DISCLAIMER: Saint Seiya não nos pertence, muito menos a saga do Lost Canvas.


I

Há muito o sol não brilhava e a lua parecia imersa em uma tristeza insuperável, lamentando a falta do astro-rei. Não havia mais dia e a presença brilhante do corpo celeste; apenas uma extensão do céu noturno que perdurava por exatos longos quinze anos. Quinze anos sem luz. Quinze anos sem Apolo.

A morte do deus foi o prelúdio de tempos difíceis, marcados pela escuridão constante a tomar conta do mundo e do coração da humanidade. A eterna noite serviu de palco para a aparição de criaturas mitológicas, que logo deixaram seu rastro de destruição e má sorte, as esfinges. Conhecidas por seus enigmas, perecem com o triunfo dos outros, sua única e verdadeira forma de derrota. No entanto, as respostas para seus desafios nunca foram fáceis.

Pragas, mortes e a falta de esperança foram alguns dos males trazidos pelos seres bestiais, que só conseguiam ser vencidos por aqueles cujo espírito era forte e louvável. Poucos se aventuravam e ninguém parecia capaz de pôr fim ao mal que só fazia crescer. Mas tudo poderia ter sido diferente, se não tivessem perdido a arma que lhes servia de proteção.

A fé.

Com o tempo o homem parou de acreditar, deixou de ter fé. O ceticismo tomou proporções surpreendentes e teve um efeito avassalador nos deuses, agora subjugados a descrença. Esta se expandiu de tamanha maneira que teve força o suficiente para tornar possível a aparição de Disteo, um deus que era a prova viva da negação dos demais. Disteo, o patrono da incredulidade, que dominou os Olímpicos e fez das esfinges suas aliadas.

Zeus e Hera adormeceram pelas mãos do novo inimigo enquanto Hades e Poseidon foram deixados selados em seus próprios domínios. Atena, Ares e os outros deuses tiveram sina semelhante e permanecem aprisionados, com uma condição ainda pior ao verem o sangue que correm por suas veias servirem de alimento para as esfinges. Mais trágico foi o destino de Apolo, a única vítima fatal de Disteo. Os únicos a terem relativa sorte e a chance de escaparem foram Ártemis, Hermes e Hefesto, os olimpianos que não tiveram escolha senão se esconderem do alcance de seu perseguidor.

Não contente em atingir os Olímpicos, Disteo ousou mais e fez de semideuses seus novos alvos. Filhos de seus adversários deviam ser eliminados como um golpe final a toda e qualquer esperança de salvação, o xeque-mate de seu jogo doentio: destruir tudo que remetia à essência divina. Não poupou esforços, não teve compaixão, pôs a cabeça deles a prêmio, oferecendo o que precisasse para atingir a cobiça dos fracos de caráter. Muito sangue foi derramado e ele parecia sentir um prazer mórbido ao deparar-se com as vítimas descendentes de Apolo. Os únicos portadores da luz remanescente eram de longe os mais caçados, vivendo em perigo constante.

Em meio a todo caos e devastação, o iminente fim da humanidade, uma centelha de esperança surgiu dos lugares mais sombrios da Terra. Hades, depois de tanto tempo selado, conseguiu uma brecha para tornar possível a ressurreição daqueles que sacrificaram suas vidas em prol do bem. Aqueles que um dia foram seus inimigos agora eram seus aliados, sendo talvez a única chance da liberdade de todos. Os guerreiros das duas últimas guerras santas haviam retornado a vida.

Os Cavaleiros de Atena estavam de volta.

II

Por trás de todas as histórias contadas pelos homens com o decorrer dos anos, existem pequenos versos delas escritos pelo homem que conduz o submundo com mãos de ferro. Desde a divisão dos três poderes até o momento onde a amargura fizera dele um mártir, todas as insignificantes revoluções da humanidade ganharam a marca de Hades impressa numa tinta escura e febril. Existem diversos pontos de vista e perspectivas dos fatos, e alguns insistem em dizer que ele não é de todo um vilão. Apenas alguém repleto de ambições distorcidas, considerando que seus desejos sempre estão entrelaçados com a conquista e provação.

Foi natural nessa linha de pensamento, que ele fosse o último dos Deuses tocados pela malevolência de Disteo. Existia uma infinidade de razões para tanto, porém a melhor explicação é a que por alguns momentos o senhor da Descrença curiosamente acreditou em algo: acreditou que Hades tomaria o seu lado. Contudo, enervado pela pira de Poseidon e sono profundo de Zeus, ele enxergou além das promessas contadas em tom de veludo pelo novo poder eminente. Numa de suas visões do futuro, conseguiu detectar todos os perigos em ter os homens subjugados perante uma força desconhecida - o fim do mundo nunca foi uma perspectiva agradável diante dos seus olhos manchados por violeta. A dominação de algo inexistente é um ato incapaz de ser realizado, um sonho, uma heresia aos incrédulos.

