O Primeiro Beijo
Ardente é o fogo do amor, que com suas chamas róseas e abstratas e o calor intenso e repentino, consome por completo o peito apaixonado. A sensação do pulsar quente do rubro sangue que corre nas inúmeras veias, a ânsia da visão daquele ser que tanto idealiza como o perfeito, o nervosismo e ausência das palavras, sejam elas das mais doces, as mais diretas. Tudo isso, além de muitas outras formas de sentimento, tomava conta da mente daquele rapaz, no momento mais especial de sua vida até ali.
O céu estava azul, tão azulado quanto a mais cristalina das águas, coberto por uma ligeira capa de nuvens finas, que passavam frente ao sol glorioso, tecendo-as com o mais puro fio da prata brilhante. O campo aberto era verde, uma cor alegre e viva, mas com leves tons multicoloridos das inúmeras flores que ali passavam sua existência a serem admiradas pelos apaixonados e solitários que ali buscavam inspiração ou romance. O tempo estava agradável, como de costume naquela época, o verão tão aguardado e invejado pelas outras estações. Uma leve brisa matutina corria livre e solta, como um ser pueril que brinca alegremente entre as folhas das árvores mais vivas, acariciando seus rostos corados. Uma carícia gélida, de fato, mas agradável.
Estavam frente a frente, num encontro eterno e silencioso de seus olhares distintos e passionais. Ele, seus cabelos curtos e espetados, dourados como só o mais refinado ouro poderia reproduzir, pele ligeiramente morena, trabalho do grande astro luminoso no alto. Sentia sua tez ferver nas faces, o sentimento procurando uma forma de sair, se mostrar ao mundo e revelar a tamanha paixão que o jovem guardava dentro do peito ansioso. A clareza no olhar safira de seus olhos estava tão a mostra que os deuses nos céus saberiam seus sentimentos apenas de encarar as duas orbes azuladas uma única vez.
As curtas mexas rosadas dos cabelos dela cediam livremente às carícias oferecidas pelos sopros do vento frio. Sua pele alva, contrastando com a cor marcante de seus cabelos, avermelhava-se mais e mais conforme o tempo, grande inimigo dos apaixonados, custava a passar. Suas grandes e lindas orbes esmeralda travaram ao encontrarem dois pequenos oceanos límpidos no rosto do jovem á sua frente.
Os pensamentos se mesclavam, formando um bolo indecifrável na mente do rapaz. Arfava, sentindo a confusão tomando conta de seu ser. Não tinha idéia do que dizer, com medo de proferir as palavras erradas e arrepender-se para o sempre. Fugia de si, entrando num estado quase inconsciente, quando ouviu de sua boca as palavras "eu te amo", sem nem controlar sua língua. Parou espantado consigo mesmo. Estava incrédulo com sua atitude. Desviou o olhar momentaneamente. Voltou a observa-la. Ela sorria. Esquadrinhou aquele sorriso em busca de uma resposta. Viu naqueles dentes brancos a claridade da sentença que tanto ansiava ouvir. Não a ouviria naquele momento, mas aquele gesto singelo já dizia tudo.
Seus corpos se aproximavam lentamente. Colados, os dois sentiam suas respirações se juntando, numa mistura tão aguardada secretamente por cada um de seus corações. Logo, seus lábios se juntaram, num primeiro beijo apaixonado, apenas se roçando levemente, procurando no outro aquilo que sempre quiseram. Lentamente suas línguas começaram a sair de suas bocas, se entrelaçando. Era uma dança magnífica, uma sincronia adversa às batidas do peito de cada um deles, que corriam descompassados com o êxtase do momento. Quebraram o gesto em busca do ar que lhes faltava aos pulmões, se esquadrinhando. Viam a felicidade exposta nos lábios daquela pessoa à sua frente. Sabiam que duraria para todo o sempre, mesmo que a morte os separasse por um momento.
Bem, é só uma OneShot que me veio na cabeça, e talz... espero que gostem, é só uma provinha enquanto produzo mais alguma coisa pra fazer uma fic nova... Valeu e até mais! Mandem Reviews!
