulho. Do lado de fora, Naruto batia na janela incansavelmente ao gritos.

- Sasuke, tá aí cara? – berrou aproximando seu rosto do vidro.

- O que Naruto faz aqui? – murmurou a loira, irritada.

- Ei, tem alguém com você?- gritou mais vez

- Um idiota, pedindo pra morrer - com um suspiro pesaroso, Sasuke empurra a garota de volta ao outro banco, coloca sua camisa e abre a porta com brusquidão.

- Nossa Sasuke, você deveria ser mais gentil – diz, antes que o Uchiha saia do carro.

- Vista-se - ordenou, rude.

A moça abriu a boca pronta para xinga-lo, mas desistiu quando foi deixada sozinha.

- Sabia que estava aí, cara – afirmou contente com a própria percepção.

- O que quer? – vociferou, sem paciência.

- Aquela ali é a Ino? – Naruto pergunta curioso - Caralho, teme. Sai vai ficar puto com você.

- Foda-se, ela que se ofereceu - deu de ombros.

- Ok, você que sabe - estalou a língua, despreocupado - Vai rolar festa na casa do Kiba, tudo liberado. Bora descer lá?

- Não.

- Qual é, deixa de ser chato - insistiu - Agora só porque virou empresário, vai deixar seus amigos de lado?

- Exatamente - nunca perdia a oportunidade de irritar o amigo.

Naruto arregalou os olhos em seguida fez um bico emburrado, resmungando xingamentos contra as próximas gerações do Uchiha. Sasuke apenas ignorou, ao entrar no carro encarou a loira e sorriu.

- Ino, desça do carro. Por favor – pediu gentilmente.

- Hm? Ok – e assim o fez, com um sorriso malicioso, aguardou que Sasuke fizesse o mesmo.

- Valeu – Sasuke diz com um sorriso de canto e acelera o carro, deixando a moça completamente petrificada para trás.

- O que? - esbravejou furiosa - Maldito!

・。 ゚゚

Quando chegou ao apartamento já era de manhã, foi logo retirando o tênis, a camisa e por fim jogou-se no sofá. Suspirou procurando a posição perfeita para dormir, pois seus músculos pediam por um pouco de descanso. Ficara perambulando pela cidade sem rumo, pensando no quanto tudo havia mudado de repente. Estava prestes a fechar os olhos, quando o toque do celular espantou qualquer resquício de sono.

- O que quer? – não se deu ao trabalho de ver quem era.

- Que bom humor logo pela manhã, que tal vir espalhar sua felicidade trabalhando, Hm? - inqueriu sugestivo - Tira essa bunda branquela do meu sofá, quero você na minha sala em meia hora.

- Porra Itachi! - reclamou.

- Rápido! – enfatiza ríspido e logo encerra a ligação.

Disparando palavrões diversos Sasuke sobe ate o quarto, toma um banho demorado e por fim veste o social obrigatório. Rapidamente desceu ate a cozinha buscando por uma fruta qualquer e saiu em direção ao estacionamento à procura do seu carro.

A empresa Uchiha é localizada próximo ao centro da cidade, no coração de grandes industrias automobilísticas, compactuada com redes de tecnologia de ponta. Era inevitável não parar para admirar o prédio extenso com o slogan Uchiha's Line Cars em negrito logo acima, e pensar em seus pais que sacrificaram suas vidas para dar o melhor aos filhos, uma vida repleta por conforto, status e dinheiro. Mikoto e Fugaku Uchiha eram um casal imbatível, enquanto assumiam a indústria, cada detalhe não passava despercebido, ambos perfeccionistas, juntos rapidamente cresceram expandindo cada vez mais os negócios. Todavia pouco tempo usufruíam com os filhos, viajando e resolvendo problemas a todo tempo, sendo assim Itachi, o mais velho, tomou partido do papel de mãe e pai do irmão caçula.

Seus pensamentos foram dispersos pela voz do irmão.

- Eu disse meia hora – provocou ao vê-lo entrar sem bater.

- Qual é o problema? – ignorando o comentário impertinente, foi direto ao ponto sem rodeios.

- Finalmente consegui estabelecer um acordo com a fábrica de peças Haruno. Os papéis já estão prontos, haverá uma reunião para resolver os demais detalhes, entã-

- Onde eu entro? Só preciso saber qual é a minha função - entediado, sentou-se no sofá de canto de maneira relaxada.