O princípio do fim alcançou suas íris e o cheiro do vinho tinto que tanto apreciava por mero capricho não mais possuía o mesmo efeito sobre si. Um desgosto abateu seu âmago, consequente dos destroços que via pouco a pouco formarem uma estrutura horripilante. Não demorou muito para Disteo perceber a inclinação alheia para a defesa não do Olimpo, mas sim de um ambiente livre das opressões que não fossem suas. Tal realização foi o ultimato para a barreira formada na entrada do mundo das almas perdidas, obra constituída pessoalmente pelo Deus da nova Era. Nenhuma forma sem vida poderia sair por ali, e o último dos selos olimpianos foi lançado sob o Deus agora lacrado. Claustrofóbico e sem saída, nem por isso deixou sua genialidade ser apagada pela borracha do destino.

De repente conseguiu enxergar uma alternativa, ainda que fossem durar alguns anos para obter o suficiente em sua empreitada. Ademais... Iria colocar seu maior segredo em risco. Num universo onde os filhos de seus colegas Deuses com humanos estavam sendo caçados em ânimo enérgico, tornou-se doloroso preparar a própria filha para emergir em tempos de guerra. Os três Grandes supostamente deveriam refrear a quantidade de bastardos lançados pela história, sendo Zeus curiosamente aquele mais inclinado para as perversões sexuais; ter um filho através de concepções em forma de animais nunca seria bem visto.

Século após século, Hades se manteve longe da possibilidade de ter herdeiros. Mas as três Moiras previram o trágico enredo do cárcere divino vários e vários anos antes, ainda que os doze grandes deuses houvessem ignorado os recados por alegarem que a força dos homens não conseguiria sobrepor o direito sobrenatural. O infortúnio decorrente nos anos posteriores não obstruiu Hades de uma pequena prevenção... Pela primeira vez num período de séculos, nascia um herdeiro legítimo das trevas. Alguém que carregava impresso em seu DNA, as marcas das forjas de fogo e sangue.

Uma garota que foi protegida por um pai que se descobriu mais possessivo do que o previsto. E assim Hazel foi criada sob a constante vigilância de um Radamanthys bem disposto, servindo ao Deus como jamais o fizera. O juiz precisou se desfazer das memórias antigas, expurgar seus demônios em prol de uma causa futura, a promessa de ruínas se esgueirava em cada esquina do seu inferno pessoal. A incumbência provou-se necessária quando os portões de passagem foram selados e carregado por um semblante mortífero, Hades o fez jurar sob punição de um ciclo de morte repetitiva, que ele iria olhar por sua filha onde quer que fosse.

Após aceitar a tarefa de ser o guardião da menina, ambos foram enviados para a Terra, visto que apenas almas perdidas não poderiam ultrapassar a barreira feita. Radamanthys ganhou nova vida, e assim ambos escaparam para um mundo que mais parecia um espelho do inferno. E assim começou a saga da garota de tez pálida e imensos olhos esmeralda, dona de um sorriso natimorto e esperanças inexistentes. Uma jornada irmã daquela dos demais semideuses escondidos aos quatro cantos, temerosos pela perseguição às criaturas divinas.

III

Quinze anos se passaram depois da alforria de Radamanthys e sua protegida do submundo. Uma quinzena desprovida de informações, mas nada disso era realmente necessário. Não quando as ruas decrépitas e a pulverização dos sonhos pincelava o céu do sol morto. Mas o que ninguém sabia era que um ponto de esperança nascia justamente do leito dos mortos. E o plano inicial de Hades agora tomava contornos de se transformar em realidade: ano após ano, ele forjou uma passagem discreta usando de seu cosmos. O privilégio de não estar aprisionado em território hostil lhe fez preparar todos os arranjos necessários em sua empreitada.

Tempos atrás, ninguém estaria preparado para aquela reviravolta do destino. Ele iria entregar o dom da vida para a guarda dourada de Athena, e fazer deles o instrumento para a salvação dos homens. O último sopro jogado aos semideuses perseguidos e dispersos, uma luz de ouro representando tempos onde encarar a irmã de Apollo era seu maior afazer. Vagarosamente, todas as almas foram despertadas, e não foi exatamente difícil quando o próprio Disteo houvera desfeito os Elíseos e enviado de bom grado a alma dos heroicos guerreiros para as suas terras.

