Nota: As ficlets-capítulos podem ser lidas separadamente, cada uma está em um momento e elas possuem ships diferenciados. De qualquer forma, como tem certa continuidade em relação à vida da Ginny, seria legal ler tudo =) btw, o nome da fic não tem lá muito sentido, mas é que parte da ideia me surgiu com o nome de um episódio de HIMYM, "The Final Four". Daí o nome xD


THE FINAL FIVE

Capítulo 1: O-Menino-Que-Sobreviveu

Era uma vez uma guerra tão medonha que mesmo anos depois os vitoriosos temiam pronunciar o nome de seu antigo adversário.

Assim começavam quase todas as histórias que Ginny ouvia desde quando se lembrava. E durante uns sete anos foi assim. Contos fantásticos sobre o Menino-Que-Sobreviveu, sobre tudo que ele representava para o mundo bruxo. Ela não entendia, é claro. Não havia presenciado a ascensão do Lorde das Trevas para realmente compreender o quão importante fora Harry Potter. Ainda assim, era apenas uma criança apaixonada pelo herói de suas histórias de ninar. Nunca chegara a realmente imaginar-se na presença dele ou sequer conhecê-lo – apenas aquela esperança boba que toda fã tem de se aproximar de seu ídolo.

Ginny tinha apenas nove anos, podia se dar ao direito de sonhar e suspirar por uma figura sem rosto que era dona da admiração de milhares de bruxos.

Então as coisas mudaram um pouquinho. Primeiro foi um simples comentário dos gêmeos a respeito do garoto que haviam conhecido há pouco, antes de atravessar a plataforma; Ginny ficara inconformada de ter ficado cara a cara com Harry Potter e sequer ter sabido quem ele era. Pediu, implorou para que sua mãe a deixasse subir no trem para vê-lo, e quando ela disse que parasse com aquilo, assumiu uma expressão chorosa e não pôde conter um bico enfezado.

Depois, quando seus irmãos voltaram das férias, as histórias sobre ele ganharam um novo tom. Eram mais pessoais, eram vistas de perto, e deixaram Ginny com uma mistura esquisita de entusiasmo e inveja. Ansiava por ouvir todas as aventuras que Ron travara ao lado de ninguém menos que Harry Potter, mas não podia deixar de imaginar que poderia ser ela ao lado dele.

Continuou a pedir, dia após dia, que Ron lhe contasse mais – e ele contava, meio satisfeito pela atenção.

Quanto mais se aproximava o dia primeiro de setembro, menos Ginny conseguia conter a ansiedade. E qual não foi sua surpresa ao descer as escadas um dia e dar de cara com ele ali, à mesa de sua casa? Não soube o que fazer. Ficou em dúvida entre sorrir, falar alguma coisa ou arrumar os cabelos, então simplesmente saiu correndo. Ao bater a porta de seu quarto percebeu que de todas as alternativas, aquela provavelmente havia sido a pior escolha. Passou o resto do verão tentando consertar seu erro inicial, mas entre as gagueiras e o cotovelo enfiado na manteiga, não havia obtido muito sucesso.

Em Hogwarts, por vezes, ensaiava discursos à frente do espelho, quando suas companheiras de quarto não estavam, e contava sobre tudo o que acontecia para Tom. Ele geralmente criticava sua falta de espontaneidade, mandava-a ir logo falar com ele e agir com naturalidade. Ginny observava de longe seus irmãos mais velhos e a facilidade que tinham em se aproximar e conversar com Harry. Ron era seu melhor amigo, Fred e George estavam sempre rindo junto com ele e até Percy, com seu jeito pomposo, agia como se fosse um amigo de longa data. Eles realmente eram espontâneos com ele.

Ginny resolveu seguir o conselho de seu novo melhor amigo, mas não deu muito certo. Talvez tivesse se confundindo um pouco entre espontâneo e impulsivo, e tudo acabou num amontoado de Harry Potter, anão e olhinhos verdes como sapinhos cozidos.