Capítulo Um

"Your love is just a lie... just a lie"

Em uma noite quente de junho, Ginny Weasley andava em direção às masmorras, seus passos firmes e apressados ecoavam pelos corredores, ela precisava falar com ele urgentemente, quanto antes resolvesse aquele assunto, melhor.

Sons vindos de uma sala abandonada fizeram Ginny parar no meio do caminho. Voltou lentamente e colou o ouvido na porta, o silêncio foi absoluto por alguns segundos, até que uma risada e um grito fizeram o sangue da garota congelar.

"Ai, Draco!" – uma voz feminina disse entre risadinhas.

Não conseguia acreditar...

Então era verdade o que se comentava pela Escola: Draco a traía, sem nenhum pudor ou remorso.

Abriu a porta devagar e viu a cena que se desenrolava: Draco Malfoy, seu namorado, beijava (de maneira selvagem, vale acrescentar) Maria Fernandez, uma quintanista da Corvinal. Era incrível como não sentia nada além de um ódio mortal, uma vontade quase incontrolável de matar os dois.

Escancarou a porta com um estrondo e o casal, que estava deitado em cima da mesa, logo se separou. Eles olharam para a garota que se mantinha impassível: seu rosto estava desprovido de qualquer emoção, ela tinha cruzado os braços de frente ao peito e olhava para os dois como se aquela cena fosse normal.

"Ginny..." – a garota começou, mas a ruiva logo interrompeu:

"Fernandez, por favor, vista a blusa e me deixe sozinha com ele."

A corvinal obedeceu à grifinória e segundos depois, saiu da sala quase correndo, passando o mais rápido possível pela outra, possivelmente com medo de apanhar.

"Ginny, posso explicar..." – Draco começou, mas foi interrompido pela garota.

"Malfoy, acho que não há nada que explicar, certo? O que eu vi já foi o bastante." – saiu de perto da porta e andou, devagar, até ele – "Por quê? Por que você me seduziu? Por que me fez acreditar e fez os outros acreditarem que me amava?"

"Mas eu te amo, Ginny... só acho que nós nunca poderemos dar certo..."

"Como? Como assim?"

"Ginny, vamos ser realistas. O melhor foi você descobrir tudo... afinal, nunca isso" – apontou para ele e depois para ela – "Poderia dar certo. Nós somos muito diferentes. Sou Sonserino, você Grifinória. Odeio trouxas, você ama trouxas. E" – fez uma pausa – "Eu sou rico e você é pobre, somos de classes diferentes..."

Ela sentiu seu coração partir dentro do peito. Como aquele homem, a quem ela tinha entregue tudo, e quando aqui dizemos tudo, foi TUDO mesmo, ousava falar uma asneira dessas? Como o homem que ela amava era tão diferente do que ela pensara?

"Ginny, acho melhor terminarmos."

A garota o olhou atentamente. Ele só podia estar brincando. Então Draco Malfoy realmente achava que depois de tudo, ela ainda ficaria com ele?

A única resposta que ela deu: um tapa forte no rosto branco e bem cuidado do rapaz. Com passos firmes e decididos, deu as costas para Draco e saiu, sem dizer uma palavra sequer. Fez o caminho de volta para a Torre da Grifinória e, apesar dos chamados de Hermione, Harry e Rony, subiu, ainda sem falar nada, sem expressar nenhum tipo de emoção. Sentou-se na cama e respirou fundo, não ia chorar por ele, por mais que seu peito estivesse dilacerado, por mais que as lágrimas tornassem sua visão turva, por mais que ela quisesse sumir... ele simplesmente não merecia tanta atenção.

Levantou-se e olhou seu reflexo no espelho, acariciou a barriga institivamente, ainda não conseguia sentir o ser que estava ali, mas dali para frente seria só os dois... e ninguém mais.

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O preço do Amor

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No dia seguinte, a Escola inteira já estava sabendo do rompimento de Draco e Ginny, o casal mais inusitado que já tinham visto e o mais improvável também. Durante dias, Ginny não falou com ninguém, e não respondia às perguntas que eram feitas sobre o namoro, só ia para a aula e depois ficava trancada no quarto fazendo as tarefas, ou simplesmente pensando em uma forma de dizer aos pais que estava grávida.

Era capaz de ver a decepção estampada no rosto dos dois e o ódio dos irmãos quando soubessem. Tinha que planejar tudo, e acabou decidindo que o melhor momento seria durante as férias de julho, quando estivesse sozinha em casa com os pais.

Logo as aulas terminaram e Ginny se sentia cada vez mais nervosa. Quando o trem parou na Estação viu a mãe acenar para ela, andou até a mulher e a abraçou, depois disso esperaram Rony aparecer, enquanto isso olhou pela plataforma e viu várias pessoas se encontrando com seus familiares, dentre elas, avistou Draco sendo abraçado pela mãe enquanto o pai lhe dava palmadinhas nas costas. Aquela, provavelmente, era a última vez que o veria, afinal ele tinha concluído o sétimo ano, não freqüentaria mais Hogwarts. Preferindo não vê-lo mais, deu as costas e seguiu a mãe e o irmão que já andavam a frente dela, agora uma nova fase estava se iniciando na sua vida, o passado ficaria totalmente atrás...

