Insana

Ela estava tão assustada! As mãos tremulas e agitadas, ajeitando o jaleco e o coque bem armado constantemente. O olhar de quem vai de encontro com seu carrasco.

Era dessa forma que ela o enxergava? Um monstro épico ou talvez um bicho papão?

Snape nunca vira uma aluna tão amedrontada durante apresentações de trabalhos, mesmo com a fama que ostentava, não entendia o porquê daquele medo excessivo. Será que existiam outras razões para aquele descontrole emocional?

Snape ficou apenas observando a garota. Cada detalhe de sua fisionomia e cada movimento que fazia.

Ela era gostosinha afinal! Tinha o rosto de um anjo, mas algo nela era tão sedutor, tão enigmaticamente inebriante.

Tentou se controlar, afinal estava no laboratório com sua nova turma de calouros inexperientes.

Mas cada pensamento que rondava sua mente insistia em formar uma imagem de Rachel, imagem que o colocaria em grande encrenca se pudesse ser vista pelos outros ali presentes.

-Rachel, você poderia explicar melhor como funciona esse procedimento?

Snape foi retirado de seus devaneios quando ouviu um aluno questionar Rachel.

-Prof. º eu posso mostrar a questão com outro método para facilitar a compreensão de todos? Ela se dirigiu a ele com a voz doce, porém formal.

-Claro! Sentiu sua voz tremer e apenas fez um gesto com a mão para que ela prosseguisse.

Insana! Esta era a palavra que definia a cena que seus olhos testemunhavam.

Rachel colocara uma música e então começou a desabotoar o jaleco.

De uma forma sensual retirou a peça branca que cobria cada pedaço do seu corpo, deixando que todos observassem a beleza que possuía enaltecida pela lingerie sensual.

Mas a sala estava vazia. Apenas Rachel e Snape estavam ali.

Snape não conteve um sorriso safado quando ela se aproximou e o envolveu num jogo perigoso de caricias.

Rachel derrubou tudo o que havia na bancada mais próxima e continuou sua dança sensual em cima dela.

Cada vez mais caliente, cada vez mais estimulante.

Snape estava de frente para a bancada, admirando o show sem ser capaz se quer de piscar, quando Rachel pulou em seu colo.

Ele não esperava aquela atitude e apenas se rendeu aos beijos que aquela garota loucamente incrível despejava em seu pescoço estendido de forma a ceder cada pedaço que ela pudesse tocar.

No ápice do imenso prazer que sentia, fechou os olhos.

-Profº?

-Profº? Ele a ouvia chamá-lo, porém com o uso formal da palavra professor.

Severo Snape abriu os olhos.

A turma inteira o observando e Rachel insegura esperando que ele a respondesse.

Ela estava inteiramente vestida e visivelmente confusa com o seu comportamento.

Todos pularam de susto com o estrondoso soco que Snape dispensara à bancada.

-A aula terminou! Esbravejou e se retirou sem olhar para trás.

Havia sido um sonho!

Um devaneio!

Um sórdido e ardente delírio!

-Droga! Ele xingou mentalmente. Foi apenas um sonho!