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Cinco e quarenta da manhã, o despertador toca.
Olívia não queria primeira vez na vida, queria simplesmente fingir que ele não existia e
voltar a dormir. Estava exausta, não parava de trabalhar a mais de duas semanas, não tinha nem mais direito a um final de semana tranqüilo. um mísero final
de semana tranqüilo, pensava ela.
Apertou o botão para desligar o despertador, em vão, já que, cinco minutos depois, ele estava lá, tocando aquela mesma musiquinha irritante de todos os dias.
Aah, nada como mais um dia de trabalho delicioso.
Pensou, irônica, ela trabalhava como uma condenada - não, melhor ainda, trabalhava como uma conseguia se lembrar da última vez que saíra de casa para
passear, não para entrar no carro da svu e resolver mais um de seus casos - sempre os mesmos, mas que, por um motivo qualquer, continuavam a abalá-la,
cada vez mais. Era impressionante a carga emocional que eles continham,e, até hoje, ela se lembrava da maioria deles, talvez fosse capaz de dar os detalhes
de cada um.
Levantou da cama e seguiu em direção ao banheiro. Pegou sua escova de dente, passou a pasta e foi andar pela casa - só conseguia escovar os dentes andando,
as vezes pensava que era hiperativa por isso.
Passando pela sala, viu a confusão em que a mesma se encontrava: tudo desorganizado, roupas penduradas no braço do sofá, flores mortas. Uma verdadeira zona.
Zona esta que ela não podia arrumar, não tinha tempo.Maldito trabalho.
Acabou de escovar os dentes, tomou um banho rápido e escolheu uma roupa qualquer. Uma blusa azul velha, uma calça jeans meio usada, o mesmo casaco preto de sempre.
Penteou o cabelo, passou um lápis no olho, um blush nas bochechas, nada muito diferente dos outros dias. Era, realmente, um típico dia de trabalho.
