Seireitei.

Cidade de regras rígidas e formalidades, mas não por isso livre de intervenções da natureza, como a fina chuva daquela noite. Um evento que pegara desprevenida a Retsu Unohana.

Por pouco tinha escapado de se molhar. Escondera-se sob um toldo de uma casa, em frente a uma porta fechada de onde vinha uma luz amarela. As mãos da capitã estavam dentro das mangas do kimono, parecendo que ela estava de braços cruzados, e seu olhar sereno se dirigia à beira do céu nublado que aparecia por trás do telhado.

-Ora... – Falou sozinha, com a voz tranqüila apesar da surpresa. – Que chuva repentina...

-De acordo.

Outra pessoa aparecera ali, do lado oposto ao dela na porta. Byakuya Kuchiki, como sempre, chegara sem fazer som, e respondeu-a. Seu cabelo e suas roupas gotejavam porque não se abrigara a tempo.

-Boa noite, capitão. – Retsu cumprimentou, formal. – Meus pêsames por ter se molhado.

-Não é problema, mas agradeço.

-Por nada. – Sorriu, gentilmente. – Eu estava voltando de uma reunião quando começou a chover. Você não foi convocado?

-Eu tinha problemas pendentes no escritório.

-Sei como é.

Fez-se silêncio. Cada um encarava um ponto diferente. Ele olhava para o céu. Ela, para o chão. Dois pensamentos distintos.

As gotas leves ainda caíam sobre o telhado e a rua vazia, por isso, guardava um aspecto de tristeza e solidão.

-Bem... – Byakuya disse, sem desviar sua observação. – Aqui é uma casa de chá.

A médica levantou o rosto, curiosa, mas esperou que ele continuasse a falar.

-Gostaria de... – Deslizou os dedos pela franja úmida. – Entrar e beber alguma coisa?

Retsu deu o mesmo sorriso bondoso.

-Claro.