Aquele que durante uma passagem duradoura de tempo foi considerada a maior das ameaças ao homem, usou de métodos nada convencionais para entregar aos escolhidos pela Deusa da Sabedoria uma segunda chance. Para outros, aquela seria a terceira ou quarta tentativa de fazer as coisas da maneira correta. Naquele dia, reza a lenda que estrelas cadentes foram vistas não decaindo dos céus, mas sim rompendo pelo solo infértil. Pontos repletos de brilho que fizeram os olhos de muitos fitarem a infinidade escura em busca de respostas. Guerreiras de Ártemis, semideuses, humanos e guerreiros anônimos perguntaram-se o porquê da agitação na casa de Hades.

Mas foi quando as pálpebras gélidas pelas marcas do tempo se entreabriram devagar, que tudo mudou. Os Cavaleiros estavam de volta, todos eles. A dualidade de Peixes, Aquário, Capricórnio, Sagitário, Escorpião, Libra, Virgem, Leão, Câncer, Gêmeos, Touro e Áries. A esperança nascia na terra novamente. Bastava aos homens certos tomarem as rédeas do destino.


FICHAS.

Se você aguentou ler até aqui... Muito obrigada! Então, agora vamos para um pequeno esclarecimento: vocês poderão criar semideusas, semideuses, guerreiras de Ártemis e personagens da armada de Disteo. A seguir vamos dar explicações sobre o que significa ser filho de cada um desses Deuses, e eu espero que tenham gostado do nosso enredo. Deixando claro: somos duas autoras aqui. Quem gostar de yaoi, sinta-se à vontade, a casa é sua também (já que somos duas apaixonadas pelo gênero). Os personagens "reservados" são ou para nossas personagens ou alguém cujo destino já está traçado. É nossa primeira fanfic, então por favor peguem leve conosco.

* Sobre os Deuses.

Afrodite: presa

Filhos de Afrodite tem a capacidade de induzir emoções nos outros, uma pequena chama de esperança nos corações entorpecidos, ainda que tal sentimento seja falso. Em sua maioria, os descendentes da deusa do amor preferem manter-se distantes dos conflitos, visto que sua habilidade em batalha é bastante reduzida. No entanto, seus papéis no meio dos sobreviventes é vital na proporção em que disseminam o amor num ambiente onde a falta do mesmo machuca os homens a cada dia mais. Possuem certo poder moderado hipnótico, produzido por seu charme e beleza. Existem também aqueles mais mesquinhos e ainda orgulhosos, vestígios de uma época onde beleza poderia comprar o mundo. Uma característica curiosa é a habilidade de persuadirem os outros a não o machucar, algo precioso num universo tomado pelo caos.

Apolo: morto

Herdeiros de Apolo têm um talento nato e incontestável para o arco e flecha, sendo esta sua característica mais conhecida. Ainda destacam-se por um olhar crítico e racional tanto quanto por suas personalidades harmoniosas, que de modo geral permitem a eles manter um bom relacionamento com qualquer um. Costumam ter os cabelos dourados e a pele em tom natural de bronzeado, um porte atlético e imponente. Apesar de não serem verdadeiros fãs de batalhas, não fogem dos combates e dão tudo de si pelo que julgam merecer suas forças, especialmente aquelas depositadas no manejo com o arco. As flechas atiradas por um filho de Apolo raramente erram o alvo, visto que são lançadas com uma precisão incrível em uma pontaria letal. Desde a morte de seu pai, se tornaram os únicos símbolos de luz e calor em todo o mundo.

Ares: preso

Herdeiros de Ares possuem habilidades voltadas para o campo de batalha. Seu maior alimento é o ódio, a raiva e os sentimentos de furor. Naturalmente possuem um físico avantajado, tez bronzeada também pode ser descrito como característica conhecida deles. Como consequência, eles possuem força bruta maior, capazes de erguer enormes pesos e destruir coisas sem um treino prévio; após o devido treino, tornam-se verdadeiras máquinas mortais. Sua arma predileta é a espada e a lança (variantes como machados ou demais produtos bélicos no mesmo ramo serão aceitos). Desde o nascimento são inquietos, muitos tomados como encrenqueiros. O reflexo de um filho de Ares é um artifício invejável, e sua coragem por muitas vezes é confundida com falta de bom senso. Exímios guerreiros, elementos vitais numa guerra.