Itachi arqueou a sobrancelha, não aprovando a ousadia do mais novo. Aproximou-se de onde o irmão estava e não hesitou em dar um tapa na testa, deixando a marca de alguns dedos. A reação foi instantânea, Sasuke levantou em um pulo gemendo de dor enquanto atirava xingamentos a toda geração do irmão.

- Eu estou falando de algo sério, de suma importância. Seu único dever é ouvir e acenar com a cabeça, nada muito difícil, não é? - apoio o quadril sobre a mesa e cruzou os braços a frente do peito. Aguardou por uma resposta que não veio, como de costume. Então prosseguiu, ignorando a carranca emburrada do irmão - Muito bem, sua caligrafia feia é necessária, infelizmente.

- Hm.

- Outra coisa, tenho um evento importante em Milão. Voltarei em uma semana, até lá, quero que fique responsável por tudo. Quer o livrinho? - prontificou a abrir a gaveta da mesa.

- Já fiz isso outras vezes, não preciso de um manual - contrapôs irritadiço - Onde está o tal dono da fabrica?

No mesmo instante duas batidas soaram da porta, Itachi deu permissão de entrada e acompanhado do irmão, observou quando a moça esguia, curtos cabelos róseos e estatura mediana entrou e cumprimento a ambos.

- Desculpe o atraso, tive alguns contra tempos. Espero não ser um incômodo - explicou-se constrangida.

- Está tudo bem, sente-se por favor – apontou para o sofá ao lado do irmão.

- Obrigada – agradeceu docemente.

- Antes de começarmos, vou apresentá-la ao Vice-presidente, meu irmão, Sasuke. Sasuke, está é Sakura Haruno, majoritária da fábrica de peças.

- Prazer em conhecê-la – estendeu a mão, com um sorriso galanteador.

- Igualmente - uniu suas mãos em um breve cumprimento, correspondendo ao sorriso.

- Agora que foram devidamente apresentados, preciso ir. Peço desculpas pelo inconveniente senhorita Haruno, mas tenho uma viagem marcada - indagou recolhendo sua maleta sem demora.

- Achei que fosse mais tarde - franziu o cenho confuso com a pressa.

- Desculpe, foi um mero detalhe esquecido, irmão - assim que chegou a porta, parou dirigindo a voz ao mais novo - Até breve - disse antes de fechar a porta.

- Onde estão os papéis? - chamou a atenção do Uchiha que, por um momento perdeu-se nas pernas amostra da moça - Senhor Uchiha?

- Sasuke – respondeu, levantou em direção a mesa a procura dos papeis. Para sua sorte, Itachi era o ser mais organizado da face da terra, tanto que chegava a ser chato. Dentro da gaveta havia diversas pastas separadas por ordem alfabética e referência, o que facilitou sua busca.

-Não entendi, senhor Uchiha – inqueriu confusa.

- Me chame apenas de Sasuke - reformulou. .

- Certo, senh-... Sasuke - enfatizou - Posso dar uma olhada? - esticou a mão para que os papéis fossem entregue, e assim ele fez.

Sasuke franziu o cenho, a contragosto da referência formal antes do seu nome. Observou atentamente cada movimentar da mulher que nada sabia além do nome. O cruzar das pernas corrigindo sua postura, seus olhos transcorriam as linhas rapidamente, assim que terminou não hesitou em assinar no local indicado e entregar de volta.

- Agora que firmamos nossa união - indagou ambíguo, após assinar sem ao menos ler - Que tal... celebrar?

- Poderia ser mais específico?

- Podemos tomar um café do outro lado da rua, o que acha? - sugeriu gentilmente.

- Eu aceito - assentiu.

Sasuke foi rapidamente em direção a porta impedindo Sakura de abrir. Sob o olhar curioso da moça, a guiou ate a saída do prédio. Atravessaram a rua e entraram no pequeno e rustico café. E novamente Sasuke a surpreendeu abrindo a porta, em seguida apressando-se para puxar-lhe a cadeira.

- Obrigada, é um cavalheiro, como poucos - ressaltou a nobreza de suas ações, encantada.

Sasuke apenas sorriu em resposta, como um perfeito nobre, não deixou de olhá-la nos olhos enquanto a mesma sustenta um assunto trivial, da qual ele não tinha o mínimo de interesse.

