Primeira fic que posto sem ser anônimamente, e a primeira em português também. Espero que não tenha ficado tão falha... Aceito críticas, desde erros de tradução à problemas da fic mesmo. E espero que gostem!

Also, um disclaimer rápido aqui: Hetalia pertence ao Himaruya e Hunde pertence ao Tokio Hotel, que é uma banda awesome, btw.


1989 –

Wir werden euch nie mehr gehören
Wir werden nie mehr auf euch schwören
Wir schlucken keine Lügen mehr
Nie mehr

[Nunca mais pertenceremos a você

Nunca mais juraremos por você

Não queremos mais suas mentiras

Não mais]

-Então, vai me deixar, Polônia?- Rússia, já com o cano na mão, perguntou, sorrindo sadisticamente.-Será que já não deixei bem claro que pertence a mim?

-Não mais, tipo, nunca mais. Estou indo, e te aviso, tipo-

-Será que o sangue não significa nada para você? Somos irmãos, eslavos, deveriamos nos defender mutuamente, não acha?

Polônia riu amargurado, não acreditando no que ouvia. Realmente, depois de tudo...

-Ah, claro, tipo, como se você tivesse algum dia movido um dedo pra me defender de algo. Não me faça rir, Rússia, tipo, conheço você a tempo demais.

-A culpa é toda sua de que somos assim. Mas não deveriamos tentar recomeçar?

-Talvez, tipo, quando você pare de tentar me dominar, pensamos nisso- falou e saiu, batendo a porta, sorrindo e pensando que finalmente estava livre.

-x-

1990 -

Eure Wahrheit wollen wir nicht
Eure Masken unser Gesicht
Unsere Augen brauchen Licht
Viel mehr Licht

[Não queremos mais suas verdades

Sua máscara, nossa face

Nossos olhos buscam a luz

Muita luz mais]

-É isso, Rússia, estamos indo. Saindo da porra dessa casa onde você trancou a gente por o que? Quarenta anos?

-Tenho certeza que para uma nação de sua idade quarenta anos não são muito, Alemanha Oriental.

-Hah, aproveite, não vou me chamar assim por muito tempo. Ludwig e eu nos tornaremos um de novo, sabe? O pirralho cresceu mais do que esperava... Tenho certeza de que ele está lá esperando, enquanto a porcaria do seu muro cai.- Gilbert falou arrogante, mas com uma expressão de carinho ao mencionar o irmão mais novo. Perguntava como ele estava se virando... Bom, provavelmente estava melhor que ele, embora aguentar o americano paranóico como ele ouvia que estava provavelmente não fosse uma tarefa fácil.

Finalmente isso acabara. Para os dois. E para o resto das pessoas paradas ali na porta com ele, embora elas não importassem assim tanto no momento. Iria rever o irmão...

Lass die hunde los - Ich warn dich
Lass die hunde los - Folg uns nicht
Lasse die hunde los
Wir wissen den weg
Haben träume die ihr nicht versteht

[Liberte os cachorros – Eu te aviso

Liberte os cachorros – Não nos siga

Liberte os cachorros

Nós sabemos o caminho

Temos sonhos que você não entende]

Uma voz interrompeu seus pensamentos:

-E quanto a vocês? Toris, Eduard, Raivis, vão mesmo me deixar?

-Sim- o báltico mais velho respondeu, cheio de uma coragem que não sentia a quase um século- Vamos. Somos independentes agora, Rússia, você não nos controla mais.

-Sim- o mais novo respondeu timidamente, concordando, enquanto o do meio afirmava com a cabeça, sorrindo- Independentes. Para sempre, dessa vez.

Rússia sorriu de seu jeito, por um momento, mas suspirou, olhou para baixo e falou docemente, mas do jeito mais ameaçador possível:

-Então... Sumam da minha frente de uma vez, ou posso decidir não permitir isso.

Os quatro correram, felizes, finalmente livres da influência do russo.

-x-

1991-

Lasst los
Bevor was passiert
Unter euch
ersticken wir
Lass die hunde los
Lass die hunde los
Lass die hunde los

Lass uns frei

[Liberte-os

O que passamos com você

Nos asfixia

Liberte os cachorros

Liberte os cachorros

Liberte os cachorros

Deixe-nos livres]

-Não esperava que vocês viessem também, mas. Vieram me dizer que vão embora, irmãs?

-Eu...- Ucrânia começou, meio timidamente – não leve isso para o lado pessoal, irmão, é só que cansamos disso. Esse seu sonho está caindo, e eu odeio te ver assim, mas... Eu sou um país, Ivan. Eu mereço ser independente tanto quanto você!

-Quando foi que te fiz mal, Katyusha? Viver comigo foi tão ruim assim?- Rússia sentiu lágrimas nos olhos, mas não derramou-as, fazendo a cara mais séria que pode.

-Você... Você ainda pergunta? Mas não se preocupe, Ivan, eu te perdoo. E... nos veremos ainda. Só não moraremos na mesma casa, eu tenho a minha agora. E eu mando em mim mesma.

Wir riechen Blut

Und lieben wild
Wir beissen
jeden
Der uns quält
Der Mond ist
Unser
Spiegelbild
Heute Nacht

[Nós cheiramos sangue

E amor selvagem

Mastigamos nossos medos

A lua é nosso espelho

Hoje a noite]

-...Belarus?

-E-eu não queria te deixar- a garota olhou obstinadamente para Rússia, o que causou arrepios no russo- mas, meu povo... Ainda vamos nos casar, Ivan, nem que eu tenha que te perseguir para sempre, mas... Não assim.

-Então vão- Ivan tentou ignorar os calafrios de medo que o olhar de Natalya lhe causava- todos me deixaram, por que vocês seriam exceção? O capitalista venceu, então. Eu caí. Vão!- falou, com mais raiva que normalmente sentiria. Provavelmente todos estariam rindo dele agora. Mas o que ele tinha feito de tão errado? Ele tinha tentado ajudar os mais pobres, os que ninguém ligava, mas...

Não fora tão ruim, fora? Tudo tinha melhorado quando Stálin morreu, não?

Levantou a cabeça em tempo de ver Ekaterina correndo, puxando a irmã firmemente pelo braço.

Livres. Todos estavam livres e felizes?

Mas e quanto a ele?

Jagt und
Folgt uns
In den
Vollmond
Jagt uns (lass uns los)
Folge uns (lass uns endlich los)
In den
Vollmond (lass uns frei)
Folgt uns (lass uns los)
Jagt uns (lass uns endlich los)
In den
Abgrund (lass uns los)

[Nos procure

Nos siga

Na lua cheia

Nos procure (Nos liberte)

Nos siga (Finalmente nos liberte)

Na lua cheia (Deixe-nos livres)

Nos siga (Nos liberte)

Nos procure (Finalmente nos liberte)

No abismo (Deixe-nos livres)]

Era o fim, afinal. Seus sonhos e suas ideias cairam com cada um que saiu por essa porta. Era o fim.

Não estava ansioso pra ver o americano agora.