Simples assim
Lily estava sozinha pela primeira vez em dias. Era algo que apreciava nas rondas noturnas, a solidão lhe ajudava a pensar. E ela precisava urgentemente pensar.
Como aquilo tinha acontecido? Como? Poderia ter sido facilmente evitado, considerando a calma que tudo aconteceu, então porque raios ela não o afastou?
Não interessava se só a respiração dele já fazia com que ela ficasse tonta, como ela tinha gostado ou o fato de ter demorado 5 minutos para se recuperar depois. Ela devia ter brecado tudo aquilo.
Lily não ficava assim por ninguém, porém James tirou seu fôlego tão bruscamente que ela só correspondeu. Foi quase um instinto.
James? Mas ele era o Potter! O POTTER! O prepotente e arrogante e irritante Potter! Mas ele era tão delicado e gentil, se aproximando devagar, quase sério e como se pedisse uma permissão já concedida. Ele segurou seu rosto como se fosse a coisa mais preciosa de todo o mundo e colou seus lábios no dela decidido e firme. Ela não teve como não corresponder. Lily quase resmungou quando ele separou-se dela e a olhou com aqueles olhinhos brilhantes de criança que ele parecia ter só para ela e foi embora!
E cá estava ela, andando sem para durante a ronda sem nem notar o que estava ao seu redor. Desconsiderando os primeiranistas exploradores e os casaizinhos "escondidos" só para tentar achar um sentido naquilo tudo.
Por sorte seu turno estava acabando e ela foi rumando para a Sala Comunal; Tinha acabado de entrar quando ouviu aquela voz que vez com que cada célula do seu corpo recebesse uma carga elétrica. Ela tentou responder o "Tudo bem, Evans?" dele de uma forma digna, só que o máximo que saiu foi um "T-tudo.".
James se levantou e foi em sua direção. Tudo em seu corpo pedia para que ela fugisse ou pulasse nele, era uma bagunça mental. Ele segurou sua cintura e começou a se aproximar. Merlin! Ele está muito perto, muito, muito perto. E a beijou.
O turbilhão que estava na cabeça de Lily antes agora tinha acabado, tudo se focava no beijo e em seus detalhes. Ele tentou se separar, porém Lily tinha outros planos: ela aprofundou ainda mais o beijo. James parecia surpreso, mas não reclamou.
Quando ela se deu por si, saiu do transe e se separou dele devagar e roxa de vergonha. E vislumbrou o olhar infantil nele como se fosse uma criança em uma bicicleta pela primeira vez.
James parou e olhou para ela, como se pudesse ver sua alma. E segurou sua cintura, fazendo um carinho com os narizes colados. As pernas dela pareciam gelatina mas ela fez um esforço quase sobre-humano para perguntar "e agora?"
Ele riu e falou "Bom, e agora temos que namorar. Sou um menino de família e não saio beijando levianamente por aí". Ela riu junto e fez que sim com a cabeça como se rendesse, foi então que James a abraçou como se o mundo fosse acabar. Deu-lhe um "boa noite" e um selinho e subiu.
Ela subiu não muito tempo depois, e sua cabeça parecia ainda mais elétrica. Lily não dormiria aquela noite, revivendo aquele momento que ficou imaginando pelos últimos 3 meses que tinha percebido sentir algo por ele. Era difícil pensar que simples assim tudo tinha mudado.
Só não conseguia responder para si mesma como ele tinha aquele efeito nela.
(Mal sabia ela que James também passou a noite com aquela pergunta na cabeça, só que ele conseguiu dormir como um bebê)