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O preço do Amor

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Já estava na Toca há três semanas e sua gestação já entrava no terceiro mês, precisava falar com os pais, antes que eles descobrissem sozinhos. E foi num domingo de julho, em que Rony tinha ido passar o fim de semana na casa de Hermione, que ela decidiu contar tudo.

"Ginny, venha almoçar!" – a mãe gritou da escada.

A garota respirou fundo e saiu do quarto. Quando chegou na sala de jantar encontrou os pais já sentados à mesa, sentou-se de frente à mãe e, pensando na melhor maneira de dizer, acabou ficando calada durante toda a refeição, somente no final conseguiu dizer:

"Mãe... pai... preciso falar com vocês."

Eles olharam a garota assustados e Arthur, disse:

"Fale, querida."

Respirou fundo mais uma vez e, não sabendo como dizer, cuspiu:

"Estou grávida."

Ninguém ousou falar nada. Ginny não conseguia encarar os rostos dos pais, não queria ver a decepção deles...

"C-como a-assim?" – Molly perguntou.

"Grávida, mamãe." – Ginny falou sentindo que as lágrimas cairiam a qualquer momento – "E eu sinto muito por isso..."

"Mas... quem... quem é o pai?" – Arthur perguntou atordoado.

"Ninguém, meu filho só tem mãe..." – respondeu encarando o pai.

"Mas... você não pode assumir esse peso sozinha. Quem é o pai? Diga, Ginny..." – Arthur exigiu.

"Não... não vou dizer, não tem pai." – continuou firme – "E eu sinto muito, sinto mesmo, mas não vou falar nada sobre quem é o pai, essa pessoa está morta para mim. Se vocês quiserem me expulsar de casa, porque eu sei que sou uma vergonha para os dois, tudo bem... entendo.." – falou já levantando da mesa.

"Espera, filha... você não é uma vergonha para nós." – Molly disse chorando – "Não é, Arthur?"

Ele olhou para a garota e disse:

"Claro que não, mas..."

"Arthur, ela não vai dizer... não insista. Nós temos que ver a melhor maneira de contar aos seus irmãos..." – Molly falou pensativa.

"Prefiro que, por enquanto, eles não saibam, mamãe..."

A mulher olhou para a garota e disse:

"Ok, mas você não vai poder esconder por muito tempo. Você está com quantos meses?"

"Três... e eu sei, mas talvez a barriga fique tão pequena que ninguém perceba." – Ginny falou otimista.

Molly riu, apesar de as lágrimas ainda saírem dos seus olhos e disse:

"Querida, vai ser estranho, de qualquer forma, você aparecer de repente com um bebê."

"Eu sei..."

"Mas nós daremos um jeito. Tenho que falar com Minerva, precisamos saber como ficará sua situação na Escola..." – Molly falou pensativa.

Ginny se sentia um pouco aliviada, pelo menos a mãe não parecia tão chateada com ela. Olhou para o pai e o homem continuava sentado à mesa, com a cabeça enfiada nas mãos, sem dizer nada.

Molly, percebendo o olhar da filha, puxou a garota para cima e quando as duas se trancaram no quarto de Ginny, a mãe disse:

"Querida, ele vai aceitar... só está um pouco chocado, mas é normal..."

"Mas e se ele nunca me perdoar? E os garotos? Se eles me odiarem para sempre?" – Ginny perguntou e agora não escondia mais as lágrimas.

"Eles não vão... um bebê é motivo de celebração, é uma nova vida, querida. O momento para a chegada dele é um pouco incomum, mas todos irão amá-lo, assim como amam você."

A garota ficou ali, abraçada à mãe, tentando se convencer de que no final, tudo daria certo.

"Vamos, Ginny... tudo ficará bem." – a mulher disse carinhosa e a garota sorriu. – "Agora vou lá embaixo, falar com seu pai..." – as duas se despediram com um último abraço.

Ginny lembrou de Draco e o sentimento de vingança, sempre presente quando ela se lembrava dele, voltou mais forte. A dor que causara na sua família era só mais um dos motivos porque ela ia se vingar de Draco, ele ia se arrepender do dia em que mexeu com ela.

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O preço do Amor

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As férias passaram voando. Molly tinha escrito à Minerva McGonagall, diretora de Hogwarts e explicado tudo o que acontecera com Ginny, depois de muitas corujas, ficou decidido que a garota freqüentaria a Escola até o sétimo mês de gestação, ou seja, até o mês de novembro, depois disso seria afastada de Hogwarts, receberia as tarefas por correio-coruja e as provas seriam feitas em casa, na presença de um professor.