Ártemis: escondida; Atena: presa; Deméter: presa; Dionísio: preso

Hades: selado; Hefesto: escondido; Hera: adormecida

Hermes: escondido

Filhos de Hermes possuem o dom da hipervelocidade, ainda que em termos moderados. Sua estamina é elevada, o que lhe impede de cansar na mesma proporção que os demais fariam. Normalmente são cheios de si, donos de um corpo nada franzino e donos de uma lábia sem igual. Manejam adagas de maneira proficiente hábeis em invencionar mentiras e histórias críveis aos olhos do mais exímio avaliador de caráter. Dizem as lendas que eles correm tão rápido que seus pés nem chegam a tocar os chãos, seus corpos permanecem suspensos no ar enquanto desbravam territórios numa rapidez assustadora. São enérgicos e possuem ainda outro dom, que é o de compreender quaisquer idiomas existentes; pois Hermes é o pai dos viajantes, conhecedor de todos os idiomas do mundo. Seus filhos, então, possuem facilidade nesse quesito.

Héstia: presa; Poseidon: selado; Zeus: adormecido.

* A Guarda de Ártemis

A deusa casta lidera seu próprio grupo composto por guerreiras. Não há distinção e hierarquia entre elas; todas ocupam posições semelhantes. As armas escolhidas para o manuseio são de escolha pessoal das semideusas, embora algumas prefiram adotar o arco e flecha em homenagem a Ártemis. Castidade é um dos requisitos para a permanência na Guarda e sua transgressão resulta em banimento.

Notas

I. Para ajudar o entendimento da ordem dos fatos da história, fizemos uma linha cronológica:

Aparição de Disteo - morte de Apolo e extinção do sol - surgimento das esfinges - deuses selados e aprisionados - fuga de Ártemis, Hermes e Hefesto - retorno dos Cavaleiros

II. As fichas serão para semideuses filhos de Afrodite, Apolo, Ares ou Hefesto. Leiam as explicações sobre eles e desenvolvam os personagens de acordo com o escrito. Não vamos fugir da história, ok?

III. Os personagens podem pertencer a Guarda de Ártemis ou ao Exército de Disteo, mas apenas mulheres são aceitas no grupo da deusa. E claro que se escolherem ter um par, terão de deixar a guarda posteriormente.

IV. Aceitamos personagens para romance yaoi. Sabemos que nem todos gostam, mas estamos no século XXI, liberdade de expressão, minha gente.

V. Enviem quantas fichas quiserem! Ainda não estipulamos um limite para as vagas, mas vamos aceitar aquelas bem feitas e criativas. Então, criem os personagens de forma condizente com a história, explorem sua história e personalidade.

Lista de personagens para par

Shion de Áries – livre

Mu de Áries – livre

Hasgard de Touro – livre

Aldebaran de Touro – livre

Aspros de Gêmeos – livre

Defteros de Gêmeos – reservado

Saga de Gêmeos – reservado

Kanon de Gêmeos – livre

Máscara da Morte de Câncer – livre

Manigold de Câncer – reservado

Regulus de Leão – livre

Aioria de Leão – livre

Asmita de Virgem – livre

Shaka de Virgem – livre

Dohko de Libra – livre

Kardia de Escorpião – reservado

Miro de Escorpião – livre

Sísifo de Sagitário – reservado

Aioros de Sagitário – livre

El Cid de Capricórnio – livre

Shura de Capricórnio – livre

Dégel de Aquário – reservado

Kamus de Aquário – livre

Albafica de Peixes – livre

Afrodite de Peixes – livre

Radamanthys de Wyvern - livre

Ficha para semideuses aliados dos Cavaleiros

Nome:

Idade: mín. 18

Filho(a) de: Afrodite / Apolo / Ares / Hermes

Aparência:

Personalidade: explore qualidades e defeitos, desenvolva o caráter do personagem

História:

Pertence a Guarda de Ártemis?

Relação com os semideuses: como age com os semelhantes

Relação com os Cavaleiros: como vê os aliados e se comporta com eles

Opinião sobre Disteo e as esfinges: um parecer geral sobre toda a situação e os citados

Amigos ou desafetos entre os Cavaleiros?

Par:

Relação com o par: a primeira impressão que ambos têm um do outro e o desenvolvimento da relação

No campo de batalha: como se porta e vê os adversários, golpes e armas

Ficha para membros do Exército de Disteo

Nome:

Idade: mín. 18

Filho(a) de: Afrodite / Apolo / Ares / Hermes

Aparência:

Personalidade: explore qualidades e defeitos, desenvolva o caráter do personagem

História: também acrescente como tornou-se integrante da guarda de Disteo

Relação com os adversários: o que pensa dos rivais

Opinião sobre Disteo e as esfinges: um parecer geral sobre toda a situação e os citados

Par:

Relação com o par: a primeira impressão que ambos têm um do outro e o desenvolvimento da relação

No campo de batalha: como se porta e vê os adversários, golpes e armas


Qualquer coisa, mandem PM e etc ou perguntem na review. Espero que gostem, e qualquer dúvida só avisar. ;)