- O que desejam? - indagou a garçonete, poucos minutos depois de acomodarem.

- Um expresso, por favor – pediu Sakura.

- E você...- inclinou um pouco colocando os seios no lugar - O que deseja? - sorriu mordendo os lábios de maneira sensual.

Sasuke mediu a moça de cima a baixo, minuciosamente, descaradamente. Apoiou os cotovelos sobre a mesa e por fim respondeu;

- O mesmo que ela.

- Só isso mesmo? – perguntou novamente a garçonete, como se Sakura não estivesse ali.

- É só isso mesmo senhora, por favor seja rápida – Sakura interrompeu a conversa interessante entre Sasuke e a garçonete. A moça a olhou com desdém e finalmente saiu para buscar os pedidos - Que tipo de estabelecimento contrata alguém tão vulgar assim? - balançou a cabeça desaprovando o comportamento.

- Talvez por necessidade. Todos somos ambiciosos de qualquer maneira - seu tom de voz carregava emoções das quais nem ele mesmo compreendia. Os olhos ônix fixos na movimentação do lado de fora, por um momento perderam o foco.

Sakura nada disse, havia momentos que entre dizer o que pensava e o que achava certo, preferia o silencio.Quando os pedidos chegaram à mesa, Sasuke voltou a encarar a Haruno, por um momento solene seus olhos confrontaram e ali perderam-se.

- Por que unir-se a nós? – quebrou o silencio, curioso.

- Nossos pais eram amigos, só quero restabelecer essa amizade - respondeu com simplicidade. Uniu suas duas mãos envolta da caneca e levou aos lábios absorvendo a bebida - Nossa, esta divino.

- Não é responsabilidade sua, que motivos tem pra isso? - tomou um gole da bebida, e não achou tão incrível quanto ela.

- Durante minha infância escutei muito sobre os Uchihas. Os olhos do meu pai brilhavam quando contava suas histórias. Seu pai e o meu eram amigos de infância, estudaram na mesma escola e construíram muitos sonhos juntos. No entanto seus ideais começaram a mostrar o quão diferentes eram, assim tornando-se concorrentes. O dinheiro e a grandeza cegaram a ambos, de maneira que a amizade foi esquecida - a nostalgia tomou partido de suas memórias, perdendo-se por meros minutos, e quando ergueu o rosto encontrou novamente com os ônix profundos vidrados em suas ações. Sentindo-se constrangida, levou as mãos ao cabelo colocando-o atrás da orelha - Pouco tempo depois meu pai ficou muito doente, perdeu o sentido da vida e veio a falecer. Minha mãe resolveu deixar tudo em minhas mãos e ficar longe dos negócios.

- Não sabia que nossos pais foram amigos – comentou. Ao menos sabia que seu pai tinha amigos. Era difícil imaginá-lo sendo simpático e sorridente com alguém - Na verdade não sei nada sobre meu pai.

- Talvez ele quisesse preservá-lo de si mesmo - disse por impulso, adquirindo a atenção do Uchiha - Desculpe, não releve o que eu disse - envergonhada, tentou procurar por algo interessante em sua bolsa.

- Ei, garçonete, traga a conta - ignorou as ações da Haruno, retirou da carteira o cartão de credito pronto para pagar.

- Deixe que eu pago – interviu, retirando de sua bolsa a carteira. Eu convidei, eu pago – rebateu.

- Eu não posso aceitar isso - Sakura tentou argumentar, o que instigou o Uchiha a usar de suas artimanhas - O senh-

Sasuke suspirou e sem hesitar quebrou o cartão ao meio, sob os olhos perplexos de Sakura, ele elevou o canto da boca em um sorriso e inquiriu;

- Era meu único cartão em mãos, desta forma não tenho saída - fingiu estar triste.

- B-bom... pode deixar que eu pago, e talvez na próxima eu...

- Podemos jantar - declarou irrevogável - Assim não vou ter tempo de sentir arrependimento.

- Certo, Sakura?

Ela demorou a compreender o que havia acontecido ali, seus olhos corriam pelo cartão partido em dois e o sorriso estonteante do moreno. Encurralada, riu daquela situação e ainda mais da ousadia daquele homem, que estava disposta a conhecer.

- Tudo bem, Sasuke.