Disclaimer: Alguns personagens, lugares e citações pertencem a tia J.K. Rowling e essa fic não possui fins lucrativos.
(N/A) Essa shortfic foi escrita precisamente para o Challenge Harry & Ginny do Fórum Aliança 3 Vassouras e para minha total surpresa, tirou o primeiro lugar.Eu decidi dividi-la em quatro capítulos para não ficar tão cansativa, mas aviso que eles são curtíssimos.
Boa leitura,
DP
Tradições
Por Doom Potter
Capítulo Um – Hábitos Trouxas
Sabem, se alguém algum dia me dissesse que eu me tornaria quem sou hoje, provavelmente levaria uma infinidade de tempo para que eu realmente acreditasse.
Nunca em minha vida..., OK... Talvez durante o meu primeiro ano em que passei incansáveis e tediosas horas escrevendo esse título em meu caderno de História da Magia, ou quando ele me beijou na sala comunal da Grifinória onde havia mais de cinqüenta pessoas assistindo, ou quem sabe quando a guerra finalmente terminou e eu estava lá para ajudá-lo a socorrer os feridos... De fato, Sra. Ginevra Potter sempre foi um nome que eu invejei. Não exatamente o Ginevra, mas Potter, combina comigo não acha?
Olhando pela janela, eu conseguia ver várias árvores cobertas de neve e com pouquíssimas folhas. Quem disse que os invernos eram rigorosos certamente não sabia que bastava se aquecer por dentro que qualquer temperatura era suportável.
E eu estava aquecida, e muito!
Rumando para meu lar temporário, um chalé afastado da cidade, mas próximo à Toca (Mamãe queria nos manter por perto) onde passaria minha lua-de-mel ao lado do meu (e de todos os bruxos) herói: Harry Potter.
- Ginny? – chamou Harry me tirando dos devaneios momentâneos – Chegamos. – anunciou ele abrindo um sorriso encantador que fizeram aqueles olhos magnificamente verdes brilharem de excitação, e eu bem sabia o porque...
- Jura? – indaguei risonha colocando a cabeça para fora da carruagem encantada e me deparando com um belíssimo chalé beirando o lago congelado.
- Então... – ouvi a voz dele perguntar após saltar para fora – O que acha?
- É perfeito! – respondi me apoiando na porta para acompanhá-lo.
- Não! – berrou ele correndo para perto da onde eu saltaria a qualquer momento – Espere, espere... – Ele abriu os braços e me olhou de forma estranha.
- O que está fazendo? – perguntei por fim não entendendo o gesto dele.
- Eu tenho que carregar você para dentro. – e sem mais rodeios ele me puxou para cair em seus braços quase escorregando, endireitou-se e caminhou vagarosamente em direção a porta do chalé.
- Cuidado com a barra! – avisei e ele me ergueu uma pouco mais.
Mais uma tradição!
Eu até poderia constatar minha opinião de que achava tudo aquilo bobagem, mas não lhe faria essa desfeita. Afinal, ele estava tão feliz em poder fazer tudo dentro dos conformes, de acordo com a tradição... E às vezes era bom ceder um pouco. Mesmo que fossem hábitos trouxa, em que qualquer deslize poderia resultar em azar pelo resto da vida, Harry queria seguir tudo ao pé da letra.
Sinceramente, não sei se foi uma boa idéia deixar Hermione ajudá-lo a organizar o evento. Felicíssima com o sucesso do próprio casamento com meu irmão, ela não quis vacilar ao preparar o nosso, tomando cuidado com cada detalhe, assim como a Sra. Granger fizera no dela. Por hora, eu apenas me divertia (ou estressava) com tantos costumes a serem observados.
"O noivo não pode te ver antes da cerimônia..." dizia ela desesperada me impedindo de sair do quarto para tomar um copo d'água.
"Você tem que jogar o buquê agora"..."Não me diga que não sabe dançar, Harry. É a tradição..." e várias outras frases desse tipo perambularam pela festa.
Alias, deve ser por causa de alguns desses hábitos malucos que Harry está demorando mais do que o normal para me carregar por essa distância tão curta. "Tem que comer um pedaço grande de bolo, Ginny. Do tamanho de seu amor por Harry" (nem preciso dizer que acabei comendo quase um terço do bolo né?)
- Ginny, - chamou Harry novamente me olhando de forma carinhosa, mesmo que um pouco suado pelo esforço que fazia ao me carregar – Me lembre de parar a carruagem mais perto da porta na próxima vez.
Eu poderia bufar de raiva pelo comentário inapropriado para aquele momento, mas apenas sorri indiferente beijando-o no rosto quando finalmente alcançamos o tapete da entrada. Num ato inesperado e posso até acrescentar: másculo, Harry chutou a porta do chalé para entrarmos. Eu não tinha certeza se aquilo era tradição ou não, mas confesso que arrancou suspiros da platéia (eu, no caso).
- Uau! – exclamei quando um cheiro delicioso pairou no ar, - O que é isso?
- Não sei, - ele alcançou o interruptor com dificuldade e acendeu a luz, quando pude ver vários lírios espalhados por todo o cômodo. – Surpresa! – anunciou ele com um olhar de expectativa.
- Assim está bem melhor – falei para ele sorrindo.
E percebendo o plano dele para me impressionar, sabendo muito bem que aquelas eram meu tipo preferido de flores, eu o beijei. Depois de longos segundos desfrutando aqueles lábios quentinhos mesmo que secos pelo inverno, nos separamos ofegantes.
- Então, milady. – ele ensaiou cortês, mas as bochechas coraram como sempre acontecia quando ele estava nervoso. – Pronta para se livrar do manto de castidade?
- Harry, - eu o fitei confusa – O que é um manto de castidade? – ele riu antes de me beijar e sussurrar a resposta no meu ouvido ao que eu respondi numa cara fechada.
- Sr. Potter! – fingi provocá-lo – Quem era a ruiva com quem você passou a noite na última terça-feira hein?
E sorrindo exageradamente, ele me conduziu até quarto no andar de cima.