Molly e Arthur decidiram que Ginny passaria os últimos meses de gestação na casa de Muriel, a tia da garota, assim ninguém saberia que ela estava grávida. A garota tinha deixado claro que não queria que ninguém soubesse, nem mesmo os irmãos. A ruiva não estava muito feliz em conviver com Muriel, sua tia rica e esnobe, mas era a única alternativa se quisesse segredo total.

Então, em setembro a garota voltou para Hogwarts e ninguém suspeitava da gravidez dela, a barriga ainda estava relativamente pequena. Os meses passaram e a barriga, naturalmente, aumentava cada vez mais, na mesma medida Ginny aumentava o tamanho das roupas, sempre tendo o cuidado para que elas ficassem bem folgadas.

No fim de novembro, Ginny foi levada, durante a noite, para a casa de Muriel. Para os alunos de Hogwarts a garota contraíra uma doença rara que se agravara ao ponto de ser necessária sua transferência para o St.Mungus.

A casa da tia era, em termos bem diretos, uma Mansão, mas não era elegante, nem chique, muito pelo contrário, tinha um aspecto de velho, de sujo e de abandono. A mulher, uma velhota resmugona e rabugenta, recebeu a sobrinha sem falar sobre o motivo que levara a menina até lá, ela fingia, descaradamente, que não via a barriga da garota.

No início, Ginny se sentia extremamente desconfortável com a situação, mas logo as coisas melhoraram, seus pais faziam visitas diárias e Muriel ficava menos rabugenta quando você a conhecia bem.

Então, numa noite de janeiro, o bebê nasceu, um menino forte e saudável, que recebeu o nome de Lorenzo (uma homenagem ao irmão de Muriel), por sorte o garoto nasceu ruivo como a mãe.

Após o parto, Ginny voltou para a casa de Muriel, sob os protestos dos pais, mas seria melhor assim, pelo menos enquanto os irmãos não soubessem de tudo. A tia, que nunca tivera filhos, logo se afeiçoou ao pequeno, o que sempre atrapalhava o retorno de Ginny para a Toca.

No final de maio, Ginny retornou à Hogwarts para a realização dos exames finais, que exigiam a presença do aluno. Depois de muita relutância tanto da parte de Ginny (que não queria deixar o filho), como da parte de Muriel (que não queria se distanciar dos seus hóspedes), ficou resolvido que o garoto ficaria na Toca recebendo os cuidados de Molly.

Na volta à Escola, a garota teve que enfrentar várias perguntas sobre sua ausência, mas sempre dava a mesma resposta:

"Estive doente, internada no St.Mungus..."

Ela não queria que ninguém ali soubesse, porque a partir do momento que contasse para alguém, logo a notícia seria espalhada para além dos muros da Escola e assim chegaria aos ouvidos de Draco. Nem mesmo para seus melhores amigos poderia contar, adorava Colin, mas sabia que o garoto tinha uma queda por fofocar, e muito menos para Luna que agora namorava Harry e em um segundo Rony, seu irmão mais feroz, saberia de tudo.

Passou as últimas semanas de aula dividida entre estudar toda a matéria e escrever cartas para saber como o bebê estava. Assim, foi com grande alívio que recebeu a notícia que os exames tinham acabado, dias depois voltaria para casa e veria o filho novamente.

Embarcou no trem contando as horas para ver a mãe e o filho esperando na estação, seu coração batia rápido ante a expectativa de reencontrá-los. Assim, quando o trem parou na Estação, pegou o malão e saiu correndo, a procura da mãe, mas quando a viu junto com seu pai e com um embrulhinho nos braços sentiu o coração dar um nó dentro do peito. Alguma coisa muito ruim tinha acontecido...

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O preço do Amor

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Nota da Beta Reader: Minha sincera opinião?? Quem não vale nada é vc, Manu!! PQP!! (Desculpa, gente!!) Como você me deixa na curiosidade assim?? E os seus leitores?? Assim você não recebe review!! Hahahahahaha!! Bambesha-Má-Ultra-Mega-Truper-Má!! Papai do Céu castiga, hein!!

Gentem, eu amei, apesar da malvadona aí deixar todo mundo na preocupação e na curiosidade!! Mas, deixem ela comigo!! Mandem muitas reviews pra reclamar!! Ok??

Amo todos vocês!!

Bjs!!

ChunLi Weasley Malfoy

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Nota da Autora: Sim, eu sou a malvadona das fanfics. Eu amo mistério! Eu amo tensão. Eu amo ameaças de morte! Hahahahahahahahaha E amo vocês, beijo, me liga! Haahahahahahaha

Sério.

Caham.

Gente, essa fic é inspirada no livro "Senhora" de José de Alencar, quando digo "inspirada" não é tipo cópia, mas vai ter algumas muitas (hehehe) semelhanças, ok?

A cada capítulo, colocarei frases de músicas, a desse capítulo tem uma única frase da música, "Your Love is just a Lie", do Simple Plan, certo?

Hm, se acharem que mereço, review em mim! Hahahahaha

Beijocas,

Manu Black